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Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul Graduação em Física Ambiental Unidade Dourados MOVIMENTO DE UMA ESFERA DESCENDO UMA CANALETA FERNANDO ANSELMO Relatório ministrado a pedido do professor Dr. Paulo de Souza Silva da disciplina de Física Experimental Básica Setembro de 2005 Dourados - MS Objetivos Simular e entender a variação do alcance (A) de uma esfera em função de sua altura de lançamento h em que a mesma é abandonada na canaleta. Introdução Teórica Energia Energia designa tudo o que pode ser transformado em calor, trabalho mecânico (movimento) ou luz graças a uma máquina (por exemplo, motor, caldeira, refrigerador, alto-falante, lâmpada) ou a um organismo vivo (por exemplo, os músculos). A etimologia tem suas raízes na palavra grega εργοs (ergos), que significa "trabalho Qualquer coisa que esteja a trabalhar - por exemplo, a mover outro objeto, a aquecê-lo ou a fazê-lo ser atravessado por uma corrente elétrica - está a gastar energia (na verdade ocorre uma "transferência", pois nenhuma energia é perdida, e sim transformada ou transferida a outro corpo). Portanto, qualquer coisa que esteja pronta a trabalhar possui energia. Enquanto o trabalho é realizado, ocorre uma transferência de energia, parecendo que o sujeito energizado está a perder energia. Na verdade, a energia está a ser transferida para outro objeto, sobre o qual o trabalho é realizado. O conceito de Energia é um dos conceitos essenciais da Física. Nascido no século XIX pode ser encontrado em todas as disciplinas da Física (mecânica, termodinâmica, eletromagnetismo, mecânica quântica, etc.), assim como em outras disciplinas, particularmente na Química. Energia Mecânica Energia mecânica é a energia que pode ser transferida por meio de forças. A energia mecânica total de um sistema é a soma da energia potencial com a energia cinética. Se o sistema é conservativo, ou seja, apenas forças conservativas atuam nele, a energia mecânica total conserva-se e é uma constante de movimento. Energia cinética Em física, a energia cinética é a quantidade de trabalho que teve que ser realizado sobre um objeto para tira-lo do repouso e coloca-lo a uma velocidade V. Para um objeto de massa m a uma velocidade v a energia cinética é calculada como: Dedução da energia cinética Da definição de energia cinética como trabalho para colocar um corpo em movimento, podemos obter a expressão geral dada acima para o cálculo da energia cinética: http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsica http://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho http://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho como o deslocamento em instante infinitesimal de tempo é, , obtemos: Físicos adoram cancelar infinitesimais do tipo dt que aparecem em denominadores com os que aparecem em numeradores, apesar da ânsia que isto causa nos matemáticos. Cancelando o dt na expressão acima podemos escrever Energia Potencial É a energia que um objecto possui devido à sua posição. Um martelo levantado , uma mola enroscada e um arco esticado de um atirador, todos possuem energia potencial. Esta energia está pronta a ser modificada noutras formas de energia e, consequentemente, a produzir trabalho: quando o martelo cair, pregará um prego; a mola, quando solta, fará andar os ponteiros de um relógio; o arco disparará um seta. Assim que ocorrer algum movimento, a energia potencial da fonte diminui, enquanto se modifica em energia do movimento (energia cinética). Levantar o martelo, enrolar a mola e esticar o arco faz, por sua vez, uso da energia cinética e produz um ganho de energia potencial. Generalizando, quanto mais alto e mais pesado um objecto está, mais energia potencial terá.(É dada pelo produto do peso do objeto pela altura do corpo - mgh). Corpo rígido Pode ser definido como um corpo em que todos os pontos materiais conservam as distâncias entre si, mesmo sob aplicação de um esforço externo. Os sólidos reais sempre se deformam sob aplicação de uma carga, mas em muitos casos ela é tão pequena que pode ser desprezada. Um corpo rígido pode ter um movimento de translação, quando todos os pontos percorrem trajetórias paralelas, como em A da Figura 1.1. Ou pode ter um movimento de rotação, quando os pontos percorrem trajetórias circulares, como em B da Figura 1.1. O caso mais genérico do movimento de um corpo rígido é exemplificado em C da Figura 1.1, ou seja, uma combinação de translação e rotação. http://pt.wikipedia.org/wiki/Martelo http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Mola&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Arco http://pt.wikipedia.org/wiki/Rel%C3%B3gio http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia#Energia_cin.C3.A9tica#Energia_cin.C3.A9tica Figura 1.1. Momento de inércia Na Figura 1.2, um corpo rígido gira em torno de um eixo vertical y com velocidade angular w. O momento angular, de uma massa elementar dm é dado por: dL = dm R x v, onde v é a velocidade tangencial. O módulo de R é r/sen a e o de v, wr (ver movimento circular em Dinâmica I). Desde que dL e R são ortogonais, o módulo de dL é dL = dm r w r / sen a = dm r2 w / sen a. E o componente dLy é dado por: dLy = dL cos( 90 - a) = dL sen a. E o módulo dLy = dL sen a = (dm r 2 w / sen a) sen a Figura 1.2 Assim, em geral, o momento angular L não é paralelo ao eixo de rotação. Entretanto, pode-se demonstrar que, para qualquer corpo, existem pelo menos 3 eixos perpendiculares entre si para os quais o momento angular é paralelo ao eixo. Eles são chamados eixos principais de inércia, designados por X0, Y0 e Z0. E os respectivos momentos angulares são os momentos principais de inércia. Ix0, Iy0 e Iz0. Para um eixo principal, vale, portanto a igualdade vetorial: L = I w #II.3#. Se um corpo tem um eixo de simetria. Ele é um eixo principal de inércia. Exemplo: para uma esfera homogênea, qualquer eixo que passa pelo centro é um eixo principal de inércia. http://myspace.eng.br/fis/mec/dim1.asp Para rotação fora de um eixo principal, o momento angular é dado por: L = Ix0wx0 + Iy0wy0 + Iz0wz0 #II.4#. Onde wx0, wy0 e wz0 são as projeções do vetor velocidade angular nos eixos principais. A unidade do momento de inércia de massa no Sistema Internacional é o kg m2. Existe conceito semelhante de momento de inércia aplicado a superfícies. Desde que superfícies não têm massa, a unidade elementar é uma área e o momento de inércia tem como unidade m4 (na prática, é mais usado cm4). Raio de giração É definido por: K = (I / M)1/2 #IV.1# onde M é a massa do corpo. Pode ser entendido como a distância que uma massa concentrada de valor M produziria o mesmo momento de inércia. Para corpos homogêneos, o raio de giração depende apenas de parâmetros geométricos. Assim, é uma forma prática de se especificar indiretamente o momento de inércia, de acordo com a forma do corpo. Nesta tabela, são dados os raios de giração para algumas formas comuns, considerandos em relação aos eixos de simetria indicados em vermelho. Rotação do corpo rígido A relação entre momento angular e torque é T = dL/dt. Conforme tópico 2 desta página, L = I w. E, substituindo, temos: I dw / dt = T. O termo dw/dt é a variação da velocidade angular com o tempo, ou seja, a aceleração angular, que será designada por a. Assim, T = I a #V.1#. Notar a semelhança com a relação para o movimento de translação, F = m a. Notar também que, se o torque é nulo, a aceleração angular também é, pois o momento de inércia não é nulo num corpo real. Isso significa que a velocidade angular é constante. http://myspace.eng.br/fis/mec/dim2.asp#mom_lin Essas igualdades valem para rotação em torno de um eixo principal, que éa situação prática mais comum. A tabela faz uma comparação de grandeza para os dois movimentos. Translação Rotação Momento linear b = mv Momento angular L = Iw Força F = db/dt Torque T = dL/dt Força e aceleração F = ma Torque e aceleração angular T = Ia Energia cinética Ec = (1/2)mv 2 Energia cinética Ec = (1/2)Iw 2 Potência P = F . v Potência P = T . w Procedimento experimental Inicialmente, com o auxílio de um paquímetro foram medidos o diâmetro (D) da esfera e a abertura interna (d) da canaleta. Posteriormente, com uma trena foi medida a altura de queda da esfera (H), verticalmente com o auxílio de um prumo. E também se mediu com a trena duas alturas (h) de lançamento da esfera na canaleta. Então, a esfera foi solta através de duas alturas diferentes das quais originaram dois alcances (A). O alcance (A) foi medido a partir da posição vertical do ponto onde a esfera abandona a canaleta, até o ponto onde a esfera toca a mesa. O ponto foi identificado com o auxílio de papel carbono. Apresentação e Análise dos resultados Na tabela 1 a seguir podemos verificar alguns dados relativos ao experimento. Tabela 1 Unidades em cm Altura (h) da canaleta Alcance (A²) Altura de queda H = 43 5 605,336 Diâmetro da (D) da esfera = 1,8 10 1210,672 Abertura da canaleta (d) = 2,0 Raio da esfera R = 0,900 Raio de rotação da esfera R’ = 0,855 Foi construído um gráfico do quadrado do alcance em função da altura (A²xh), no qual através de seu coeficiente angular podemos determinar a constante de proporcionalidade média αm.= 121,0678 ± 34,7961 mm. No gráfico de A2 em função da altura H, aplicamos o Método dos Mínimos Quadrados para achar a melhor reta. xi yi x2 xi yi 5 605,335 25 3026,675 10 1210,671 100 12106,71 = 15 = 1816,006 = 125 = 15133,385 25)15()125(*2 2 =−= ( ) 001,015*382,15133125*006,1816 25 1 =−=a ( ) 067,121006,1816*15385,15133*2 25 1 =−=b Coeficiente angular: 121,0678 Coeficiente linear: 0,001 y = 0,001 + 121,067x Para o valor teórico de alfa médio, temos : αm = ___4H ____ 1 + 2 D² 5D’² Onde: H é a altura de lançamento D é o diâmetro da esfera D’ é o diâmetro de rotação da esfera αm = ___4.43 ____ 1 + _2(1,8) ² 5(1,757)² αm = 121,060 O erro do alfa médio foi calculado pela equação: 4H_ ∂ αm = ___4____ |∂H| + ___5____ 4R | 1 – R² | ∂ R| + R² d | ∂d | 1 + 2 R² 1 + 2 R² R’² R’² R’ 5 R’² 5 R’² ∂ αm = 31,7627 ( ) − = iiiii xyxxya 21 ( ) ( )( ) − = iiii yxyxnb 1 ( )( ) −= 22 ii xxn Conclusão O alfa médio foi calculado com base nos resultados teóricos e experimentais. Em seu valor teórico temos : αm = 121,060 e experimentalmente αm.= 121,0678. Podemos perceber que possui valores bem parecidos o que significa que o experimento teve uma boa precisão. Mas em contrapartida possui um erro acentuado (∂ αm = 31,7627) . Os erros podem ser: instrumentais, estatísticos, determinados e indeterminados. E se devem a fatores que podem ou não ser evitado. Os erros instrumentais, determinados e estatísticos podem ser evitados trabalhando-se com equipamentos de alta precisão e uma boa acurácia. Já os indeterminados são impossíveis de se eliminar completamente, pois são as pequenas imprecisões humanas. Bibliografia Barthem,R. B., Tratamento e Análise de Dados em Física Experimental, 4° edição, UFRJ. Halliday, D., Resnick, R., Física 1,4ª edição, R.J.,LTC Editora, 1984
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