Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bronquiolite Viral Aguda (BVA) Definição de BVA Doença viral das vias aéreas inferiores que acomete crianças < 2 anos. Corresponde ao primeiro contato com vírus respiratório, sendo o primeiro episódio de sibilância da vida. Autolimitada (+/- 5 dias), frequente associação com OMA. Epidemiologia: Idade. Sazonalidade. Morbidade. Idade= Acomete até 20% dos lactentes no primeiro ano, maior incidência em 3 - 4 meses. Sazonalidade= principalmente outono e inverno. Por ser o primeiro contato com o vírus no início da vida, a morbidade é elevada. Principal causa de internação em < 1 ano. Etiologia da BVA Mais frequente é o vírus sincicial respiratório (VSR - 50 a 80%), seguido do Rinovírus e o Metapneumovírus. Menos frequentes são influenza, parainfluenza, adenovírus, coronavírus, enterovírus, etc. Transmissão da BVA Aerossóis (espirros), contato da mão contaminada com olho e nariz, contato com o vírus em superfícies (roupas, estetoscópio, etc). Uma via frequente são adultos assintomáticos com IVA leve que transmitem para lactentes. Fatores de risco para BVA Baixa idade (< 6 meses), prematuros (< 28 semanas), displasia broncopulmonar, comorbidades pulmonares e cardíacas, imunodeficientes, doença muscular, não amamentadas, expostas a tabaco ou aglomerações. Fisiopatologia básica da BVA A infecção viral começa nas vias aéreas superiores e atinge as vias inferiores em 4 – 6 dias, causando inflamação do epitélio brônquico (infiltrado peribrônquico de leucócitos, edema). Formação de tampões de muco + epitélio necrótico + fibrina na via aérea causa obstrução do fluxo, pode causar mecanismo valvular com aprisionamento aéreo distal à via obstruída (atelectasia, hipoxemia). Quadro clínico da BVA: Anamnese. Exame físico. Anamnese= resfriado comum (coriza hialina, febre baixa, obstrução nasal, vômito) que evolui em 1-2 dias para sintomas inferiores (tosse, taquipneia, tiragem e sibilância). Exame físico= taquipneia, esforço respiratório, expiração prolongada, crepitações grosseiras, sibilos. Diagnóstico clinico- epidemiológico da BVA Período de sazonalidade (maio a setembro) + idade < 2 anos, principalmente 3, 4 meses + contato com pessoas com IVA + período prodrômico de 2 a 3 dias semelhante a IVA que evolui para sintomas do trato inferior. Exames complementares na BVA Diagnóstico é clinico. Não é necessário nenhum exame. Hemograma= linfocitose e linfócitos atípicos (padrão viral). Rx de tórax e oximetria= apenas em casos graves, pctes internados. Teste etiológico= se disponível, pode evitar ATB desnecessário, ex.: Teste rápido, PCR, etc. Diagnóstico diferencial da BVA Principal= primeira crise de asma ("lactente sibilante"). Outros= Pneumonia viral, pneumonia afebril do lactente (Clamídia), coqueluche, laringotraqueíte, IC por cardiopatia congênita, RGE, aspiração de corpo estranho, fibrose cística, etc. Indicação de internação na BVA (1) Comprometimento do estado geral (desidratação). (2) Cianose. (3) Idade < 6 semanas. (4) Comorbidades: cardiopatia, pneumopatia, doenças neuromusculares, etc. (5) Saturação O2 < 92%. (6) Indicação social. Tratamento da BVA No domicílio: Medidas de suporte como hidratação, lavar narinas com soro, antitérmico. Pode ser feita prova com Beta2 inalatório - suspender se não houver melhora em 1 hora. Usar ATB APENAS se coinfecção bacteriana. Hospital (casos graves): ventilação não invasiva (CPAP), Oxigenoterapia, hidratação. Prevenção da BVA Evitar contato das crianças com pessoas com IVAs, lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações (inclusive creches), evitar exposição ao fumo, tomar vacina para influenza (> 6 meses).
Compartilhar