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2020 - Contabilidade e Gestão T II - Teoria

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CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTÁRIA II
 Aula 1: Tributação sobre o lucro no Brasil – IRPJ e CSSL: Lucro real, presumido e arbitrado
Apresentação
A Contabilidade brasileira que, durante muito tempo, foi influenciada pelos aspectos fiscais, vive um momento de plena harmonia com as normas e os padrões internacionais de Contabilidade. Nesse novo cenário, a Contabilidade Tributária, funcionando como uma ferramenta imprescindível no processo de identificação e mensuração do impacto causado pelos tributos, no patrimônio de uma empresa, não tem sido elaborada apenas para cumprir exigências do fisco, pois, mediante o planejamento, o gerenciamento e a contabilização dos tributos, atende não apenas as exigências tributárias, mas, principalmente, as necessidades dos seus diversos usuários.
Objetivos
· Estabelecer o plano da disciplina;
· Reconhecer o arcabouço conceitual dos tributos sobre o lucro no Brasil;
· Identificar e compreender os principais conceitos relacionados ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro – CSSL.
Tributos no Brasil
Antes de iniciarmos esse estudo vamos relembrar o conceito de tributo, bem como os principais tributos cobrados no Brasil.
Antes de iniciarmos esse estudo vamos relembrar o conceito de tributo, bem como os principais tributos cobrados no Brasil.
Tributo, conforme estabelece o artigo 3º do CTN:
É toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
De acordo com a legislação tributária vigente no Brasil, em especial a Constituição Federal de 1988, em seus artigos 145, 148 e 149, e o CTN, no seu artigo 5º, temos cinco espécies de tributos:
a) Impostos;
b) Taxas;
c) Contribuição de melhoria;
d) Empréstimos compulsórios;
e) Contribuições parafiscais ou especiais.
No Brasil, os tributos são cobrados com base na renda, no patrimônio e no consumo.
Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, tributos cobrados com base na renda, isto é, os incidentes sobre o lucro das empresas.
Tributos sobre o lucro
A cobrança de tributos sobre o lucro, no Brasil, remete ao período colonial quando Portugal instituiu o Quinto, estabelecendo que um percentual do valor adicionado pelo comerciante deveria ser recolhido em prol da Fazenda Real Portuguesa.
Atenção
Entretanto, apesar da cobrança de vários tributos ao longo dos períodos colonial e imperial, somente no período republicano, mais precisamente no ano de 1922 é que foi criado o Imposto de Renda, cuja cobrança começou a ser realizada em 1924.
1988
No que diz respeito à cobrança de tributos sobre o lucro, o Brasil, igualmente como ocorre na maioria dos países do mundo, até o ano de 1988, adotava a cobrança apenas do Imposto de Renda sobre o lucro. Todavia, com amparo na Constituição Federal de 1988, em 15 de dezembro de 1988, mediante a Lei 7.689, foi instituída a cobrança da Contribuição Social sobre o Lucro das pessoas jurídicas, destinada ao financiamento da seguridade social.
Na atualidade, portanto, a luz dos artigos 145 e 149 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, o Brasil conta com dois tributos sobre o lucro: o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, fato que o diferencia dos demais países do mundo, a exemplo dos Estados Unidos e do Reino Unido, que adotam a cobrança apenas do Imposto de Renda.
Qual a justificativa para a cobrança de dois tributos sobre o lucro no Brasil?
Na visão dos especialistas em matéria tributária, a União não tem interesse em unificar os dois tributos em virtude da destinação dada aos valores arrecadados, pois de acordo com a legislação vigente, apenas sobre o valor arrecadado pela União referente à cobrança do IRPJ 1 é efetuado repasse aos estados e municípios.
Os recursos arrecadados com a cobrança da CSLL 2 integram as receitas da União e são utilizados, exclusivamente, para custear as despesas da seguridade social. Dessa forma, a União não repassa um percentual do valor arrecadado aos estados e municípios.
A seguir, veremos os principais conceitos relacionados ao IRPJ e CSSL.
O IRPJ é um tributo federal, portanto, de competência da União. Estão obrigadas ao pagamento desse imposto todas as pessoas jurídicas que não possuem imunidade nem isenção tributária.  
O valor do imposto é apurado sobre o Lucro Real ou por Lucro Presumido, conforme opção feita pela empresa.
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, assim como o IRPJ, é um tributo federal, de competência da União. Estão obrigadas ao pagamento dessa Contribuição todas as Pessoas Jurídicas (PJ) e as equiparadas pela legislação do Imposto de Renda (IR).
O valor da contribuição é apurado sobre o lucro líquido do período de apuração antes da Provisão do Imposto de Renda.
Tipos de lucro
Lucro Real
Conforme estabelece o art. 6º, do Decreto-Lei Nº 1.598/77, é o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária.
Lucro Presumido
Lucro presumido pode ser conceituado como a forma de tributação simplificada que utiliza somente as receitas da empresa para determinar a base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das pessoas jurídicas que não estão obrigadas à apuração do Lucro Real.
Lucro Arbitrado
Lucro arbitrado pode ser definido como a forma de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda que, em conformidade com o art. 530, do Regulamento do Imposto de Renda (RIR), pode ser utilizado quando, por exemplo, o contribuinte obrigado à tributação com base no lucro real, mantiver escrituração imprestável,  isto é, fora dos padrões legais e normativos ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal.
Aula 2: IRPJ: Normas Gerais
Apresentação
Nesta aula trataremos, exclusivamente, do imposto que incide sobre a renda das pessoas jurídicas, apresentando a legislação que o normatiza, em especial a Constituição Federal, o Código Tributário Nacional (CTN) e a legislação ordinária do IR.
Objetivos
· Reconhecer o arcabouço conceitual do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas;
· Reconhecer a Legislação que trata do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas;
· Verificar os procedimentos necessários para a Apuração e Cálculo do IRPJ;
· Identificar o fato gerador do IR, a base de cálculo, o contribuinte, o período de apuração, o ano-calendário, bem como o pagamento do IR;
· Reconhecer as principais obrigações acessórias relativas aos tributos incidentes sobre o lucro (IRPJ e CSSL).
Premissa
Analisando a história do Imposto sobre a Renda no Brasil, podemos destacar alguns estágios, organizados cronologicamente no esquema abaixo:
Primeiro era o imposto de dividendos.
Em seguida passou a ser o imposto de vencimentos.
Depois virou o imposto sobre os lucros das profissões liberais.
E, por fim, com o formato mais próximo do atual, passou a ser considerado o imposto sobre a renda.
Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ
O imposto que incide sobre a renda das pessoas jurídicas é um imposto direto, costumeiramente, abreviado pela sigla IRPJ.
O objetivo principal do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR - é fiscal, tendo em vista que sua função precípua consiste na obtenção de recursos financeiros para a União.
Atenção
Apesar da legislação que regula o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas não definir claramente imposto e renda, é possível chegarmos a uma compreensão mediante a análise de alguns dispositivos legais.
Desta forma, fazendo a junção dos dois conceitos, pode-se dizer que o Imposto que incide sobre a Renda das Pessoas Jurídicas consiste no valor descontado do lucro das empresas, ou seja, no percentual de renda que as empresas são obrigadas a destinar para a União.
Para uma melhor compreensão do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicasfaz-se necessário relembrar dois conceitos importantes: imposto e renda.
AD: Ícone preto e branco de um livro.
Imposto, conforme define o art. 16 do CTN, é o “tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”
Renda, a luz do inciso I, do art. 43, do CTN, é conceituada como sendo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos. Assim, em sentido amplo, pode ser interpretada não apenas como renda, mas, também, como seus proventos.
No que diz respeito à cobrança dos impostos, conforme estabelece o § 1º, do art. 145, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:
AD: Ícone preto e branco de um livro.
Art. 145 - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Estão obrigadas ao pagamento do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas, que será apurado sobre o Lucro Real ou por Lucro Presumido, conforme opção feita pela empresa, todas as pessoas jurídicas que não possuem imunidade nem isenção tributária.
O Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas é normatizado, em especial, pela Constituição Federal, pelo Código Tributário Nacional (CTN) e a pela Lei ordinária do IR.
A seguir analisaremos a legislação que normatiza o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ.
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
Conforme determina o art. 153 1 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR - é um tributo federal, de competência da União, que incide sobre a renda das pessoas físicas e jurídicas.
Atenção
Vale destacar que, segundo estabelece o § 2º do referido artigo, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, além de obedecer aos princípios constitucionais tributários, deve atender aos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei, incidindo, assim, sobre todas as espécies de rendas e proventos de qualquer natureza, auferidos por todas as pessoas jurídicas.
Os princípios:
1
Princípio da generalidade
De acordo com o princípio da generalidade toda e qualquer renda ou provento deve ser tributado nos termos fixados na lei, ou seja, todas as pessoas que auferiram renda irão se submeter à imposição tributária.
2
Princípio da universalidade
O princípio da universalidade determina que o Imposto de Renda deva ser cobrado de todos os que auferirem renda, nos limites e condições estabelecidos na lei, independentemente de onde os rendimentos foram auferidos, sem fazer distinção de nacionalidade, sexo, cor, profissão, religião etc.
3
Princípio da progressividade
E, por fim, pelo princípio da progressividade o Imposto de Renda deve ser graduado por faixas de renda, recaindo as alíquotas mais elevadas sobre as maiores faixas de renda, isto é, a alíquota do tributo aumenta, na medida em que aumenta a base de cálculo.
Código Tributário Nacional – CTN
A Lei No 5.172, de 25 de outubro de 1966, denominada Código Tributário Nacional, instituiu as normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. No referido dispositivo legal, o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR é tratado, especificamente, na Seção IV, nos Art. 43, 44 e 45.
AD: Ícone preto e branco de um livro.
No art. 43, além da competência para instituir o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, o CTN determinou o fato gerador.  
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.§ 1  A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. § 2  Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo.
Em seu art. 44, o CTN estabelece a base de cálculo para o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR.
Art. 44 - A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis.
No art. 45, o CTN apresentou o contribuinte do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.
Art. 45 - Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. 
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.
Legislação ordinária do IR
Decreto No 9.580 , de 22.11.2018, conhecido como Regulamento do Imposto de Renda, mais precisamente como RIR/99, regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.
Saiba mais
No Regulamento do Imposto de Renda - o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas, em especial temas como contribuintes e responsáveis, domicílio fiscal, determinação da base de cálculo, período de apuração e pagamento, é tratado no Livro II, parte I, nos artigos 158 a 675.
Procedimentos necessários para a apuração e cálculo do IRPJ
Fato gerador
Conforme preceitua o art. 114 3, do CTN, fato gerador pode ser definido como a situação prevista em lei, necessária e suficiente à sua ocorrência, ou seja, é aquela situação definida em lei que determina o nascimento da obrigação tributária.
Especificamente, quanto ao IRPJ 4, conforme estabelecido no art. 43 5, do CTN, o fato gerador é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, e de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda.
Enquanto a aquisição da disponibilidade econômica ocorre pelo efetivo recebimento da renda, isto é, pelo regime de caixa, a aquisição da disponibilidade jurídica se constitui com o direito de receber a renda, portanto, pelo regime de competência.
Base de cálculo do IRPJ
Base de cálculo é o valor do fato gerador do tributo, isto é, o valor da renda ou dos proventos, contido na norma que descreve a hipótese de incidência tributária, haja vista que, quando a lei institui o tributo, sempre se refere a uma realidade economicamente quantificável. 
Corroborando com o art. 44 do CTN, o art. 219 do RIR/99 6, estabelece que a base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ - é o montante real 7, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis.
Contribuinte do IRPJ
Contribuinte é toda pessoa física ou jurídica que, em decorrência da lei, tenha o dever legal de efetuar o pagamento do tributo.
De acordo com o art. 45 8, do CTN, o contribuinte do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ é o titular da disponibilidade econômica ou jurídica de renda.
O REGULAMENTO DO Imposto de Renda (RIR/18), no Capítulo 3 – Seção I , apresenta como contribuintes do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ, as pessoas jurídicas e as empresas individuais.
Ano-calendário do IRPJ
Ano-calendário pode ser entendido como o ano anterior ao exercício atual.
No âmbito do Imposto de Renda, o ano-calendário é também denominado de ano-base, o qual corresponde ao período de 12 meses, mais precisamente, de 1º de janeiro a 31 de dezembro,período no qual foram efetuados os registros dos rendimentos e das despesas do contribuinte, ou seja, em que foi apurado o resultado. 
De acordo com o Decreto-lei nº 1.371/74, que também regulamenta o Imposto de Renda, todas as empresas, independente de seu exercício social, são obrigadas a apresentarem declaração anual correspondente ao ano-calendário de doze meses consecutivos, contados de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano.
Período de apuração do IRPJ
Período de apuração pode ser definido como o espaço de tempo em que, tendo sido concluído o fato gerador, se determina o resultado. O período de apuração, conforme determinam a Lei 9.430/96 e o RIR/99, é trimestral.
Desta forma, seu encerramento ocorre quatro vezes durante o ano, nos dias 31/03, 30/06, 30/09 e 31/12. 
Em obediência ao art. 217 do RIR/18, com exceção dos casos de incorporação, fusão ou cisão e de extinção da pessoa jurídica, todas as pessoas jurídicas que estão obrigadas ao recolhimento do Imposto sobre a Renda, devem efetuar a apuração trimestral, determinada com base no lucro real, presumido ou arbitrado.
Assim, como regra, o imposto sobra a Renda da Pessoas Jurídicas – IRPJ – é determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, trimestralmente, com base no resultado apurado pela empresa. Contudo, a legislação tributária permite que as empresa que fazem a apuração do lucro pela modalidade Lucro Real, possam apurar o imposto trimestral ou anualmente.
Pagamento trimestral do IRPJ
O pagamento do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ -, em regra, deve ser efetuado trimestralmente. 
Todavia, conforme determinado no art. 222 11 do RIR/99, as pessoas jurídicas, sujeitas à tributação com base no Lucro Real, podem escolher entre efetuar o pagamento do Imposto trimestral ou mensal.
Atenção
Quando a empresa opta pelo pagamento mensal, o valor do imposto deve ser determinado sobre a base de cálculo estimada, ou seja, com base no faturamento bruto de cada mês. E, assim, no final de cada ano será apurado o resultado para calcular o valor efetivo do Imposto devido, para que as compensações necessárias sejam efetuadas.
Aliquotas
Alíquota do IRPJ significa o percentual que será aplicado sobre a base de cálculo para apurar o valor do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas. 
Conforme determina o art. 225 do RIR/18, desde o ano-calendário de 1996, a alíquota para pagamento do IRPJ com base no lucro real, presumido ou arbitrado, é de 15% sobre o lucro apurado, com adicional de 10% sobre a parcela do lucro que exceder a R$20.000,00, apurada mensalmente.
Desta forma, a alíquota do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ -, obedecendo ao critério da progressividade, varia entre 15% e 25%, a depender do resultado obtido pela empresa, isto é, do lucro apurado.
Principais obrigações acessórias relacionadas ao IRPJ
· A obrigação tributária, conforme estabelece o art. 11313 do CTN, classifica-se em principal e acessória.
· Com relação ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas, a obrigação principal é o pagamento do IRPJ.  
· Quanto às obrigações acessórias, que corresponde à obrigação de preparar e entregar à Receita Federal algumas informações, podemos citar a escrituração e a elaboração de declarações e de demonstrativos.
Escrituração
As pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real, obedecendo à legislação comercial e fiscal, devem manter escrituração contábil nos livros:
1. Diário
2. Razão
3. Registro de inventário
4. Registro de entradas (compras)
5. Apuração do Lucro Real
6. Registro permanente de estoque
7. Movimentação de Combustíveis
Saiba mais
No caso das sociedades empresárias sujeitas a acompanhamento econômico-tributário diferenciado, conforme estabelece a Instrução Normativa nº 787/07 da RFB, é obrigatória, para fins fiscais e previdenciários, a Escrituração Contábil Digital (ECD), que constitui parte integrante do Sistema Público de Escrituração Digital – SPED.
Aula 3: Lucro Real: Aspectos Geral e Opões de Tributação
Apresentação
Nesta aula, você conhecerá as diversas formas de lucros - Lucro Bruto, Lucro Operacional, Lucro Líquido do Exercício, Lucro Inflacionário, Lucro Presumido ou Estimado, Lucro Arbitrado e Lucro Real, bem como a legislação que normatiza o Lucro Real. Além disso, você identificará as opções de tributação do Lucro Real. Por fim, verificará os procedimentos necessários para a Apuração e Cálculo do Lucro Real.
Objetivos
· Reconhecer o arcabouço conceitual das diversas formas de lucro;
· Reconhecer a legislação que trata do Lucro Real;
· Identificar as opções de tributação do Lucro Real;
· Verificar os procedimentos necessários para a Apuração e o Cálculo do Lucro Real.
Lucro Bruto
O Lucro Bruto pode ser definido como a receita líquida deduzida dos custos de produção.
Com a apuração do lucro bruto é possível demostrar a lucratividade das operações da empresa, no momento em que ainda não foram consideradas as despesas administrativas, comerciais e operacionais.
Pode-se dizer que é uma espécie de lucro sobre os resultados que se apura antes dos impostos.
AD: Ícone preto e branco de um livro.
Art. 290. Será classificado como lucro bruto o resultado da atividade de venda de bens ou serviços que constitua objeto da pessoa jurídica.
Parágrafo único. O lucro bruto corresponde à diferença entre a receita líquida das vendas e serviços (art. 280) e o custo dos bens e serviços vendidos.
	Demonstração do Lucro Bruto
	
	X0
	X1
	
	200.000
	300.000
	(-) Deduções
	10.000
	15.000
	Receita Líquida
	190.000
	285.000
	(-) Custo dos bens e serviços
	50.000
	95.000
	Lucro Bruto
	140.000
	190.00
Lucro Operacional
O Lucro Operacional pode ser conceituado como sendo o resultado operacional das atividades da empresa.
Pode ser definido como a receita líquida deduzida dos custos de produção e das despesas operacionais.
Analisando o Lucro Operacional é possível conhecer a capacidade de geração de resultados da empresa, isto é, o potencial das atividades operacionais da empresa de gerar riqueza.

Fonte: Por CHARAN RATTANASUPPHASIRI / Shutterstock
Art. 289. Será classificado como lucro operacional o resultado das atividades, principais ou acessórias, que constituam objeto da pessoa jurídica.
Parágrafo único. A escrituração do contribuinte, cujas atividades compreendam a venda de bens ou serviços, deve discriminar o lucro bruto, as despesas operacionais e os demais resultados operacionais.
	Demonstração do Lucro Operacional
	
	X0
	X1
	Receita Bruta
	200.000
	300.000
	(-) Deduções
	10.000
	15.000
	Receita Líquida
	190.000
	285.000
	(-) Custo dos bens e serviços
	50.000
	95.000
	Lucro Bruto
	140.000
	190.00
	(-) Despesas Operacionais
	
	
	De Vendas
	18.000
	25.000
	Administrativas
	27.000
	31.000
	Financeiras
	5.000
	9.000
	Lucro Operacional
	90.000
	125.000
Lucro Líquido do Exercício
O Lucro Líquido do Exercício pode ser definido como o resultado que restar depois de deduzidas as despesas não operacionais e as participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias. Conforme definido no art. 259 do RIR/18, o Lucro Líquido do período de apuração é a soma algébrica do lucro operacional, dos resultados não operacionais e das participações.
Atenção
É importante ressalvar que na determinação do Lucro Líquido do Exercício deverão ser observados os preceitos da lei comercial.
	Demonstração do Lucro Líquido do Exercício
	
	X0
	X1
	Receita Bruta
	400.000
	600.00
	(-) Deduções
	10.000
	15.000
	Receita Líquida
	390.000
	585.000
	(-) Custo dos bens e serviços
	50.000
	95.000
	Lucro Bruto
	340.000
	190.00
	(-) Despesas Operacionais
	200.000
	300.000
	De Vendas
	10.000
	15.000
	Administrativas
	140.000
	190.000
	Financeiras
	50.000
	95.000
	Lucro Operacional
	140.000
	190.000
	(-) Despesas não Operacionais
	30.000
	50.000
	Lucro antes do IR
	110,000
	140.000
	(-) Provisão Imposto de Renda¹
	16.500
	21.000
	Lucro Líquido
	93.500
	119.000
¹ Alíquota utilizada: 15%
Lucro Inflacionário
O Lucro Inflacionário, conforme estabelece o art. 21 da Lei 7.799/89, podeser conceituado como o saldo credor da correção monetária de balanços, diminuído da diferença positiva entre a soma das despesas financeiras com as variações monetárias passivas e a soma das receitas financeiras com as variações monetárias ativas.  
AD: Ícone preto e branco de um livro.
Art. 21 da Lei 7.799/89
Art. 21. Considera-se lucro inflacionário, em cada período-base, o saldo credor da conta de correção monetária ajustado pela diminuição das variações monetárias e das receitas e despesas financeiras computadas no lucro líquido do período-base.
§ 1º O ajuste será procedido mediante a dedução, do saldo credor da conta de correção monetária, de valor correspondente à diferença positiva entre a soma das despesas financeiras com as variações monetárias passivas e a soma das receitas financeiras com as variações monetárias ativas.
§ 2º Lucro inflacionário acumulado e a soma do lucro inflacionário do período-base com o saldo de lucro inflacionário a tributar transferido do período-base anterior.
§ 3º O lucro inflacionário a tributar será registrado em conta especial do Livro de Apuração do Lucro Real, e o saldo transferido do período-base anterior será corrigido monetariamente, com base na variação do valor do BTN Fiscal entre o dia do balanço de encerramento do período-base anterior e o dia do balanço do exercício da correção.
Atenção
Vale ressaltar que apesar da Correção Monetária do Balanço ter sido revogada pela Lei nº 9.249/95, ainda existe saldos acumulados de lucro inflacionário apurados até 31.12.95, que precisam ser realizados nos exercícios subsequentes.
O Lucro Presumido e o Lucro Arbitrado
Lucro presumido
Lucro presumido ou estimado pode ser conceituado como a forma de tributação simplificada que utiliza somente as receitas da empresa para determinar a base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das pessoas jurídicas que não estão obrigadas à apuração do Lucro Real. 
Lucro arbitrado
Lucro arbitrado é definido, à luz dos artigos 602 e 603 do RIR/18, como a forma de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda que pode ser utilizado pela Receita Federal nas situações em que o contribuinte obrigado à tributação com base no lucro real, mantiver escrituração imprestável, isto é, fora dos padrões legais e normativos, deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal ou fizer a opção equivocada pelo Lucro Presumido.
Conheça os artigos 602 e 603.
Lucro Real pode ser definido como a base de cálculo do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, apurada com base na escrituração contábil elaborada em conformidade com as leis comerciais e fiscais.
A legislação tributária conceitua Lucro Real como o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações.  
A seguir analisaremos a legislação que normatiza o Lucro Real, bem como os procedimentos necessários para a apuração e cálculo do Lucro Real. Veremos também as pessoas jurídicas obrigadas à apuração do lucro real.  
Dentre as diversas normas que regulamentam o Lucro Real podemos citar:
AD: Ícone preto e branco de um livro.
· Decreto-Lei nº 1.598/77;
· Lei nº 9.718/98;
· Decreto nº 9.580/2018, mais conhecido como Regulamento do Imposto de Renda - RIR.
A definição e composição do Lucro Real encontram-se no art. 6º do Decreto-Lei nº 1.598/77, e no art. 258 do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/18, conheça esses artigos. conheça esses artigos.
Saiba mais
O art. 14 da Lei 9.718/98, atualizado pela Lei nº 9.430/96, Lei nº 10.637/02 e Lei nº 12.249/10, elenca as pessoas jurídicas que estão obrigadas à apuração do lucro real.
Apuração do Lucro Real
De acordo com a legislação tributária, as pessoas jurídicas que fizerem a opção do recolhimento do Imposto sobre a Renda com base no lucro real devem apurar o Imposto de Renda trimestral ou anualmente.
Conforme o art. 17 da IN SRF n° 93/1997, a opção pelo regime trimestral ou anual do imposto será efetuada no primeiro pagamento do imposto no ano-calendário e será irretratável para todo o ano-calendário.
Apuração trimestral: O tributo é apurado no final de cada trimestre, mais especificamente, nos dias 31/03, 30/06, 30/09 e 31/12.
Apuração anual: O tributo é apurado em 31/12 de cada ano-calendário, mas a pessoa jurídica fica obrigada a fazer antecipações mensais do IRPJ, por estimativa, que serão compensadas com o IRPJ devido, calculado na Declaração de Ajuste.
A estimativa feita para apuração anual poderá ser calculada com base nas receitas brutas e demais receitas ou com base no levantamento de balanço ou balancete de verificação para suspender ou reduzir o pagamento do imposto.
Cálculo do Lucro Real
O cálculo do Lucro Real é feito tomando-se por base o Lucro apurado antes do IRPJ 1 ajustado pelas adições, exclusões e compensações determinadas na legislação do IR.
	Demonstração
	LUCRO CONTÁBIL ANTES DO IRPJ
	
	
	(+) Adições
	
	
	(-) Exclusões
	
	
	(=) LUCCRO AJUSTADO
	
	
	(-) Compensações (até 30% do lucro ajustado)
	
	
	(=) LUCRO REAL
	
	
Atenção
Conforme determina a legislação tributária, para o cálculo do Imposto de Renda a empresa que adota o Lucro Real utilizará a alíquota de 15%.
Entretanto, quando o lucro for superior a R$240.000,00 no ano; R$60.000,00 no trimestre ou R$20.000,00 no mês, a empresa deverá recolher o adicional de 10% sobre o valor que ultrapassar.
Calculando o Imposto de Renda – Lucro Real
	1 - Apuração anual sem adicional
	LUCRO ANTES DO IRPJ
	270.00
	
	(+) Adições
	20.000
	
	(-) Exclusões
	10.000
	
	(=) LUCCRO AJUSTADO
	240.000
	
	(-) Compensações
	0¹
	
	(=) LUCRO REAL
	240.000
	
	Total IRPJ
	36.000
	
¹ Não houve prejuízo fiscal
IR= 240.000 X 15% = R$ 36.000
	2 - Apuração anual com adicional
	LUCRO ANTES DO IRPJ
	350.000
	
	(+) Adições
	30.000
	
	(-) Exclusões
	20.000
	
	(=) LUCCRO AJUSTADO
	360.000
	
	(-) Compensações
	0¹
	
	(=) LUCRO REAL
	360.000
	
	IR ( Alíquota 15%)
	54.000
	
	IR (Adicional 10%)
	12.000
	
	Total IRPJ
	66.000
	
¹ Não houve prejuízo fiscal
IR= 240.000 X 15% = R$ 36.000
Adicional: 3000,000 – 240.000 = 60.000
60.000 x 10% = 6.000
	3 - Apuração trimestral
	
	Lucro antes do IRPJ
	Alíquota 15%
	Alíquota 10%¹
	Total IRPJ
	1º Trimestre (31/03)
	40.000
	6.000
	-
	6.000
	2º Trimestre (30/06)
	30.000
	4.500
	-
	4.500
	3º Trimestre (30/09)
	80.000
	12.000
	2.000
	14.000
	4º Trimestre (31/12)
	90.000
	13.500
	3.000
	16.500
	TOTAL
	30.000
	240.000
	36.000
	41.000
¹ Cálculo do Adicional:
80.000 – 60.000 = 20.000 x 10%= 2.000
90.000 – 60.000 = 30.000 x 10%= 3.000
Aula 4: LUCRO REAL: Despesas dedutíveis e não dedutíveis e antecipações mensais em base estimada
Apresentação
O vocábulo despesa, do latim dispensa, significa ato ou efeito de despender. Em Contabilidade, despesa é conceituada como todo gasto que a empresa realiza para obtenção de uma receita. As despesas representam uma diminuição do ativo e um aumento do passivo, provocando diminuição no valor do patrimônio líquido. As despesas podem ser classificadas em operacionais e não operacionais e, especificamente no âmbito da Contabilidade Tributária, em Dedutíveis e Não Dedutíveis. As despesas operacionais são todos os gastos necessários à atividade principal da empresa, que não são computados nos custos.
Por sua vez, as despesas não operacionais são aquelas decorrentes de transações que não estão inseridas nas atividades principais, ou seja, as que não têm relação com as operações da empresa. Nesta aula, apresentaremos as Despesas Dedutíveis e Não Dedutíveis, bem como as antecipações mensais em base estimada.
Objetivos
· Reconhecer o arcabouço conceitual das Despesas Dedutíveis e Não Dedutíveis;
· Identificar as Despesas Dedutíveis e as Não Dedutíveis e antecipações mensais em base estimada;
· Verificar os procedimentos necessários para a apuração e cálculo das Despesas Dedutíveis e das Não Dedutíveis e antecipações mensais em base estimada.
Introdução

Fonte: Por ITTIGallery / Shutterstock)
Na apuração do Lucro Operacional da empresa, todos os custos e as despesas devem ser deduzidos da ReceitaLíquida de vendas ou serviços.
Entretanto, a legislação do IR determina que os custos e as despesas excluídos, que não estiverem em conformidade com os parâmetros estabelecidos na lei, devem ser adicionados ao Lucro Contábil e registrados no LALUR para apuração do Lucro Real.
Desta forma, diferentemente do Lucro Contábil, que é determinado com base nas receitas e despesas registradas na escrituração contábil, o Lucro Fiscal será determinado tomando por base, apenas, as receitas tributadas e as despesas aceitas pelo Fisco.
Sintetizando...
	ANTES DE IR E CSLL
	(+) ADIÇÕES (despesas registradas na escrituração contábil que não são aceitas pela legislação do IR e receitas tributadas que não foram contabilizadas em Receita)
	(-) EXCLUSÕES (receitas registradas na escrituração contábil que não são aceitas pela legislação do IR e despesas tributadas que não foram contabilizadas em Despesas)
	(=) LUCRO ANTES DA COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS
	(-) COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS
	(=) LUCRO TRIBUTÁVEL
Sintetizando...
	LUCRO ANTES DE IR E CSLL
	10.000
	(+) ADIÇÕES
Brindes
Juros de capital próprio recebido de controlada
	2.500
2.000
	(-) EXCLUSÕES
Receita de Dividendos recebidos de investimentos avaliados pelo Custo Gastos registrados no Diferido
	(1.500)
(2.500)
	(=) LUCRO ANTES DA COMPENSAÇÃO DE
PREJUÍZOS FISCAIS
	10.500
	(-) COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS
FISCAIS
	6.000
	(=) LUCRO TRIBUTÁVEL
	4.500
	IR devido (15% x 4.500)
	675
Assim, de acordo com a legislação tributária que normatiza o Imposto de Renda, em especial, na apuração do Lucro Real, as despesas são classificadas em Dedutíveis e Não Dedutíveis.
Despesas Dedutíveis
Despesa dedutível é toda despesa que é passível de dedução, isto é, que pode ser abatida da base de cálculo do IRPJ.
À luz do art. 311 do RIR/18, Despesa Dedutível pode ser conceituada como despesa operacional necessária à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora de receitas.
Também poderão ser deduzidas para apuração do Lucro Real, conforme dispõe o art. 6º, § 2º, § 3º e § 4º, do Decreto-Lei 1.598/77, custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações, e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido; resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido.
Por fim, poderão ser deduzidas para apuração do Lucro Real, conforme estabelece o art. 13 da Lei 9.249/95, as despesas com doações ou patrocínios para projetos culturais; para às instituições de ensino e pesquisa, bem como para as entidades civis sem fins lucrativos.
Assim, de acordo com a legislação tributária que normatiza o Imposto de Renda, em especial, na apuração do Lucro Real, as despesas são classificadas em Dedutíveis e Não Dedutíveis.
· As despesas não podem ser computadas nos custos;
· As despesas devem ser necessárias à atividade da empresa;
· As despesas devem estar devidamente comprovadas e escrituradas mediante documentação válida;
· As despesas devem ser debitadas no período-base, isto é, obedecer ao regime de competência; e, por fim,
· As despesas não podem constituir inversões de capital.
Despesas Não Dedutíveis
Despesa não dedutível pode ser definida como toda despesa que é não é passível de dedução, isto é, que não pode ser abatida.
De acordo com a legislação tributária todas as despesas que não são necessárias para a manutenção da atividade principal da empresa são consideradas não dedutíveis.
Taxativamente, conforme estabelece o art. 13, I, da Lei 9.249/95, para efeito de apuração do Lucro Real são vedadas algumas deduções, ou seja, não podem ser deduzidas para apuração do Lucro Real.
Desta forma, além das despesas mencionadas no referido artigo, todas as despesas que não se enquadrarem como necessárias para a manutenção da atividade principal da empresa não serão admitidas no cálculo do Imposto de Renda.
Antecipações mensais em base estimada
Conforme analisado na aula 3, a empresa que fizer a opção do recolhimento do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real deve apurar o Imposto de Renda trimestral ou anualmente.
Quando a empresa faz a opção pela apuração anual o Imposto é apurado em 31/12 de cada ano-calendário. Entretanto, a legislação obriga que sejam feitas antecipações mensais do IRPJ, por estimativa, que serão compensadas com o IRPJ devido, calculado na Declaração de Ajuste.
A estimativa feita para apuração anual poderá ser calculada com base nas receitas brutas e demais receitas ou com base no levantamento de balanço ou balancete de verificação para suspender ou reduzir o pagamento do imposto.
Atenção
Conforme estabelece o art. 17, da IN SRF n° 93/1997, a opção pelo regime anual do imposto, assim como no trimestral, será efetuada no primeiro pagamento do imposto no ano-calendário e será irretratável.
Cálculo da estimativa mensal
Para o cálculo do Imposto sobre a Renda por estimativa deve-se adotar os seguintes procedimentos:
Aplicar percentuais específicos sobre a receita obtida pela empresa.
Aplicar a alíquota básica do IR (15%).
Aplicar o adicional (10%), se a receita exceder ao limite.
Deduzir os incentivos fiscais.
Conforme estabelece o art. 220 do RIR/18, os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta, para fins de determinação da base de cálculo estimada são os discriminados no regulamento.
Demonstrando:
Durante o mês X, a Companhia ABC obteve uma receita bruta de Vendas de Mercadorias e Prestação de Serviços no valor, respectivamente, de R$430.000 e R$170.000.
	
	Receita
	Alíquota
	Base de cálculo
	Venda de Mercadorias
	430.000
	8%
	34.400
	Prestação de Serviços
	170.000
	32%
	54.400
	Base de Cálculo para IR
	
	
	88.800
Cálculo para apuração do IR devido com base estimada:
	
	Receita
	Alíquota
	88.800
	15%
	13.320
	Adicional (88.000 – 20.000)
68.000
	10%
	6.800
	IR MENSAL DEVIDO
	
	20.120
Valores que devem ser excluídos da base estimada
De acordo com o art. 7º da IN SRF nº 93/97, alguns valores não integram a base de cálculo do Imposto sobre a Renda por estimativa mensal. Vejamos:
Art. 7º Ressalvado o disposto no inciso I do § 9º do art. 3º, não integram a base de cálculo do Imposto de Renda mensal, de que trata esta Seção:
· IOs rendimentos e ganhos líquidos produzidos por aplicação financeira de renda fixa e de renda variável;
· As receitas provenientes de atividade incentivada, na proporção do benefício de isenção ou redução do imposto a que a pessoa jurídica, submetida ao regime de tributação com base no lucro real, fizer jus;
· As recuperações de créditos que não representem ingressos de novas receitas;
· A reversão de saldo de provisões anteriormente constituídas;
· Os lucros e dividendos decorrentes de participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição e a contrapartida do ajuste por aumento do valor de investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial;
· O imposto não cumulativo cobrado destacadamente do comprador ou contratante, do qual o vendedor dos bens seja mero depositário;
· Os juros sobre o capital próprio auferidos.
I
Os rendimentos e ganhos líquidos produzidos por aplicação financeira de renda fixa e de renda variável;
Valores que devem ser excluídos da base estimada - continuação
Conforme dispõe o parágrafo único do art. 7º, visto anteriormente, os rendimentos e ganhos de aplicação financeira serão considerados na determinação da base de cálculo do imposto de renda mensal quando não houverem sido submetidos à incidência na fonte ou ao recolhimento mensal previstos nas regras específicas de tributação a que estão sujeitos.
O referido parágrafo também determina que as receitas financeiras que não sofrem retenção na fonte, como por exemplo, juros, descontos obtidos e variação monetária ou cambial ativa, integram a base estimada.
Demonstrando...
Durante o mês X, a Companhia ABC apresentou uma receita bruta de Revendas de Mercadorias R$400.000,00; rendas de equivalência patrimonial no valor de R$30.000,00 e ganhos de capital no valor de R$20.000.
Cálculo para apuração do IR devido com exclusões:
	
	
	Alíquota
	Valor
	ReceitaBruta
	400.000
	8%
	32.000
	(+) Acréscimo a Base de Cálculo Ganhos de Capital
	20.000
	
	20.000
	Base de Cálculo
	
	
	52.000
	
	Alíquota
	Valor
	Base de Cálculo (52.000)
	15%
	7.8000
	Adicional (52.000 – 20.000)
32.000
	10%
	3.200
	IR MENSAL DEVIDO
	
	11.000
Comparação entre o cálculo pela estimativa e o cálculo pelo real
Obedecendo ao RIR/18, a pessoa jurídica que optar pela apuração anual do imposto deverá efetuar antecipações mensais e apurar o Lucro Real em 31 de dezembro de cada ano.
O pagamento mensal das referidas antecipações pode ser determinado pela estimativa ou pelo Lucro Real acumulado do período.
Vejamos:
Estimativa
Se o cálculo for pela estimativa, a apuração da antecipação mensal se dará com base na receita bruta da empresa, que somente poderá reduzir ou suspender o recolhimento das parcelas mensais do IR, se comprovar, mediante o levantamento de balancete patrimonial elaborado com esta finalidade, que o valor antecipado excede ao valor devido no determinado período.
Real
Se o cálculo for pelo recolhimento mensal com base no Lucro Real acumulado do período a apuração da antecipação mensal é feita com base no Lucro Real apurado em balancete patrimonial acumulado, elaborado pelo contribuinte mês a mês.
Ajuste de Contas
Conforme estabelece o art. 227 do RIR/18, as pessoas jurídicas sujeitas ao regime de tributação com base no Lucro Real Anual, que optaram pelo recolhimento do Imposto de Renda mensal por estimativa ou com base em balanço ou balancete de suspensão ou redução, deverão apurar o Lucro Real Anual na data de 31/12, levantando o Balanço Patrimonial e apurando o Lucro Real, mediante ajuste extra contábil no LALUR.
Assim, as antecipações mensais do Imposto sobre a Renda, por estimativa, serão compensadas com o IRPJ devido, calculado na Declaração de Ajuste.
Ocorrendo fusão, cisão, incorporação ou extinção da pessoa jurídica, a apuração 3 do Lucro Real será efetuada na data do evento.
De acordo com a legislação do IR, a empresa pode efetuar o pagamento do valor ajustado, isto é, o valor pago a menor de 3 formas:
Em janeiro do ano seguinte, apenas o valor principal;
Em fevereiro, o valor principal acrescido de juros de 1% e,
Em março, o valor principal acrescido da SELIC de fevereiro e 1%.
Tratamento Contábil
A pessoa jurídica que fizer opção pela apuração anual do imposto, após efetuar o cálculo mensal em bases estimadas, deverá efetuar o registro contábil das antecipações, mais precisamente, do Imposto Retido na Fonte.
Assim, obedecendo ao princípio da competência, os valores do Imposto de Renda recolhidos em bases estimadas devem ser contabilizados, no decorrer do ano-calendário, em conta de ativo circulante.
Demonstrando...
D – IR pago por Estimativa (Ativo Circulante)
C – Banco Conta Movimento (Ativo Circulante)
Aula 5: Lucro Presumido
Apresentação
Inseridas em um mercado altamente competitivo, conhecer a legislação tributária torna-se imprescindível para que as empresas consigam escolher o regime adequado de tributação, o que lhes possibilitará minimizar os desembolsos com impostos sem infringir a exigências impostas pelo Fisco.
Nesta aula, você compreenderá o conceito de Lucro Presumido ou Estimado e identificará as pessoas jurídicas que podem optar por ele, bem como as que estão impedidas. Além disso, você verificará a base de cálculo, as alíquotas de presunção e os procedimentos necessários para a Apuração e o Cálculo do Lucro Presumido. Por fim, identificará as principais obrigações acessórias relativas ao Lucro Presumido.
Objetivos
· Reconhecer o arcabouço conceitual do Lucro Presumido;
· Identificar as pessoas jurídicas que podem optar pelo Lucro Presumido, bem como as que estão impedidas;
· Reconhecer a base de cálculo e as alíquotas de presunção;
· Verificar os procedimentos necessários para a Apuração e o Cálculo do Lucro Presumido;
· Reconhecer as principais obrigações acessórias relativas ao Lucro Presumido.
· 
Lucro Presumido
Lucro Presumido pode ser conceituado como a forma de tributação simplificada que utiliza somente as receitas da empresa para determinar a base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das pessoas jurídicas que não estão obrigadas, no ano-calendário, à apuração do Lucro Real.
As pessoas jurídicas que puderem e optarem pelo regime de tributação com base no Lucro Presumido, em conformidade com o art. 26, da Lei 9.430/96 e art. 587 § 4º do RIR/18, manifestarão a opção com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário.
Também, nos casos em que a pessoa jurídica tiver iniciado atividade a partir do segundo trimestre, a opção deverá ser manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido relativa ao período de apuração correspondente ao início de atividade.
Pessoas Jurídicas que podem optar pelo Lucro Presumido
Conforme estabelece o art. 13, da Lei 9.718/98, podem optar pelo Lucro Presumido todas as pessoas jurídicas que não estejam obrigadas à apuração do Lucro Real, e que a receita bruta total, no ano-calendário anterior, não ultrapasse a 48 milhões de reais.
Lucro Real
Entre as diversas normas que regulamentam o Lucro Real, podemos citar as Leis 9.430/96, 9.718/98, 10.637/2002 e o Decreto nº 9.580/18, mais conhecido como Regulamento do Imposto de Renda - RIR/18.
Art. 13, da Lei 9.718/98, alterado pelo art. 7o da Lei 12.814/13
Conforme estabelece o art. 7o da Lei 12.814/13,  que alterou o caput do art. 13 e o inciso I do art. 14 da Lei nº 9.718/98, o limite de receita bruta total será de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses.
Com relação aos limites estabelecidos, a receita bruta auferida no ano anterior será considerada segundo o regime de competência ou de caixa. Desde que não esteja obrigada à apuração do lucro real, em conformidade com o art. 47, da IN SRF nº 93/97, a pessoa jurídica que, em qualquer trimestre do ano-calendário, tiver seu lucro arbitrado, também poderá optar pela tributação com base no lucro presumido, relativamente aos demais trimestres desse ano-calendário.
Pessoas Jurídicas que não podem optar pelo Lucro Presumido
Atenção
Convém ressaltar que, em conformidade com o art. 14, da Lei 9.718/98 e o art. 4º, da Lei 9.964/00, as pessoas jurídicas elencadas nos incisos I, III, IV e V poderão optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido, durante o período em que estiverem submetidas ao Programa de Recuperação Fiscal (REFIS).
As pessoas jurídicas que estão obrigadas à apuração do Lucro Real não podem optar pelo Lucro Presumido.
Pelos meus cálculos ultrapassou um pouquinho o valor legal para optar pela apuração pelo lucro presumido, mas e se eu tentar apresentar mesmo assim?
O art. 14, da Lei 9.718/98, alterado por legislações posteriores, determina as pessoas jurídicas que estão obrigadas à apuração pelo lucro real. Clique aqui e saiba quais pessoas jurídicas estão obrigadas à apuração pelo lucro real.
Também não poderão optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido, em conformidade com art. 2° da IN SRF n° 25/99, as pessoas jurídicas que exercerem atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado.
Alíquotas de presunção
A alíquota ou percentual de presunção do Lucro Presumido aplicável sobre a receita bruta depende da atividade exercida pela pessoa jurídica e encontra-se regulamentada no art. 591 do RIR/18.
Resumidamente, os percentuais determinados no art. 591 do RIR/18, são:
	Atividade
	Percentuais sobre a receita
	Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural
	1.6%
	Venda ou revenda de mercadorias ou produtos
	8%
	Transporte de cargas
	8%
	Serviços hospitalares
	8%
	Atividades imobiliárias (compra,venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis)
	8%
	Outras atividades não especificadas (exceto prestação de serviços)
	8%
	Serviços de transporte de passageiros
	16%
	Prestação de serviços em geral
	32%
	Intermediação de negócios
	32%
	Administração, locação ou cessão de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza.
	32%
	Serviços de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra (ADN COSIT 6/97).
	32%
	Serviços em geral, para os quais não haja previsão de percentual específico
	32%
	Atividades diversificadas
	Percentual correspondente a cada atividade (1,6 a 32%)
	Pessoas jurídicas prestadoras de serviços em geral cuja receita bruta anual seja de até 120.000 reais (exceto serviços hospitalares, de transporte, serviços de profissões legalmente regulamentadas)
	16%
Com relação aos percentuais estabelecidos no referido artigo 591 do RIR/18, convém destacar que a pessoa jurídica que houver utilizado o percentual de 16% para apuração da base de cálculo do imposto trimestral, cuja receita bruta acumulada até determinado mês do ano-calendário exceder o limite de 120 mil reais, ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto postergado, apurado pelo percentual de 32% em relação a cada trimestre transcorrido. A diferença deverá ser paga até o último dia útil do mês subsequente ao do trimestre em que ocorreu o excesso.
Do mesmo modo, em conformidade com a IN SRF 152/98, a pessoa jurídica que tenha como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra de venda de veículos automotores, que pratique as vendas em consignação, terá como base de cálculo o valor da diferença entre o valor de venda e o da compra.
Base de cálculo do Lucro Presumido
De acordo com o art. 44 do CTN, a base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ - é o montante da renda tributável.
 No Lucro Presumido, a base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ - e do adicional, será obtida mediante a aplicação do percentual específico, determinado pela legislação tributária, sobre a receita bruta apurada em cada trimestre.
Dica
Vale relembrar que, em conformidade com o art. 208, do RIR/18, considera-se como receita bruta o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia, com as exclusões e adições permitidas.
Desta forma, em obediência ao art. 5º, da IN SRF nº 93/97, ao art. 208 do RIR/18 e art. 4º, da Lei 11.945/09, deverão ser excluídos da receita bruta os valores referentes:
· Às vendas canceladas e às devoluções de vendas;
· Aos descontos incondicionais concedidos;II
· Aos impostos não cumulativos cobrados, destacadamente do comprador ou contratante, e dos quais o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário; e,III
· Às receitas decorrentes de valores em espécie pagos ou creditados pelos estados, Distrito Federal e municípios, relativos ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS - e ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS -, no âmbito de programas de concessão de crédito voltados ao estímulo à solicitação de documento fiscal na aquisição de mercadorias e serviços. IV
I
Às vendas canceladas e às devoluções de vendas;
Demonstrando a base de cálculo com exclusões:
	
	VALOR
	RECEITA BRUTA
	
	Receita de Vendas
	1.000.000
	( - ) DESCONTOS
	
	Desconto Comercial
	(80.000)
	( - ) DEVOLUÇÕES
	
	Devoluções de Vendas
	(120.000)
	BASE DE CÁLCULO
	800.000
De igual forma, obedecendo à referida legislação tributária, devem ser adicionados a Receita Bruta, dentre outros, os ganhos de capital, os rendimentos e os ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as receitas financeiras e a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica, bem como os resultados positivos decorrentes de receitas auferidas no mesmo período de apuração.
Demonstrando a base de cálculo com adições:
	
	VALOR
	RECEITA BRUTA
	
	Receita de Serviços
	1.000.000
	( + ) GANHO DE CAPITAL
	
	Venda do ativo permanente
	180.000
	( + ) RECEITA FINANCEIRA
	
	Juros de Mora
	220.000
	BASE DE CÁLCULO
	1.400.000
Demonstrando a base de cálculo com adições e exclusões:
	
	VALOR
	RECEITA BRUTA
	2.000.000
	Receita de Vendas
	1.000.000
	Receita de Serviços
	1.000.000
	( - ) DEVOLUÇÕES
	
	Devoluções de Vendas
	(120.000)
	( - ) DESCONTOS
	
	Desconto Comercial
	(80.000)
	( + ) GANHO DE CAPITAL
	
	Venda do ativo permanente
	180.000
	( + ) RECEITA FINANCEIRA
	
	Juros de Mora
	220.000
	BASE DE CÁLCULO
	2.200.000
Apuração e cálculo do Lucro Presumido
Conforme determina o art. 588, do RIR/18, o imposto de renda devido é trimestralmente, ou seja, será determinado por períodos de apuração trimestral.
Cálculo do Imposto e renda devido:
Cálculo do IR devido:
Alíquota 15% x 170.000 = 25.500
Adicional 10% x (170.000 – 60.000) = 11.000
IR devido = 36.500
Art. 588 - O imposto com base no lucro presumido será determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário.
Para determinação do lucro presumido será aplicado sobre a receita bruta de vendas de mercadorias e produtos, bem como dos serviços prestados, os percentuais estabelecidos pelo art. 591 do RIR/18.
Conforme determina a legislação tributária, para o cálculo do Imposto de Renda a empresa que adota o Lucro Presumido utilizará a alíquota de 15%. Entretanto, quando o lucro no trimestre for superior R$60.000,00, a empresa deverá recolher o adicional de 10% sobre o valor que ultrapassar.
Demonstrando:
	ATIVIDADES
	RECEITA BRUTA DO TRIMESTRE
	ALÍQUOTA
	BASE DE CÁLCULO
	Venda de Mercadorias
	500.000
	8%
	40.000
	Serviços
	250.000
	32%
	80.000
	Receitas Financeiras
	50.000
	100%
	50.000
	Base de Cálculo para o LUCRO PRESUMIDO
	
	
	170.000
Contabilização do imposto de renda no Lucro Presumido
Quando a pessoa jurídica opta pelo regime de tributação no Lucro Presumido, o Imposto de Renda calculado e recolhido é definitivo.
Assim, a contabilização do Imposto de Renda será da seguinte forma:
No reconhecimento da Obrigação
D - Despesa com Imposto de Renda
C - Imposto de Renda a Recolher
No pagamento da Obrigação
D - Imposto de Renda a Recolher
C - Banco Conta Movimento
Principais obrigações acessórias relativas ao lucro Presumido
De acordo com o art. 45, da Lei 8.981/95, a pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá manter:
· Escrituração contábil nos termos da legislação comercial;
· Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do ano-calendário abrangido pelo regime de tributação simplificada;I
· Em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal.III
I
Escrituração contábil nos termos da legislação comercial;
Saiba mais
Por oportuno, vale relembrar que o prazo decadencial do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza é de 5 anos.
A pessoa jurídica que, no decorrer do ano-calendário, mantiver Livro Caixa, no qual deverá estar escriturado toda a movimentação financeira, inclusive bancária, não estará obrigada a manter a escrituração contábil nos termos da legislação comercial.
Aula 6: Exclusão ao Lucro Líquido. Compensação de Prejuízos. Incentivos Fiscais
Apresentação
Conforme estabelece o art. 258 do RIR/18, o Lucro Real é o Lucro Líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações autorizadas pela legislação fiscal. O Lucro Líquido, por sua vez, em conformidade com o art. 259 do RIR/18, consistena soma algébrica do Lucro Operacional, dos resultados não operacionais e das participações.
Nesta aula, você conhecerá as exclusões ao Lucro Líquido, a compensação de prejuízos, bem como os incentivos fiscais previstos na legislação do IR. Além disso, você compreenderá o funcionamento da compensação de prejuízos não operacionais. Por fim, identificará os incentivos fiscais e os limites individuais e coletivos.
Objetivos
· Reconhecer o arcabouço conceitual das exclusões ao Lucro Líquido, da compensação de prejuízos e dos incentivos fiscais;
· Identificar os tipos de exclusões permitidas nos cálculos do IR;
· Reconhecer o funcionamento da compensação de prejuízos;
· Verificar a compensação de prejuízos não operacionais;
· Identificar os incentivos fiscais, bem como os limites individuais e coletivos.
Exclusões
O vocábulo exclusão, do latim exclusio.onis, pode ser definido tanto como o ato de excluir, quanto algo que não está incluso.  
A luz da legislação, para cômputo da base de cálculo do IR, nem todas as receitas e despesas são tributáveis, ou seja, algumas delas não podem ser incluídas.
O art. 260 do RIR/98 elenca os valores que devem ser excluídos na determinação do lucro real, dos quais podemos destacar:
· I
· II
· III
· IV
I
Os valores cuja dedução seja autorizada por este decreto e que não tenham sido computados na apuração do Lucro Líquido do período de apuração;
Os resultados, os rendimentos, as receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do Lucro Líquido que, de acordo com este decreto, não sejam computados no Lucro Real; 
III
O prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a compensação a 30% do Lucro Líquido ajustado pelas adições e exclusões.
IV
Os rendimentos e os ganhos de capital nas transferências de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária, quando auferidos pelo desapropriado;
Assim, resumidamente, dentre as exclusões previstas na legislação do IR encontram-se as receitas contabilizadas, mas não exigidas pelo Fisco, bem como as despesas que não foram contabilizadas, mas são aceitas pelo Fisco.
Receitas contabilizadas que não são exigidas pelo Fisco
Lucros e dividendos recebidos de participações societárias, tributados nas pessoas jurídicas que o distribuíram
Em Conformidade com § 1º, do art. 415, do RIR/18, para efeito de determinar o Lucro Real, os lucros e os dividendos recebidos de outra pessoa jurídica serão excluídos do Lucro Líquido, quando estiverem sujeitos à tributação nas firmas ou sociedades que os distribuíram.
Vale ressaltar que, conforme dispõe o art. 416 do RIR/98, os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurídica, em decorrência de participação societária avaliada pelo custo de aquisição, adquirida até 6 meses antes da data da respectiva percepção, serão registrados pelo contribuinte como diminuição do valor do custo e não influenciarão as contas de resultado
Resultado credor da avaliação, pela equivalência patrimonial
Conforme estabelece o art. 426 do RIR/18, a contrapartida do ajuste do valor contábil do investimento, por aumento ou redução no valor de patrimônio líquido de participações societárias em sociedades coligadas ou controladas, avaliado pelo método da equivalência patrimonial, não será computada na determinação do Lucro Real, tendo em vista que já foi tributado na empresa de origem.
Redução da mais ou menos-valia e do goodwill
Art. 422. A contrapartida da redução dos valores de que tratam os incisos II e III do caput do art. 421 não será computada para fins de determinação do lucro real, ressalvado o disposto no art. 507 (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 25).
Parágrafo único. Concomitantemente à redução, na escrituração comercial, dos valores de que tratam os incisos II e III do caput do art. 421, será mantido controle no Lalur, para fins de determinação do ganho ou da perda de capital na alienação ou na liquidação do investimento, observado o disposto no art. 507
Lucro decorrente de contratos com entidades governamentais
Segundo dispõe o art. 480, incisos I e II do RIR/18, o lucro auferido com pessoa jurídica de direito público, ou empresa sob seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, poderá ser diferido pelo contribuinte até sua realização.
Desta forma, o contribuinte poderá excluir do Lucro Líquido do período de apuração, para efeito de determinar o Lucro Real, a parcela do lucro da empreitada ou fornecimento computado no resultado do período de apuração, proporcional à receita dessas operações consideradas nesse resultado e não recebida até a data do balanço de encerramento do mesmo período de apuração
Ganho de capital obtido nas operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Semelhante às situações elencadas acima, em obediência ao art. 505 do RIR/18, Fica isento do imposto sobre a renda o ganho obtido nas operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária
Compensação de prejuízos

Fonte: Por cherezoff / Shutterstock.
A compensação de prejuízos fiscais está regulamentada no art. 35 da IN SRF nº 11/96, combinado com o art. 579, do RIR/18.
Segundo dispõe a referida legislação, na determinação do Lucro Real, poderão ser excluídos do Lucro Líquido do período de apuração o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a compensação de até, no máximo, 30% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões.
Exemplo
Demonstrando:
A empresa ABC apresentou como resultado, antes da contribuição social e do Imposto de Renda, o valor de R$800.000,00. Nesse resultado, estavam embutidos dividendos de participações avaliadas pelo custo, de R$70.000,00, e perdas com equivalência patrimonial, de R$50.000,00.
	Lucro antes da CSSL e IR
	800.000,00
	(-) Dividendos de participações
	70.000,00
	Venda ou revenda de mercadorias ou produtos
	8%
	Transporte de cargas
	8%
O prejuízo fiscal acumulado foi de R$240.000,00.
Logo, o valor da compensação do prejuízo fiscal será:
30% de 780.000,00 = 234.000,00
	Lucro Líquido Ajustado
	780.000,00
	(-) Prejuízos Fiscais Acumulados
	234.000
	Lucro Real
	546.000
Compensação de prejuízos não operacionais
Na compensação de prejuízos fiscais segregam-se as atividades em operacionais e não operacionais.
Por resultados não operacionais entendem-se aqueles que não são próprios da atividade normal da empresa, ou seja, ocorrem esporadicamente, como, por exemplo, os resultados decorrentes da alienação de bens do ativo permanente.
O art. 36 da IN SRF nº 11/96, dispõe sobre a compensação dos prejuízos não operacionais. Dentre as principais determinações destacam-se:
1. Os prejuízos não operacionais somente poderão ser compensados, nos períodos-base subsequentes ao de sua apuração, com lucros de mesma natureza, observado o limite de 30%.
2. Os resultados decorrentes da alienação de bens ou direitos do ativo permanente são considerados como não operacionais.
3. O resultado não operacional será igual à diferença, positiva ou negativa entre valor pelo qual o bem ou o direito houver sido alienado e o seu valor contábil.
4. Os resultados não operacionais de todas as alienações ocorridas durante o período-base deverão ser apurados englobadamente entre si.
5. No período-base de ocorrência, os resultados não operacionais, positivos ou negativos, integrarão o lucro real.
Demonstrando...
Convém ressalvar que a separação em prejuízos não operacionais e em prejuízos das demais atividades somente será exigida se, no período, forem verificados, cumulativamente, resultados não operacionais negativos e lucro real negativo, ou seja, se tiver ocorrido prejuízo fiscal.
Incentivos fiscais

Fonte: Por violetkaipa / Shutterstock).
Os incentivos fiscais decorrentes do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas (IRPJ) estão regulamentados nas Instruções Normativas da Secretaria da Receita Federal nº 11/96 e nº 267/02.  
A dedução dos incentivos fiscais aplica-se, exclusivamente, sobre o imposto devido pelas pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Real.
Os limites de deduçãodos incentivos fiscais são calculados com base no imposto, à alíquota de 15%. O adicional de 10% do imposto de renda não será computado.
DEMONSTRANDO COM ATIVIDADE CUJO INCENTIVO É ATÉ 4%:
	Despesa com o PAT
	100.000
	Alíquota do TRPJ
	15%
	Valo do Incentivo
	15.000
	Limite
	4% do imposto devido
	IRPJ
	375.000
	4% de 375.000
	15.000
Para o cálculo do limite desta dedução, segundo determina o § 4° do art. 16 da Lei n° 9.430/96 e o art. 14 da IN SRF n° 38/98, deverá ser excluída, do Imposto de Renda Devido, a parcela do imposto correspondente a lucros, rendimentos ou ganhos de capital auferidos no exterior.
Conforme determina o art. 9º, I, da IN SRF 11/96, a pessoa jurídica poderá deduzir, para efeito de pagamento do Imposto de Renda o valor dos incentivos fiscais de dedução do imposto relativos ao Programa de Alimentação do Trabalhador, às Doações aos Fundos da Criança e do Adolescente, às Atividades Culturais ou Artísticas e Atividade Audiovisual, observados os limites e prazos previstos na legislação.
Programa de alimentação do trabalhador
O Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT - foi instituído pela Lei nº 6.321/76 e regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991, que priorizam o atendimento aos trabalhadores de baixa renda, isto é, aqueles que ganham até 5 salários mínimos mensais.
 Fonte: Por Marchie / Shutterstock
Para encontrar o valor do incentivo ao PAT que será deduzido diretamente do IRPJ, a empresa deverá observar as seguintes regras:
1) Aplicação da alíquota de 15% sobre a soma das despesas com Alimentação; e
2) Número de refeições fornecidas no período multiplicado por R$0,2985, isto é, 15% de R$1,99.
Após analisar as duas regras mencionadas, a empresa poderá escolher para o cálculo do incentivo do PAT o menor dos dois valores encontrados.
O limite máximo de dedução permitida é de 4% do Imposto de Renda devido, sem a inclusão do adicional.
Todavia, vale ressaltar que a parcela excedente a este limite poderá ser deduzida do imposto devido em períodos de apuração subsequentes, observado o prazo máximo de 2 anos-calendário subsequentes àquele em que ocorreram os gastos.
Obedecendo ao art. 7º da referida Instrução Normativa, a pessoa jurídica deverá destacar contabilmente, com subtítulos por natureza de gastos, as despesas constantes do PAT.
Doações para o fundo da criança e do adolescente

Fonte: Por Anelina / Shutterstock.
O valor total das doações efetuadas aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente, na esfera federal, estadual ou municipal, desde que devidamente comprovado, poderá ser deduzido do Imposto de Renda das pessoas jurídicas devido em cada período de apuração, vedada a dedução como despesa operacional na determinação do Lucro Real e da base de cálculo da contribuição social sobre o Lucro Líquido.
Conforme estabelece o § 4° do art. 3° da Lei n° 9.249/95, o limite máximo de dedução permitida é de 1% do imposto devido.
Conforme determina o art. 9º, I, da IN SRF 11/96, a pessoa jurídica poderá deduzir, para efeito de pagamento do Imposto de Renda o valor dos incentivos fiscais de dedução do imposto relativos ao Programa de Alimentação do Trabalhador, às Doações aos Fundos da Criança e do Adolescente, às Atividades Culturais ou Artísticas e Atividade Audiovisual, observados os limites e prazos previstos na legislação.
Saiba mais
Vale destacar que, segundo determina o § 3º do art. 12, da IN SRF n° 267/02, a pessoa jurídica poderá doar bens, devendo, entretanto, comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil; considerar como valor dos bens doados o valor contábil; e, por fim, proceder à baixa dos bens doados na escrituração comercial.
Doações às atividades culturais ou artísticas

Fonte: Por Rawpixel.com / Shutterstock.
Conforme estabelece o art. 15 da IN SRF nº 267/02, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido as quantias efetivamente realizadas no período de apuração a título de doações ou patrocínio, tanto mediante contribuições ao Fundo Nacional de Cultura (FNC), quanto mediante apoio direto a projetos.
Contribuições destinadas às atividades culturais e artísticas são aceitas pelo Fisco. 1
Saiba mais
Os projetos culturais devem ser previamente aprovados pelo Ministério da Cultura (MinC) e, no caso específico das obras cinematográficas e videofonográficas, devem ser aprovados, também, pela ANCINE. Em conformidade com a referida IN SRF, o limite máximo de dedução permitida é de 4% do imposto devido, sendo vedada a dedução da parcela excedente a este limite do imposto devido em períodos de apuração posteriores. O valor das doações ou patrocínios às atividades culturais ou artísticas, também, não poderão ser deduzido como despesa operacional.
Doações às atividades audiovisuais
Segundo determina o art. 1ºA, da Lei 11.437/06, até o ano-calendário de 2016, inclusive, as pessoas jurídicas poderão deduzir do imposto de renda devido as quantias referentes ao patrocínio à produção de obras cinematográficas brasileiras de produção independente, cujos projetos tenham sido previamente aprovados pela ANCINE.
 Fonte: Por Rawpixel.com / Shutterstock.
O limite máximo de dedução permitido relativo a investimentos em atividade audiovisual é de 4% do imposto devido.
De acordo com o art. 39, da IN SRF N 3º 267/02, a dedução poderá ser efetuada no imposto apurado mensalmente, por estimativa, no trimestre ou no ano, mediante ajuste anual.
Para as pessoas jurídicas que efetuarem os recolhimentos mensais por estimativa, o valor investido poderá ser deduzido do imposto devido no mês em que foi aplicado, podendo o excedente ser deduzido nos meses subsequentes, até dezembro do mesmo ano-calendário.
Na apuração trimestral, a dedução corresponderá somente ao valor dos investimentos efetuados dentro do respectivo trimestre de apuração.
Vale ressaltar que se o valor do incentivo deduzido durante o período de apuração for superior ao calculado com base no imposto devido no ajuste anual, a diferença deverá ser recolhida no mesmo prazo fixado para o pagamento da quota única do imposto.
Desenvolvimento tecnológico industrial / agropecuário
Conforme estabelecem os Decreto n° 96.760/88 e n° 949/93, a pessoa jurídica titular de Programa de Desenvolvimento Tecnológico Industrial – PDTI - ou Programa de Desenvolvimento Tecnológico Agropecuário – PDTA -, nos termos do poderá deduzir do imposto devido o valor equivalente ao resultado da aplicação da alíquota de 15% sobre o total dos dispêndios realizados em atividades de desenvolvimento tecnológico no período de apuração, observados os limites permitidos.

Fonte: Por metamorworks / Shutterstock).
O limite máximo de dedução do Imposto de Renda não poderá exceder, isoladamente, a 4% do Imposto de Renda Devido.
Incentivos fiscais a pessoa jurídica pode receber segundo art. 17 da Lei 11.196/05. 2
Atenção
Vale ressaltar que o incentivo aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente não está submetido à limitação global, quando utilizado em conjunto com os demais incentivos fiscais.
Aula 7: Contribuição Social sobre o Lucro: Aspectos Conceituais
Apresentação
A Contribuição Social sobre o Lucro das pessoas jurídicas – CSSL -, também denominada Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL - é um tributo de competência exclusiva da União Federal, prevista no art. 149 da Constituição da República Federativa do Brasil. Nesta aula, você conhecerá o conceito da CSLL, bem como a legislação que a regulamenta. Além disso, você compreenderá a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL - e, por fim, identificará o contribuinte e as alíquotas.
Objetivos
· Reconhecer o arcabouço conceitual da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;
· Reconhecer a legislação que trata da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;
· Identificar a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;
· Identificar o contribuinte e as alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL.
Aspectos conceituais da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
O vocábulocontribuição, originário do latim contribuo, significa contribuir, cooperar, concorrer para a realização de um fim.
A Contribuição Social Sobre o Lucro – CSSL - ou, como é mais conhecida, Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – CSLL - é um tributo de competência exclusiva da União Federal.
pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas, domiciliadas no país.
Conforme estabelece o art. 12, I, do Decreto nº 3.048/99, as entidades sem fins lucrativos que não se enquadrem na imunidade ou isenção devem apurar a base de cálculo e a CSLL devida nos termos da legislação comercial e fiscal.
Também estão sujeitas ao pagamento da CSLL as associações de poupança e empréstimo, haja vista que são isentas, apenas, do imposto sobre a renda.
Vale ressaltar que, as entidades fechadas de previdência complementar são isentas da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, bem como são isentas de contribuição para a seguridade social às entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Atenção
A CSSL, assim como o Imposto sobre a Renda, é um tributo que tem como fato gerador o lucro, isto é, que incide sobre o lucro das pessoas jurídicas. Desta forma, no que for pertinente, aplicam-se também à CSLL as disposições da legislação do Imposto sobre a Renda referentes à administração, ao lançamento, à consulta, à cobrança, às penalidades, às garantias, bem como ao processo administrativo.
Legislação que trata da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Dentre as diversas normas que regulamentam a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – CSSL - podemos citar a Constituição da República Federativa do Brasil (art. 149 e 195), a Lei nº 7.689/88 e a Lei nº 8.981/95.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 trata da competência da União para instituir a contribuição social em seu artigo 149.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts.
146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Conforme pode ser observado, no art. 195 da CF/88, a CSSL tem como finalidade precípua custear a seguridade social.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro (grifo nosso);
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
Lei  nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988
A contribuição social sobre o lucro - CSSL - das pessoas jurídicas foi instituída em 1988, mediante a Lei nº 7.689.
Segundo determina o art. 1º, da referida Lei, a CSSL tem como objetivo financiar a seguridade social.
Art. 1º Fica instituída contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas, destinada ao financiamento da seguridade social.
Art. 2º A base de cálculo da contribuição é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o imposto de renda.§ 1º Para efeito do disposto neste artigo:
a) será considerado o resultado do período-base encerrado em 31 de dezembro de cada ano;
b) no caso de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, a base de cálculo é o resultado apurado no respectivo balanço;
Lei  nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988
c) o resultado do período-base, apurado com observância da legislação comercial, será ajustado pela:
1. exclusão do resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido;
2. exclusão dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computado como receita;
3. (Revogado pela Lei nº  7.856, de 1989)
4. adição do resultado negativo da avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido.
§ 2º No caso de pessoa jurídica desobrigada de escrituração contábil, a base de cálculo da contribuição corresponderá a 10% da receita bruta auferida no período de 1º janeiro a 31 de dezembro de cada ano, ressalvado o disposto na alínea b do parágrafo anterior.
Lei  nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988
No art. 3º ficam definidas as alíquotas da contribuição social.
Art. 3º A alíquota da contribuição é de:
I - 15% no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das referidas nos incisos I a VII, IX e X do § 1º do art. 1º da Lei nº 105/2001; e
II - 9% no caso das demais pessoas jurídicas. E, por fim, dentre outros aspectos que a referida lei preceitua, no art. 4º são identificados os contribuintes da CSSL.
Art. 4º São contribuintes as pessoas jurídicas domiciliadas no país e as que lhes são equiparadas pela legislação tributária.
Lei  nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995
A Lei nº 8.981/95 altera a legislação e tributária Federal e em seu art. 57, determina que as pessoas jurídicas sujeitas ao recolhimento da contribuição social devem observar as mesmas regras do Imposto de Renda.  
Art. 57. Aplicam-se à Contribuição Social sobre o Lucro  as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive no que se refere ao disposto no art. 38, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor, com as alterações introduzidas por esta Lei.
§ 1º Para efeito de pagamento mensal, a base de cálculo da contribuição social será o valor correspondente a 10% do somatório:
a) da receita bruta mensal;
b) das demais receitas e ganhos de capital;
c) dos ganhos líquidos obtidos em operações realizadas nos mercados de renda variável;
d) dos rendimentos produzidos por aplicações financeiras de renda fixa.
§ 2º No caso das pessoas jurídicas de que trata o inciso III do art. 36, a base de cálculo da contribuição social  corresponderá ao valor decorrente da aplicação do percentual de nove por cento sobre a receita bruta ajustada, quando for o caso, pelo valor das deduções previstas no art. 29. 
§ 3º A pessoa jurídica que determinar o Imposto de Renda a ser pago em cada mês com base no lucro real (art. 35), deverá efetuar o pagamento da contribuição social sobre o lucro, calculando-a com base no lucro líquido ajustado apurado em cada mês.
§ 4º No caso de pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro real, a contribuição determinada na forma dos §§ 1º a 3º será deduzida da contribuição apurada no encerramento do período de apuração.
Base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
base de cálculo da CSLL, segundo dispõe o art. 2º da Lei 7.689/88, é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o Imposto de Renda.
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Fonte: Por Natee Meepian / Shutterstock.
1) Art. 2º A base de cálculo da contribuição é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o imposto de renda.
Art. 2º A base de cálculo da contribuição é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o imposto de renda.
§ 1º Para efeito do disposto neste artigo:
a) será considerado o resultado do período-base encerrado em 31 de dezembro de cada ano;
b) no caso de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, a base de cálculo é o resultado apurado no respectivo balanço;
c) o resultado do período-base, apurado com observância da legislação comercial, será ajustado pela:2. exclusão

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