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GRUPO TERAPÊUTICO DE ESCUTA PARA PACIENTES COM TRANSTORNOS ALIMENTARES

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Andreia Alves de Carvalho
Sabrina Luisa Magioni Guarda
GRUPO TERAPÊUTICO DE ESCUTA PARA PACIENTES COM TRANSTORNOS
ALIMENTARES
Palmas - TO
2021
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Andreia Alves de Carvalho1
Sabrina Luisa Magioni Guarda2
GRUPO TERAPÊUTICO DE ESCUTA PARA PACIENTES COM TRANSTORNOS
ALIMENTARES
Projeto de intervenção referente à composição da
nota da AS da disciplina de Processos Grupais.
Orientador: Prof. Me.Sonielson Sousa
Palmas - TO
2021
2 acadêmica de Psicologia - e-mail: sabrinamagioni@rede.ulbra.br
1 acadêmica de Psicologia - e-mail: andreiacarvalho@rede.ulbra.br
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Resumo
Os transtornos alimentares (TA) são caracterizados por perturbações
comportamentais relacionadas aos hábitos alimentares capazes de desencadear
manifestações físicas, sociais e emocionais graves, com alto nível de letalidade. No
presente contexto mundial, ocorre um crescimento na existência dos TA, sendo
recomendado a aplicação de novas terapêuticas, como o Mindful Eating, que
ampara os pacientes na libertação de pensamentos problemáticos e maléficos à
saúde. Este trabalho tem como objetivo propor um grupo terapêutico de escuta e
acolhimento de pacientes com transtornos alimentares sobre a indicação da técnica
do Mindfulness.
Palavras-chave: Transtornos alimentares; Mindful Eating; Mindfulness; Grupo
terapêutico.
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Sumário
1 Introdução …………..……………………………………………………....…………… 4
2 Problema ……………………………………………………………...…………………. 5
3 Justificativa …………………………………………………………………………….… 5
4 Objetivos …………………………………………………………………………………. 5
4.1 Objetivo geral …………………………………………………………………… 5
4.2 Objetivos específicos ………………………………………………….……….. 5
5 Revisão da literatura ……………………………………………………………….…… 6
5.1 Sobre Grupos Terapêuticos……………………………………………………..6
5.2 Público Alvo……………………………………………………………………….6
5.3 Mindfulness…………………………………………………….………………….7
6 Metodologia ………………………..………………………………………………….…. 7
7 Cronograma ………………………………………………………………………..….… 7
8 Recursos necessários ……………………………………………………..……....…… 7
9 Resultados esperados ……………………………………………..…………………… 7
10 Referências bibliográficas ………………………………………………………..…… 8
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1 Introdução
Os transtornos alimentares (TA) são distúrbios psiquiátricos caracterizados por
alterações do padrão alimentar e por distorções referente ao peso corporal e ao
relacionamento com os alimentos, resultando em efeitos adversos sobre o estado
nutricional determinadas por graves alterações do hábito alimentar e que aflingem,
na sua maior parte, adolescentes e adultos jovens do sexo feminino, sendo capaz
de ocasionar agravos biológicos, psicológicos e aumento da morbidade e
mortalidade. Os dois principais tipos de transtorno alimentar, são a anorexia e a
bulimia nervosa. Essas duas doenças estão diretamente associadas por manifestar
determinados sintomas em comum: distorção da imagem corporal, preocupação
excessiva com o peso e um medo excessivo de engordar, uma vez que, os
transtornos alimentares são estabelecidos por uma variedade de fatores biológicos,
psicológicos, genéticos, familiares e socioculturais que interagem mutuamente para
ocasionar e prolongar a doença.
As sociedades vivem na atualidade segundo o padrão da magreza e da boa
forma física, cujo ideal se condena principalmente para as mulheres, nas quais a
aparência física simboliza uma marcante base de valor pessoal. Visto que o padrão
de magreza apontado é uma inviabilidade biológica para a maior parte das
mulheres, a insatisfação corporal vem se tornando cada vez mais frequente,
gerando um campo produtivo para o desenvolvimento dos transtornos alimentares.
Compreendendo-se que os transtornos alimentares afligem um número
progressivo de pessoas em todo mundo, o atual trabalho teve como finalidade
executar uma revisão acerca da doença e de seu seguimento na saúde e qualidade
de vida dos sujeitos afetados, de modo a informar quanto a seriedade dos
transtornos alimentares e da importância de aplicação de ações preventivas, como
por exemplo o Mindful Eating que pode ser válido na diminuição e no alívio do
estresse referente ao comer excessivo, na redução do estresse psicológico e no
aumento do bem estar, auxiliar na redução da compulsão alimentar e de outros
sintomas de transtornos alimentares.
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2 Problema
De que forma o grupo terapêutico pode auxiliar na adesão ao tratamento,
transpor as dificuldades e minimizar o sofrimento dos pacientes em tratamento de
transtornos alimentares.
3 Justificativa
Esse projeto se justifica no âmbito pessoal considerando que as acadêmicas
envolvidas na sua elaboração vislumbraram importância no estudo dos transtornos
alimentares com a proposta de um grupo terapêutico para acolhimento e para
minimizar o sofrimento dos envolvidos.
No âmbito acadêmico, a aplicação do grupo terapêutico nessa temática é
importante, uma vez que, possibilitará aos estudantes de psicologia a análise dos
transtornos alimentares com a aplicação de técnicas e pressupostos usados na
psicologia para minimizar o sofrimento de quem é acometido por essa patologia.
Além disso, há pertinência da temática, para possibilitar a escuta em um
grupo terapêutico proporcionando aos pacientes portadores de transtornos
alimentares (bulimia, anorexia, compulsão alimentar) acolhimento e melhora na
adesão ao tratamento.
4 Objetivos
4.1 Objetivo Geral
Elaborar um projeto de intervenção para implantar um grupo terapêutico
visando proporcionar aos participantes um espaço de escuta e acolhimento do
sofrimento durante o tratamento.
4.2 Objetivo Específico
Propor um espaço de identificação coletiva com o escopo de acolher e a
partir da técnica de mindful eating, proporcionar aos participantes elementos para
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autocontrole, persistência e confiança no tratamento e promoção de mudanças
saudáveis no comportamento, para transpor os obstáculos durante o tratamento dos
transtornos alimentares.
5 Revisão de Literatura
5.1 Sobre grupo terapêutico
O ser humano é naturalmente gregário por natureza e vive e se relaciona em
grupos. É por meio dos grupos que se estabelece a mediação necessária entre o
indivíduo e a sociedade (RAMALHO, 2008, p. 190).
Dentro do grupo terapêutico cada membro se difere dos demais, pois traz
consigo interesse, valores, motivação e que são projetadas em outros membros do
grupo, portanto, cada participante contribui de forma positiva e negativa, explícita e
ocultas que fortalece o grupo como um todo pela pela interação de seus membros
(RAMALHO, 2008, p. 11).
Dessa forma, não podemos deixar de notar que atualmente, está bem
estipulada a relevância dos grupos na caracterização da conduta individual. Existe
uma ampla literatura que evidencia essa ligação, certificando que os grupos podem
ser guiados de forma a obterem de seus integrantes as modificações necessárias.
No cenário de saúde mental, uma das formas mais dispersas de
aproveitamento do recurso grupal é a psicoterapia. Essa forma de atendimento
psicológico atingiu nas últimas décadas um crescimento surpreendente.
Na vivência de grupoterapia, com o suporte dos terapeutas, os participantes
podem refletir sobre seus sentimentos e comportamentos a partir de um novo e
diferente ponto, ocasionado pelo contato no espaço indispensável do grupo, no
sentido de criar oportunidades de mudança em seus modelos relacionais (SANTOS,
2006, p. 386).
Desse modo, a psicoterapia em grupo é um instrumento positivo para a
evolução dos participantes no processo de interação e aplicação de técnicas para o
desenvolvimento de alternativas para tratamentos.
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5.2 Público Alvo
O público a ser atendido pelo grupo terapêutico são pessoas com transtornos
alimentares (anorexia, bulimia, compulsão) e apesar de serem diferentes, todos
esses distúrbios implicam uma relação atormentada com a comida e com o corpo,
sempre às voltas com questões sobre engordar e emagrecer (WAJNRYT, 2016).
Os participantes do grupo terapêutico, são indivíduos que apresentam difícil
adesão ao tratamento de transtornos alimentares, resistência ao abandono de maus
hábitos, comvárias tentativas de dietas e restrições alimentares, além de recidivas,
entretanto, serão selecionados os que estão dispostos a melhorar a relação com a
alimentação, compartilhar experiências e aberto a apresentação de novas técnicas
para atenção plena e sistematização da alimentação a longo prazo.
5.3 Mindfulness
A técnica de mindfulness ou atenção plena tem origem na filosofia budista e
pode ser aplicada de maneira formal ou informal com práticas direcionadas à
percepção, ampliação da consciência interna e sensações físicas e do pensamento.
Diante disso, verificou-se a possibilidade da sua aplicação para auxiliar no
tratamento de transtornos alimentares, por meio do comer consciente ou mindful
eating, que traz a consciência para o alimento e a partir daí a importância de prestar
atenção à qualidade do alimento, frequência da alimentação, horários e modo como
se sente após as refeições para que ao longo de poucas semanas os participantes
possam melhorar sua relação com a alimentação tomando consciência de todos os
processos fisiológicos e psicológicos.
As razões emocionais e sociais que afetam o peso e o comer são fortes
fatores que causa o abandono do tratamento de transtorno alimentares, por essa
razão a aplicação da técnica de mindful eating busca mostrar ao paciente como
identificar os pensamentos que levam ao transtorno e essa prática do
autoconhecimento dos gatilhos e situações são importantes como estratégia do
tratamento (WAJNRYT, 2016).
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6 Metodologia
A metodologia a ser aplicada no grupo terapêutico, técnica de mindfulness
que, no caso de transtorno alimentares, foi apresentada a proposta do mindful
eating para que os participantes possam, durante as sessões, ser acolhidos quanto
aos seus problemas alimentares, pensar uma nova relação com o alimento,
aprender a prestar atenção na fome (identificar a fome biológica X fome
psicológica), fazer um registro alimentar (anotações da alimentação), escolha do
alimento, saborear e comer com atenção.
Em todos os encontros terão duração de 1h20min e será realizada a acolhida
nos primeiros 10 minutos, sendo que após o segundo encontro será feita breve
recapitulação da palavra chave do encontro anterior.
Durante os seis encontros serão explanados os benefícios da técnica de
mindful eating com vídeos explicativos, para demonstração das técnicas e seus
benefícios, esclarecimento de dúvidas, momento de escuta e acolhimento com o
compartilhamento de vivências, superação e fracassos, dinâmicas e exercícios para
fixar os conhecimentos.
Será ressaltado no último encontro que as mudanças no comer e na escolha
alimentar será possível com persistência e tempo razoável para que as mudanças
se consolide, mas que não será sem sofrimento, diante da gravidade do transtorno e
das questões socioculturais envolvidas.
7 Cronograma
Encontros Data
1º encontro Iniciará com a acolhida dos participantes,
esclarecendo a ética e o sigilo dos relatos
compartilhados no encontro.Apresentação de
vídeo explicando o que é mindful eating e seus
benefícios para posteriormente começar os
diálogos com a troca de vivências e
experiências dos participantes. Definição da
palavra chave para que seja recapitulada no
próximo encontro.
2º encontro Acolhida dos participantes. Breve recapitulação
da palavra chave (5 min). Abordar as
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dificuldades de manutenção do tratamento do
transtorno alimentar e escutar dos participantes
quanto a sua dificuldade. Dinâmica para
explicar a atenção plena ao comer (todos
comem uma fruta aplicando a técnica com a
orientação dos mediadores). Exposição dos
sentimentos aflorados com a aplicação da
dinâmica. Definição da palavra chave para ser
recapitulada no próximo encontro.
3º encontro Acolhida dos participantes. Breve recapitulação
da palavra chave (5 min). Abordar o conceito de
fome biológica e fome psicológica e o saber
identificar. Compartilhamento de vivências e
experiências de superação e recaídas sobre os
pensamentos impulsivos e emoções que levam
ao comer ou evitar a alimentação. Dinâmica da
fome psicológica X fome biológica.Definição da
palavra chave para ser recapitulada no próximo
encontro.
4º encontro Acolhida dos participantes. Breve recapitulação
da palavra chave (5 min).Explanar a técnica do
diário de alimentação, como fazer e seus
benefícios para identificar os padrões de
escolha alimentar compulsiva. Como fazer
compras de alimentos. Exercícios de
relaxamento.Definição da palavra chave para
ser recapitulada no próximo encontro.
5º encontro Acolhida dos participantes. Breve recapitulação
da palavra chave (5 min).Efeitos do mindful
eating com foco na saciedade e dinâmica para:
a) identificar os sinais internos da saciedade; b)
identificar gatilhos para a compensação
alimentar,c) identificar inimigos externos e
internos, a relação do corpo e influência da
sociedade. Dinâmica para o empoderamento.
Definição da palavra chave para ser
recapitulada no próximo encontro
6º encontro Acolhida dos participantes. Breve recapitulação
da palavra chave ( 5 min). Empoderamento
para o processo de mudança, ressaltando que
é um processo que requer tempo e que não
será fácil, pois há muito sofrimento envolvido.
Escuta de depoimentos e debates finais.
8 Recursos Necessários
Para a implementação do grupo terapêutico seria necessário o papel, caneta,
computador, ou notebook, cadeiras e uma sala, além de recursos humanos
formados por profissionais da psicologia que cumpriram o papel de mediadores.
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9 Resultados Esperados
A partir da aplicação da técnica do mindful eating na proposta do grupo
terapêutico espera-se que os participantes percebam que a forma física de uma
pessoa não influencia o modo que ela é julgada pelas pessoas e que o corpo não é
um valor em si (WAJNRYT, 2016).
Após os temas tratados no grupo terapêutico os resultados esperados são: 1)
maior controle sobre a alimentação com aumento da autoconfiança; 2) consciência
dos pensamentos e sentimentos relacionados à alimentação; 3) auto observação e
foco para diminuir a auto sabotagem de pensamentos e comportamentos; 4)
redução da ansiedade em relação ao peso (ALMEIDA; ASSUMPÇÃO, p. 25, 2018).
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Referências
ALMEIDA, C. C.; ASSUMPÇÃO, A. A. A Eficácia do Mindful Eating Para
Transtornos Alimentares e Obesidade: Revisão Integrativa. Pretextos - Revista
da Graduação em Psicologia da PUC Minas, v. 3, n. 6, p. 25 - 36, 12 set. 2018.
Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/pretextos/article/view/18403.
Acesso em: 12 mai. 2021.
BITTENCOURT, L. J.; ALMEIDA, R. A. Transtornos Alimentares: Patologia ou
estilo de vida?. Psicologia & Sociedade, vol. 25, núm. 1, 229 p., 2013. Minas
Gerais, Brasil. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/3093/309326455023.pdf.
Acesso em: 18 mai. 2021.
SANTOS, M. A. Sofrimento e esperança: grupo de pacientes com anorexia e
bulimia nervosas. Medicina, p. 386 - 401, 2006. Ribeirão Preto, Brasil.
RAMALHO, C. M. R. Psicodrama e Dinâmica de Grupo. Editora IGLU, vol. 1, 190
p., 2011. São Paulo, Brasil.
WAJNRYT, E. C. E foram magros e felizes para sempre? - As portas de saída da
Compulsão Alimentar. Editora Matrix, ed. 1. 2016.
http://periodicos.pucminas.br/index.php/pretextos/article/view/18403
https://www.redalyc.org/pdf/3093/309326455023.pdf