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Abordagem da Asma e DPOC na emergência e CTI Mito ou realidade: · Todo paciente com exacerbação deve receber antibipotico. MITO · IOT deve ser evitada ao máximo nesses pacientes. MITO – muitas vezes diminui a mortalidade do paciente · A VNI pode ser benéfica ou prejudicial. VERDADE (principalmente os pacientes de DPOC, na asma não apresenta tanta indicação, uma vez que possui muita secreção, podendo ser prejudicial) · Corticoide sistêmico é essencial na exacerbação de DPOC e crise asmática. VERDADE Asma Fisiopatologia da asma - Envolve basicamente obstrução ao fluxo de ar, com uma dificuldade, principalmente, expiratória, decorrente de muita inflamação, muco em excesso e o broncoespasmo. Precipitantes de crise asmática: · Mudanças bruscas de temperatura; · Exercícios; · Odores fortes e outros alérgenos, como certos alimentos; · Infecções virais ou bacterianas – tendo o rinovírus (até 55% dos casos) como principal causa; · Estresse e emocional, rinite alérgica; · Obesidades; · Drogas e tabagismo; · Poluição ambiental; · Refluxo gastroesofágico; Clínica do paciente em crise asmática – costuma ser pacientes mais jovens (crianças, adolescentes/adultos jovens) · Dispneia · Tosse, geralmente produtiva. · Aperto no peito · Chiado ou sibilância · Taquipneia ou taquicardia (podem ser taquicárdicos por natureza, de preferência sinusal ou outras arritmias) · Agitação, dificuldade para falar – muito marcante, sudoreico. · Hipoxemia · Musculatura acessória ou até mesmo respiração paradoxal Pacientes com alto risco de evolução desfavorável · IOT ou necessidade de UTI previa · Exacerbação grave prévia · Má percepção da gravidade dos sintomas · Rápida deterioração clínica · Uso de mais de 2 frascos de beta agonista no último mês · Comorbidades, sobretudo CV · Acompanhamento ambulatorial inadequado · Ida À emergência no último ano; · Doença psiquiátrica associada; · Uso de corticoide oral; Diagnóstico diferencial - decorrente da variedade de apresentação da crise asmática Diagnóstico – eminentemente clínico · Exames complementares auxiliam a classificar gravidade, complicações e fatores precipitantes, como os a seguir: 1- Pico de fluxo expiratório (Pic flow – não é muito encontrado na emergência): auxilia na classificação de gravidade, acompanhamento da terapêutica e até mesmo definir o plano de ação, seria de grande valia, principalmente, nos pacientes de leve a moderada intensidade; VR: 500 l/min em mulheres e 600 l/min nos homens; 2- RX tórax: muito bom para rastreio da etiologia e DD; 3- Gasometria arterial: grau de hipoxemia e acidose; 4- Hemograma e eletrólitos: β2 agonista costuma interferir no metabolismo do potássio (desloca potássio para interior da célula, gerando hipocalemia); 5- ECG Classificação da gravidade · Presença ou não de sibilos não fecha diagnostico de asma, uma vez que ele pode chegar em silencio torácico e ser um estágio muito grave, podendo, muitas vezes, ser intubado; Tratamento – não se esquecer dos fatores precipitantes Nos pacientes de moderada a grave intensidade, é mandatório a associação com brometo de ipatrópio e corticoide sistêmico, se em iminência de IRpA, será venoso. Plano de ação · Reavaliar após tto inicial – geralmente dura 1h a- PFE >70% ou melhora dos sintomas Observar por mais 1h e se, após isso, mantiver o quadro alta com orientações. b- PFE entre 40% e 70% e sintomas moderados β2 agonista de curta a cada 1h + Corticoide sistêmico, e reavaliação em menos de 4h no máximo, mas demanda admissão hospitalar por pelo menos 24h, raramente iremos dar alta a esses pacientes ; c- PFE<40%, sintomas graves e pacientes de alto risco admissão em UTI com Β2 agonista + ipratropio nebulizador + Corticóide sistêmico, também demandando reavaliação em menos de 4h; · Medicações utilizadas · β2 – agonista de curta duração principal medicação a- Salbutamol (Aerolin): aerossol dosimetrado 100mcg/jato, 5 jatos nos primeiros 5 min. Após, um jato a cada hora b- Fenoterol (Berotec): solução para NBZ 5mg/mL; 10 a 20 gts a cada 20 min, totalizando 3 aplicações (1h). Depois, 1 aplicação por hora; c- Terbutalina (0,5 mg) ou Adrenalina (1 mg) - casos refratários ou quando for inviável NBZ/aerossol: Aplicar 0,25mg ou 0,5mg (metade de cada ampola, respectivamente), SC, até de 6/6h · Anticolinérgico – brometo de ipratrópio (Atrovent): aerossol dosimetrado, 20mcg/jato, 3 jatos. Solução para NBZ, 0,25mg/mL, 20-40gts de 4/4h Obs: ao fazer NBZ, adicionar de 3 a 5 mL de SF 0,9% junto às gotas de β2 agonista e anticolinérgico e usar ar comprimido ou O2 (desde que não seja retentor de CO2) a 5L/min ao menos, a fim de aerossolisar mais partículas. · Corticoides a- Prednisona: 1mg/kg/dia VO – leve a moderado b- Metilprednisolona: 60mg IV e após 40mg IV de 6/6h – casos graves, mais usado; c- Hidrocortisona: 200mg a 300mg IV e após 100mg IV de 6/6h · Sulfato de Magnésio: 1 a 2g IV diluídos em 100mL de SF 0,9% em 20 min – após a tentativa de resposta com todas as medicações acima; Ao dar alta, orientar: · Manter β2 de curta de 4/4h por 48h · Corticóide sistêmico por 7 dias · Rever medicamentos e técnica de inalação · Atualização vacinal DPOC Fisiopatologia – além do componente obstrutivo ao fluxo de ar, também há um componente inflamatório, caracterizando a bronquite crônica, sendo que há menos muco que na asma, e o componente enfisematoso (há perda da elasticidade normal dos alvéolos) Exacerbação - Um evento no curso natural da doença, de caráter agudo, caracterizado por mudanças nos sintomas habituais do paciente: dispneia, tosse ou expectoração (geralmente hialina), além das variações normais do dia a dia, resultando na necessidade de se alterar a medicação habitual Critérios cardinais: piora da dispneia; aumento do volume expectorado; mudança no padrão da secreção (purulenta); Alguns autores também defendem que a classificação de gravidade pode ser feita com a quantidade de sintomas cardinais apresentados: 1 sintoma – leve; 2 sintomas – moderada; 3 sintomas – grave; Etiologia · Infecciosa: bacterina (30%), viral ou mista; · Não infecciosa: poluição; variação sazonal; embolia pulmonar; IC; arritmias; pneumotórax; sedativos Perfis dos paciente – enfisematoso x bronquítico crônico Exames complementares – RX/TC tórax; gasometria arterial; ECG (é comum o paciente abrir quadros de FA ou flutter); hemograma e eletrólitos. D-dímero (DD TEP), troponina e BNP ou NT-pro-BNT servem mais para diagnóstico diferencial. OBS: ao RX pode haver aumento do diâmetro AP, aumento do espaço retroesternal e retificação do diafragma, muito característico do DPOC; Tratamento da exacerbação · Antibiótico: será feito naqueles pacientes que apresentem pelo menos 2 critérios cardinais (moderada). Podemos usar amoxicilina ou macrolídeo isoladamente (principalmente em caso de tto ambulatorial) ou amox/clav + macrolídeo (costuma ser o mais prescrito) ou ceftriaxona/quinolonas respiratórias (internação hospitalar); · Broncodilatadores a- β2 agonistas de curta: I- Salbutamol: aerossol dosimetrado 100mcg/jato, 5 jatos nos primeiros 5 min. Após, um jato a cada hora; II- Fenoterol: solução para NBZ 5mg/mL, 10 a 20 gts a cada 20 min, totalizando 3 aplicações (1h). Depois, 1 aplicação por hora b- Anticolinérgicos - Brometo de Ipratrópio: aerossol dosimetrado, 20mcg/jato, 3 jatos. Solução para NBZ, 0,25mg/mL, 20-40gts de 4/4h; · Corticóides a- Prednisona: 1mg/kg/dia VO b- Metilprednisolona: 60mg IV e após 40mg IV de 6/6h c- Hidrocortisona: 200mg a 300mg IV e após 100mg IV de 6/6h · Suporte ventilatório: O2 em baixo fluxo (fluxômetro de 2L, no máx 3L, já que costumam ser hipoxêmicos naturalmente) para SatO2 < 90%. VNI reduz mortalidade – também pode ser necessário na asma, mas apresenta maior importância na exacerbação da DPOC IOT – Não deve ser adiada! Deve ser considerada em: Grave dispneia com sinais de IRespA; FR>35irpm; Hipoxemia ameaçadora PaO2 < 40 ou P/F < 200; Acidose grave pH< 7,25 e PaCO2 > 60; Parada cardiorrespiratória; Confusão, sonolência; Falência da VNI;Sepse, instabilidade hemodinâmica · Quando NÃO dar alta: dispneia intensa; DPOC avançado; cianose; falência em responder às medicações; comorbidades graves descontroladas; arritmias; idade avançada (principalmente > 80 anos); suporte domiciliar inadequado; · Quando internar no CTI: rebaixamento da consciência; grave dispneia, sem resposta ao tratamento; hipoxemia grave PaO2 < 40; hipercapnia PaCO2 > 60; acidose respiratória grave (pH < 7,25), sepse; OBS: VNI não deve ser feita em pacientes mais graves ou com o objetivo de retardar IOT. Para ser feita, o paciente deve ter nível de consciência adequado. 5
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