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Pericardite: Visão Geral e Diagnóstico

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Pericardite 
VISÃO GERAL: 
O pericárdio é uma lâmina de tecido 
fibroelástico que envolvem e protegem o 
miocárdio. 
Esse pericárdio é dividido em uma camada 
visceral e uma parietal e, entre elas, existe um 
espaço em que circulam cerca de 50ml de 
líquido seroso. 
O líquido seroso tem a função de permitir e 
facilitar o movimento de bombeamento do 
coração, evitando o atrito. 
PERICARDITE: 
A pericardite se relaciona, além do pericárdio, 
também com o epicárdio, que causam 
alterações eletrocardiográficas. 
Ela pode ter causas infecciosas ou não 
infecciosas, sendo as infecciosas as mais 
comuns. 
Quando não se consegue definir a causa 
específica da pericardite, ela é denominada 
idiopática. 
A pericardite pode ser classificada como: 
¨ Pericardite Aguda; 
¨ Pericardite Crônica; 
¨ Derrame Pericárdico e Tamponamento 
Cardíaco; 
¨ Pericardite Constritiva; 
¨ Pericardite Recorrente 
PERICARDITE AGUDA: 
A pericardite aguda é a mais comum de todas 
e resulta da inflamação do pericárdio devido a 
uma infecção viral ou alguma causa idiopática. 
Quando não há aumento considerável do líquido 
na cavidade pericárdica, é chamada de 
pericardite seca ou fibrinosa. 
As principais características da dor na 
pericardite aguda são a dor típica em pontada 
na região subesternal, que se irradia para o 
trapézio e para o pescoço. 
Essa dor pode surgir ou se acentuar com 
modificações das posições do corpo, piorando 
com a inspiração e a tosse, e sendo um pouco 
aliviada na posição sentada com o tórax 
inclinado pra frente (prece maometana). 
A dor na pericardite serve como um alerta 
para que o médico possa investigar atrito 
pericárdico, mas a ausência desse atrito não 
descarta o diagnóstico de pericardite. 
A posição de Blechman é uma posição típica da 
pericardite aguda, os pacientes se mantêm 
nessa posição para evitar a dor torácica 
ventilatório dependente. 
Os achados durante o exame físico da 
pericardite aguda podem ser atrito 
pericárdico, estase das veias jugulares, 
taquicardia, hipofonese das bulhas cardíacas, 
pulso paradoxal com queda da pressão sistólica 
na inspiração e sinais de baixo débito cardíaco. 
Além disso, podem ser constatados os sintomas 
de febre, adinamia, perda de peso, pericardite 
urêmica, diabetes, doença renal prévia, tosse e 
mialgia. 
Outro achado muito importante é a turgência 
jugular, que é um sinal que chama muita 
atenção para doenças cardiovasculares. 
A manobra utilizada para avaliar a turgência 
jugular é a manobra/reflexo hepatojugular, 
onde o examinador faz uma pressão na região 
hepática e verifica se há alteração na jugular. 
 
 
Em relação aos exames para diagnóstico, o 
mais utilizado é o ecocardiograma. 
Os demais exames são hemograma, PCR, VHS 
(marcadores inflamatórios para avaliar a 
evolução da doença), eletrocardiograma, RX de 
tórax, ecodopplercardiograma, uréia e 
creatinina (pericardite urémica). 
Além disso, são feitos exames para se avaliar 
CK-MB e troponinas I e T para avaliar a 
possibilidade de Síndrome Coronariana Aguda. 
ATRITO PERICÁRDICO: 
O atrito pericárdico é um som de alta 
frequência, ruidoso, áspero e com aspecto 
raspante, semelhante a um rangido. 
É um som mais intenso durante a inspiração, de 
intensidade máxima ao longo da borda 
esquerda do esterno ou na região epigástrica. 
Apresenta as fases de sístole atrial, pré-sístole, 
sístole ventricular e o período de enchimento 
rápido. 
Para diferenciar o atrito pleurítico do atrito 
pericárdico, o examinador deve pedir para que 
o paciente fique em apneia por alguns 
instantes. Se o som continuar sendo ouvido, é 
atrito pericárdico. 
ECG PARA PERICARDITE AGUDA: 
O eletrocardiograma só apresentará 
alterações quando existe inflamação do 
pericárdio pois, em condições normais, o 
pericárdio é eletricamente inativo. 
¨ Estágio 1: supradesnível do segmento ST 
côncavo e difuso, exceto em aVR e V1, 
onde ocorre infradesnível. 
Onda T apiculada, com leve aumento da 
amplitude. 
Infradesnível do segmento PR (exceto 
em aVR, onde ocorre desnível) 
¨ Estágio 2: normalização do segmento ST 
e PR, com achatamento da onda T. 
¨ Estágio 3: inversão da onda T difusa, 
simulando isquemia miocárdica. 
¨ Estágio 4: retorno à normalidade da 
onda T, podendo ocorrer semanas ou 
meses após o evento inicial 
RX DE TÓRAX DA PERICARDITE AGUDA: 
A radiografia de tórax auxilia na detecção de 
complicações da pericardite ou no diagnóstico 
diferencial na presença de um derrame pleural, 
por exemplo. 
 
Para que ocorra um aumento da área cardíaca 
na radiografia, é preciso que haja um acúmulo 
de pelo menos 200ml de líquido. 
 
DERRAME PERICÁRDICO: 
O derrame pericárdico é resultado da 
inflamação do pericárdio de qualquer que seja 
a etiologia. 
O derrame pode ser com ou sem 
tamponamento cardíaco. 
DERRAME SEM TAMPONAMENTO: 
No caso do derrame pericárdico sem 
tamponamento cardíaco, os sintomas surgem 
a depender da velocidade de instalação do 
derrame. 
Quando o acúmulo é lento, o pericárdio se 
adapta e pode conter grandes volumes de 
líquido, sem evidência alguma de sinais de 
tamponamento. 
As manifestações clínicas são os sintomas de 
compressão de órgãos ou das estruturas 
vizinhas, como: 
¨ Disfagia (dificuldade para engolir); 
¨ Tosse; 
¨ Rouquidão; 
¨ Soluços; 
¨ Dispneia; 
¨ Hipofonese de bulhas cardíacas; 
¨ Impulso apical ausente ou diminuído; 
¨ Bulhas de galope 
¨ Sopros de regurgitação mitral; 
¨ Crepitações discretas (atelectasia) 
No eletrocardiograma podem ser evidenciadas 
alterações de St-T da pericardite e diminuição 
da voltagem do complexo QRS. 
A ecocardiografia é um método não invasivo 
mais adequado para a visualização e 
diagnóstico do derrame pericárdico. 
Na radiografia de tórax, o derrame pericárdico 
apresenta um sinal característico chamado de 
“coração em moringa”, que é um coração mais 
arredondado, principalmente nas regiões 
laterais e inferiores. 
DERRAME COM TAMPONAMENTO: 
Já no caso do derrame com tamponamento, o 
acúmulo de líquido pode ocorrer de forma mais 
lenta e muito volumosa, ou de forma mais 
rápida e com menos volume. 
TAMPONAMENTO CARDÍACO: 
Do ponto de vista clínico, o tamponamento 
cardíaco é um termo utilizado para pacientes 
com doença pericárdica de natureza diversa, 
infecciosa, neoplásica ou idiopática. 
É um acúmulo de líquido que ocorre de forma 
lenta, com maiores quantidades de líquidos 
acumulados e menor elevação da pressão 
intrapericárdica. 
Não apresenta os sintomas descritos na Tríade 
de Beck, os movimentos cardíacos são 
percebidos e não existe hipotensão arterial. 
Já do ponto de vista cirúrgico, o 
tamponamento é mais comum no traumatismo 
cardíaco ou aórtico, com acúmulo súbito de 
líquido (sangue) em pericárdio pouco distensível 
e resulta em grave compressão cardíaca. 
Apresenta os sintomas descritos na Tríade de 
Beck: 
¨ Abafamento de Bulhas: coração 
pequeno e imóvel; 
¨ Turgência Jugular: pressão venosa 
elevada; 
¨ Hipotensão Arterial: associada a pulso 
paradoxal 
Além disso, também apresenta sinais de 
aumento da pressão venosa sistêmica, com 
redução do débito cardíaco, hipotensão 
arterial, sinais de baixa perfusão sistêmica (pele 
pálida, úmida coberta de suor) e oligúria (baixa 
produção de urina). 
Outras manifestações são de dispneia, 
taquipneia e batimentos de asas do nariz 
(gravidade de insuficiência respiratória). 
Na tentativa de aliviar a dispneia, os pacientes 
adotam diferentes posturas, como a inclinação 
do tronco para a frente e a posição 
genupeitoral. 
PERICARDITE CONSTRITIVA: 
A pericardite constritiva ocorre em 
consequência de um processo que causa 
fibrose e espessamento das camadas visceral e 
parietal do pericárdio. 
Esse tipo de pericardite tem magnitude 
suficiente para obliterar o espaço que separa 
essas duas camadas, restringindo o enchimento 
do coração. 
Na maioria dos casos a etiologia é indefinida, 
mas também podem surgir a partir de 
processos cicatriciais da evolução de qualquer 
pericardite aguda, além de vírusinsuficiência 
renal crônica, artrite reumatoide, infiltração 
neoplásica do pericárdio, irradiação do 
mediastino e cirurgia cardíaca. 
No exame físico os achados são: 
¨ Bulhas cardíacas normofonéticas ou 
hipofonéticas; 
¨ Desdobramento amplo de B2; 
¨ Ruído pericárdico com som diastólico 
precoce e término abrupto da fase de 
enchimento rápido do ventrículo 
Nos pacientes jovens, o edema de extremidades 
não é comum. Já nos pacientes com mais idade, 
a ascite e o edema volumoso nos MMII e 
escroto contrastam com sinais de caqueixa. 
Além disso, outro achado possível é a 
hepatomegalia através de sinais de disfunção 
hepática, icterícia, telangectasias (aranhas 
vasculares) e eritema palmar. 
As manifestações clínicas são diversas. Nas 
fases iniciais pode ser assintomático, e 
futuramente com sintomas de natureza 
congestiva, como pressão venosa sistêmica 
aumentada. 
Os pacientes também podem apresentar 
sensação de plenitude epigástrica pós-prandial, 
flatulência, inapetência, dispepsia, desconforto 
abdominal e dispneia provocada pela ascite. 
Os exames solicitados para diagnóstico são 
eletrocardiograma, radiografia de tórax e 
ecocardiograma. 
O eletrocardiograma se encontra alterado, 
com ritmo sinusal e FC aumentada, arritmias 
supraventriculares (fibrilação, flutter e 
taquicardia), baixa voltagem do sistema QRS, 
inversão das ondas T e anormalidades das 
ondas P, sugestivas de hipertrofia atrial 
esquerda. 
Na radiografia de tórax é evidenciado um 
aumento moderado da área cardíaca, com o 
mediastino superior alargado devido ao 
aumento da pressão venosa sistêmica e, em 
alguns casos, elevação das cúpulas 
diafragmáticas por ascite e derrame pleural. 
Já o ecocardiograma não é tão sensível e tão 
específico para o diagnóstico de pericardite 
constritiva, mas pode detectar movimento 
anormal do septo interventricular e aumento 
moderado biatrial do fluxo restritivo.

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