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Glaziele Odawara – 5° período – Optativa de Pediatria INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA EM PEDIATRIA INTRODUÇÃO Anatomia do sistema respiratório · Vias aéreas superiores · São mais estreitas · Maior proporção da língua em relação a cavidade oral · Grande ativação de linfócitos presentes na submucosa dessa via · Grande edema de mucosa · Obstrução da via aérea · Laringe · Traqueia · Vias aéreas inferiores · Pulmões · Brônquios · Bronquíolos · Alvéolos · Troca gasosa depende da integridade e permeabilidade da membrana alvéolo capilar a. Membrana alvéolo capilar - membrana formada pelas células que vão formar a parede dos capilares sanguíneos pulmonares + pneumócito tipo 1 + membrana basal dessas duas estruturas = barreira hematoencefálica) Fisiologia da troca gasosa 1. Alvéolo pulmonar 2. Pneumócito tipo 1 3. Membrana basal do pneumócito 4. Lâmina basal do capilar alveolar 5. Endotélio vascular · Através de osmose, por uma diferença pressórica de concentração de O2 e CO2 haverá troca dos gases · Como dentro do alvéolo a pressão, à nível do mar, é em torno de 150 mmHg e no sangue que está chegando no pulmão essa pressão venosa de oxigênio é em torno de 40 mmHg por uma diferença pressórica haverá passagem do oxigênio intralveolar para dentro do capilar sanguíneo · Assim como a pressão no alvéolo o gás carbônico é em torno de 40 mmHg enquanto no sangue venoso está em torno de 45mmHg vai favorecer a saída do gás carbônico para dentro da superfície alveolar · E ai na expiração esse ar recém trocado será exalado e sairá do paciente assim teremos na região arterial, região após o alvéolo capilar, uma concentração em torno de 100mmHg de oxigênio e em torno de 35-45mmHg do gás carbônico CONCEITO · PaO2 < 60mmHg ou Saturação O2 < 92% · Quando FiO2 = 21% à nível do mar A. Você precisa coletar gasometria em todo paciente com clínica de insuficiência respiratória? · Não, basta monitorizar em oximetria de pulso e obter o resultado B. Em quais situações essa oximetria de pulso pode estar prejudicada, mostrando um valor falseado e não necessariamente ser uma insuficiência respiratória aguda? · Hipotermia, choque, má perfusão tecidual, estados hipercinéticos (febre, anemia grave, paciente agitado), uso de esmaltes escuros, hemoglobinopatias e principalmente no paciente que tem alterações de ligação da hemácia ao oxigênio (metahemoglobinopatia) · Anemia grave: altera a curva de dissociação tecidual de hemoglobina e oxigênio, com isso há um deslocamento por uma maior afinidade do oxigênio a hemácia e assim o paciente vai ter uma baixa leitura de oxigênio C. PACO2 é critério de insuficiência respiratória? · Não entra no conceito de insuficiência respiratória, o conceito é puramente relacionado ao oxigênio. A diferença que o valor da PACO2 permite classificar se o paciente tem um tipo 1 ou tipo 2 de insuficiência respiratória. CLASSIFICAÇÃO Tipo 1 ou hipoxêmica · Comprometimento apenas do O2 e apenas numa fase tardia haverá comprometimento do CO2 · Geralmente acontece por alguma dificuldade de trocar o O2, mas não há dificuldade em exalar o CO2 · Apenas em casos graves, onde há alteração total da troca, ai sim terá aumento do CO2 Tipo 2 ou hipercápnica · Precocemente há alteração de retenção de CO2 · Hipoventilação associada ou uma obstrução da via respiratória por dificuldade de exalação do ar alveolar · Patologias do SNC (regula o fluxo respiratório) · Patologias do SNP (principalmente em estruturas que vão inervar as musculaturas acessórias e diafragma) · Obstrução das vias aéreas FISIOPATOLOGIA Qual a origem do comprometimento respiratório? · Hipoventilação · Se eu hipoventilo eu estou diminuindo a quantidade de ar que chega no meu alvéolo eu aumento a pressão alveolar de CO2 e diminuo a minha pressão alveolar de O2 e isso vai repercutir no sangue do paciente em baixa concentração de O2 e alta concentração de CO2 · Disturbios da difusão · Esse paciente vai ter um prejuízo na troca gasosa, geralmente cursam com lesões da membrana alvéolo capilar · Disturbios da relação ventilação/perfusão · Áreas do pulmão são ventiladas, mas não são perfundidas. Áreas são perfundidas, mas não são ventiladas Hipoventilação Diminuição da frequência respiratória (bradipneia) + Diminuição do volume corrente (volume que entra e o volume que sai do pulmão) + Aumento do espaço morto (região em que não há troca gasosa) · Exemplos de doenças: · Centro respiratório · Neuromusculares · Obstruções respiratórias altas · Doenças obstrutivas baixas – bronquiolite, asma · Síndrome respiratória aguda grave ou doença respiratória aguda grave – áreas do pulmão em que ventilo normalmente e áreas que hipoventilam Disturbios da difusão 1. Superfície alveolar disponível para troca gasosa 2. Espessura da membrana alvéolo capilar 3. Gradiente de pressão entre o alvéolo e o capilar pulmonar 4. Coeficiente de solubilidade do oxigênio e dióxido de carbono Não devemos apenas classificar em tipo 1 e tipo 2, e sim identificar a fisiopatologia. Porque tem doenças que não basta entubar, temos que melhorar através de estratégias ventilatórias essa alteração da difusão e da perfusão · Exemplos de doenças · Aumento da espessura da membrana alvéolo capilar · Processos inflamatórios e infecciosos · Redução na superfície de troca · Bronquiolite – obstrução que obstrui a ventilação de algumas áreas do pulmão, diminuindo a superfície de troca A. Unidade alveolar normal – alvéolo aberto com ar dentro desse alvéolo e um capilar sanguíneo passando perto desse alvéolo B. Unidade de espaço morto – Pode acontecer desse alvéolo hiperestender, aumento muito seu tamanho, levando a uma compressão do vaso, recebendo ar, mas não recebe sangue · Hipertensão pulmonar · Insuficiência cardíaca direita com baixo débito · TEP · Hiperdistensão alveolar · Erros de ventilação mecânica C. Unidade de shunt – Fluxo sanguíneo presente, mas o ar não consegue chegar nessa região · Processos consolidativos e infiltrativos D. Unidade silenciosa – Nem o alvéolo é ventilado nem o sangue chega para perfundir o alvéolo · Fibrose intersticial · Colapso alveolar DIAGNÓSTICO · Frequência respiratória · Padrão respiratório – conjunto de esforço + frequência + saturação + necessidade de suporte · Entrada de ar nos pulmões · Sinais clínicos de hipoxia e hipercapnia – cianose + letargia + taquipneia / acidose metabólica – tentando compensar com alcalose metabólica, vasodilatação, grande irritação neuronal Depois que o paciente estiver com suporte ventilatório e estabilizado ai sim podemos coletar a gasometria arterial NÃO podemos retirar o suporte ventilatório apenas porque o paciente estabilizou DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR · Gasometria arterial · Oximetria · Exames de imagem Descartar hipo e hiperglicemia Insuficiência respiratória se não compensada pode levar a falência cardiorrespiratória e óbito TRATAMENTO · Suporte · Via aérea sustentável sem instrumentação? · Via aérea sustentável com instrumentação? · Via aérea insustentável? Entubar? · Correção da causa · Ex.: Pneumonia importante em um paciente plaquetopequenia com quimioterapia recente: vulnerável a infecções e sangramento. Se colocar ele em ventilação o prognóstico é ruim, tendo que avaliar insistir um pouco mais em uma ventilação não invasiva Suporte · Oxigenoterapia · Dispositivos de baixo fluxo · Cateter nasal de oxigênio – 0,5 a 5L de O2 · Dispositivos de alto fluxo · Máscara com reservatório podendo ofertar quase 100% de oxigênio – 8 a 10 L de O2 · Ventilação não invasiva com pressão positiva · Via aérea pérvia e sustentável com boa condição neurológica (bom Glasgow, bom nível de consciência) · Quando já atingiu o máximo de oxigênio e o paciente continua apresentando clínica de insuficiência · Sem traumas de face, sem língua grande, não é um paciente muito sialorreico · Em casos de pneumonia e atelectasia · Pronga nasal (lactente de até 3 meses e RN) · Máscara nasal · Máscara full face · Ventilação invasiva · Paciente não protege via aérea (não tem reflexo de tosse), via aéreainsustentável, glasgow menor que 8 · Tubos orotraqueais com ou sem cuff · Cânulas para traqueostomia a. Cânula plástica pode obstruir com secreções Dificilmente em pediatria vamos chegar a usar 5/6L/min Se meu doente precisa que aumente a oferta de oxigênio precisamos trocar o dispositivo, o mesmo para diminuição Em qualquer paciente em qualquer idade e está canulado, mas não consegue oxigenar adequadamente esse paciente DEVE ser feita a troca da cânula independente do tempo de uso GUIDELINE PARA ESTRIDORES RESPIRATÓORIOS · Acometimento faríngeo e laríngeo · Tuberculose aumento difuso das amigdalas obstrução · Varicelas de esôfago, faringe · Candidíase esofagite, faringite · HPV de transmissão vertical condilomas na via respiratória · Sinais · Extensão de cabeça epiglotite doença infecciosa grave cursa com a posição do cheirador · Epiglotite · Garantir a permeabilidade da aérea o mais rápido possível · Corticoide + adrenalina + intubação (com a pessoa mais experiente, porque se ficar tentando demais pode piorar o quadro) INFECÇÕES LARINGOTRAQUEAIS Crupe viral Pode acontecer após infecções virais · Tratamento · Corticoide sistêmico x inalatório dexametasona – 0,6mg/kg IV, IM ou VO x budesonida 2mg inalatória · Adrenalina racêmica inalatória · L-adrenalina nebulização 0,5ml/kg até 5ml + volume = SF09% · Alta da emergência para casa se após 3h: · Sem estridor em repouso · Boa entrada de ar · Cor normal · Sem alteração do sensório Laringite estridulosa Epiglotite
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