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INDICACAO PARA A PRESCRICAO DE EXERCICIOS DIRIGIDOS A IDOSOS

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1 
Texto de apoio ao curso de Especialização 
Atividade Física Adaptada e Saúde 
Prof. Dr. Luzimar Teixeira 
 
INDICAÇÃO PARA A PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS DIRIGIDOS A IDOSOS 
*Daniela Karina da SILVA ,** Mauro V.G. de BARROS 
*Especializando em Avaliação e Prescrição de Programas e Exercícios Físicos - UEL / PR 
 
**Professor do Dep. do Conhecimento Técnico e Científico em Ed. Física - ESEF / UPE 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Nos últimos anos, na maioria das sociedades, tem havido um aumento na expectativa de vida, 
repercutindo num incremento do número de pessoas pertencentes a terceira idade, 
principalmente nos países mais desenvolvidos como o Japão, a Suécia, os EUA e o Canadá 
onde a expectativa média de vida é de 75 anos; nos países subdesenvolvidos, todavia, essa 
expectativa média de vida não ultrapassa os 56 anos no Peru, 48 anos na Bolívia e 61 anos no 
Brasil (Matsudo & Matsudo, 1992). 
 
Desde 1930 ocorreram, no país, modificações nas causas de morbidade e mortalidade com a 
redução da incidência de doenças infecto-contagiosas (sobretudo nas regiões sul e sudeste) e 
aumento na incidência de doenças crônico - degenerativas, representadas principalmente pelas 
doenças do aparelho circulatório. Historicamente as neoplasias não modificaram de modo 
acentuado a sua prevalência na população (Brasil, 1995). 
 
Por outro lado, sabe - se que o processo de envelhecimento é acompanhado por uma série de 
alterações fisiológicas acorridas no organismo (Leite, 1990; Weineck, 1991; Skinner, 1991; 
FederighiI, 1995; Faro Jr., Lourenço & Barros Neto, 1996a; Zogaib, Bittar & Bicarrelo, 1996), 
bem como pelo surgimento de doenças crônico - degenerativas adivindas de hábitos de vida 
inadequados (tabagismo, ingestão alimentar incorreta, tipo de atividade laboral, ausência de 
atividade física regular, etc.). 
 
Em virtude desses aspectos, acredita - se que a participação do idoso em programas de 
exercício físico regular poderá influenciar no processo de envelhecimento, com impacto sobre a 
qualidade e expectativa de vida, melhoria das funções orgânicas, garantia de maior 
independência pessoal e um efeito benéfico no controle, tratamento e prevenção de doenças 
como diabetes, enfermidades cardíacas, hipertensão, arteriosclerose, varizes, enfermidades 
respiratórias, artrose, distúrbios mentais, artrite e dor crônica (Matsudo & Matsudo, 1992; 
Shephard, 1991). 
 
Por esses motivos, diversos estudos nessa área tem procurado descrever os benefícios, 
dificuldades e peculiaridades do condicionamento físico, visando prevenir e atenuar o declínio 
funcional decorrente do processo de envelhecimento (Leite, 1990; Yazbek & Batistella, 1994; 
Acsm, 1994; Federighi, 1995; Matsudo & Matsudo, 1993); outros trabalhos analisaram o risco à 
saúde decorrente da participação do idoso em programas de exercícios (Weineck, 1991), ou os 
critérios mínimos de aptidão cardiorrespiratória e motora para sustentar o programa sem risco à 
saúde (Leite, 1990). O treinamento esportivo para os idosos, não como campo de realização de 
altas performances mas como meio para manutenção e alcance da saúde, tem sido estudada 
por Apell & Mota (1991); outros trabalhos procuraram enfocar a capacidade de desempenho ou 
 2 
treinamento do idoso verificando os declínios funcionais e comparando-os aos de outros 
indivíduos (atletas, sedentários, pessoas jovens, etc.) (Skinner, 1991; Weineck, 1991). 
 
Dessa forma o presente estudo buscou investigar como está indicada a prescrição de exercícios 
para idosos, constante na literatura publicada entre 1986 e 1996, em língua portuguesa, sob a 
forma de livros, periódicos, anais e publicações eletrônicas. Para tanto, procurou-se coletar 
dados quanto aos seguintes aspectos: a)considerações para elaboração de programas de 
exercícios para idosos; b)indicações dos objetivos para programa de exercícios dirigidos a esse 
grupos de pessoas; c)composição da sessão de exercícios; d)cuidados e restrições quanto a 
condução dos programas; e)intensidade, duração, freqüência e tipo de exercícios 
recomendados. 
CONSIDERAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE EXERCÍCIOS 
Na elaboração de um programa de exercícios ísicos é importante ter o conhecimento específico 
sobre a faixa etária em que o indivíduo está inserido e sobre as modificações que ocorrem neste 
período, além de considerar também as peculiaridades individuais. Nesse sentido, diversos 
autores tem procurado apontar alterações decorrentes do processo de envelhecimento, bem 
como as implicações dessas alterações na elaboração e supervisão desses programas. 
 
O envelhecimento é um processo que, do ponto de vista fisiológico, não ocorre necessariamente 
em paralelo ao avanço da idade cronológica, apresentando considerável variação individual; 
este processo surge acompanhado por uma série de modificações nos diferentes sistemas do 
organismo, seja a nível antropométrico, muscular, cardiovascular, pulmonar, neural ou de outras 
funções orgânicas que sofrem efeitos deletérios, além do declínio das capacidades funcionais e 
modificações no funcionamento fisiológico (Faro Jr., Lourenço & Barros Neto, 1996a, 1996b; 
Yazbek & Batistella,1994; Matsudo & Matsudo, 1993; Skinner,1991; Mcardle, Katch & Katch, 
1986). 
 
O envelhecimento é marcado por um decréscimo das capacidades motoras, redução da força, 
flexibilidade, velocidade e dos níveis de VO2 máximo, dificultando a realização das atividades 
diárias e a manutenção de um estilo de vida saudável (Marques, 1996). Ocorrem alterações 
fisiológicas durante o envelhecimento que podem diminuir a capacidade funcional, 
comprometendo a saúde e qualidade de vida do idoso. Essas alterações acontecem: ao nível do 
sistema cardiovascular; no sistema respiratório com a diminuição da capacidade vital, da 
freqüência e do volume respiratório; no sistema nervoso central e periférico, onde a reação se 
torna mais lenta e a velocidade de condução nervosa declina e; no sistema músculo - 
esquelético pelo declínio da potência muscular, não só pelo avanço da idade mas pela falta de 
uso e diminuição da taxa metabólica basal (Faro Jr., Lourenço & Barroa Neto, 1996c; Matsudo & 
Matsudo, 1992; Skinner, 1991). 
 
É possível apontar as alterações que acontecem durante o processo de envelhecimento em 
vários níveis, segundo Matsudo & Matsudo 1993) essas mudanças são as seguintes: 
1. antropométricas - incremento no peso, diminuição da massa livre de gordura, diminuição da 
altura, incremento da gordura corporal, diminuição da massa muscular, diminuição da densidade 
óssea; 
2. muscular - perda de 10 - 20% na força muscular, diminuição na habilidade para manter força 
estática, maior índice de fadiga muscular, menor capacidade para hipertrofia, diminuição no 
tamanho e número de fibras musculares, diminuição na atividade da ATPase miofibrilar, 
diminuição das enzimas glicolíticas e oxidativas, diminuição dos níveis de ATP-CP, glicogênio, 
proteína mitocondrial, diminuição na velocidade de condução, aumento do limiar de 
excitabilidade da membrana e diminuição na capacidade de regeneração; 
 3 
3. cardiovascular - diminuição do débito cardíaco, diminuição da freqüência cardíaca, diminuição 
do volume sistólico, diminuição da utilização de O2 pelos tecidos, diminuição do VO2 máximo, 
aumento da pressão arterial, aumento na diferença arteriovenosa de O2, aumento da 
concentração de ácido láctico, aumento no débito de O2, menor capacidade de adaptação e 
recuperação do exercício; 
4. pulmonar - diminuição da capacidade vital, aumento do volume residual, aumento do espaço 
morto anatômico, aumento da ventilação durante o exercício, menor mobilidade da parede 
torácica, diminuição da capacidade de difusão pulmonar O2; 
5. neural - diminuição no número e tamanho dos neurônios, diminuição na velocidade de 
condução nervosa, aumento do tecido conectivo nos neurônios, menor tempo de reação, menor 
velocidade de movimento, diminuição no fluxo sangüíneo cerebral; 
6. outros - diminuição da agilidade, diminuiçãoda coordenação, diminuição do equilíbrio, 
diminuição da flexibilidade, diminuição da mobilidade articular, aumento na rigidez de cartilagem, 
tendões e ligamentos. 
 
Em face desses aspectos, antes de iniciar qualquer tipo de exercício, considera-se importante 
que o idoso seja submetido a uma avaliação médica cuidadosa, constando preferencialmente de 
um teste de esforço para prescrição do programa, quanto a essa recomendação é importante 
levar em conta alguns critérios que deverão influenciar a seleção do protocolo e servem, 
também, para ilustrar algumas das importantes restrições impostas pelo envelhecimento quanto 
a realização de exercícios: a diminuição do VO2 máximo pode requerer que se opte por um teste 
de baixa e moderada intensidade e maior duração, isso se deve também a um maior tempo 
requerido para que se alcance o stead - state; usar maior período de aquecimento e pequenos 
incrementos nas cargas ou incremento em intervalos de tempo maior; em função da maior 
fadigabilidade deve ser diminuída a duração total do teste; a diminuição dos níveis de equilíbrio 
e força indica o uso prioritário da bicicleta (ergômetro); a redução na coordenação muscular 
exige, muitas vezes, a realização de mais de um teste até que se chegue a um resultado 
confiável; outros fatores como o uso de dentaduras, a diminuição da acuidade visual e auditiva, 
devem ser também considerados (Matsudo & Matsudo, 1993). 
A partir do reconhecimento desses fatores é possível compreender que o idoso é relativamente 
mais fraco, mais lento e menos potente; verificando-se com o avanço da idade uma redução no 
desempenho que requer regulação do sistema nervoso, como no caso do equilíbrio e do tempo 
de reação (Skinner, 1991). 
OBJETIVOS DO PROGRAMA DE EXERCÍCIOS DIRIGIDOS A IDOSOS: 
Existe um consenso, entre os autores, que os objetivos de um programa de exercícios devem 
estar diretamente relacionados com as modificações mais importantes e que são decorrentes do 
processo de envelhecimento. Desse modo, um programa de exercícios para idosos deve estar 
direcionado: a)ao melhoramento da flexibilidade, força, coordenação e velocidade; b)elevação 
dos níveis de resistência, com vistas a redução das restrições no rendimento pessoal para 
realização de atividades cotidianas; c)manutenção da gordura corporal em proporções 
aceitáveis. Esses aspectos irão influenciar na melhoria da qualidade de vida (Matsudo & 
Matsudo, 1992;Apell & Mota, 1991; Marques, 1996) e poderão atenuar os efeitos da diminuição 
do nível de aptidão física na realização de atividades diárias e na manutenção de um maior grau 
de independência (Marques, 1996). 
O programa de exercícios para idosos deve proporcionar benefícios em relação as capacidades 
motoras que apoiam a realização das atividades da vida diária, melhorando a capacidade de 
trabalho e lazer e alterando a taxa de declínio do estado funcional (Marques, 1996; Faro Jr., 
Lourenço & Barros Neto, 1996c; ACSM, 1994). 
 
Segundo Yazbeck & Batistella (1994) o programa de exercícios terá como objetivo a melhoria do 
condicionamento físico, diminuição do risco cardiovascular e melhoria da qualidade de vida. 
 4 
 
COMPOSIÇÃO DO PROGRAMA DE EXERCÍCIOS 
 
Segundo Weineck (1991) e Acms (1994) devem estar incluídos em um programa de exercícios 
para idosos o treino da força muscular, da mobilidade articular e da resistência; a preocupação 
quanto a essas variáveis se deve a notável diminuição da força muscular após os 60 anos de 
idade (Phillips & Haskel apud Marques, 1996), do mesmo modo, a flexibilidade e a resistência 
diminuem com a idade, sabe-se, porém, que esta perda é maior quando os indivíduos não fazem 
qualquer atividade física. Desse modo, mesmo que se verifique uma redução da capacidade de 
trabalho com o avanço da idade, a atividade física e o treino podem contrabalançar estas 
alterações já mencionadas (Marques, 1996). 
 
A composição do programa deverá observar os resultados obtidos em testes e medidas da 
aptidão física e dependerá dos objetivos, necessidades, estado de saúde e condicionamento do 
indivíduo, assim como do tempo, equipamentos e instalações disponíveis. O programa deverá 
conter basicamente um período de `aquecimento' e `esfriamento', uma atividade de 
predominância aeróbia e outra de predominância neuro muscular. No aquecimento devem ser 
realizados alongamentos e movimentos articulares para evitar lesões e contribuir para a 
manutenção da mobilidade articular. A atividade ísica bem estruturada e elaborada para os 
idosos, pode recuperar o ritmo e a expressividade do corpo, agilizar os reflexos e adequar os 
gestos a diferentes situações (Skinner, 1991; Leite, 1990; Matsudo, 1992). São recomendados 
exercícios que estimulem a melhora cardiovascular (exercícios de endurance), devendo ser 
incluídos nos programas exercícios de aquecimento e volta à calma, além de um trabalho de 
força muscular. Para Yazbeck & Batistella (1994) o programa de exercícios para idosos deve ser 
composto basicamente por exercício dinâmicos (predominantemente isotônicos) para gerar 
benefícios ao sistema cardiovascular e respiratório. 
Em síntese o programa de exercícios deverá ser constituído por partes que estão relacionadas a 
objetivos específicos e, consequentemente, visando promover melhorias quanto a sensação de 
bem estar e nível de saúde. CUIDADOS E RESTRIÇÕES A participação do idoso em 
programas de exercícios físicos deve observar os cuidados e restrições indicados abaixo: 
QUADRO 1 - Restrições e cuidados quanto aos programas de exercicios. 
 
RESTRIÇÕES CUIDADOS 
Altas intensidades de exercicios ( MARQUES, 1966; MATSUDO & MATSUDO, 1993; FARO 
JÚNIOR, LOURENÇO & BARROS NETO, 1996c) Não ultrapassar a amplitude máxima dos 
movimentos ( MARQUES,1966 ) 
Solicitação do sistema anaeróbico deve ser evitada ( MARQUES,1966, LEITE, 1990; FARO 
JÚNIOR, LOURENÇO & BARROS NETO, 1996c) Não prolongar exercícios na presença de dor 
( MARQUES,1966 ) 
Exercicios isométricos ( MARQUES,1966, LEITE, 1990; FARO JÚNIOR, LOURENÇO & 
BARROS NETO, 1996c) Uso de medicamentos ( YAZBECK & BATISTELLA,1994 ) 
Movimentos Rápidos e bruscos ( MATSUDO & MATSUDO, 1992) Não levar a exaustão ( 
MATSUDO & MATSUDO, 1992) 
 
 
 
Exercícios de elevada intensidade e a conseqüente solicitação do sistema anaeróbio devem ser 
evitados, por conduzirem a um maior desgaste muscular e aumentarem o risco de lesões nessas 
estruturas, além de produzirem efeitos sobre o VO2 máximo, limiar anaeróbio e respostas 
cardiorrespiratórias, que são muito similares aqueles obtidos através de exercícios de baixa e 
moderada intensidade (Marques, 1996; Matsudo & Matsudo, 1993; Faro Jr., Lourenço & Barros 
 5 
Neto, 1996c). Os exercícios nunca devem ser realizados até a exaustão, fadiga e na presença 
de dor, pois esses são fatores que podem indicar a realização de atividades intensas, respostas 
dessa natureza, recomendam a interrupção da sessão de exercícios e a necessidade de 
redimensionamento da prescrição (Marques, 1996; Matsudo & Matsudo, 1992). 
Existem indicações de que os exercícios estáticos (Marques, 1996) e utilização da manobra de 
valsalva (Marsudo& Matsudo, 1992) são contra - indicados em programas dirigidos para idosos, 
devido as suas implicações sobre a elevação da pressão arterial. Da mesma maneira, 
movimentos abruptos, transições entre altas e baixas intensidades, mudanças bruscas de 
posição e movimentos rápidos da cabeça são atividades que podem representar um risco 
desnecessário em programas destinados a esse ipo de público (ibid.). 
 
 
Os movimentos podem ser realizados com extensão completa, mas a amplitude máxima de uma 
articulação não deve ser ultrapassada, pois os movimentos de hiper extensão afetam a 
estabilidade das articulações e podem ter como conseqüência, danos e dores mais ou menos 
permanentes (Marques, 1996). 
 
Segundo Yazbeck & Batistella (1994) e Matsudo & Matsudo (1992), as atividades esportivas 
devem ser realizadas em temperaturas amenas, nuncaem condições climáticas extremas de frio 
e calor. Outro aspecto importante a ser observado é a utilização de medicamentos, que pode 
produzir no organismo efeitos indesejáveis durante a realização de esforços físicos Marques 
(1996). 
 
Foi possível observar que alguns autores, ao abordar os cuidados e restrições relativos a 
elaboração de programas de exercícios para idosos, não mencionam os motivos ou a base 
teórica que apoia a sua proposição, apontando apenas um breve comentário sobre o assunto. 
 
INTENSIDADE, DURAÇÃO, FREQUÊNCIA E TIPO DE EXERCÍCIOS 
 
 
Com relação ao tipo de exercício físico, existe um consenso de que a melhor opção esta nos 
exercícios dinâmicos, de predominância aeróbia, em função dos benefícios que se pode obter ao 
nível da aptidão cardiorrespiratória, força e resistência muscular, com menor sobrecarga sobre o 
músculo cardíaco (Marques, 1996), do mesmo modo, acredita-se que uma freqüência de 3 
sessões semanais parece ser aceitável. Ao compararmos as indicações acerca da duração e 
intensidade para o programa de exercícios, observou-se uma diversidade muito grande nas 
recomendações constantes das publicações consultadas (ver a quadro 02). QUADRO 2 - 
Intensidade e duração para exercicios físicos, indicada por diversos autores: 
 
AUTOR DURAÇÃO INTENSIDADE 
WEINECK (1991 ) 45 min. 50% FC máxima (início) 
70 a 80% FC máxima 
MCARDLE ( 1986 ) 20 a 40 min 60 a 80% FC máxima 
FARO JR, LOURENÇO E BARROS NETO (1996c) 20 a 30 min 
 
20 a 60 min 40 a 50% FC máxima (início) 
50 a 85% FC máxima (progressão) 
60 a 90% FC máxima (manutenção) 
MATSUDO & MATSUDO ( 1992 ) 20 a 60 min 50 a 74% FC máxima 
12 a 13 (Escala de Borg ) 
SKINNER (1991) 45 min. 
 6 
 
(mínimo) baixa a moderada 
40% FC máxima (mínimo) 
50 a 70% FC máxima 
LEITE (1990) 50 a 85 min 65 a 85% FC máxima 
MARQUES ( 1996 ) 20 min 60 a 70% FC máxima 
ACSM (1994) 20 a 40 min determinada no teste de esforço 
YAZBEK & BATISTELLA ( 30 a 30 min de acordo com a capacidade individual 
 
 
Para Weineck(1991) a transição entre o programa mínimo (1 sessão semanal de 45 minutos) e o 
programa ideal (3 sessões semanais de 45minutos), deveria ser efetuada paulatinamente e de 
acordo com as condições individuais do idoso. A intensidade das cargas de resistência deve ser 
equivalente a 50 % da capacidade circulatória máxima, no início, depois cerca de 70 a 80 % 
(ibid.); quanto a esse aspecto, Faro Jr, Lourenço & Barros Neto (1996c) defendem que a 
duração das atividades aeróbias pode variar de 20 a 60 minutos de trabalho continuo, o 
programa poderia iniciar com 20 a 30 minutos ou com sessões múltiplas de 10 minutos (sujeitos 
destreinados). Em relação a determinação da freqüência semanal ideal foram sugeridos os 
critérios apresentados no quadro abaixo (ibid.). A determinação desses parâmetros, no entanto, 
pode variar de pessoa para pessoa de acordo com as preferências e limitações impostas pelo 
estilo de vida e disponibilidade de tempo; podem, ainda, exercer um impacto significativo na 
aderência ao exercício tendo em vista que as atividades de maior duração estão associadas a 
altos índices de abandono dos programas. 
 
QUADRO 03 - Seleção do número de sessões semanais a partir da capacidade funcional em 
METs 
 
 
Capacidade funcional em METs N.0 de sessões semanais 
< 3 Mets múltiplas sessões diárias 
3 a 5 Mets de 2 a 3 sessões 
> 5 Mets de 3 a 5 sessões 
 
 
 
Para Matsudo & Matsudo (1992) a intensidade do esforço físico deverá corresponder a uma 
fração de 50 a 74 % do VO2 máximo ou da freqüência cardíaca máxima; uma escala visando a 
determinação da percepção subjetiva de esforço pode ser um recurso bastante útil na 
verificação da intensidade dos exercícios, recomenda-se adotar níveis entre 12-13 da escala 
proposta por Gunnar Borg que varia de 6 a 20. Um outro assunto que merece destaque diz 
respeito a estratégia empregada para estimativa da freqüência cardíaca máxima, quanto a esse 
aspecto Weineck (1991) sugere que, em programas dirigidos a iniciantes idosos, possa ser 
utilizada a seguinte estratégia: FCM = 180 - idade (anos). 
 
Um aspecto relevante - já citado - é a grande variabilidade na indicação dos parâmetros 
intensidade e duração, observada a partir da presente revisão, as figuras 01 e 02 ilustram esse 
aspecto. 
 
 
FIGURA 01 - Duração das sessões de exercicios fisicos para a 3a idade, variações nas 
recomendações constantes de algumas publicações. 
 7 
 
 
 MINUTOS 
 
. 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 
MÍNIMO . ------------------ ------------------ ------------------- --------- . . . 
MÁXIMO . . ------------------ ------------------- ----------------- ------------------ -------------- --------- 
 
 
 
 
FIGURA 02 - Intensidade da sessão de exercicios fisicos para a 3a idade, variações nas 
recomendações constantes de algumas publicações. 
 
Fração da capacidade funcional 
 
 
. 40% 50% 65% 70% 85% 90% 100% 
MÍNIMO . ---------- -------------------- -------------------- --------- . .. .. 
MÁXIMO . . ------------ -------------------- ------------------- ------------------- --------------- . 
 
 
 
 
 
MODO DE PROGRESSÃO E CARACTERÍSTICAS DOS PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS 
QUANTO AOS COMPONENTES FORÇA MUSCULAR E FLEXIBILIDADE: 
Existem poucas indicações, na literatura, sobre a forma de progressão (modificação) das 
atividades na sessão e durante o programa de exercícios; não se verifica, também, uma 
preocupação muito grande com relação a delimitação de parâmetros para prescrição de 
atividades neuromusculares, todavia, sabe-se da importância da força muscular e da 
flexibilidade na terceira idade (Skinner, 1991). 
Nesse sentido, vale destacar ainda que Matsudo & Matsudo (1992) apontam a manutenção da 
mobilidade e a proteção contra as lesões, como importantes benefícios derivados das atividades 
visando o fortalecimento muscular em programas dirigidos a idosos. Recomenda-se que as 
atividades neuromusculares devem ser realizadas no mínimo 2 vezes por semana, envolvendo 
grandes grupos musculares e com baixo nível de incremento de cargas; em programas visando 
o fortalecimento muscular as tarefas devem exigir, no máximo, um terço da força máxima (Rost 
apud Weineck, 1991). Em relação aos exercícios de alongamento, recomenda-se um freqüência 
semanal diária, com a realização de exercícios envolvendo as articulações da coluna, ombros e 
quadris, indica-se ainda que sejam realizadas de 1 a 3 séries e 15 repetições para cada 
exercício. 
A progressão dos exercícios deverá variar de acordo com a intensidade, assim se a carga atual 
for leve os incrementos podem ser semanais, se as cargas são moderadas, somente, após 2 ou 
3 semanas, porém, é importante considerar que o idoso requer mais tempo para obter benefícios 
em um programa regular de exercícios, em linhas gerais, sabe-se que é possível progredir de 
um nível moderado para um mais rigoroso em 4 ou 6 semanas, até se alcançar o nível de 
manutenção.Para Weineck (1991) o incremento da carga, em iniciantes, deve ser realizado 
sempre por meio de um aumento na abrangência e só depois na intensidade das atividades. 
Faro Jr., Lourenço & Barros Neto (1996c) sugerem que o ritmo de progressão dos exercícios irá 
depender da idade, condições de saúde, capacidade funcional, preferências pessoais e 
 8 
objetivos, para as pessoas aparentemente saudáveis a progressão comporta três estágios: 
a)início (4 a 6 semanas de atividade leve); b)aprimoramento (4 a 6 meses com aumentos 
graduais) e; c)manutenção (após 6 meses modificar ou manter o programa). Quanto a esse 
assunto, Skinner(1991) defende que em cada nível do programa deve ser despendido o maior 
tempo possível, para garantir uma maior adaptação antes de se promover aumentos na 
freqüência, duração ou intensidade.CONCLUSÕES 
 
O declínio das capacidades físicas e as modificações fisiológicas decorrentes do envelhecimento 
são aspectos fundamentais para a elaboração de programas de exercícios para idosos. Viu-se 
que os objetivos desses programas deverão estar diretamente relacionados com as alterações 
decorrentes do processo de envelhecimento, assim as metas associadas a prática de exercícios 
deveriam ser: melhoria da qualidade de vida, retardamento das alterações fisiológicas, melhoria 
das capacidades motoras e benefícios sociais, psicológicos e físicos. 
 
Quanto a composição da sessão de exercícios existem referências, nos trabalhos consultados, 
em relação aos seguintes componentes: a) aquecimento, incluindo exercícios de alongamento e 
atividades físicas de baixa intensidade; b) parte principal, incluindo exercícios de resistência 
aeróbia, força e resistência muscular e; c) volta à calma, incluindo exercícios de alongamento. 
Quanto a esse assunto, uma grande lacuna observada diz respeito a disposição seqüencial 
adequada, do mesmo modo, falta um maior esclarecimento sobre a função e organização das 
atividades em cada um desses componentes. 
 
Não foram verificadas divergências quanto ao tipo e freqüência semanal, contudo, observou-se 
grandes variações na indicação da duração e intensidade recomendados em programas de 
exercícios dirigidos para idosos. 
 
Existiu uma abordagem diversificada quanto ao modo de progressão dos exercícios, além de 
existirem poucas referências na literatura a respeito das atividades visando desenvolvimento da 
força muscular e flexibilidade. 
Em face do exposto, sugere-se realizar outros estudos procurando definir com maior precisão: 
a)parâmetros para prescrição de exercícios dirigidos a idosos; 
b)disposição seqüencial adequada para os componentes de um programa de exercícios físicos; 
c)modo de progressão adequado em programas desenvolvidos com idosos. 
 
 
REFERÊNCIAS Bibliográficas 
ACSM. Prova de esforço e prescrição de exercício. Rio de Janeiro: Revinter, 1994, 431p. 
APELL, H. J.; MOTA, J. Desporto e envelhecimento. Revista Horizonte , São Paulo, n. 44, p. 43-
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