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Resumo SÍNDROME DO INTESTINO IRRITAVEL

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Síndrome do Intestino Irritável
Acadêmica: Emily Caroliny Souza Tibães
Conceito: é um termo aplicado a uma associação de
sintomas que consistem mais frequentemente de dor e
distensão abdominal, constipação e diarreia. Muitos
pacientes com SII alternam períodos de diarreia com
constipação. Caracteriza-se por uma doença funcional, já
que possui ausência de anormalidades estruturais e
bioquímicas em todos os exames complementares,
laboratoriais e de imagem; acompanhado de pelo menos
duas das características a seguir: relação com evacuação,
associação com alterações na frequência de evacuação ou
consistência das fezes. O diagnóstico é primariamente
clínico. O tratamento é sintomático, consistindo em
manejo dietético e tratamento farmacológico, incluindo
anticolinérgicos e agentes que atuam nos receptores de
serotonina.
Epidemiologia: é mais comum nas mulheres.
Geralmente, presume-se que a SII se apresenta mais
comumente entre os 30 e 50 anos, mas também é comum
na população pediátrica, na qual os sintomas foram
tradicionalmente chamados de dor abdominal recorrente.
ETIOLOGIA: A causa da SII é desconhecida. Não foi
encontrada uma causa anatômica em exames laboratoriais,
radiográficos e biópsias. Fatores emocionais, dietéticos,
farmacológicos ou hormonais podem precipitar ou agravar
os sintomas gastrointestinais. Historicamente, o transtorno
foi considerado muitas vezes como puramente
psicossomático e a SII é mais compreen- dida como uma
combinação de fatores psicossociais e fisiológicos. Alguns
pacientes têm distúrbios de ansiedade, depressão ou um
transtorno de somatização, sendo comum coexistirem
distúrbios do sono.
A hiperalgesia visceral refere-se à hipersensibilidade a
quantidades normais de distensão intraluminal e percepção
elevada da dor na presença de quantidades normais de
gases intestinais, que pode resultar da remodelação das
vias neurais no eixo encéfalo-intestino. Alguns pacientes
relatam que seus sintomas começam após um episódio de
gastroenterite aguda (denominada SII pós-infecciosa).
A constipação pode ser explicada pelo trânsito mais lento
do cólon e a diarreia pelo trânsito rápido no cólon. Alguns
pacientes com obstipação têm menos propagação de
contrações colônicas de alta amplitude, que impulsionam o
conteúdo do cólon por diversos segmentos. Por outro lado,
a atividade motora excessiva do sigmoide pode atrasar o
trânsito na constipação funcional.
O desconforto abdominal pós-prandial pode ser atribuído a
um reflexo gastrocólico exagerado (a resposta contrátil do
cólon a uma refeição), à presença de propagação de
contrações colônicas de alta amplitude, hiperalgesia
visceral ou uma combinação desses fatores. A ingestão de
gordura pode aumentar a permeabilidade intestinal e
exagerar a hipersensibilidade. A ingestão de alimentos
ricos em oligossacarídeos fermentáveis, dissacarídeos,
monossacarídeos e polióis (denominados coletivamente
FODMAPs) é fracamente absorvida no intestino delgado e
pode aumentar a motilidade e secreção colônicas.
As flutuações hormonais afetam a função intestinal em
mulheres. A sensibilidade retal está aumentada durante a
menstruação, mas não durante outras fases do ciclo
menstrual. Os efeitos dos esteroides sexuais sobre o
trânsito digestivo são sutis. O papel do supercrescimento
bacteriano do intestino delgado na SII é controverso.
Sintomas: Pacientes portadores de SII relatam dor e
desconforto abdominais recorrentes seguidos de um ou
mais dos seguintes sintomas: Mudança do hábito intestinal
(constipação ou diarreia); Melhora total ou parcial da dor
após evacuação; Distensão abdominal e flatulências.
Os sintomas podem estar presentes por meses, o que
interfere diretamente na qualidade de vida dos pacientes.
Entretanto, as queixas relatadas na SII são muito
semelhantes aos sintomas de outras afecções do trato
gastrointestinal, o que dificulta o diagnóstico.
A SII tende a começar na adolescência e em torno dos 20
anos, exacerbando os sintomas que recorrem em períodos
irregulares.
Têm desconforto abdominal que varia consideravelmente,
mas em geral está localizado no abdômen inferior, é de
natureza constante ou em cólicas e está relacionado com a
defecação.
Embora os padrões intestinais sejam relativamente
consistentes na maioria dos pacientes, não é incomum que
os pacientes alternam entre constipação e diarreia. Os
pacientes também podem ter sintomas de alteração da
passagem das fezes (esforço, urgência ou sensação de
evacuação incompleta), eliminação de muco ou queixar-se
de meteorismo ou distensão abdominal. Muitos pacientes
també apresentam sintomas de dispepsia. Sintomas
extraintestinais (p. ex., fadiga, fibromialgia, distúrbios do
sono, cefaleia crônica) são comuns.
As doenças comuns que podem ser confundidas com SII
incluem: • Intolerância à lactose • Diarreia induzida por
fármacos • Síndrome pós-colecistectomia • Abuso de
laxantes • Doenças parasitárias (p. ex.,giardíase)
Complicações: Essa afecção não está relacionada com
complicações graves do quadro de saúde do paciente.
Trata-se de uma doença benigna e com boa evolução, se
abordada adequadamente. Sinais de alarme como
sangramento, perda de peso, desidratação e desnutrição
grave descartam o quadro de doença funcional. Caso
estejam presentes, esses sinais devem ser investigados
cautelosamente.
Diagnóstico: O diagnóstico da síndrome do intestino
irritável é clínico, sendo imprescindível que haja uma boa
relação médico-paciente. Não há nenhum exame
específico para comprovação dessa síndrome, porém
alguns exames podem ser solicitados para exclusão de
outra doença do trato gastrointestinal. A pesquisa de
supercrescimento bacteriano do intestino delgado
(SCBID), por meio do teste respiratório, pode ser
necessária de acordo com a intensidade dos sintomas
apresentados pelo paciente.
Os critérios de Roma são critérios padronizados com base
em sintomas para o diagnóstico de SII. Os critérios de
Roma requerem a presença de dor abdominal durante pelo
menos 1 dia/ semana nos últimos 3 meses, juntamente com
≥ 2 dos seguintes (1):
• Dor relacionada à defecação.
• A dor está associada com uma alteração na frequência de
defecação.
• A dor está associada a uma mudança na consistência das
fezes.
Exame físico: Os pacientes geralmente parecem saudáveis.
A palpação do abdome pode revelar desconforto, em
particular no quadrante inferior esquerdo, algumas vezes
em associação com um sigmoide palpável e sensível. O
toque retal, incluindo teste para presença de sangue oculto,
deve ser realizado se houver suspeita de sangramento. Em
mulheres, o exame pélvico ajuda a afastar tumores
ovarianos e cistos ou endometriose, que podem mimetizar
SII.
Muitos pacientes com SII são submetidos excessivamente
exames; mas deve-se considerar:• Hemograma completo.•
Perfil bioquímico (incluindo testes de função hepática).•
Marcadores serológicos para doença celíaca (IgA
transglutaminase tecidual com nível de IgA). • Exame de
fezes para ovos e parasitas (em pacientes com
predominância de diarreia). • Tireotropina e cálcio para
pacientes com constipação. • Sigmoidoscopia flexível ou
colonoscopia.
Tratamento: Muitos pacientes identificam que
determinados alimentos ou bebidas estão relacionados com
a piora dos sintomas. Estudos recentes demonstraram que
uma dieta rica em alimentos altamente fermentáveis,
conhecidos como FODMAPs exacerbam os sintomas da
SII. Trata-se de carboidratos de cadeia curta que não são
completamente digeridos ou absorvidos e,
consequentemente, são fermentados no intestino.
Dessa forma, é imprescindível que o paciente seja bem
avaliado e encaminhado para um nutricionista capacitado
para elaborar uma dieta adequada e que esteja relacionada
com a redução dos sintomas relatados.
Apoio e compreensão
• Dieta normal, evitando alimentos produtores de gases e
diarreia
• Aumento da ingestão de fibras para constipação
• O tratamento farmacológico é direcionado aos sintomas
principais.
Terapia medicamentosa: O tratamento farmacológico é
direciona do aos sintomas principais. Fármacos
anticolinérgicos (p. ex.,hioscina, 0,125mg, VO, 30 a 60
min antes da refeições) podem ser utilizados por seus
efeitos antiespasmódicos.
Em pacientes com SII com predomínio de constipação
(SII-C), a lubiprostona, um ativador do canal de cloreto, 8
mg ou 24 mg, VO, 2 vezes/dia e a guanilato-ciclase C, um
agonista de linaclotide, 145 mg ou 290 mg, VO, 1 vez/ dia
pode ser útil. Laxantes de polietile no glicol não foram
bem estudados Na SII. Contudo, mostraram ser eficazes
para utilização na constipação crônica e para lavagem
intestinal antes de uma colonoscopia e são, portanto,
frequentemente usados na SII-C. Em pacientes com SII
(SII-D) em que a diarreia predomina, difenoxilato 2,5 a
5mg VO ou loperamida 2 a 4 m podem ser administrados
antes das refeições. A dose de loperamida deve ser titulada
para cima para reduzir a diarreia, evitando a constipação.
A rifaximina é um antibiótico que mostrou aliviar os
sintomas de meteorismo e dor abdominal e ajudar a
diminuir o amolecimento das fezes nos pacientes com
SII-D. A dose recomendada de rifaximina para a SII-D é
de 550 mg, VO, 3 vezes/dia, durante 14 dias. A alosetrona
é um antagonista do receptor 5-hidroxitriptamina
(serotonina) 3 (5HT3) que pode ser bené fico para
mulheres com SII-D grave refratária a outros fármacos.
Como a alosetrona está associada à colite is- quêmica, seu
uso nos EUA está sob um programa de prescrição restrito.
O eluxadoline tem atividade mista sobre o receptor de
opioide e é indicado para o tratamento da SII-D.
Para muitos pacientes, os ADT ajudam a aliviar os
sintomas de diarreia, dor abdominal e flatulência.
Acredita-se que esses fármacos reduzam a dor ao
infrarregular a atividade da coluna ver tebral e as vias
corticais aferentes que chegam do intestino. Os ADT do
tipo amina secundária (p. ex., nortriptilina, desipramina)
quase sempre são mais tolerados do que sua semelhante
amina terciária (p. ex., amitriptilina, imipramina,
doxepina), porque apresentam menos efeitos adversos
anticolinérgicos, anti-histamínicos sedativos e
alpha-adrenérgicos. O tratamento deve começar com uma
dose muito baixa de um ADT (p. ex., desipramina 10 a 25
mg, 1 vez/dia, ao deitar), aumen- tando conforme
necessário e tolerado até cerca de 100 a 150 mg, 1 vez/dia.
Os ISRS ás vezes são usados em pacientes com ansiedade
ou transtorno afetivo, mas estudos não mostraram um
benefício significativo em pacientes com SII, além de eles
poderem agravar a diarreia.
Dados preliminares sugerem que certos probióticos (p. ex.,
Bifidobacterium infantis) aliviam os sintomas da SII,
especialmente a distensão. Os efeitos benéficos dos
probióticos não são genéricos para toda a espécie, mas
específicos para determinadas estirpes. Certos óleos
aromáticos (carminativos) podem relaxar a musculatura
lisa e aliviar a dor secundária a cólicas em alguns
pacientes. O óleo de hortelã é o agente de uso mais comum
dessa classe.

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