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TREINAMENTO FUNCIONAL E A TERCEIRA IDADE

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TREINAMENTO FUNCIONAL E A TERCEIRA IDADE
1. INTRODUÇÃO 
 No século passado notou-se um aumento abrupto na expectativa de vida da população mundial. A maioria das sociedades, que se encontram cercadas de tecnologia, está envelhecendo em uma dimensão exponencial e este fenômeno é verificado em todo o mundo.
 Um estudo realizado por Pain1 sobre o envelhecimento populacional brasileiro mostra que este fato vem ocorrendo há décadas, com progressivos aumentos ano após ano, comparado ao que foi verificado nos países mais desenvolvidos. Este estudo aponta ainda que por volta do ano de 2025, com uma expressiva população idosa (34 milhões de pessoas, correspondendo a 13,8% da população), o Brasil enfrentará problemas que são passados atualmente por países europeus, sendo que estes ainda não conseguem obter grandes sucessos para desenvolver uma infraestrutura eficiente às necessidades destas pessoas, apesar de se tratarem de populações afluentes. 
 Com o passar dos anos, nossas atividades diárias começam a ser realizadas com mais dificuldades e começamos a perder a autonomia de alguns movimentos rotineiros, isso se justifica pelo processo natural do ser humano, que é o processo de envelhecer. Raso2 comenta que a principal consequência do processo de envelhecimento é a diminuição da capacidade de realizar as atividades de vida diária sem auxílio, sendo que o declínio da capacidade funcional está diretamente associado à dependência física.
 Observando estes fatos torna-se imprescindível uma mobilização de vários setores e órgãos competentes ligados à área da saúde e bem-estar, com o intuito de alertar, esclarecer e educar a população como um todo e em especial os idosos, da importância da prevenção e manutenção da saúde e qualidade de vida para se possa ter uma velhice bem sucedida, diminuindo os riscos de doenças e outros problemas que levariam a um estado de morbidade ou até à mortalidade. Acredita-se que a participação do idoso em programas de exercícios físicos regular poderá influenciar no processo de envelhecimento, com impacto sobre a qualidade e expectativa de vida, melhoria das funções orgânicas, garantia de maior independência pessoal e um efeito benéfico no controle, tratamento e prevenção de diversas doenças3.
 O aumento da expectativa de vida proporciona às pessoas um maior período de tempo para sintetizar e culminar a realização de seus projetos de vida. Porém, para que isso ocorra, é necessário que a velhice seja vivida com qualidade4. Lembrando que expectativa de vida ativa termina quando a saúde de uma pessoa se deteriora a ponto de provocar a perda da sua independência nas atividades da vida cotidiana, tornando-se dependente de outros ou de algum tipo de assistência5. 
 Diversos estudos já comprovaram que a prática de exercícios físicos é a melhor forma de reduzir as chances de um processo de envelhecimento dorido e difícil, evitando fraqueza muscular, falta de mobilidade articular, desvios posturais, obesidade, sedentarismo e muitas vezes, muitas dores. E buscamos compreender como o treinamento funcional pode auxiliar nesse processo. OKUMA6 ressalta ainda que grande porcentagem de pessoas acima de 60 anos tem algum tipo de dificuldade para realizar atividades cotidianas.
 O treinamento funcional, hoje em dia, é um dos métodos de treinamento que mais cresceu no país e no mundo. Diante dessa situação, diversos profissionais vêm se utilizando do treinamento funcional para atingir os mais diversos objetivos com seus clientes (desde a melhora da qualidade de vida até o aumento do desempenho). A grande vantagem, segundo os próprios clientes e profissionais, é a dinâmica e, consequentemente, a motivação proporcionada pelo treino7.
 Por ser um estilo de treinamento que nos proporciona trabalhar o corpo por um todo, o treinamento funcional pode ser uma das ferramentas para treinar e evitar problemas físicos, tais como atrofias articular e muscular, limitação de movimentos, dores; melhorando assim nossa qualidade de vida, mantendo a independência para realizar as atividades diárias, proporcionando uma velhice saudável e livre de enfermidades8.
 Esta pesquisa tem como objetivo investigar como o treinamento funcional pode ser benéfico no processo de envelhecimento, especificamente para adultos de 30 a 65 anos, apresentando os benefícios adquiridos pela prática. Utilizando como metodologia a revisões bibliográficas de artigos científicos. 
2. TREINAMENTO FUNCIONAL
2.1 Definição e Origem do Treinamento Funcional
 O Treinamento Funcional tem como definição o conjunto de exercícios praticados como preparo físico ou com fim de apurar habilidades, geralmente reproduzindo ações motoras que serão utilizadas pelo praticante em seu cotidiano7. 
 Segundo Monteiro9 este treinamento tem como princípio preparar o organismo de maneira íntegra, segura e eficiente através do centro corporal, chamado por core, que tem como significado “núcleo”.
 De acordo com Monteiro8 os primeiros a usarem as técnicas e métodos do treinamento funcional foram os profissionais das áreas de Fisioterapia e Reabilitação, já que foram os pioneiros na utilização de exercícios que imitavam os movimentos que os pacientes executavam em casa ou no trabalho durante a terapia, possibilitando um breve retorno às funções laborais após lesões ou intervenções cirúrgicas. 
 Na área da Educação Física, os primeiros a utilizarem o treinamento funcional foram os militares, nos EUA. Era utilizado para preparação em campos de guerra e para exercitar o corpo8.
 Essa modalidade de treinamento vem sendo muito difundida nos últimos tempos na área do condicionamento físico. Muitos profissionais de Educação Física, academias e studios têm aderido a essa metodologia, associando instabilidade na execução de exercícios físicos para conduzir os treinamentos, sejam eles voltados ao desempenho esportivo ou à melhora da qualidade de vida10. 
 Em um conceito mais técnico, Evangelista7 afirma que movimentos funcionais referem-se a movimentos integrados que envolvem redução, estabilização e produção de força. Em outras palavras, os exercícios funcionais referem-se a movimentos que mobilizam mais de um segmento ao mesmo tempo, que podem ser realizados em diferentes planos e que envolvem diferentes ações musculares: excêntrica, concêntrica e isométrica. Os exercícios devem “reproduzir” os movimentos que o indivíduo realiza no seu dia a dia. Para que este treinamento seja eficiente, a cadeia cinética funcional deve ser treinada na busca da melhoria de todos os componentes necessários para permitir ao praticante adquirir ou retornar a um nível ótimo de função. 
 2.2 Metodologia do Treinamento Funcional
 É um método dinâmico e convencional. Não limita idade nem nível de condicionamento físico, todos estão aptos a praticar. Tem como finalidade trabalhar o corpo de forma integral, ativando toda musculatura principalmente a estabilizadora. Pode-se também utilizar equipamentos como medicine ball, kettlebell, bolas suíças, elásticos, bands, bozu. O treinamento é baseado em todos os planos anatômicos: transverso, sagital, frontal e mediano a fim de atingir todos os músculos do corpo humano. Diferente de outras modalidades que trabalham o corpo de forma isolada, por partes11. Por isso a metodologia é conhecida por utilizar a integração do movimento, usando exercícios isolados e multiarticulares. E determinados padrões de movimento como: lançar, puxar, empurrar, agachar, carregar e levantar.
 Esse treinamento proporciona funcionalidade para as necessidades diárias, e vem sendo uma ferramenta para alcançar objetivos, podendo ser voltado para o esporte, bem estar físico, emagrecimento, força, definição ou para qualquer outro aspecto. Engloba exercícios que trabalham o corpo todo, onde ocorre a ativação de diversas musculaturas de forma naturalem diversos ângulos, tornando-se um exercício efetivo e mais interessante. Outro objetivo do treinamento funcional é fortalecer o núcleo do corpo conhecido popularmente como core, que é a região do reto abdominal, oblíquo interno e externo, quadrado lombar e glúteo de forma igualitária não visando apenas padrões estéticos10. 
 O treinamento funcional estimula o corpo humano de maneira a adaptá-lo para as atividades normais da vida cotidiana, Sendo que um aspecto essencial neste tipo de treinamento a ser bem explorado são os exercícios que estimulem a propriocepção, a força, a resistência muscular, a flexibilidade, a coordenação motora, o equilíbrio e o condicionamento físico12. 
 Vários dos objetivos desse método de exercício representam uma volta à utilização dos padrões fundamentais do movimento humano, como: empurrar, puxar, agachar, girar, lançar, dentre outros, envolvendo a integração do corpo todo para gerar um gesto motor específico em diferentes planos de movimento. Podendo assim ser realizado em ambientes fora das academias, tais como parques e residências. 
 
 2.3 Benefícios do Treinamento Funcional
 A essência do treinamento funcional está baseada na melhoria dos aspectos neurológicos, através de exercícios que desafiam os diversos componentes do sistema nervoso, o que estimula a adaptação deste, resultando em melhorias nas tarefas do dia-a-dia e nos gestos esportivos12.
 Monteiro9 afirma que o treinamento funcional pode influenciar na melhora de desenvolvimento da consciência cinestésica e controle corporal; melhora da postura; do equilíbrio muscular; diminuição da incidência de lesões, melhora da estabilidade articular, principalmente da coluna vertebral; aumento da eficiência dos movimentos; melhora do equilíbrio estático e dinâmico; melhora da força e coordenação motora; melhora da resistência central cardiovascular e periférica-muscular; melhora da lateralidade corporal; melhora da flexibilidade e propriocepção; 
3. MOVIMENTOS BÁSICOS E DESENVOLVIMENTO MOTOR DOS 30 A 65 ANOS. 
 O desenvolvimento motor é um processo que se inicia na concepção e encerra-se na morte. Quando pequenos, os aspectos motores sofrem diversas mutações continuando até a fase adulta, melhorando a capacidade de resolver inúmeras situações. Essa fase dos 30 aos 45 anos é classificada como a Idade Adulta Jovem (período de fixação dos 30 aos 40 anos), Meia Idade (transição para meia idade, dos 40 aos 45 anos), Idoso (acima de 60 anos). Pode ser estudado como um processo ou produto onde é realizada a interpretação do desenvolvimento motor que envolve necessidades biológicas implícitas, ambiental e ocupacional. Quando analisamos o produto, o desenvolvimento motor é considerado como descritivo, e compreendido por fases “período neonatal, infância, adolescência e idade adulta”13.
 A progressão de movimentos é considerada uma forma de incluir variações nos padrões de movimentos como: velocidade, força, resistência, gerando uma evolução nas capacidades motoras do individuo, sendo definida por alguns autores como habilidades bimotoras. São capacidades motoras divididas em cinco categorias de movimentos básicos: locomoção, manipulação, estabilidade equilíbrio e troca de nível. Partindo dessas cinco categorias de movimento, é possível classificar cada uma de uma forma mais direcionada para a prática do nosso cotidiano, identificando o repertório motor humano baseado nas capacidades motoras dos adultos na meia idade. São movimentos básicos e fundamentais para a vida humana, pois em todo momento realizamos esses movimentos de forma mais apurada ou grosseira, dependendo da necessidade momentânea, por exemplo: pegar e soltar algum objeto, ou chutar alguma coisa. Esses aspectos estão dentro das classificações de capacidade motora13.
 Envelhecimento, segundo Barbanti14 é a designação para qual um complexo de manifestações que leva a um encurtamento da expectativa de vida com o aumento da idade. É a alteração irreversível da substância viva como função do tempo, dando manifestações de desgaste. Processo biológico que leva a limitação das possibilidades de adaptação do organismo e o aumento de possibilidade de mover, reduzindo assim a capacidade de desempenho físico e mental do indivíduo, além de consequência das alterações, que os indivíduos demonstram, de forma característica, com o progresso do tempo da idade adulta até o fim da vida.
 Estudiosos têm utilizado critérios que combinam status funcional com nível de saúde que correspondem às aplicações práticas do dia –a – dia para definir um único modelo que categorize a grande variabilidade de idosos15. Têm usado como referência as atividades da vida diária para definir se um idoso é ou não capaz de viver independentemente.
 Para Andreotti16, um dos elementos que determinam a expectativa de vida ativa ou saudável é a independência para a realização de Atividades de Vida Diárias (AVD). São classificadas em: AVDs – aquelas que determinam o desempenho funcional do indivíduo levando em consideração os desempenhos físicos, psíquicos e sociais, ou seja, autocuidado; Básicas (ABVDs) – englobam desempenhos como ter controle da continência, transferir – se de um local para outro, utilizar o banheiro, vestir – se; Avançadas (AAVDs) – aquelas aonde o desempenho vai além do instrumental, muitas são funções que as pessoas sustentam durante suas experiências diárias em atividades sociais, religiosas ou físicas, é a manutenção da independência; e Instrumentais (AIVDs) – trata das possibilidades do indivíduo se adaptar ao meio em que vive com a utilização de instrumentos, equipamentos, ou seja, realizar funções necessárias para viver sozinho.
 Considerando o envelhecimento como um processo multidimensional e singular, identificam cinco categorias hierárquicas que detectam os diferentes níveis de capacidade funcional em idosos: Nível I (Fisicamente Incapaz – indivíduos que não realizam nenhuma AVD e tem total dependência de outros e Fisicamente Dependentes – realiza algumas ABVDs: caminha pouco, banha – se, alimenta – se..., necessita de cuidados de terceiros); Nível II (Fisicamente Frágil – realiza tarefas domésticas leves, prepara seu alimento, faz compras leves, pode realizar algumas AIVDs e todas as ABVDs); Nível III (Fisicamente Independente – é capaz de realizar todas as AIVDs, trabalhos físicos leves, cuidar da casa e ter hobbies. Atividades que demandem baixo gasto energético. Está sujeito a passar para o nível II pois possuem baixas reservas físicas. Geralmente sedentários); Nível IV (Fisicamente Apto/ Ativo - realiza trabalhos físicos moderados, esportes de resistência e jogos. Capaz de realizar todas as AAVDs e a maioria dos hobbies. Tem aparência física mais jovem que seus pares da mesma faixa etária) e Nível V (Atletas – realiza atividades competitivas, podendo competir em nível internacional e praticar esportes de alto risco)16.
 Percebemos então, que com a mobilidade limitada e a pobre performance física do idoso que contribuem negativamente para o desempenho das AVDs, como levantar – se de uma cadeira, incrementam a incidência e a prevalência de acidentes (especialmente as quedas), tornando esse segmento populacional mais suscetível aos longos períodos de mobilidade. Com o decorrer dos anos, o idoso fica delimitado, perdendo o condicionamento necessário para cuidar sozinho de atividades domésticas, sociais e da vida diária, bem como se manter independente em casa, caracterizando a capacidade funcional17. 
 
 
4. A FALTA DE REPERTÓRIO MOTOR E SUAS CONSEQUÊNCIAS.
 Não há máquina mais perfeita que o corpo humano, um rico sistema repleto de habilidades inatas, cujos potenciais de movimento são frequentemente subaproveitados. Uma criança, por exemplo, é capaz de agachar para apanhar um objeto com a postura correta naturalmente, mas tende a assimilar padrões errôneos de movimentaçãoao longo da vida11.
 O período da meia idade pode levar a um declínio das capacidades articulares reduzindo sua amplitude, músculos atrofiam e estabilizadores não conseguem realizar suas funções. O corpo começa a fazer adaptações, passando a desenvolver desvios posturais, com a necessidade de compensar o que está limitado, dando inicio a dores que vão piorando, conforme o individuo vai envelhecendo e não praticando a atividade física13. 
 A falta de repertório motor pode estar associada a diversos fatores, sendo influenciada pelo ambiente externo ou interno. No ambiente interno está vinculada à falta de vivencia quando criança ou problema no desenvolvimento neste período, esses aspectos podem influenciar da meia para a terceira idade, por não terem sido desenvolvidas determinadas capacidades, não havendo o estímulo necessário para se desenvolver18.
 O sedentarismo também está relacionado à falta do repertório motor. Por não praticarem nenhuma atividade, são mais propícios a ter o repertório motor reduzido. Junto a esse fato, os hábitos alimentares hereditários poderão resultar em obesidade ajudando a desenvolver diversas patologias como: diabetes, problemas cardiovasculares entre outros18. 
 A falta de repertorio motor na meia idade pode levar a um declínio nas capacidades articulares reduzindo sua amplitude, músculos atrofiam e estabilizadores não conseguem realizar sua função. O corpo começa a fazer adaptações, passando a desenvolver desvios posturais, com a necessidade de compensar o que está limitado, dando inicio a dores que vão piorando, conforme o individuo vai envelhecendo e não praticando a atividade física19.
5. CONSIDERAÇOES FINAIS
 O aumento da expectativa de vida é uma realidade, e o fato da população não estar preparada para envelhecer, infelizmente, também. A procura por uma melhor qualidade de vida tem aumentado muito nos últimos anos. E a população está começando a entender que exercícios físicos estão intimamente ligados a saúde e bem estar. 
 Cabe aos profissionais da Educação Física prescrever treinos de forma individualizada, visando os objetivos e necessidades dos alunos. Num momento onde surge o Treinamento Funcional como opção de método de treino, precisamos instruir e orientar os alunos de seus benefícios. Com base nos diversos estudos, é possível afirmar que desde o mais sedentário dos indivíduos até os atletas de altíssimo nível podem recuperar e ganhar cada vez mais inteligência corporal de movimentos, pelo Treinamento Funcional. 
 Compreendendo os desafios de cada cliente e utilizando ferramentas universais e métodos que se adaptam a diferentes situações e perfis dos praticantes, cria-se, consequentemente, um processo de avaliação constante, que garantirá melhorias progressivas ao próprio treino como afirma D’Elia11.
 Sabemos que a musculação é de suma importância para um envelhecimento saudável e independente, visto que o fortalecimento dos músculos é vital para nos manter ativos e independentes. Já o Treinamento Funcional consegue desenvolver nossas capacidades físicas básicas ( velocidade, coordenação motora, flexibilidade, agilidade, força, equilíbrio e resistência) reproduzindo durante os treinos, movimentos que fazemos no nosso dia-a-dia. 
 O ideal seria unir as duas modalidades, intercalando treinos funcionais com musculação, trabalhando o corpo de forma completa, conquistando força muscular e adquirindo resistência, melhorando o equilíbrio, a coordenação, velocidade, agilidade, potencia. Sendo assim mantemos o corpo ativo para um envelhecimento natural e saudável.
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS 
1- PAIN, B. M, MATSUDO, S. M.M, ANDRADE, E. L, BRAGGION, G. F, MATSUDO, V. K. R. Efeito de um programa de atividade física na aptidão física e na auto percepção da aptidão física em mulheres acima de 50 anos de idade. Revista Atividade Física & saúde, 6 ( 3) : 50 – 62 , 2001.
2- RASO, V. Exercícios com pesos para mulheres idosas: a experiência do Celafiscs. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília, 8 (2): 41 - 49, 2000.
3- MATSUDO, S. M. MATSUDO, V. K. R., Prescrição e Benefícios da Atividade Física na Terceira Idade. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, São Paulo. 5 (4): 19 -30, 1992.
4- OKUMA, S. S, ANDREOTTI, R. A, LARA, A. R. F, MIRANDA, M. L, SUCKOW, L. Implantação do programa de atividade física para autonomia para pessoas idosas. São Paulo, Departamento de Pedagogia do Movimento do Corpo Humano/ EEFEUSP,1995.
5- HAYFLICK, L. H. Como e por que envelhecemos. Rio de Janeiro: Campos, 1996.
6- OKUMA, S. S, O significado da Atividade Física para o idoso: um estudo fenomenológico. São Paulo. Tese (Doutorado). Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, 1997.
7- EVANGELISTA A L, MACEDO J, Treinamento funcional e core training: exercícios práticos aplicados - 1. ed. - São Paulo : Phorte, 2015.
8- MONTEIRO A.G., EVANGELISTA A.L. Treinamento Funcional: uma abordagem prática. 3°edição – São Paulo – Editora Phorte, 2015.
9- MONTEIRO, A; CARNEIRO. T; O que é Treinamento Funcional?. www.arthurmonteiro.com.br. [s.l.] 20 de abril de 2010. Disponível em http://www.arturmonteiro.com.br/2010/04/o-que-e-treinamento-funcional/; Acesso em 23 de abril de 2012.
10- BOSSI LC, Treinamento Funcional na Musculação. 2ª Edição – revisada e ampliada. Editora Phorte. SP, 2013.
11- D’ELIA L. Guia do treinamento funcional. Editora Phorte. SP, 2013.
12- FRANCISCO, B B; VIEIRA, L F M L; SANTOS, M V. Benefícios do treinamento funcional na musculatura abdominal - Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano. UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2012. 
13- GALLAHUE DL, OZMUN JC. Compreendendo o desenvolvimento Motor bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3ª edição. Editora Phorte. 2002.
14- BARBANTI,J. V. Dicionário de Educação Física e do Esporte. 1ª ed., São Paulo: Manole, 1994.
15- MATSUDO, S. M. M, Avaliação do Idoso – Física & Funcional – 2. ED. Londrina PR : MEDIOGRAF, 2005.
16- ANDREOTTI, R. A, OKUMA, S. S. Validação de uma bateria de testes de atividades da vida diária para idosos fisicamente independentes. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo. v.13, n. 1, p.46 – 66, 1999.
17- CAMPOS, M. A. Musculação: diabéticos, osteoporóticos, idosos, crianças, obesos. Rio de janeiro: Sprint, p. 79 – 100, 2000.
18- BOYLE M, Avanços do treinamento funcional. Tradução: Cavalcanti A. Botelho C. Revisão técnica: Ivan Jardim – Porto Alegre. Editora Artmed. 2015. 
19- MALHEIROS F, Padrões fundamentais de movimento. SP, 2011.

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