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Paternidade/maternidade socioafetiva, multiparentalidade e a possibilidade de reconhecimento em cartório.
Centro universitário Tiradentes- Unit
Aluna: Isabelle Cordeiro Bezerra Pereira 
Professora: Maria Carmen Araújo De Castro Chavez.
O que é paternidade/maternidade socioafetiva e multiparentalidade?
Desde os primórdios o conceito de família se resumia a questões genéticas biológicas, estabelecidas através do casamento ou da união estável, porém nos últimos anos vem se modificando, tornando este conceito caduco, atualmente “família” está sendo considerada nos mais diferentes moldes, são diversos os arranjos familiares que vem sendo aceitos, sendo imprescindível a existência do vínculo afetivo.
Sendo assim, passou a existir um parentesco familiar socioafetivo, de fator psicológico, que se externa através das relações e dos sentimentos, isso aumentou o conceito de paternidade/ maternidade, tornando possível a filiação que surge de um vínculo afetivo, de um sentimento de amor, responsabilidade e cuidado independente do vínculo biológico.
A multiparentalidade nada mais é que a existência simultânea dos vínculos de paternidade/maternidade socioafetivos e biológicos, ou seja a possibilidade de se ter pais tanto socioafetivos quanto biológicos ao mesmo tempo.
Qual importância do reconhecimento da paternidade/maternidade socioafetiva na vida do menor?
Com os mais diversos arranjos familiares e a diversidade das relações entre as pessoas são muitos os casos onde as crianças não tem reconhecimento do pai biológico, tem pai e mãe biológicos estabelecidos, porém não há convivência e relações afetivas com estes, ou até mesmo tem convivência e afeto e mesmo assim desenvolve relação de amor reconhecendo como pai/mãe também outra pessoa de seu convívio.
A criança tem diversas necessidades psicológicas, entre elas, amor, proteção, paciência, quando não atendidas a falta gera insegurança, muitas convivem com o sentimento de rejeição e de abandono, isso traz marcas e consequências negativas, as crianças encontram nos pais socioafetivos uma relação que preenche ou completa as suas necessidades, devolvendo a sensação de segurança que é essencial para um desenvolvimento pleno e saudável, minimizando sentimentos negativos e consequentemente diminuindo sofrimento psíquico.
Fator importante do reconhecimento da paternidade socioafetiva é que desde o inicio essa relação seja pautada na verdade, muitos reconhecem a paternidade como biológica quando a mesma na realidade é socioafetiva, essa atitude além de ser legalmente questionável, pode ser prejudicial para criança que tem sua identidade e sua história construída em cima de mentiras, isso no futuro pode gerar revolta e um sentimento de traição, gerando perda de confiança nos pais e nas outras pessoas. Ademais devemos entender que é pelo nome que o sujeito constitui sua identidade e se ver reconhecido legalmente, a exemplo tendo o sobrenome daquele a quem reconhece socioafetivamente como pai/mãe trás o sentimento de pertencimento, que também resulta em segurança emocional.
  
 
Previsão legal para que o reconhecimento da paternidade/maternidade socioafetiva seja feita em cartório de registro civil sem a necessidade de acionar a justiça.
Com o avanço da sociedade e a quebra de tabus em relação a filiação ilegítima, as questões da paternidade/maternidade socioafetivas vem sendo pauta de discussões jurídicas e de apreciação judicial há algum tempo, o vínculo socioafetivo trás uma força expressiva e por essa razão merece atenção e regulamentação.
 Foi pensando na relevância desse tema e na repercussão na vida dos envolvidos que o conselho nacional de justiça em novembro de 2017 editou o provimento nº 63 onde estabeleceu dentre outras matérias regras para o registro extrajudicial de filiação socioafetiva, o reconhecimento voluntário da paternidade/maternidade socioafetiva perante os oficiais de registro civil de pessoas naturais, ou seja, realizado diretamente em cartório. Atualmente o provimento nº 63/2017 foi alterado pelo provimento nº 83 de agosto de 2019.
O provimento nº 83 do CNJ foi editado alterando regras para o procedimento de reconhecimento extrajudicial da filiação socioafetiva, incluiu requisitos importantes e fortaleceu a atuação registral, garantindo maior segurança jurídica, de forma a ser plenamente incentivado, mas que não fosse concedido indiscriminadamente. 
 
 
Quais requisitos devem ser atendidos para que haja o reconhecimento de forma simplificada diretamente em cartório de registro civil?
 Para que seja possível o reconhecimento extrajudicial da filiação socioafetiva é necessário atender os requisitos estabelecidos, são eles:
· O vínculo afetivo deve ser estável e exteriorizado socialmente;
· O pai/mãe a ser reconhecido precisa ter atingido a maioridade civil;
· É necessário haver concordância dos pais biológicos, caso o filho seja menor de 18 anos;
· Os pais biológicos precisam estar presentes no dia do reconhecimento;
· Ser o filho maior de 12 anos e concordar com o reconhecimento;
· Precisa existir uma diferença mínima de 16 anos de idade entre o requerente e o filho;
· É necessária a comprovação ao registrador do vínculo afetivo por todos os meios em direito admitidos, ou seja a comprovação da posse do estado de filiação;
· Parecer favorável do ministério público.
 
O que a justiça quis alcançar com a medida que simplifica o reconhecimento da maternidade/paternidade socioafetiva?
A proposta do CNJ levou em consideração a imensa aceitação da doutrina e do entendimento dos tribunais a respeito da paternidade/maternidade socioafetiva, se baseia nos princípios da afetividade e da dignidade da pessoa humana para ao criar a medida, buscando o melhor interesse do menor com essa facilitação.
Há outros pontos importantes que o provimento buscou alcançar, como a facilitação do acesso a justiça e incentivo às resoluções extrajudiciais de conflitos, sendo assim trás benefícios importantes, pois assegura maior tangibilidade dos direitos do cidadão.
O reconhecimento da filiação de forma extrajudicial trás maior celeridade e de forma indireta ajuda a diminuir o número de processos judiciais, o que acaba sendo positivo, pois como se sabe o sistema judiciário brasileiro está sobrecarregado.
Como a multiparentalidade ocorre nessa situação, há prevalência dos direitos do pai biológico ou do pai socioafetivo?
Com o provimento é possível que a multiparentalidade também seja reconhecida de forma extrajudicial, ou seja, um menor que já tem pai e mãe biológica reconhecidos poderá ser reconhecido socioafetivamente, porém limita-se a 1 ascendente socioafetivo seja do lado paterno ou materno, sendo assim, de forma extrajudicial só poderá ter 1 pai e 2 mães ou 2 pais e 1 mãe, caso haja o interesse de se reconhecer mais um ascendente socioafetivo só poderá ser feito por via judicial. 
No que diz respeito aos direitos dos pais/mães quando há biológico e socioafetivo, nenhum dos ascendentes possui direitos superiores sobre o menor, os direitos em relação ao filho coexistem de forma harmônica, tanto os pais biológicos quanto o socioafetivo serão detentores do poder familiar. 
Em casos onde, por exemplo, exista uma disputa pela guarda, o julgador analisará o caso concreto, levando em consideração principalmente o melhor interesse da criança, todos os aspectos envolvidos serão analisados. 
 
 
 
Quais os direitos o menor adquire com o reconhecimento da paternidade/maternidade socioafetiva , há perda de direitos em relação aos pais biológicos?
O reconhecimento da paternidade/maternidade socioafetiva gera para o menor todos os direitos relacionados a filiação, os mesmos que adquirimos dos pais biológicos, sendo os principais:
· Direito registrais - Haverá o direito a modificação do nome com a inclusão do sobrenome do pai/mãesocioafetivo;
· Alimentos- Obrigação alimentícia; 
· Sucessório- Direito de herdar dos pais e dos parentes destes;
· Previdenciários - Terá direito de concessão dos benefícios previdenciários, a exemplo da pensão por morte e do auxílio reclusão.
Com o reconhecimento da filiação socioafetiva não haverá nenhuma perda ou redução de direitos do menor em relação aos pais biológicos, este fará jus a todos os direitos, nos caso do direito a alimentos, por exemplo, os valores referentes poderá ser dividido pelos ascendentes independendo se socioafetivos ou biológicos, poderá herdar de ambos, ou seja, somará direitos e não os diminuíra.

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