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Conceitos Gerais A palavra Microbiologia deriva do grego: mikros (“pequeno”), bios (“vida”), e logos (“ciência”). É o estudo dos organismos microscópicos e suas atividades biológicas. Estuda os seres microscópicos nos seus mais variados aspectos como morfologia, fisiologia, reprodução, genética, taxonomia e interação com outros seres e meio ambiente. A microbiologia trata os organismos microscópicos unicelulares, onde todos os processos vitais são realizados numa única célula Objetivos da microbiologia: Estudar os microrganismos e suas atividades Suas interações com o ambiente E a transformação que produzem Micologia ou micetologia é a especialidade da biologia que estuda os fungos: Os fungos são organismos eucariontes, unicelulares (leveduriformes) ou multicelulares (filamentosos), haploides (homo ou heterocarióticos), com parede celular contendo quitina e a-glucano. Não apresentam plastos ou pigmentos fotossintéticos. Todos os fungos conhecidos, com poucas exceções, têm origem nos esporos (reprodução sexuada) ou conídios (reprodução assexuada), corpúsculos que podem ser comparados às sementes das plantas superiores, embora não sejam morfologicamente semelhantes a estas. Príons: partícula infecciosa de natureza proteica que resiste à inativação em procedimentos que são utilizados para modificar os ácidos nucléicos. Não possui genoma (ácido nucleico). Podem estar associados a Doenças Crônicas neurodegenerativas progressivas como Alzheimer, Parkinson Posição dos Microrganismos no Mundo Vivo 1866 – E. H. Haeckel sugeriu que os microrganismos que não podiam ser classificados como vegetais ou animais, fossem denominados de protistas formando o reino protista. Desenvolvimento da microscopia eletrônica – proporcionou a divisão dos microrganismos em procariotos e eucariotos conforme a organização maquinaria celular 1969 – Robert H. Whittaker criou outro sistema de classificação, constítuido de cinco reinos, baseado no modo pelo qual o organismo obtém nutrientes de sua alimentação. Assim, os microrganismos são encontrados em 3 dos 5 reinos: Reino Monera (bactérias e cianobactérias), Reino Protista (algas microscópicas e protozoários) e Reino Fungi (leveduras e bolores) 1977- Carl Woese e colaboradores, comprovaram que os procariotos e eucariotos evoluíram por vias By: Emily Evelyn dos Santos https://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia https://pt.wikipedia.org/wiki/Fungo completamente diferentes a partir de um ancestral comum. Assim, concluíram que há dois tipos de bactérias denominadas arqueobactérias e eubactérias. Evolução da Microbiologia Século XIII – Roger Bacon postulou que a doença era produzida por seres invisíveis 1665 - Robert Hook: Relatou ao mundo a descoberta das menores unidades vivas, as células 1673/1723 – Antoni Van Leeuwenhoek: Descreveu minúsculos “animáculos” vistos através de seu modesto microscópio de única lente 1828 – Ehrenberg inseriu a palavra bacterium que significa pequeno bastonete 1878- Charles-Emmanuel Sedillot introduziu a palavra micróbio 1857/1914 – “Idade do ouro da Microbiologia” – Louis Pasteur e Robert Koch: Explosão de descobertas na microbiologia, desde agentes causadores de doenças até o papel na imunidade para prevenção e cura das doenças Geração Espontânea vs Biogênese Entre 384 e 322 a.C., Aristóteles pensava que os animais podiam se originar espontaneamente. Francisco Redi acreditando na teoria espontânea, realizou um experimento pelo qual colocou carne numa jarra coberta com gaze. Atraídas pelo odor da carne, as moscas puseram seus ovos sobre a cobertura e as lavas emergiam Entre 1729 e 1799, Spallanzani ferveu caldo de carne durante uma hora, fechando os frascos após fervura. Nenhum microrganismo apareceu, mas seus resultados, ainda que repetidos, não convenceram 60 a 70 anos mais tarde dois pesquisadores responderam a este argumento. Franz Schulze aerava infusões fervidas, fazendo o ar atravessar soluções fortemente ácidas, enquanto Theodor Schwann forçava o ar através de tubos aquecidos ao rubro. Em nenhum dos casos surgiram os micróbios. Os adeptos da geração espontânea não se convenceram. O conceito da geração espontânea foi revivido, pela última vez, por Pouchet, que segundo ele tinha a prova da ocorrência. Pouchet foi rebatido por Louis Pasteur, no qual preparou um frasco com pescoço de cisne, as soluções nutritivas foram fervidas no frasco e o ar não-tratado e não-filtrado podia passar para dentro ou para fora. Os micróbios, porém, depositavam-se no pescoço de cisne e não apareciam na solução. Finalmente, John Tyndall efetuou experiências numa caixa especialmente desenhada para provar que a poeira carrega os micróbios. Se não houver, poeira, o caldo estéril ficará livre de crescimento microbiano por períodos indefinidos de tempo. Teoria Microbiana das Doenças 1762 – Von Plenciz afirmou que os seres vivos seriam as causas de doenças, e que microrganismos diferentes eram responsáveis por enfermidades diferentes Na França, Louis Pasteur estudou os métodos e processos envolvidos na fabricação de vinhos e cervejas. Observou que a fermentação de frutas e grãos resultava em álcool, e era produzida por micróbios. Assim, ao sugerir que os tipos indesejáveis de microrganismos deveriam ser eliminados pelo calor, não tão intenso que prejudicasse o gosto do suco de fruta, mas suficiente para tornar o micróbio, criou a pasteurização. Na Alemanha, Robert Koch estudou o problema do carbúnculo hemático, que é uma doença do gado bovino, caprino e, às vezes, do homem. Ele descobriu os bacilos típicos com extremidades cortadas em ângulos retos, no sangue de animais mortos pela infecção carbunculosa. Esta foi a primeira vez que uma bactéria foi comprovada com causa de doenças animal. A partir disto foram postulados de Koch: Um microrganismo específico pode sempre ser encontrado em associação com uma dada doença O organismo pode ser isolado e cultivado, em cultura pura, no laboratório A cultura pura produzirá a doença quando inoculada em animal sensível É possível recuperar o microrganismo, em cultura pura, dos animais experimentalmente infectados Modificações dos postulados de Koch: Com a descoberta dos vírus → agente causador de doença que não cresce no laboratório em meios artificiais Treponema pallidum e Mycobacterium leprae nunca cresceram em meio artificial Existem doenças que são causadas por diferentes ou mais de um microrganismo, ex: doença periodontal, nefrite... Um microrganismo pode causar várias doenças distintas, ex: Streptococcus pyogenes pode causar faringite, escarlatina, osteomielite, erisipelas e febre puerperal Áreas de Aplicação da Microbiologia Microbiologia Básica: estuda a natureza fundamental e as propriedades dos microrganismos Microbiologia Aplicada: estuda como os microrganismos podem ser usados ou controlados com finalidades práticas Microbiologia Médica: estuda os microrganismos causadores de doenças em humanos e animais Nomenclatura dos Microrganismos 1735- Carolus Linnaeus: Nomes científicos em latim 2 nomes para cada microrganismo 1° Gênero: inicia com letra maiúscula 2° Espécie: inicia com letra minúscula Ambos devem vir sublinhados ou em itálico Após a primeira menção no texto, o nome pode ser abreviado com a inicial do nome do gênero seguida pela espécie. Ex: E.coli Microrganismos Bactérias: são organismos unicelulares, simples e muito pequenos, cujo material genético está envolto por uma membrana nuclear (procariotos) Fungos: podem ser unicelulares (leveduras) ou multicelulares (cogumelos), micro ou macroscópicos. São seres eucariotos. Protozoários: são unicelulares, eucariontes e pertencem ao reino protista.São classificados de acordo com a sua forma de locomoção Algas: são eucariotos fotossintéticos que apresentam uma variedade de formas. As de interesse microbiológico são geralmente unicelulares. Vírus: são muito pequenos (visualizados somente por microscópio eletrônico) e acelulares. Dependem da maquinaria bioquímica da célula hospedeira, portanto são intracelulares obrigatório. Todos são parasitas de outra forma de vida. Doença Infecciosa Para ocorrer uma doença infecciosa são necessárias algumas etapas importantes: Inóculo: haver um número suficiente de microrganismos capaz de invadir o hospedeiro; Colonização ou infecção: estabelecimento e multiplicação do microrganismo no local da infecção. A entrada do patógeno/toxina no hospedeiro pode ocorrer diretamente na corrente sanguínea ou nos órgãos internos. Pode haver infecção endógena por microrganismos da própria microbiota e exógena por patógenos adquiridos; Intoxicação: o hospedeiro recebe o fator (ex. toxina) causal da doença, conhecida como intoxicação alimentar; O microrganismo pode ser eliminado do hospedeiro por algum mecanismo de defesa e não causar a doença; Doença infecciosa: quando o microrganismo passa a expressar seus fatores de patogenicidade (estrutural, enzimas ou toxinas) no hospedeiro, alterando a funcionalidade normal da célula, tecido ou órgãos. Tecnologia do Dna Recombinante Conjunto de técnicas que permitem a manipulação de moléculas de DNA específicas, considerando as propriedades do DNA. Tecnologia desenvolvida a partir da década de 1970 com o acúmulo do conhecimento sobre DNA, RNA e vírus. Uso de diversas enzimas para executar passos específicos de manipulação do segmento de DNA alvo: Moléculas específicas de DNA podem ser amplificadas - Reação em cadeia da polimerase - PCR O DNA pode ser cortado em posições específicas - Endonucleases de restrição Seleção de pequenas moléculas de DNA capazes de autorreplicação - Vetores contendo marcas de seleção Diferentes moléculas de DNA podem ser ligadas covalentemente - DNA-Ligase DNA recombinante Moléculas de DNA sintéticas podem ser inseridas em células vivas - Transformação de células Geração de OGMs Células contendo o DNA recombinante pode ser selecionada - Seleção do clone de interesse
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