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1 PNEUMOLOGIA 17 Marina Prietto VENTILAÇÃO MECÂNICA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA: PaO2 < 60 mmHg PCo2 > 45 mmHg e pH< 7,3 As duas condições podem ser definidas como causas de insuficiência respiratória aguda (crônico FISIOPATOLOGIA: É necessárias 2 condições estarem funcionando adequadamente: “Ventilação” (captar O2) e o Alvéolo (expelir CO2); Gradil costal + musculatura – recebem estímulo do tronco cerebral para realizar a respiração. Insuficiência respiratória TIPO I: Apresenta um ventilador normal, ou seja, ocorre a reciclagem dos gases de forma normal. O problema na IR do tipo I: ALVÉOLO • Redução área de superfície • Alvéolo mais espesso. Ou seja, ou o problema é do parênquima pulmonar ou é do sistema cardiovascular/hemoglobina (Ex: em casos de intoxicação por monóxido – inativação da hemoglobina) Nesse caso, não há problemas com o CO2, o principal problema é que a barreira alveolar dificulta a passagem de oxigênio. Se há uma dificuldade da penetração da molécula de oxigênio no alvéolo e chegue na hemoglobina, necessariamente o paciente vai apresentar uma diferença alvéolo/arterial (A/a) O2 > 20 Características da IR TIPO I: Pco2 baixa (devido hiperventilação) A diferença alvéolo/arterial (A/a) O2 está aumentada – ou seja, o rendimento da troca gasosa (que depende da membrana alveolar está ineficiente – dificuldade de realizar trocas – distúrbio V/Q) Insuficiência respiratória TIPO II: Nesses casos o problema não está na membrana de troca e sim no ventilador (ou seja, as moléculas de CO2 não conseguem ser renovadas dentro do alvéolo – se acumulam) Ocorre quando há um trauma no SNC, musculares ou doenças obstrutivas (Ex: Miastenia gravis; DPOC) Nesses casos a diferença alvéolo/arterial (A/a) O2 < 20 – está preservada. Características da IR TIPO II: Pco2 alta – Hipercapenia. A diferença alvéolo/arterial (A/a) O2 está NORMAL PRINCIPAIS CURVAS: ≈ VOLUME 2 PNEUMOLOGIA 17 Marina Prietto ≈ FLUXO: ≈ PRESSÃO: CONCEITOS: 1. DISPARO: Início da ventilação; 2. CICLAGEM: Mudança da fase inspiratória para expiratória. 3. PICO: Pressão máxima atingida nas vias aéreas; 4. PLATÔ: É quando se atinge a pressão da pausa expiratória (/é o melhor para avaliar a pressão interna dos alvéolos) 5. PEEP: Serve para evitar o colapso alveolar. Ou seja, pressão que mantem o alvéolo aberto (é o nível entre o zero e início da curva pressórica); 6. VOLUME CORRENTE: É representado pelo ar que entra e sai a cada ciclo respiratório; 7. FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA: O número de vezes que ocorre o disparo para respiração em 1 minuto. 8. VOLUME MINUTO: É o produto do volume corrente x frequencia respiratória. 9. RELAÇÃO I:E: Tempo inspiratório/tempo expiratório = idealmente mantido entre 1:2 ou 1:3; O tempo inspiratório é um processo ativo (apresenta-se de forma mais rápida) O tempo expiratório é um processo passivo (evolui mais lentamente) 10. FIO2: É a fração de oxigênio que é inspirada (% de oxigênio que é oferecido); 3 PNEUMOLOGIA 17 Marina Prietto MODOS VENTILATÓRIOS: CONTROLADO: O disparo é feito pelo ventilador; O ventilador faz todo o trabalho e o paciente não interage; ASSISTIDOS/PROPORCIONAIS: O disparo é feito pelo paciente. A maior parte da ventilação é feita pelo ventilador, porém o paciente ainda interage um pouco com a ventilação (principalmente em relação ao disparo) ESPONTÂNEO: É o que mais se aproxima da ventilação fisiológica O respirador basicamente apenas fornece o oxigênio ao paciente. Resumidamente... VCV (VENTILAÇÃO CONTROLADA À VOLUME): A variável limite nesse modo é o VOLUME (você que define o volume corrente para o paciente); Como o volume é predefinido, o fluxo acaba sendo constante/fixo. A Ciclagem nesse modo é feita com base no volume/fluxo (atingiu o volume pré determinado? Expira) – determina o tempo inspiratório (disparo é a tempo) Já a pressão é livre e feita pela demanda do paciente (tanto de pico quanto de platô) → Pressão de pico = determina a pressão total do sistema. → Pressão de platô = determina a pressão elástica do sistema (resistência); (Ppico – Pplatô) = variação da pressão ∆ COMPLACÊNCIA: Volume Corrente / (Ppico – Pplatô) RESISTÊNCIA: (Ppicp – Pplatô) / Fluxo Vantagem: Controle preciso do volume e fluxo do paciente. É capaz de calcular todos os componentes do paciente (resistividade/complacência) É ideal para patologias onde é necessário ajustar perfeitamente o volume corrente (EX: SARA); Desvantagem: Atrofia muscular, visto que não estão sendo utilizados (ruim pois dificulta o desmame da ventilação); Hiperinsuflação (já que não controla a pressão); Controlado Assistidos / Proporcionais Espontâneo VCV (ventilação controlada à volume) PCV (ventilação controlada à pressão) PSV (pressão de suporte ventilatório) 4 PNEUMOLOGIA 17 Marina Prietto Ausência de controle de pressão e de volume corrente (ou seja, o volume será sempre fixo, o que não ocorre na exp/insp. Fisiológica) ou seja, acaba sendo difícil de manejar em pacientes que estão um pouco acordados (pode ocasionar um desconforto) – ou seja, é ideal para pacientes curarizados (em uso de bloqueador neuromuscular) PCV (VENTILAÇÃO CONTROLADA À PRESSÃO): A variável limite nesse modo é o PRESSÃO (Ppico = Pplatô = Pinsipiratória); - nunca vai apresentar pico de pressão (é controlado) Fluxo e volume serão variáveis, conforme a pressão O tempo inspiratório vai variar conforme a capacidade pulmonar de receber a pressão (ou seja, nesse modo você não impõe qual será o tempo inspiratório); Nesse modo, o disparo será com base no tempo/fluxo ou pressão. Se você quiser determinar uma frequência respiratória = o disparo será a tempo (imposição do ventilador) – controlado. Se você quiser determinar a FR do paciente = o disparo será a pressão ou a fluxo. (coordenado pelo paciente) – assistido. A ciclagem: A ciclagem pode ser a tempo se você atingir o T inspiratório ideal A pressão = com o intuito de evitar passar de um limiar da pressão (P insipiratória); Se quiser estimular a PEEP/FIO2: Se você quer aumentar o FIO2, você tem que aumentar a PEEP proporcional a ela, OU vice versa; No modo PCV: A pressão inspiratória vai determinar o volume corrente. O que vai determinar a FR é com base no tempo inspiratório que você ajusta. ATENÇÃO: OVERSHOOT: ≈ Ocorre quando estabelece uma pressão constante e o ventilador joga um fluxo para bater essa pressão (porém acaba jogando um pouco a mais) – forma uma espicula no traçado, para mais. ≈ Esse fenômeno pode ser perigoso em casos de pacientes que estejam utilizando o limiar máximo de pressão (e esse incremento acabe lesionando a VA); RISE TIME: ≈ Define-se com um tempo expiratório prolongado. Ou seja, para que se jogue o fluxo de forma mais adequada para aquele paciente naquela pressão que foi estipulado. 5 PNEUMOLOGIA 17 Marina Prietto PSV (PRESSÃO DE SUPORTE VENTILATÓRIO) É uma modalidade de pressão ventilatória de SUPORTE, ou seja, ela permite que o paciente ventile sozinho. É ideal para o desmame de VM com drive respiratório presente. O tempo de inspiração e expiração é controlado pelo paciente Pressão de pico é preestabelecida - Estabelece parâmetros de segurança (tanto mínimo quanto máximo) O disparo é a fluxo e pressão. A pressão de suporte nada mais é do que o mecanismo para garantir que esse paciente tenha o volume corrente necessário (conforme o esforço; ciclagem e mecânica do paciente); A ciclagem é feita a fluxo (com base em % do fluxo inspiratório – recomendado 25 a 40%); Lembrar que dependendo da comorbidade dopaciente que o paciente apresente. Doenças RESTRITIVAS geralmente você coloca % menores que 25% e OBSTRUTIVAS % maiores que 40% OUTROS MODOS (curiosidade): SIMV: É um modulo de ventilação espontâneo e assistodo. Nesse caso, os parâmetros preestabelecidos são mínimos – se não forem alcançados (ventilador assume – gera um padrão controlado). Requer uma FR baixa para funcionar – pouco utilizado. (Se você colocar uma FR alta, fica difícil para o paciente acompanhar o esforço respiratório e vai acabar tornando um controlado); CPAP É mais utilizado pelo VNI, porém pode ser utilizado na VM. Disparo: feito pelo paciente; A ciclagem vai ocorrer quando atingir um volume predeterminado. (volume mínimo a ser alcançado); Não garante pressão de pico e pressão de platô (porque você que está definindo o volume que vai alcançar); Esse mecanismo tenta garantir uma ´pressão contínua e constante nas vias aéreas Indicações: - EAP cardiogênico. - Apneia do sono leve/ SAHOS - DPOC APRV: Apresenta 2 níveis de pressão (pressão máxima / pressão mínima) – alcançou algum dos dois níveis: realiza-se a ciclagem; Apresenta um tempo de inspiração prolongado + um curto tempo expiratório (principal diferença do BIPAP) A ventilação espontânea pode ocorrer em qualquer momento. Ainda requer mais estudos para consolidar essa modalidade. Benefícios: - Melhora oxigenação com pressão mais baixa; Preserva a VE; Menos hiperdistenção alveolar; - Melhora a relação ventilação e perfusão (V/Q). Menor repercussão hemodinâmica, Melhor sincronia BIPAP: A principal diferença pro APRV: faz menos tempos inspiratórios. A relação I:E vai de 1:1 até 1:4 (já o APRV é 2:1 ou ½: 1) – expiração é maior. Indicações: - Apneia do sono moderada a grave/ SAHOS - Doenças neuromusculares - Cardiopatias 6 PNEUMOLOGIA 17 Marina Prietto DESMAME DA VM: CONCEITOS » DESMAME: O processo de retirada da VM (desde o início até 48hrs após a extubação); » TESTE DE RESPIRAÇÃO ESPONTÂNEA (TRE): Identificar pacientes capazes de respirar espontaneamente (seja o modo PSV no paciente da VM ou mesmo acoplando um tubo T) - simulando situações clínicas iguais as quais ele tivesse fora da ventilação. » DESMAME SIMPLES: Paciente é extubado com sucesso após o primeiro TRE e permanece bem após 48hrs. » DESMAME PROLONGADO: Paciente necessita de até 3 TRE ou 7 dias para ser extubado. » DESMAME DIFÍCIL: Falha em mais de 3 TREs OU mais de uma semana após primeiro TRE. FASES DO DESMAME: 1. PRÉ DESMAME: É aquele paciente recém intubado, onde nesse momento você ainda não pense em extubar. 2. APTIDÃO: Identificar precocemente pacientes com condições de serem submetidos a um teste de respiração espontânea. A causa que levou o paciente a falência respiratória foi resolvida ou controlada? Pode apresentar instabilidade hemodinâmica, porém precisa estar minimamente compensado. (doses ↓ de DVA, DHE leves); Os parâmetros da VM que podem indicar o desmame: PaO2 ≥ 60 mmHg PEEP < 5 a 8 cmH2O FIO2 ≤ 40% FR < 30 ipm Volume minuto: < 12 L PCO2: Normal com pH compensado. 3. PREDITORES: Identifica aqueles pacientes que apresentam mais risco de perder no TRE O mais validado é a relação entre a FR/ Volume corrente – índice de respiração rápida e superficial. Se for > 105 respirações/min/L – alto risco de falha no TRE 4. TRE: É indicado realizar ao teste 1x ao dia. Estudos não encontraram diferença entre 30 min a 120 min de teste. 7 PNEUMOLOGIA 17 Marina Prietto Pode ser: 1. TUBO T: acoplado de um lado ar ambiente e a outra fonte de oxigênio (baixo fluxo) – sem auxilio do ventilador. 2. UTILIZAR O PSV: Deixando uma pressão de suporte ventilatório entre 5 – 7cmH20 (suficiente para vencer a resistência do tubo e a resistência da traqueia) – É mais sensível. Como garantir que o paciente foi tolerante ao teste? BUSCAR SINAIS DE INTOLERÂNCIA - Frequência respiratória > 35ipm - Pressão arterial sistólica > 180mmHg ou < 90 mmHg? - Saturação de O2 < 90% - Frequência Cardíaca > 120bpm? - Agitação, sudorese ou alteração do nível de consciência? 5. EXTUBAÇÃO: O paciente é capaz de proteger a via aérea? Apresenta reflexo de tosse? Possui muita secreção? Como está o parâmetro neurológico? Se apresentar 2 ou 3 dos pontos positivos = risco elevado de falha, não extubar; Outro ponto fundamental de análise: O paciente apresenta fatores de risco para estridor laríngeo? (edema) 1. Foi uma intubação difícil? Traumática; 2. Foi intubado com um tubo muito grande em relação da traqueia (principalmente sexo feminino); 3. Intubação > 6 dias 6. VNI APÓS EXTUBAÇÃO Submetido ao TRE, foi bem sucedido e permanece bem após 48 horas de extubação. 1) Se falha no TRE: indica-se usar a VNI facilitadora (em casos de DPOC PaCO2 > 45 mmHg) – mesmo perdendo no TRE; 2) Se TRE é bem sucedido: já pode ser indicado o uso de uma VNI profilática (em pacientes com fatores de risco para falência resp.) 3) Pacientes com TRE bem sucedido, são extubados e entram em insuficiência respiratória – VNI de resgate? Não deve ser utilizada, melhor tentar reverter, caso não seja possivel: reintubação; Nesse contexto a VNI só atrapalha o desfecho. 7. REINTUBAÇÃO - 10 a 20% dos pacientes serão reintubados após a extubação; - É CONSIDERADO SUCESSO SE: Ausência de suporte ventilatório invasivo por 48h após extubação. - Se apresenta sinais de insuficiência resp. em menos de 48 horas? – Falha na extubação (identificar causas e reintubar); 8 PNEUMOLOGIA 17 Marina Prietto Causas de falha na extubação: ICC; Auto PEEP Causa de base não resolvida Esforço respiratório Desnutrição DHE Infecção mal controlada Disfunção orgânica grave. TRAQUEOSTOMIA: Algum desses pacientes acabam que não conseguem sair da VM e acabam ficando por muito tempo na IOT e por isso precisam ser submetidos a uma traqueo. Quando realizar a traqueo no paciente? Não há nada claro na literatura, porém normalmente após 14 dias (depois disso aumenta muito o risco de complicações por conta da intubação – PAV; Lesão de traqueia); Indicações: Pacientes neurológicos ou pacientes com desmame difícil ou prolongado REGULAGEM INICIAL DO VENTILADOR INVASIVO E MODOS VENTILATÓRIOS CONVENCIONAIS - Iniciar a FIO2 de 100% e depois reduzindo para manter a saturação arterial de oxigênio entre 93 a 97% - Usar VC 6 ml/kg/peso predito inicialmente - Frequência Respiratória inicial controlada entre 12- 20 rpm, com fluxo inspiratório ou tempo inspiratório visando manter inicialmente relação I:E em 1:2 a 1:3. ▪ Em caso de doença obstrutiva pode-se começar usando usar F mais baixa (< 12 rpm) ▪ em caso de doenças restritivas pode-se utilizar F mais elevada (> 20 rpm) - Usar PEEP de 3-5 cm H2O inicialmente, salvo em situações de doenças como SARA; - Após 30 minutos de ventilação estável deve-se colher uma gasometria para observar se as metas de ventilação e troca foram atingidas. SEDAÇÃO E ANALGESIA DURANTE VENTILAÇÃO MECÂNICA Indicado para auxiliar no controle da ansiedade, agitação e dor. - Titular propofol e midazolam para níveis de sedação leve, moderada e profunda. - A dexmedetomidina não deve ser utilizada para sedação profunda. (Precedex) - Os opióides recomendados são fentanil, morfina e remifentanil PROPOFOL: ação principal por agonista GABA - Possui efeito sedativo, hipnótico, ansiolítico, anticonvulsivante e promove amnésia. Não possui efeito analgésico. - Apresenta depressão respiratória dose dependente e hipotensão secundária a vasodilatação sistêmica – principalmente após bolus. - A dose inicial recomendada é de 5mcg/kg/min por 5 minutos seguida da infusão contínua de 5 a 50mcg/kg/min. MIDAZOLAM: é um agonista GABA. Promove ansiólise,amnésia e hipnose. - Possui efeitos anticonvulsivantes. Não possui efeito analgésico - Síndrome de abstinência pode ocorrer após infusão prolongada, isto é, de duração maior que 7 dias. - A dose inicial recomendada é de 0,01 a 0,05mg/kg e a dose de manutenção, em infusão contínua é de 0,02 a 0,1mg/kg/h. 9 PNEUMOLOGIA 17 Marina Prietto DEXMEDETOMIDINA: é um agonista alfa adrenérgico do tipo 2 de ação central. - Possui efeito sedativo e auxilia na redução da necessidade de analgésicos/opióides. - Não apresenta depressão respiratória significativa. Não é um fármaco apropriado para sedação profunda - Após início da infusão, o início de ação é em 15 minutos e o efeito máximo em 1 hora. A dose preconizada é de até 1,4mcg/kg/h. FENTANIL: - Apresenta rápido início de ação e alta potência, não libera histamina, tende ao acúmulo com a duração da infusão contínua. - A dose inicial recomendada é de 50 a 100mcg. Em infusão contínua, a taxa de infusão recomendada é de 0,7-10mcg/kg/h. MORFINA: opioide mais utilizado para períodos de exacerbação da dor. - Para titulação a beira leito, utiliza-se de 1 a 2 mg a cada 10 minutos até analgesia adequada ou aparecimento de efeitos colaterais. - Em infusão contínua, a dose recomendada é de 2 a 30mg/h PRINCIPAIS PATOLGIAS E O USO DA VM: SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA) É uma doença inflamatória que ocorre devido a uma agressão ao pulmão, sendo ela originada dentro do próprio pulmão (como uma pneumonia) ou uma doença inflamatória que gera uma agressão pulmonar. Essa lesão pulmonar gera aumento da permeabilidade pulmonar extravasamento de líquido para dentro do dos álveos e edema pulmonar; Desde 2012, a SARA é definida pelos CRITÉRIOS DE BERLIM: É classificada como uma doença do parênquima pulmonar e por isso apresenta uma baixa complacência e uma baixa resistência; O acometimento pulmonar é heterogêneo: mais comum em base e regiões posteriores. INTRATORÁCICAS EXTRATORÁCICA Pneumonia Pancreatite Sepse Trauma Aspiração Transfusão 10 PNEUMOLOGIA 17 Marina Prietto ESTRATIFICAÇÃO: É feita com base nos critérios (e indica a conduta ventilatória) LEVE: P/F <300 – Pode ser utilizada a VNI; MODERADA: P/F < 200 - VM GRAVE: P/F < 100 - VM CONDUTA = Ventilação Protetora: O Volume deve ser ajustado em no máximo - 6 ml/kg (considerando o peso predito) Pressão de Platô: no máximo até 30 cmH20 (Das 3 pressões – PEEP; Ppico e Pplatô – a Pplatô está associada ao dano alveolar); Ppico menor que 50 cmH20 FiO2 < 60% (pois altas % de O2 podem acabar lesando o pulmão) – aceita-se Sat entre 88 e 95% Ajustar sempre a PEEP de acordo com a troca (F/P) Sobre VCV ou PCV – Não existe diferença na SARA; Na SARA aceita-se a hipercapnia permissiva (tolera uma PCO2 mais alta, desde que o pH esteja acima de 7,2) PESO PREDITO: Por que usar o peso predito? Porque o pulmão não muda com o peso da superfície corpórea (pulmão não engorda); É calculado por meio da fórmula: Homem: 50 + 0,91 x (altura em cm – 152,4) Mulher: 45 + 0,91 x (altura em cm – 152,4) HIPOXEMIA PERSISTENTE: 1. Pronação (decúbito ventral) – principalmente em pacientes com P/F < 150. 2. Uso de bloqueadores neuromusculares (CISATRACÚRIO) 3. Manobras de recrutamento alveolar 4. ECMO – Membrana extracorpórea de oxigenação. Ventilação Mecânica no DPOC: Apresenta uma fisiologia oposta a SARA: É uma doença da via aérea – resistência alta e complacência alta/normal – que evolui com um aprisionamento aéreo (é um paciente que vai ter dificuldade de inspirar, entretanto, principalmente de expirar, acumulando ar dentro dos pulmões – podendo gerar o fenômeno de AUTO PEEP. AUTO PEEP: É quando o paciente (por estar obstruído) não é capaz de tocar o ZERO na linha de fluxo – devido ao aprisionamento aéreo. , TANTO DPOC // ASMA: Utilizar pressões baixas 11 PNEUMOLOGIA 17 Marina Prietto FR baixa: 12 ipm; Relação I:E alta – 1:8; FIO2 apenas para saturar em: 92% Hipercapenia permissiva: pH > 7,2 (são retentores crônicos, são acostumados com uma PCO2 mais alta) PEEP = 85% do auto PEEP. (Pra facilitar o esvaziamento pulmonar) Tratamento específico associado: Corticoide + Broncodilatadores (SABA e SAMA) + Antibiótico. visto que é um paciente retentor crônico de CO2; Promover repouso da musculatura respiratória, promover a melhora dos distúrbios agudos da troca gasosa, redução da hiperinsuf lação pulmonar e otimização da sincronia paciente-ventilador. Fração inspirada de oxigênio (FiO2) - Ajustar a FiO2 com base na gasometria arterial e na oximetria de pulso de modo a utilizar-se a menor FIO2 que mantenha a SaO2 entre 92-95% e PaO2 entre 65-80 mmHg; Volume corrente • Recomendação: Utilizar volumes correntes baixos, de 6 ml/kg do peso predito. Nos modos PCV e PSV monitorizar excessos de volume corrente que podem ocorrer com valores baixos de pressão. Frequência respiratória e volume minutoProgramar a frequência respiratória inicial entre 8 e 12 por minuto. O volume minuto deve ser ajustado para normalizar o pH arterial, e não a PaCO2.
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