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[TUTORIA] Neoplasia mamária

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TUTO4 | CASO 01 
Maria Eduarda Rocha Guedes 
 
 1 
N E O P L A S I A M A M Á R I A 
 Prof. Diego Fidellis 
 
 
 
 
 
 
 
 
CICLO CELULAR 
O ciclo celular consiste em uma sequência ordenada de 
eventos que resulta na duplicação de uma célula para 
crescimento, regeneração e renovação dos tecidos (seres 
pluricelulares). 
ETAPAS 
O processo é dividido em duas grandes etapas: mitose e 
interfase. A mitose contempla a fase M, que consiste na 
divisão nuclear (mitose) e citoplasmática (citocinese) da 
célula. 
 
Já a interfase, etapa mais longa e é preparatória para a 
divisão celular, engloba as fases G0, G1, S e G2. A fase G0 é 
ocorre logo após a mitose, sendo o momento no qual a 
célula pode interromper o ciclo celular e entrar em 
inatividade ou reiniciá-lo (“porta de entrada e saída do 
processo”). A ocorrência de G0 varia conforme o órgão 
em que a célula se encontra, as quais podem ser dividas 
em: lábeis (células sanguíneas), estáveis (hepatócitos) e 
permanentes (neurônios). 
As fases G1 e G2 são preparatórias para a replicação de 
DNA e mitose respectivamente. Na primeira (G1), ocorre 
síntese de proteínas e aumento do número de organelas 
e elementos do citoesqueleto. Na segunda (G2), enzimas e 
outras proteínas são sintetizadas e organizadas nos locais 
adequados. Por fim, a fase S é a mais importante, onde 
ocorre a duplicação do DNA. Logo, em G1 temos uma fita 
de DNA e em G2, duas fitas iguais (cromátides irmãs) que 
serão separadas na etapa fase M. 
 
Pontos de checagem 
Os pontos de checagem são momentos em que a célula 
utiliza as informações do seu estado interno e os sinais do 
ambiente em que se encontra para decidir se continuará 
a divisão celular ou se é preciso corrigir algum erro (DNA 
alterado ou excesso de células no tecido). 
Ao longo do ciclo, existem três pontos de checagem 
considerados principais: G1 (entre G1/S), G2 (entre G2/M) e 
M (entre metáfase e anáfase). 
 
neoplasia mamária 
CASO CLÍNICO 
Márcia, 38 anos, apresenta hiperemia, calor, mastalgia e 
área endurecida de 3cm na mama esquerda há 2 meses. 
Fez uso de anti-inflamatórios e analgésicos, sem melhora. 
Histórico familiar de mastectomia em mãe e tia já 
falecidas. Hipótese inicial de mastite, mas não houve 
melhora após o tratamento. Hipótese secundária de 
neoplasia, sendo considerada uma paciente de alto risco. 
Não possui exame prévio de mama e nunca recebeu 
orientação para acompanhamento. 
TUTO4 | CASO 01 
Maria Eduarda Rocha Guedes 
 
 2 
Ponto G1 
É o principal ponto de checagem da célula, pois decide-se o 
início (ou não) da divisão. Após este ponto a célula fica 
irreversivelmente comprometida com a divisão (se 
ocorrer algum erro irreversível, entrará em apoptose). 
Nesta primeira checagem, avalia-se: 
> Tamanho: se é o suficiente pra dividir. 
> Nutrientes: se possui reserva energética e ambiente 
favorável. 
> Sinais moleculares: se está recebendo estímulo positivo 
(fatores de crescimento) das células vizinhas. 
> Integridade do DNA: se há presença de DNA danificado. 
 
Caso a célula não obtenha sinais positivos para seguir com 
o ciclo celular, entra em G0. Contudo, se o feedback for 
favorável, o mitógeno (subtância que induz à mitose) 
presente no ambiente se liga ao seu receptor e inicia uma 
cascata de sinalização para iniciar a fase G1. Nesta, ocorre 
a ativação da proteína RAS que, por sua vez, ativa a MAP-
cinase e resulta na ativação da transcrição da proteína 
MYC. A progressão do ciclo celular está diretamente 
relacionada a proteína CDK (quinase dependente de ciclina). 
A alta concentração da MYC leva ao aumento da 
expressão de ciclina, que se liga a CDK formando o 
complexo G1-CDK ativado. Este complexo fosforila e 
inativa a proteína Rb, que resulta na ativação da proteína 
E2F, levando à passagem de G1 para S. 
 
 
 
 
Ponto G2 
Neste, a célula verifica a integridade do DNA (se há dano) 
e replicação do DNA (se foi completamente copiado em S). 
Caso apresente algum erro, a célula ativará as proteínas 
quinases ATM e ATR, as quais se ligam a região errada do 
DNA e fosforilam CHK1 e CHK2, que fosforilam a p53 e, por 
sua vez, ativa a transcrição da gene p21 (inibidora de CDK), 
impedindo a continuação do ciclo. Esta pausa permitirá a 
reparação do erro e, caso não consiga, a célula entra em 
apoptose para evitar a multiplicação do DNA alterado. 
 
Ponto M 
Ocorre entre a metáfase e anáfase, onde a célula examina 
se todas as cromátides irmãs estão ligadas aos 
microtúbulos do fuso mitótico. Em caso positivo, segue 
para a anáfase e continua o processo final de divisão 
celular. Em caso negativo, a célula pausará o processo 
para que o fuso capture o cromossomo perdido. 
 
Reguladores do ciclo celular 
Ciclinas 
Grupo de proteínas que pode ser dividido em quatro 
grupos principais: ciclinas G1, ciclinas G1/S, ciclinas S e ciclinas 
importante 
Proteínas de supressão tumoral bloqueiam a progressão do 
ciclo celular durante a fase G1 em casos de danos ao DNA 
cromossômico. 
TUTO4 | CASO 01 
Maria Eduarda Rocha Guedes 
 
 3 
M. Cada grupo está associado a uma fase específica do 
ciclo celular, ajudando a conduzi-los. 
 
Com relação à concentração, os níveis variam conforme 
as fases do ciclo, aumentando apenas no momento 
necessário. Apenas as ciclinas G1 se mantém constantes na 
maior parte do ciclo, pois são necessárias na maior parte 
do tempo. 
Quinases dependentes de ciclinas (CDK) 
O ciclo celular só avança quando a ciclina ativa/desativa 
algumas proteínas dentro da célula. Todo este processo é 
desencadeado com a ciclina associada a enzimas quinases 
dependentes de ciclinas (CDK), tendo como função principal 
a fosforilação de proteínas alvo específicas. Ao ser 
ativado, o complexo pode ativar o CDK como quinase ou 
direcionar o CDK para um conjunto específico de proteínas 
alvo adequadas para o período do ciclo celular em que se 
encontra. 
 
Os níveis de CDK se mantém constantes ao longo do ciclo 
celular, mas sua atividade e as proteínas-alvo mudam 
conforme a variação dos níveis das ciclinas. 
Fator de promoção de maturação (MPF) 
A MPF (CDK+ciclina M) é um exemplo de como as ciclinas e 
CDK atuam juntas. A ciclina M se mantém em níveis baixos 
ao longo de todo ciclo, se acumulando perto da fase G2/M, 
momento no qual se liga a CDK e forma o complexo 
inativado. Ao receber o sinal da célula de que está tudo 
certo no ponto de checagem, o complexo se ativa e inicia 
a fase M. 
 
Complexo promotor de anáfase/ciclossomo (APC/C) 
O MPF também atua na transição da fase M/G1, através 
do acionamento da sua própria destruição. Isto ocorre 
quando ativa o complexo promotor de 
anáfase/ciclossomo (APC/C) que destrói as ciclinas M a 
partir da anáfase, forçando a célula a sair da mitose e 
entrar em G1. O APC/C também atua na separação das 
cromátides irmãs durante a mitose através da 
destruição da coesina, que mantém estas cromátides 
juntas. 
 
De maneira geral, as ciclinas, CDK e APC/C são reguladores 
de transição do ciclo que respondem à sinais internos e 
externos (fator de crescimento aumenta a atividade e 
danos ao DNA, diminuem). 
Supressor tumoral (p53) 
A p53 atua protegendo o genoma e garantindo que o DNA 
danificado não seja repassado na divisão celular. No ponto 
G1, para o ciclo pois ativa as proteínas inibidoras de CK (CKI), 
bloqueando a sua atividade. Em seguida, a p53 ativa 
enzimas de reparo do DNA e, se o dano não for reparável, 
a p53 ativa a apoptose da célula. Logo, caso esta proteína 
esteja danificada, as mutações podem se acumular 
rapidamente, levando a neoplasias benignas ou malignas 
(maioria dos casos). A p53 é a molécula mutada com maior 
frequência nos cânceres. 
TUTO4 | CASO 01 
Maria Eduarda Rocha Guedes 
 
 4 
 
 
FISIOPATOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
Alterações no processo de diferenciação e crescimento 
celular resultam em neoplasias, que se caracterizam por 
um crescimento descoordenado e autônomo. 
Câncer e ciclo celular 
Pode-se dizer que o cânceré uma doença causada por 
divisão celular descontrolada, sendo sua progressão 
relacionada a uma série de alterações nas atividades dos 
reguladores do ciclo celular (ciclinas, CDK, MPF, APC/C e p53). 
Isto ocorre, na maioria das vezes, devido a mutações nos 
genes que codificam as proteínas reguladoras do ciclo 
celular. 
Características das células cancerosas 
Diferente das células normais, estas são capazes de se 
multiplicar em cultura, sem sinais externos que estimulem 
o seu crescimento, pois produzem seus próprios fatores 
de crescimento (ou fazem as células vizinhas produzirem). 
As células cancerosas também ignoram os sinais de 
interrupção da divisão e continuam se dividindo mesmo em 
ambientes que já estão cheios de células (perda da inibição 
de contato). Além disso, possuem imortalidade replicativa 
devido a produção de telomerase (não entra em 
senescência celular). No mais, as células cancerosas 
também são capazes de realizar metástase, angiogênese 
(crescimento de novos vasos sanguíneos) e não se 
submetem à apoptose. 
 
 
 
 
 
 
Carcinogênese/Oncogênese 
Consiste no processo de desenvolvimento do tumor, 
através de múltiplas etapas onde há a falha de diversos 
mecanismos. A maioria dos cânceres são resultado de 
alterações que interferem no material genético, como 
mutações, translocações, deleções e alterações 
epigenéticas (não altera diretamente no DNA, mas 
estruturas relacionadas com o material genético, como 
proteínas de iniciação, enzima etc). Isto faz com que as 
células se dividam mais rapidamente e escapem dos 
controles de divisão, evitando a apoptose. Este processo 
ocorre em etapas: 
> Célula recebe estímulo carcinogênico inicial 
> Aparecimento de alterações de DNA/epigenéticas 
> Multiplicação da célula sem correção do erro 
> Aumento do número de células com alteração de DNA 
(células passam a acumular alterações) 
> Progressão para um tumor 
 
 
 
 
 
Inicialmente, o aumento da velocidade da divisão celular 
pode formar tumores benignos, sem potencial de 
desenvolver metástases. Contudo, as diversas mutações 
podem levar a uma linhagem de células cancerosas (a 
medida que o tumor progride, aumenta-se o número de 
mutações), resultando em um tumor maligno. 
 
As alterações genéticas surgem, em alguns casos, de 
mutações inativadas pelos próprios genes que mantêm o 
genoma estável. Se um desses genes estiver mutado ou 
não for funcional, outras mutações se acumulam 
rapidamente. O início do processo carcinogênico pode ser 
DEFINIÇão de neoplasia 
O neoplasma (tumor) consiste em massas anormais de 
tecido formadas devido a multiplicação excessiva, 
persistente e desordenada das células de um tecido. São 
formadas devido a mutações no DNA que não foram 
corrigidas durante o ciclo celular. 
TELOMERASE 
A cada divisão celular, os telômeros perdem uma parte 
deles até o momento em que se torna impossível se dividir, 
pois perderia uma parte do DNA (senescência celular). Nas 
células tumorais, ocorre a produção de telomerase (enzima 
que repõe o telômero) e a célula nunca entra em 
senescência replicativa. 
Prevalência de Câncer em idosos 
Esse processo explica o motivo de muitos cânceres 
surgirem em idosos: como suas células já se dividiram muitas 
vezes, é possível acumular muitas mutações no material 
genético, levando a formação de um tumor maligno. 
TUTO4 | CASO 01 
Maria Eduarda Rocha Guedes 
 
 5 
devido a alterações do proto-oncogene (torna-se 
oncogene) ou do gene supressor de tumor. 
Oncogenes 
Os proto-oncogenes são genes que codificam proteínas 
que estimulam a proliferação e diferenciação em células 
normais. Caso estes reguladores positivos estejam 
superativados, sua atividade pode ser alterada (torna-se 
oncogene). Logo, pode ocorrer uma mutação na célula 
sem que haja correção, o proto-oncogese estimula a 
proliferação, ocorre o acúmulo de mutações e este gene 
se transforma em oncogene, dando início a formação do 
tumor. Muitas das proteínas que transmitem sinais de 
fator de crescimento são codificadas por proto-
oncogenes, como Ras e enzima Raf. Portanto, se uma das 
proteínas estiver hiperativa devido a mutação, pode 
transmitir sinais de fator de crescimento mesmo quando 
não estiver presente. No caso da Ras (proteína G), as 
mutações frequentemente mudam sua estrutura para 
que não entre mais na forma inativa, ficando presas em 
um estado ativado. 
Supressores de tumor 
Os genes supressores de tumor são reguladores 
negativos do ciclo celular responsáveis pelo bloqueio da 
proliferação celular e ativação da apoptose, sendo os 
principais representantes p53 e Rb. Neste caso, o início do 
processo carcinogênico ocorre por alteração do gene 
supressor de tumor ou gene de reparação do material 
genético, os quais ficam menos ativos ou não funcionais, 
deixando passar erros no DNA e resultando em um tumor. 
A p53 é o gene mais comumente mutado nos cânceres 
humanos e, quando isto não ocorre, costumam estar 
inativadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Receptores hormonais 
Os receptores de estrogênio/progesterona presentes em 
alguns CA de mama são receptores nucleares de 
hormônios capazes de promoves a replicação do DNA e 
divisão celular quando ligados a hormônios apropriados. 
Outro receptor celular é a proteína do fator de 
crescimento epitelial humano (HER2), sendo 
superexpressos em 20% das pacientes com CA de mama. 
Fármacos que inibem estes dois receptores são parte do 
tratamento padrão.	
Neoplasias e processos inflamatórios/INFECCIOSOS 
Os agentes químicos do próprio sistema imunológico 
podem causar mutações e levar ao processo de 
carcinogênese. Isso acontece em alguns tipos de câncer, 
como o mesotelioma (variação do câncer pulmonar). 
Quando o corpo reconhece uma infecção e o sistema 
imunológico é ativado, há liberação de moléculas de água 
oxigenada na região que, além de destruir o invasor, pode 
danificar uma das bases da estrutura do DNA (citosina). 
Essa citosina se transforma numa forma variante e 
passa a ser disseminada pelos outros nucleotídeos e 
transmitida para novas células no ciclo celular. Como a 
molécula é instável, se torna mais suscetível a formar 
uma neoplasia maligna. 
Do mesmo modo, uma inflamação crônica pode inibir a 
imunidade do organismo, impossibilitando de reconhecer o 
câncer como corpo estranho. Isso faz com que o câncer 
se desenvolva com mais facilidade, sem agentes 
imunológicos para combatê-lo. 
 
Tipos de neoplasias e características 
As neoplasias podem ser do tipo benigno ou maligno, se 
diferenciando através de algumas características: nível de 
diferenciação, ritmo de crescimento, invasão local e 
metástase. 
 
Síndrome de down e câncer 
A mutação que acontece nas células cancerígenas 
geralmente possui caráter recessivo (aa). Portanto, 
pessoas com Síndrome de Down possuem menos chances 
de desenvolverem a doença, pois têm trissomia. No 
cromossomo 21, que é onde se encontra um gene que inibe 
a angiogênese, então tem 3x mais capacidade de impedindo 
o crescimento dos tumores. 
TUTO4 | CASO 01 
Maria Eduarda Rocha Guedes 
 
 6 
Nível de diferenciação 
Equivale ao grau de semelhança da célula neoplásica em 
comparação com o tecido anormal. Ou seja, a classificação 
é com base em um padrão anormal, logo, quanto mais 
diferenciada a célula for, melhor. Pode ser classificado em: 
tumor bem diferenciado (bem diferente do anormal), 
tumor moderadamente diferenciado ou pouco 
diferenciado (meio termo) e tumor indiferenciado/ 
anaplásico (padrão anormal). 
 
 
 
 
 
 
 
Ritmo de crescimento 
Depende de outros fatores, como hormônios, suprimento 
sanguíneo, local em que está inserido etc. As neoplasias 
malignas costumam ter ritmo de crescimento mais 
acelerado do que as benignas, devido a isso, é comum o 
aparecimento e isquemia e lesão tecidual, pois a rápida 
taca de crescimento pode levar a compressão dos vasos 
sanguíneos e comprometer o suprimento local. As 
neoplasias benignas, por sua vez, possuem ritmo de 
crescimento lento e progressivo,podendo, ainda paralisar 
ou regredir. 
Invasão local 
É uma característica exclusiva das neoplasias malignas, 
sendo capazes de invadir o próprio tecido que deu origem 
a neoplasia (tumor in situ = ainda não sofreu metástase). 
As neoplasias benignas não possuem essa capacidade, pois 
crescem por expansão (e não invasão) e permanecendo no 
local de origem, sendo, geralmente, encapsuladas e com 
bordas bem delimitadas (facilmente removidas por 
cirurgias locais). 
 
 
 
 
 
 
 
metástase 
Assim como a invasão local, é característica exclusiva das 
neoplasias malignas. Consiste na capacidade das células 
neoplásicas de saírem do local de origem em direção a 
outros tecidos do corpo. Essa disseminação pode ser por 
via linfática (comum nos carcinomas), via hematogênica 
(comum nos sarcomas) ou cavidades corporais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nomenclatura 
Benignas 
Possuem nomenclatura com prefixo (referente ao tecido 
em que se encontra) + sufixo OMA. Exceções: glaucoma e 
hematoma (não são neoplasias), melanoma, linfoma e 
mieloma (são malignas). 
Malignas 
Possuem nomenclatura de acordo com a origem 
embrionária do tecido. Originários do ectoderma e 
endoderma são chamados de carcinoma e do mesoderma, 
sarcoma. 
 
ETIOLOGIA e fatores de risco 
> História familiar de 1º grau: quando ≥	2 parentes de 1º 
grau desenvolvem CA de mama, o risco pode ser 5-6x 
maior 	
> Idade > 40 anos: é o fator de risco mais forte 
> Gênero: feminino 
> Menacme longo: menarca precoce e menopausa tardia 
> Nuliparidade 
> Último parto tardio: mulheres que engravidam pela 
primeira vez após os 30 anos têm maior risco que as 
nulíparas 
> AP de CA de mama ou ovário 
> Obesidade: o tecido adiposo produz uma quantidade 
maior de estrógeno. Além disso, obesos apresentam nível 
aumentado de leptina, que promove a proliferação celular, 
e nível reduzido de adiponectina, que possui efeito 
antiproliferativo. 
 
 
 
 
anaplasia 
É o referencial extremo de anormalidade celular e, 
portanto, a neoplasia pode ser considerada de estágio 
avançado. Se caracteriza por: pleomorfismo nuclear e 
celular (mudanças estruturais na célula e seu núcleo), 
cariomegalia e hipercromasia (aumento do núcleo e 
coloração intensa), mitoses abundantes, perda da 
polaridade, células gigantes, invasão local e metástase. 
IMPORTANTE 
As neoplasias benignas (se não tratadas) podem evoluir 
para o estágio maligno, pois as células vão adquirindo novas 
habilidades com o passar do tempo. Contudo, isso costuma 
ser difícil de acontecer, visto que a progressão deste tipo 
de neoplasia é muito lenta. De maneira geral, as neoplasias 
benignas não costumam ser uma ameaça à vida, apenas 
nos casos em que interferem nas funções vitais devido a 
sua localização (ex: neoplasia benigna na cavidade craniana). 
Tipos de neoplasia maligna 
Existem dois tipos de neoplasia maligna: neoplasias sólidas e 
cânceres hematológicos. As neoplasias sólidas ficam 
confinadas a um órgão ou tecido específico inicialmente e, 
com o passar do tempo e progressão da doença, as células 
se separam da massa original e invadem os tecidos 
circundantes, atingindo os vasos sanguíneos e linfáticos 
(metástase). Nos cânceres hematológicos, por sua vez, a 
neoplasia ocorre em células encontradas no sangue ou na 
linfa, sendo disseminados desde o início.	
Níveis elevados de estrogênio/progesterona 
Existem receptores de estrogênio/progesterona presentes 
em alguns CA de mama, sendo receptores nucleares de 
hormônios que promovem a replicação do DNA e divisão 
celular. 
TUTO4 | CASO 01 
Maria Eduarda Rocha Guedes 
 
 7 
 
> Etilismo 
> Hormonioterapia endógena: anticoncepcional ou 
reposição hormonal na menopausa (TRH combinada) 
> Exposição à radiação: provoca dano direto ao DNA (o 
risco de câncer por procedimentos de radioterapia e 
exames de imagem são baixos, geralmente se relacionam 
a uma neoplasia secundária) 
> Alterações genéticas: mutação BRCA 1 e 2. Mulheres que 
apresentam mutações nestes genes devem realizar 
acompanhamento rigoroso com medidas preventivas, 
como uso de tamoxifeno, ou realizar mastectomia 
bilateral profilática. Vale salientar que somente 10% dos 
casos de CA de mama são atribuídos a fatores 
correlacionados aos genes. 
> Carcinoma lobular in situ (LCIS): aumenta 25x o risco de 
desenvolver carcinoma invasivo 
> Traumas recorrentes: o processo de inflamação e 
cicatrização constantes pode levar a formação de tumor 
Fatores de proteção 
> Atividade física: regula o metabolismo hormonal, insulínico 
e fatores inflamatórios e imunológicos. 
> Amamentação 
Influência do vírus no processo carcinogênico 
O vírus não tem como objetivo principal causar o câncer, 
mas o processo pode ocorrer como consequência. Alguns 
vírus são capazes de modificar o ciclo celular e, 
consequentemente, levar a um processo de carcinogênese, 
a exemplo do HPV. A infecção por HPV pode levar ao 
câncer cervical, pois o vírus codifica uma proteína 
chamada E6, que se liga à proteína p53 e a marca para 
sofrer degradação. 
Existem vários mecanismos que o vírus pode usar para 
levar a um processo carcinogênico, mas o mecanismo mais 
comum é a partir das proteínas virais nas vias de 
sinalização celular. Uma das principais vias é a wnp/beta-
catenina, que está envolvida diretamente na proliferação 
celular, e o vírus é capaz de superativar a proto-oncogene 
e transformá-la em oncogene. 
PACIENTE DE ALTO risco 
São considerados pacientes de alto risco aqueles que 
possuem as seguintes características: 
> AF de 1º grau com CA de mama < 50 anos 
> AF 1º grau com CA de mama bilateral 
> AF de CA de mama em homem 
> AF CA de ovário 
> Mutações genética BRCA, PTEN ou p53 
 
prevenção 
Os exames recomendados para rastreamento de CA 
mama variam conforme a fonte, podendo ser: 
> MS/INCA: realizar a mamografia (MMG) a partir dos 50-
69 anos, bianual (a cada 2 anos). 
> SBM/FEBRASGO: realizar MMG a partir dos 40 anos, 
anualmente. 
Vale lembrar que as recomendações de rastreamento 
variam, também, conforme a classificação de risco do 
paciente. Para pacientes de alto risco, indica-se a 
realização da mamografia + RM a partir dos 30 anos, 
anualmente. 
 
 
 
 
 
 
diagnóstico 
O diagnóstico é realizado com base no exame clínico, 
exames de imagem (MMG e/ou USG), biópsia e imuno-
histoquímica (receptores hormonais e HER2). A 
ressonância magnética (RM) é um método mais sensível e 
específico que a MMG, sendo utilizado quando as lesões não 
são bem vistas na MMG ou USG. Contudo, tem alto custo 
e gera muitos resultados falsos-positivos. 
 
 
 
 
 
 
 
Para o diagnóstico de câncer de mama, deve-se solicitar 
uma amostra histológica (biópsia). Dos subtipos 
histológicos, o mais comum (80% dos casos) é o carcinoma 
ductal invasivo, seguido pelo carcinoma lobular invasivo. 
Bi-rads 
Os resultados das imagens utilizadas no diagnóstico de 
doenças mamárias devem ser classificados conforme o 
BI-RADS: quando menor a sua classificação, menor sua 
chance de evoluir para uma malignidade. Os BI-RADS ≥	5 
são altamente sugestivos de malignidade e mais de 95% 
são cancerosos. 
IDADE RECOMENDADA PARA MAMOGRAFIA 
A mamografia não costuma ser indicada antes dos 30 anos, 
pois a mama jovem é muito densa (muitas glândulas 
mamárias) e o exame é mais vantajoso em mamas 
lipossubstituídas (menos glândulas e mais gorduras). 
Teste triplo 
Na investigação de doenças mamárias, o exame clínico pode 
estar associado a exames de imagem e biópsia (=teste 
triplo). Um teste triplo concordante benigno possui 99% de 
acurácia e os nódulos podem ser acompanhados com 
exame clínico a cada 6 meses. Contudo, quando uma das 
três avaliações apresentar resultado sugestivo de 
malignidade, o nódulo deve ser excisionado independente do 
resultado das outras avaliações. 
TUTO4 | CASO 01 
Maria Eduarda Rocha Guedes 
 
 8 
 
estadiamento 
Após a confirmação do CA de mama, deve-se realizar o 
estadiamento do mesmo para planejar o tratamento 
adequado, dar indicaçãode prognóstico e ajudar na 
avaliação do tratamento. 
A classificação mais utilizada para o estadiamento dos 
tumores malignos é com base no sistema TNM, 
determinando a extensão do crescimento e disseminação 
das neoplasias malignas. Se baseia em três componentes: 
tamanho (T=tumor), nódulo regional comprometido 
(N=linfonodos) e metástase (M). A associação destes três 
fatores classifica os tumores em cinco estádios/estágios 
clínicos (0, I, II, III e IV). 
> Estágio 0: carcinoma restrito à área inicial. 
> Estágio I: tumor restrito a uma parte do corpo, sem 
comprometimento linfático. 
>Estágio II: tumor localmente avançando com 
comprometimento do sistema linfático ou espalhado por 
mais de um tecido. 
> Estágio III: tumor localmente avançado, espalhado por 
mais de um tecido e causando 
comprometimento linfático. 
> Estágio IV: metástase a distância, ou 
seja, câncer espalhado para outros órgãos ou todo o 
corpo. 
 
 
 
Mastite e câncer de mama 
A mastite consiste em um processo infecioso que ocorre 
no tecido mamário no período da gravidez, puerpério ou 
não puerperal. 
A mastite puerperal tem como principal agente infeccioso 
o Staphylococcus aureus, sendo caracterizada pela 
formação de abscessos, eritema, calor, aumento do 
volume mamário e sinais de infecção sistêmica. Diferente 
da mastite puerperal, a não puerperal costuma ter 
evolução lenta, surgir em surtos sem infecção aguda 
perceptível em alguns casos. Deve-se realizar o 
diagnóstico diferencial com CA de mama inflamatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
tratamento 
tipos 
Cirurgia 
> Mastectomia: simples (retira apenas a mama) ou radical 
(em conjunto com esvaziamento axilar). 
Câncer de mama inflamatório 
Possui crescimento rápido e muitas vezes é fatal. As células 
neoplásicas bloqueiam os vasos linfáticos na pele da mama, 
a qual parece inflamada, com a pele mais espessa 
(semelhante à casca de laranja). Costuma se espalhar pelos 
gânglios linfáticos da axila e os linfonodos se parecem com 
nódulos duros. Muitas vezes, nenhuma massa é sentida na 
própria mama porque o câncer é disperso na região. 
TUTO4 | CASO 01 
Maria Eduarda Rocha Guedes 
 
 9 
> Conservadora: retira apenas um quadrante ou setor da 
mama., sendo necessária sua associação com radioterapia. 
Deve-se analisar a relação tumor/mama para deixar 
margens livres e resultado esteticamente positivo. 
Esvaziamento axilar 
Realiza-se uma avaliação dos linfonodos axilares para 
identificar o comprometimento e, caso estejam muito 
comprometidos, indica-se o esvaziamento. 
> Pesquisa de linfonodo sentinela: indicado quando a axila se 
encontra clinicamente negativa, identificando se o 
linfonodo sentinela (primeiro linfonodo da drenagem) está 
comprometido. 
> Esvaziamento axilar: indicada quando a axila se encontra 
clinicamente comprometida, apresentar linfonodo 
sentinela positivo ou carcinoma inflamatório. 
Quimioterapia 
Indicada para pacientes com ≥	 4 linfonodos positivos, 
tumor >5cm, invasão vascular peritumoral (possui maior 
risco de disseminação), baixa expressão de receptor 
hormonal (não responde bem a hormonioterapia) e alto 
índice de proliferação celular ou grau histológico 3 (GH3). 
Não é indicada para pacientes sem comprometimento 
axilar, sem invasão vascular, alta expressão de 
receptores hormonais e baixo índice de proliferação 
celular ou GH1. 
Terapias sistêmicas 
> Hormonioterapia: se tiver receptores hormonais 
positivos (estrogênio/progesterona) 
> Terapia anti-HER2: atua sobre receptores na membrana 
citoplasmática/citoplasma, sendo alvo-dirigida e, 
consequentemente, diminuindo os efeitos deletérios sobre 
as células normais 
Radioterapia adjuvante 
Indicada em associação a cirurgias conservadoras e 
tumor >5cm ou >3 linfonodos positivos. 
Escolha do tratamento 
A escolha do tratamento dependerá de alguns fatores, 
como: perfil do paciente, estadiamento do tumor, fatores 
de risco, fatores prognósticos e relação tumor/mama. 
> Estádios iniciais (T1-2, <5cm, N0, M0): retirada cirúrgica 
> Localmente avançados (T3-4, >5cm, com invasão de 
pele/músculo, carcinoma inflamatório ou linfonodos 
comprometidos): cirurgia ou quimioterapia neoadjuvante 
(antes da cirurgia)+cirurgia 
> Metastáticos: tratamento sistêmico (quimioterapia ou 
hormonioterapia) 
 
 
Abbas – Bases patológicas das doenças, 8ed. 
Thompson & Thompson – Genética médica, 7ed. 
https://pt.khanacademy.org/science/biology/cellular-
molecular-biology/stem-cells-and-cancer/a/cancer 
https://www.msdmanuals.com/pt-
pt/profissional/ginecologia-e-
obstetr%C3%ADcia/doen%C3%A7as-
mam%C3%A1rias/c%C3%A2ncer-de-mama 
https://w2.fop.unicamp.br/ddo/patologia/downloads/db301_
un5_Aula44CaracGerNeop.pdf

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