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Definição Sinais Clínicos Diagnóstico Tratamento Fístulas São caracterizadas por um trajeto comunicando o canal anal ou o reto (orifício interno) ao períneo (orifício externo). 80% dos acometidos por fístulas essas são decorrentes da ruptura de um abcesso. As fístulas anais são classificadas, segundo sua relação com os esfíncteres anais, em interesfincteriana, transesfincteriana, supraesfincteriana e extraesfincteriana. Drenagem crônica de muco e sangue, irritação e, em geral, histórico prévio de abscesso anorretal. O exame físico revela a abertura externa e costuma haver um trajeto subcutâneo palpável entre a abertura externa e o ânus. É facilmente estabelecido pela história e exame físico do paciente. A fistulografia e a ultrassonografia transanal podem auxiliar as fistulas complexas, porem o maior avanço propedêutico neste caso está na ressonância magnética. É essencialmente cirúrgico (fistulotomia ou fistulectomia do trajeto fistuloso, incluindo o orifício externo e o interno com a cripta correspondente). Abcessos Os abcessos anorretais são processos infecciosos agudos, supurativos, caracterizados por coleções purulentas. Os abscessos são classificados pela sua localização anatômica em perianal, isquiorretal, interesfincteriano e supra elevador. Dor aguda, tumefação, eventualmente febre, calafrios, tenesmo retal e urinário. Alguns pacientes podem apresentar vazamento de muco e pus relacionado à drenagem espontânea do abscesso. Em pacientes com abscessos perianais e isquiorretais, o exame físico costuma revelar eritema, flutuação e assimetria entre os tecidos perianais direito e esquerdo. Exame digital, nos abscessos superficiais pode-se observar a flutuação e os limites da coleção purulenta e nos profundos pode nada revelar. Além da palpação, a inspeção pode revelar sinais flogísticos de tumoração, hiperemia, dor e calor local em abcessos superficiais. Nos abscessos profundos pode nada revelar. Anuscopia, rectosigmoidoscopia, ultrassonografia transrectal, tomografia computadorizada e a cintilografia. Os abscessos anorretais são tratados com incisão e drenagem. Após a drenagem cirúrgica, apenas os pacientes imunocomprometidos ou os pacientes com sepse associada são tratados com antimicrobianos. Para abscessos grandes, a colocação de um dreno de penrose ou cateter pode ser necessária para garantir a drenagem adequada. Fissura A fissura anal é uma laceração na anoderma, comumente localizada na linha média posterior ou anterior do canal anal. As fissuras costumam ser classificadas como agudas, quando os sintomas ocorrem apenas no último mês, ou crônicas com sintomas presentes por mais de 2 a 3 meses. Dor moderada ou severa tipo “faca” ou “lâmina” durante a evacuação, isso consequentemente leva à constipação. Sangramento, irritação perianal e prurido local. Anamnese e mediante o afastamento das nádegas e da exposição cuidadosa do canal anal para inspeção, pode-se observar uma lesão ulcerada, de forma elíptica, medindo de 1cm a 2cm de extensão em seu maior eixo longitudinal, associada ou não ao plicoma sentinela. Realizar sempre anuscopia e retossigmoidoscopia. Fissura anal aguda: dietas ricas em fibras, proíbe-se o uso de papel higiênico, condimentos, álcool e laxativos catárticos. Emprega-se a aplicação de pomada local para combater a dor, prurido e a infecção. Pode-se associar o uso de anestésicos endoanais, na forma de enemas. “Esfincterotomia química”, indica-se aplicação no local três vezes ao dia. Fissura anal crônica: tratamento cirúrgico (esfincterotomia posterior e esfincterotomia lateral). Doença Hemorroidária As hemorroidas são anastomoses arteriovenosas localizadas no canal anal. As hemorroidas externas estão localizadas abaixo da linha denteada e são anatomicamente identificadas pela presença de anoderma ou pele sobre o coxim hemorroidário. As hemorroidas internas se originam acima da linha denteada e estão recobertas por mucosa. Essas ultimas podem ser classificadas em graus de I a IV. Além dessas, também podem ser encontradas hemorroidas mistas. Pode ser assintomática e somente diagnosticada no exame físico, mas a maioria dos enfermos apresenta sinais clínicos como: sangramento, prolapso, exsudação perianal, desconforto anal, dor aguda (trombose), irritação, dificuldade de higiene, “excesso de pele”. Anamnese completa, avaliação dos hábitos evacuatórios e alimentares, existência de doenças anteriores ou de cirurgia no trato digestivo. O exame proctológico deverá seguir uma sequência: inspeção, palpação da região perianal, toque retal, anuscopia (hemorroidas internas o mamilo irá se projetar) e retossigmoidoscopia. Hemorroidas externas: creme tópico de hidrocortisona, excisão cirúrgica, excisão do coágulo em hemorroidas externas trombosadas, analgésicos tópicos e orais e emolientes fecais. Hemorroidas internas: graus I a II e constipação são tratados com fibras, líquidos e laxantes. Para pacientes com hemorroidas e evacuações múltiplas, o tratamento deve ser direcionado para a causa da diarreia. Esses pacientes não devem ser submetidos à cirurgia. Os pacientes com hábitos intestinais regulares e sintomas hemorroidários persistentes são candidatos para uma abordagem cirúrgica. Tratamento ambulatorial: ligadura elástica, escleroterapia, coagulação com infravermelho, crioterapia, fotocoagulação. LUIZA DALLA VECCHIA TORRIANI
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