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Impetigo EPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO · Infecção comum afeta a camada superficial ou profunda (menos comum) da epiderme · Predomina em crianças (2-5 anos). Quando em adultos, homens são mais afetados · Fatores de risco: imunossupressão, desnutrição, a superlotação (cadeias), creches, o diabetes e a falta de higiene tornam a pessoa mais suscetível ao impetigo. · Clima quente e úmido verão e outono · Pode ser uma oportunista da doença escabiose ETIOPATOGENIA · Causada por bactérias gram-positivas: - Staphylococcus aureus (principal causa – 80%). - Estreptococos beta-hemolítico (principalmente do grupo A, porém também dos grupos B, C e G); podem determinar infecções secundárias. · As lesões são contagiosas Predominam no rosto, mas pode aparecer em qualquer região do corpo. · A infecção inicia a partir de uma lesão por corte, picada de inseto, cirurgia, trauma, dermatite atópica, queimaduras, herpes e varicela, que permite a colonização das bactérias ao se ligarem à fibronectina, podendo disseminar p/ outras regiões. · IMPETIGO PRIMÁRIO: Antes da infecção, a pele estava íntegra. · IMPETIGO SECUNDÁRIO: A infecção ocorreu um lugar que já estava com uma ferida cutânea anterior (aberta). TIPOS E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS CROSTOSO (não bolhoso) · Começa com pequenas vesículas ou lesões eritematosas que se tornam pústulas estas se aglutinam e se rompem, formando uma crosta cor de mel (lesões mericélicas). · Lesão com base eritematosa. · São múltiplas e ocorrem geralmente na face (região perioral e peri-nasal). · A linfadenopatia regional leve é um achado comum associado. · Há prurido e são indolores ECTIMA (não bolhoso) · Quando atinge tecidos profundos (derme) · Aparecem como lesões perfuradas com margens violáceas · As crostas são de cor de mel ou marrom escuro · Pode haver formação de pus nas lesões BOLHOSA · Acomete mais RN e corresponde á 10% dos casos de impetigo · Ação da toxina esfoliativa A, produzida pelo Staphylococus Aureus causa a perda da adesão celular na epiderme superficial, formando as bolhas. · As lesões começam como pequenas vesículas que se transformam em bolhas com conteúdo inicialmente claro ou amarelo que depois progride p/ líquido purulento ou escuro. · Geralmente as lesões são circundadas por eritema e edema e quando a bolha se rompe, a base fica eritematosa. · Não há formação de crostas mericélicas e há menos lesões que o não bolhoso. Não há linfadenopatia regional. · As lesões predominam em regiões intertriginosas e no tronco e, ao contrário do impetigo não bolhoso, podem ocorrer na mucosa bucal IMPETIGO E COMPLICAÇÕES RENAIS Algumas complicações como a artrite séptica, escarlatina, sepse e síndrome da pele escaldada estafilocócica. · A glomerulonefrite pós-estreptocócica (GNPE) acontece em 5% das infecções, sendo mais comum em crianças entre 3 e 12 anos (pico aos 5-6 anos) e idosos (> 60 anos). Afeta mais homens (2:1), mas a PSGN subclínica não tem prevalência de sexo. · Acontece mais em crianças 1 a 2 semanas após uma faringite ou 6 semanas após impetigo. · Reação de hipersensibilidade tipo III (imunocomplexos) desencadeiam uma resposta inflamatória sobre glomérulos e capilares renais, como resposta sistêmica. · Acontece pós- infecção pelas cepas nefrogênicas dos estreptococos beta-hemolíticos do grupo A · Os antígenos da bactéria Nephritis ‐associated plasmin receptor (NAPlr) e o Streptococcal pyrogenic exotoxin B (SPE B) ativam a formação de complexos imunes (via alternativa), formando os imunocomplexos. NAPlr: receptor de plasmina associado a nefrite - há formação in situ de imunocomplexos pela deposição de antígenos na membrana basal glomerular e matriz mesangial gerando degradação da matriz mesangial por resposta inflamatória + ação da plasmina ativa leucócitos + a proliferação de mais células mesangiais prejudica a perfusão capilar nos glomérulos e diminui a TFG INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (oligúria ou anúria), DESEQUILÍBRIO ACIDO-BASE, DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS, SOBRECARGA DE VOLUME, EDEMA E HIPERTENSÃO. SPE B: formação de imunocomplexos por reação cruzada dos anticorpos anti- SPE B com componentes da membrana basal. Os imunocomplexos circulam por todo o corpo, podendo depositar em determinados locais, gerando resposta inflamatória sistêmica. · Apresentação clínica varia: - Pode haver hematúria microscópica assintomática - Síndrome nefrítica caracterizada principalmente por edema (85%) e hipertensão arterial (50-90%) e hematúria (40%), - Raramente, pode apresentar proteinúria significativa, mimetizando a síndrome nefrótica (5%). - Podem apresentar outros sintomas inespecíficos, como anorexia, mal-estar, náuseas, vômitos, etc. TRANSMISSÃO · Contato com lesões infectadas · Surtos familiares · Más condições de higiene · Imunossupressão PREVENÇÃO · Crianças com impetigo devem manter uma boa higiene pessoal e evitar outras crianças durante o surto ativo. · É importante lavar as mãos, lençóis, roupas e áreas afetadas que podem ter entrado em contato com fluidos infectados. · As feridas podem ser cobertas com um curativo para ajudar a prevenir a propagação por contato. · Se o impetigo for recorrente, deve ser realizada uma avaliação para o transporte da bactéria causadora. · O nariz é um reservatório comum e os portadores podem ser tratados com mupirocina (Bactroban Nasal) aplicada nas narinas. TRATAMENTO · Em casos menos graves: Cefalosporinas orais de primeira geração (cefalexina e cefadroxil) e como segunda opção (alérgicos) pode usar Macrolídeos (azitromicina, claritromicina e eritromicina). · Em casos graves: Oxacilina (4 a 12 g/dia) via intravenosa, dividida em quatro a seis doses ou clindamicina 1200 a 2400 mg/dia, dividida em três ou quatro doses. · Lesões: remove a crosta com água e aplica pomada de escolha: Mupirocina, retapamulina e ácido fusídico · Sem tratamento a infecção cura em 14-21 dias e com tratamento dura 10 dias. · Cerca de 20% dos casos se resolvem espontaneamente. Cicatrizes são raras, mas alguns pacientes podem desenvolver alterações de pigmentação. · Nas comunidades com alta prevalência de S. aureus meticilino-resistente (MRSA), antibióticos como clindamicina, sulfametoxazola-trimetoprim, tetraciclina e fluoroquinolonas são indicados. DIAGNÓSTICO Hematúria frequentemente com dismorfismo eritrocitário – Presença de cilindros hemáticos – Piúria – Graus variados de proteinúria – Proteinúria nefrótica é incomum, ocorrendo em cerca de 5% dos casos · História Clínica: · Exame físico: · Culturas bacterianas p/ confirmar o diagnóstico, principalmente na suspeita de S. aureus resistente à meticilina (MRSA) ou se houver um surto de impetigo. · GLOMERULONEFRITE PÓS-ESTREPTOCÓCIA: manifestação tardia - só em 25% das pessoas tem cultura de pele/orofaringe positiva - anticorpos anti- streptolisina O (80% nas infecções cutâneas) e anti-DNAse B, anti-estreptoquinase - Creatinina elevada - Piúria, hematúria com dimorfismos eritrocitários, proteinúria. - Fração C3 do complemento está reduzida. · Diagnóstico diferencial: varicela zoster, dermatite atópica, tinea corporis e herpes simples. REFERÊNCIAS: Nardi NM, Schaefer TJ. Impetigo. [Atualizado em 21 de novembro de 2020]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Jan-.Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK430974/?report=classic Rawla P, Padala SA, Ludhwani D. Poststreptococcal Glomerulonephritis. [Updated 2020 Aug 8]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK538255/ OBJETIVOS: COMPREENDER A ETIOPATOGENIA, EPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO DO IMPETIGO. COMPREENDER OS TIPOS E AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO IMPETIGO RELACIONAR O IMPETIGO COM A HIPERTENSÃO E O EDEMA (COMPLICAÇÕES RENAIS) COMPREENDER A TRANSMISSÃO E A PREVENÇÃO DO IMPETIGO COMPREENDER O TRATAMENTO E P DIAGNÓSTICO DO IMPETIGO
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