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Homicídio: Definição e Elementos

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É a supressão da vida humana extrauterina por outra 
pessoa. “É a destruição da vida humana por outro 
homem. – Von Lizt” 
 
Objetividade jurídica: 
Está protegendo a vida humana, que é um bem 
indisponível, que é um bem jurídico individual e social 
e cada indivíduo tem o direito de gozá-la e desfrutá-la, 
mas incumbe ao Estado assegurar as condições de sua 
existência. Cabe-lhe a tutela. 
 
Sujeitos do delito: 
Sujeito ativo: qualquer pessoa. O tipo penal não exige 
nenhuma condição especial do sujeito ativo, tendo em 
vista que se trata, portanto, de um crime comum. 
Algumas qualidades do agente podem funcionar como 
circunstância agravante genérica (art. 61, II CP). 
 
Crime unissubjetivo: aquele que é praticado por um 
único sujeito. 
 
Sujeito passivo: alguém – qualquer ser humano que 
nasceu vivo. O homicídio ocorre durante ou depois do 
nascimento, ou seja, a partir do início do parto 
(rompimento do saco amniótico, contrações uterinas, 
dilatação do colo do útero). Não é necessário que 
exista vida viável, pode ser uma pessoa prestes a 
morrer, por exemplo, ainda assim há homicídio. 
 
Lei 9.434/97 
Art. 3º. A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do 
corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser 
precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e 
registrada por dois médicos não participantes das equipes de 
remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e 
tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de 
Medicina. 
 
 
Elementos objetivos do tipo: 
❶ Diretos – o agente age imediatamente contra a 
vítima (ex.: disparo de arma de fogo, golpes de faca); 
❷ Indiretos – são os que operam imediatamente 
sobre a vítima através de outra causa provocada pelo 
ato inicial do agente (ex.: estimular um cão ao ataque, 
induzir um doente mental a matar); 
 
 
 
 
❸ Comissivos – quando praticados através de uma 
ação positiva do agente; 
❹ Omissivos – quando praticados por intermédio de 
uma conduta negativa, um deixar de agir. 
 
Relevância da omissão: art. 13, §2º 
 
Elemento subjetivo: 
 
Dolo = vontade livre e consciente de eliminar a vida 
humana (animus necandi). 
 
Direto ou determinado = o sujeito visa o resultado 
morte, ele realiza a conduta a fim de obter o resultado 
morte. 
 
Indireto ou indeterminado: 
a) Alternativo: quando a vontade se dirige ou a 
morte ou a outro resultado. Ex.: desferir 
facadas para matar ou ferir. 
b) Eventual: quando o agente não quer a morte 
da vítima, prevê que é possível e age. Para o 
agente é indiferente a morte. Ex.: sujeito 
pretende matar A que conversa com B, o 
agente prevê que ao matar A pode causar a 
morte de B, e mesmo assim atira e atinge os 
dois. Responde, portanto, por dois homicídios, 
um por dolo direto e outro por dolo eventual. 
 
Consumação: 
Se consuma com a morte da vítima. A prova da morte 
é dada pelo exame de corpo de delito. 
Art. 158, CPP. Quando a infração deixar vestígios, será 
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto 
(vestuários, fotografias, partes do corpo), não podendo supri-lo a 
confissão do acusado. 
 
Art. 167, CPP. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por 
houverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá 
suprir-lhe a falta. 
 
Tentativa: 
Por ser um crime material, pois há um resultado 
material, admite-se a tentativa. 
Não se pune atos preparatórios. 
Formas de tentativa: 
art. 
121, 
CP 
Art. 
59, CP 
Tentativa perfeita: quando a fase de execução é 
integralmente realizada pelo agente, mas a morte não 
se verifica por circunstâncias alheias à sua vontade. 
Nesta, o crime é subjetivamente consumado, mas não 
o é objetivamente. Ex.: disparou todos os tiros. 
Tentativa imperfeita: quando o processo executório é 
interrompido por circunstâncias alheias à vontade do 
sujeito. O agente não exaure toda a sua potencialidade 
lesiva por motivos que fogem à sua vontade. 
Tentativa cruenta: deixa vestígios. 
Tentativa incruenta: não deixa vestígios. 
 
Consequência jurídica: art. 14, II, CP. 
 
Crime impossível: não se pune nem a tentativa. Art. 17 
do CP. Há ausência de tipicidade pela: 
 
• Ineficácia absoluta do meio 
• Impropriedade absoluta do objeto 
 
a. Ineficácia relativa do meio: quando não 
obstante a eficácia do meio à produção do 
resultado, este não ocorre por circunstâncias 
acidentais. Ex.: sujeito que pretende desfechar 
um tiro de revólver contra a vítima, mas a arma 
não funciona. Nesse caso, há tentativa. 
b. Impropriedade relativa do objetivo: quando 
uma circunstância acidental do próprio objeto 
neutraliza a eficácia do meio. Ex.: a cigarreira 
da vitima desvia o projétil ou ainda quando o 
objeto presente na fase inicial da conduta, 
ausenta-se no instante do ataque. Ex.: a vítima 
sai do leito segundos antes de o agente atirar. 
 
Para ser crime impossível, a ineficácia e impropriedade 
devem ser absolutas. 
 
Desistência voluntária: dispondo de vários projéteis, 
dispara somente um, e desiste. 
Arrependimento eficaz: ministra o veneno na comida 
da vítima e depois lhe ministra o antídoto. 
Responde apenas pelos ferimentos que restarem na 
vítima como lesão corporal, ou seja, afastando a 
tentativa de homicídio. 
 
Art. 121, caput. Quando não estiverem presentes 
nenhuma circunstância privilegiadora ou qualificadora. 
❶ Qualificadoras – aparecem no CP a partir do artigo 
121. Tem parâmetros de pena autônoma e maior que 
o tipo simples. Se acolhidas pelo conselho de sentença, 
são utilizadas como patamar para fixação da pena 
base. 
❷ Agravantes – só aparecem na parte geral do 
código, não tem um quantum determinado de 
aumento e na dosimetria da pena aparecem na 
segunda fase. Art. 61. Ex.: reincidência, motivo fútil, 
contra ascendentes, descendentes, etc. 
❸ Atenuantes – só aparecem na parte geral do 
código, não tem um quantum determinado de 
diminuição e na dosimetria aparecem na segunda fase. 
Ex.: motivo de relevante valor moral e social. Art. 65. 
❹ Majorantes – aparecem na parte especial e geral 
do CP, aparecem em formato de fração. Ex.: aumento 
de 1/3. 
❺ Minorantes – aparecem na parte geral e especial 
do CP, em formato de fração. Ex.: diminuição de 1/3. 
Ex.: tentativa 
 
 
Art. 121 § 1º. Se o agente comente o crime impelido 
por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta 
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 
a 1/3. 
 
❶ Motivo de relevante valor social: A causa que 
levou o sujeito a matar foi beneficiar a coletividade. 
Ex.: Matar um bandido perigoso. 
 
❷ Motivo de relevante valor moral: O motivo 
protege interesse particular de ordem moral do autor. 
Ex.: Matar o estuprador da filha. 
 
❸ Sob Domínio de Violenta Emoção, logo em 
Seguida a Injusta Provocação da Vítima: 
Requisitos cumulativos: 
a) Emoção violenta; 
b) Injusta provocação da vítima; 
c) Sucessão imediata entre a provocação e a 
reação. 
 
Emoção → Estado súbito e passageiro de instabilidade 
psíquica. Deve ser violenta, intensa, absorvente- 
verdadeiro choque emocional. 
Art. 
15, CP 
p
e
n
a-
b
as
e 
2º
 f
as
e
 
3ª
 f
as
e 
Artigo 121 § 2º. As qualificadoras resultam de: 
a) motivos determinantes (incs. I,II, VI e VII); 
b) meios empregados (inc. III); 
c) modos ou formas (IV); 
d) conexão com outro crime (inc. V). 
 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por 
outro motivo torpe; 
II - por motivo fútil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, 
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que 
possa resultar perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação 
ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a 
defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a 
impunidade ou vantagem de outro crimeVI - contra a mulher por razões da condição de sexo 
feminino 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 
e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema 
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no 
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra 
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo 
até terceiro grau, em razão dessa condição. 
 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA 
OU OUTRO MOTIVO TORPE 
 
Motivo Torpe → significa o motivo moralmente 
reprovável, adjeto, desprezível, que demonstra 
depravação espiritual. A paga e a promessa de 
recompensa, são um exemplo de motivo torpe. O 
código penal usa uma fórmula exemplificativa. Ex.: 
matar para receber herança, ódio de classe, vaidade. 
A recompensa pode ser dinheiro, casamento, emprego 
etc, ou nem ter sido ainda determinada. 
 
• Tanto o pagador quanto o receptor da recompensa 
respondem pelo crime qualificado? Não. Porque o 
contratante pode estar com motivação diversa, visto 
que não está recebendo para matar. Pode, por 
exemplo, ter um motivo de valor social. Apenas quem 
recebe a recompensa responde pela qualificadora. 
MOTIVO FÚTIL 
 
É o motivo insignificante. Apresenta desproporção 
entre o crime e a sua causa. Motivo frívolo, leviano. 
Motivo fútil é ≠ de ausência de motivo. Esta pode 
ser considerada motivo torpe. No fútil tem motivo, 
mas ele é insignificante. 
 
Ex.: matar porque a vítima recusa um cigarro, a vítima 
riu do agente, uma fechada no trânsito. 
 
“O motivo fútil e o motivo torpe são circunstâncias agravantes que 
determinam maior gravidade da culpabilidade. Figuram, também, 
como circunstâncias qualificadoras do delito de homicídio (art. 121, 
§ 2.º, I e II, CP). Motivo fútil é aquele insignificante, flagrantemente 
desproporcional ou inadequado se cotejado com a ação ou a 
omissão do agente. Torpe é o motivo abjeto, indigno e desprezível, 
que repugna ao mais elementar sentimento ético." (PRADO, Luiz 
Regis et al. Curso de Direito Penal). 
 
EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, ASFIXIA, 
TORTURA OU OUTRO MEIO INSIDIOSO OU CRUEL OU 
DE QUE POSSA RESULTAR PERIGO COMUM 
 
a) Homicídio cometido com emprego de meio 
insidioso: veneno. 
b) Homicídio cometido com emprego de meio cruel: 
asfixia, tortura, fogo, explosivo. 
c) Homicídio cometido com emprego de meio de que 
possa resultar perigo comum: fogo (incêndio), 
explosivo (grande quantidade). 
 
Explosivo 
É qualquer corpo capaz de se transformar rapidamente 
em gás a temperatura elevada. Provocando detonação 
que não atinge só a vítima, mas também pode atingir 
outros. Ex.: atos terroristas Também pode causar 
perigo comum. 
 
Veneno 
Deve ser ministrado insidiosamente, ou seja, sem que 
a vítima saiba que o está ingerindo. Se assim não for 
não incide a qualificadora do venefício, podendo 
qualificar-se por emprego de meio cruel. É toda a 
substância mineral, vegetal ou animal que introduzida 
no organismo é capaz de mediante ação química, 
bioquímica ou mecânica, lesar a saúde ou destruir a 
vida. 
 
 
Fogo 
É meio cruel se for utilizado só no corpo da vítima. 
Constitui meio que causa perigo comum se houver 
possibilidade de atingir outras pessoas, como no 
incêndio. 
 
Asfixia 
É o impedimento da função respiratória e consequente 
ausência de oxigênio no sangue. 
Exemplos de asfixia: 
 
ESGANADURA: 
constrição do pescoço com as mãos do agente. 
ENFORCAMENTO: 
constrição do pescoço pelo peso do próprio corpo. 
ESTRANGULAMENTO: 
constrição do pescoço com fios, arame, gravata, corda. 
SOTERRAMENTO: 
submersão em meio sólido 
AFOGAMENTO: 
submersão em meio liquido 
CONFINAMENTO: 
preso em local que não penetre ar 
SUFOCAÇÃO: 
provocada pela presença de um corpo estranho nas vias 
aéreas 
 
 
TORTURA 
É a inflição de mal desnecessário para causar a vítima 
dor, angústia, amargura e sofrimento. É necessário 
distinguir o dolo para não confundir-se o “homicídio 
qualificado pelo emprego de tortura” e o “crime de 
tortura” (Lei 9.455). No primeiro o dolo é de matar, 
utilizando como meio, a tortura. No segundo o dolo é 
de apenas torturar sem levar a vítima à morte. 
 
Art. 1º. Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, 
causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da 
vítima ou de terceira pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico 
ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de 
caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
Situações que podem ocorrer: 
a) Preterdolo: Dolo na tortura. Culpa na morte. 
Responde pelo crime de tortura com a pena 
aumentada pelo resultado morte 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza 
grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de 
quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão 
é de oito a dezesseis anos. 
b) Dolo na morte: Direto ou eventual. Responde 
por homicídio qualificado pela tortura. 
Durante a tortura o agente decide matar a 
vítima: Dolos distintos e, portanto, concurso 
material entre homicídio (simples) e tortura. 
 
À TRAIÇÃO, EMBOSCADA OU MEDIANTE 
DISSIMULAÇÃO OU OUTRO RECURSO QUE 
DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA 
DAVÍTIMA 
 
São circunstâncias que levam a prática do crime com 
maior segurança para o agente, que se vale da boa fé 
ou da falta de prevenção da vítima para praticar o 
crime. 
 
» Traição: É a quebra de confiança depositada pela 
vítima no agente, que dela se aproveita para matá-la, o 
crime for cometido mediante ataque súbito e 
sorrateiro, atingindo a vítima descuidada e confiante. 
Física: ex.: matar pelas costas. Moral: ex.: Atrair a 
vítima a um abismo. 
» Emboscada: É o ato de esperar oculto a vítima para 
atacá-la. Tocaia; esconder-se para aguardar a 
passagem da vítima despreparada. 
» Dissimulação: É o emprego de recurso que distrai a 
atenção da vítima do ataque pelo agente. Ex.: disfarce, 
surpresa, dissimulação da borda de um poço. 
 
É necessário que que este “outro recurso” tenha a 
mesma natureza das qualificadoras anteriormente 
descritas. 
 
 
PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO, OCULTAÇÃO, 
IMPUNIDADE OUVANTAGEM DE OUTRO CRIME 
 
Essa qualificadora exige um vínculo com um outro 
crime, uma conexão teleológica ou consequencial. 
 
Assegurar a execução de ouro crime: existe uma 
conexão teleológica. O que qualifica o crime é a 
 
finalidade pela qual ele foi praticado. Exemplo: matar a 
empregada para sequestrar a criança. 
Assegurar a ocultação: o sujeito visa impedir a 
descoberta de um crime, existe uma conexão 
consequencial. Ex.: mata o perito que vai descobrir 
uma apropriação indébita. O crime ainda não é 
conhecido e o agente mata para que este não venha a 
ser descoberto. 
Assegurar a impunidade: Nesse caso o crime já é 
conhecido, embora sua autoria não o seja. Ex.: mata a 
testemunha que pode lhe identificar como autor de um 
roubo. 
Assegurar a vantagem: O propósito do agente é 
garantir a fruição de qualquer vantagem patrimonial 
ou não, resultantes de outro crime. Ex.: matar o 
parceiro de estelionato para ficar com todo o produto 
do crime. Não é necessário que a vantagem seja 
patrimonial, podendo ser moral. 
 
 
- Se o homicídio for cometido para assegurar a prática de 
uma contravenção? Não se aplica a qualificadora. Pode ele 
responder pela qualificadora de motivo fútil ou torpe 
conforme o caso. 
- Se o crime conexo for impossível? Aplica-se a qualificadora 
pela culpabilidade do sujeito que na sua subjetividade 
praticou dois crimes. 
- Não é necessário que o delito que o agente pretende 
assegurar a execução chegue a ser executado. Pune-sea 
censurabilidade da conduta, sem importar a realização da 
intenção do agente. Basta que haja tal intenção. 
- Não é preciso que o outro crime tenha sido ou venha a ser 
praticado pelo próprio agente do homicídio, podendo ser 
por terceiro. 
- Em todos os exemplos dados o agente responde pelos dois 
crimes em concurso material (homicídio qualificado + o 
crime conexo). 
 
 
É POSSÍVEL HOMICÍDIO 
PRIVILEGIADO/QUALIFICADO? Sim. 
Os autores são unânimes. Entretanto, por decorrência 
lógica as qualificadoras devem ser de natureza 
objetiva, pois as privilegiadoras são de natureza 
subjetiva. Exemplos: a) Praticado por relevante valor 
moral com emprego de veneno, b) Cometido por 
violenta emoção com esganadura, c) Eutanásia por 
asfixia, d) Não poderá ser relevante valor moral e 
motivo fútil ou relevante valor social e motivo torpe. 
 
 
 
Inciso VI – contra a mulher por razões da condição de 
sexo feminina. 
 
Critérios biológico, legal e psicológico para definição do 
sexo. 
 
§ 2º-A. Considera-se que há razões de condição de sexo feminino 
quando o crime envolve: 
I - violência doméstica e familiar 
LEI 11.340 - Art. 5º. Para os efeitos desta Lei, configura violência 
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão 
baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, 
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: 
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço 
de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, 
inclusive as esporadicamente agregadas; 
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade 
formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, 
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva 
ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de 
coabitação. 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher 
 
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a 
metade se o crime for praticado: 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto: 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 
(sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças 
degenerativas que acarretem condição limitante ou de 
vulnerabilidade física ou mental; 
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente 
da vítima; 
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência 
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340. 
 
 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 
e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema 
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no 
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra 
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo 
até terceiro grau, em razão dessa condição: 
 
 
Constituição Federal 
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela 
Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são 
instituições nacionais permanentes e regulares, 
organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob 
a autoridade suprema do Presidente da República, e 
destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes 
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da 
lei e da ordem. 
 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito 
e responsabilidade de todos, é exercida para a 
preservação da ordem pública e da incolumidade das 
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - 
polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias 
militares e corpos de bombeiros militares. VI - polícias 
penais federal, estaduais e distrital. 
 
Art. 121 § 4º. Parte final. Sendo doloso o homicídio, a 
pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é 
praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou 
maior de 60 (sessenta) anos. 
Art. 121 § 6º. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) 
até a metade se o crime for praticado por milícia 
privada, sob o pretexto de prestação de serviço de 
segurança, ou por grupo de extermínio. 
Art. 121. §3º. Se o homicídio é culposo: pena – 
detenção, de 1 a 3 anos. 
 
Culpa → “é a conduta voluntária (ação ou omissão) que 
produz um resultado antijurídico não querido, mas 
previsível, ou excepcionalmente previsto, de tal modo 
que podia, com a devida atenção, ser evitado.” 
Maggiore. 
 
Elementos do tipo culposo do homicídio: 
❶ Conduta humana voluntária de fazer ou não fazer; 
❷ Inobservância de cuidado objetivo manifestado por 
imprudência, negligência ou imperícia; 
❸ Previsibilidade objetiva da morte; 
❹ Ausência de previsão subjetiva; 
❺ Exigibilidade da previsão subjetiva nas condições 
concretas pessoais do agente (culpabilidade); 
❻ Resultado morte involuntário; 
❼ Tipicidade. 
 
 
 
 
A falta de cuidado pode se manifestar através de: 
 
Imprudência: É a pratica de um ato perigoso, é uma 
atitude em que o agente atua com precipitação, sem 
cautelas. Ex.: limpar ou manusear armas de fogo 
carregadas em público, dirigir em alta velocidade. 
 
Negligência: É a inercia psíquica, a indiferença do 
agente que podendo evitar o resultado não o faz, ele 
deixa de fazer algo imposto pela ordem jurídica. Ex.: 
deixar remédios ao alcance de crianças, deixar arma 
municiada perto de um doente mental, não fazer 
manutenção no veículo. 
 
Imperícia: É a falta de aptidão para o exercício de arte, 
ofício ou profissão, seria a incapacidade, a falta de 
conhecimentos técnicos no exercício de arte, ofício ou 
profissão. Ex.: o químico, o eletricista, o médico, o 
engenheiro. 
 
Espécies de culpa no homicídio: 
 
Culpa Inconsciente: Não há previsão do resultado. É a 
culpa “comum”. 
Culpa Consciente: O resultado é previsto, mas não 
querido. O agente confia na sua não ocorrência. 
 
 
Diferença entre culpa consciente e dolo eventual: 
Naquela o agente, embora prevendo o resultado, não 
o deseja, e confia na sua habilidade para que, mesmo 
prosseguindo na ação, o resultado não se verifique. 
Neste o agente prevê o resultado e, ainda que não o 
deseje, mostra-se indiferente à sua ocorrência, 
assumindo o risco de produzi-lo. 
 
Art.121, §4º. No homicídio culposo, a pena é 
aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de 
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou 
ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro 
à vítima, não procura diminuir as consequências do seu 
ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. 
 
I) Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou 
ofício. Ex.: Motorista profissional, dirigindo veículo em 
serviço, mata transeunte deixando de observar regra 
de trânsito; Erro médico, quando o médico sabe a 
técnica e não a observa. 
OBS: Não se confunde com Imperícia, que indica 
inabilidade de ordem profissional, incapacidade. 
 
II) Omissão de socorro à vítima. Ex.: Se o sujeito, após 
deixar a arma ao alcance da vítima, deixa de lhe prestar 
assistência, vindo esta a falecer, não responde ele por 
dois crimes (homicídio culposo + omissão de socorro), 
mas sim por homicídio culposo qualificado pela 
omissão de socorro. 
 
III) Não procurar diminuir as consequências do seu 
comportamento. Ex.: Não obstante ter sido a vítima 
socorrida por terceiros, o sujeito que causou o evento, 
se nega a transportar a vítima ao hospital. 
 
IV) Fuga para evitar prisão em flagrante. Necessita-se 
do elemento subjetivo de “para evitar prisão em 
flagrante”. Se o sujeito foge, por exemplo, para fins de 
evitar agressões ou linchamento das pessoas que 
presenciaram o delito, não se caracteriza a 
qualificadora. 
 
Perdão judicial no homicídio culposo 
§5º 
Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar 
de aplicar a pena, se as consequências da infração 
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a 
sanção penal se torne desnecessária. 
É o instituto pelo qual o juiz,não obstante a prática 
delituosa por um sujeito culpado, não lhe aplica a pena, 
levando em conta determinadas circunstâncias. 
Ex.: causar a morte de um filho, da esposa. 
 
A natureza jurídica da sentença que concede o perdão 
judicial é declaratória da extinção da punibilidade 
conforme Súmula 18 do STJ: “A sentença concessiva de 
perdão judicial é declaratória da extinção da 
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito 
condenatório”. 
 
Homicídio culposo no trânsito – Lei 9.503/97 
 
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de 
veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro 
anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão 
ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de 
veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um 
terço) à metade, se o agente: 
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de 
Habilitação II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na 
calçada III - deixar de prestar socorro, quando possível 
fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente IV - no 
exercício de sua profissão ou atividade, estiver 
conduzindo veículo de transporte de passageiros § 3o 
Se o agente conduz veículo automotor sob a influência 
de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa 
que determine dependência Penas - reclusão, de cinco 
a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se 
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor. 
Comum = pode ser praticado por qualquer pessoa; 
Material = exige um resultado material; 
Simples = só atinge uma objetividade jurídica; 
De dano = exige a efetiva lesão ao bem jurídico 
tutelado; 
Instantâneo = se consuma em um determinado 
momento, com a morte; 
Unisubjetivo = pode ser praticado por um só 
agente. 
Homicídio simples = reclusão de 6 a 20 anos 
Homicídio qualificado = reclusão de 12 a 30 anos 
Homicídio culposo = detenção de 1 a 3 anos (cabe 
SCP) 
É de ação penal pública incondicionada.

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