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É a supressão da vida humana extrauterina por outra pessoa. “É a destruição da vida humana por outro homem. – Von Lizt” Objetividade jurídica: Está protegendo a vida humana, que é um bem indisponível, que é um bem jurídico individual e social e cada indivíduo tem o direito de gozá-la e desfrutá-la, mas incumbe ao Estado assegurar as condições de sua existência. Cabe-lhe a tutela. Sujeitos do delito: Sujeito ativo: qualquer pessoa. O tipo penal não exige nenhuma condição especial do sujeito ativo, tendo em vista que se trata, portanto, de um crime comum. Algumas qualidades do agente podem funcionar como circunstância agravante genérica (art. 61, II CP). Crime unissubjetivo: aquele que é praticado por um único sujeito. Sujeito passivo: alguém – qualquer ser humano que nasceu vivo. O homicídio ocorre durante ou depois do nascimento, ou seja, a partir do início do parto (rompimento do saco amniótico, contrações uterinas, dilatação do colo do útero). Não é necessário que exista vida viável, pode ser uma pessoa prestes a morrer, por exemplo, ainda assim há homicídio. Lei 9.434/97 Art. 3º. A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina. Elementos objetivos do tipo: ❶ Diretos – o agente age imediatamente contra a vítima (ex.: disparo de arma de fogo, golpes de faca); ❷ Indiretos – são os que operam imediatamente sobre a vítima através de outra causa provocada pelo ato inicial do agente (ex.: estimular um cão ao ataque, induzir um doente mental a matar); ❸ Comissivos – quando praticados através de uma ação positiva do agente; ❹ Omissivos – quando praticados por intermédio de uma conduta negativa, um deixar de agir. Relevância da omissão: art. 13, §2º Elemento subjetivo: Dolo = vontade livre e consciente de eliminar a vida humana (animus necandi). Direto ou determinado = o sujeito visa o resultado morte, ele realiza a conduta a fim de obter o resultado morte. Indireto ou indeterminado: a) Alternativo: quando a vontade se dirige ou a morte ou a outro resultado. Ex.: desferir facadas para matar ou ferir. b) Eventual: quando o agente não quer a morte da vítima, prevê que é possível e age. Para o agente é indiferente a morte. Ex.: sujeito pretende matar A que conversa com B, o agente prevê que ao matar A pode causar a morte de B, e mesmo assim atira e atinge os dois. Responde, portanto, por dois homicídios, um por dolo direto e outro por dolo eventual. Consumação: Se consuma com a morte da vítima. A prova da morte é dada pelo exame de corpo de delito. Art. 158, CPP. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto (vestuários, fotografias, partes do corpo), não podendo supri-lo a confissão do acusado. Art. 167, CPP. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por houverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. Tentativa: Por ser um crime material, pois há um resultado material, admite-se a tentativa. Não se pune atos preparatórios. Formas de tentativa: art. 121, CP Art. 59, CP Tentativa perfeita: quando a fase de execução é integralmente realizada pelo agente, mas a morte não se verifica por circunstâncias alheias à sua vontade. Nesta, o crime é subjetivamente consumado, mas não o é objetivamente. Ex.: disparou todos os tiros. Tentativa imperfeita: quando o processo executório é interrompido por circunstâncias alheias à vontade do sujeito. O agente não exaure toda a sua potencialidade lesiva por motivos que fogem à sua vontade. Tentativa cruenta: deixa vestígios. Tentativa incruenta: não deixa vestígios. Consequência jurídica: art. 14, II, CP. Crime impossível: não se pune nem a tentativa. Art. 17 do CP. Há ausência de tipicidade pela: • Ineficácia absoluta do meio • Impropriedade absoluta do objeto a. Ineficácia relativa do meio: quando não obstante a eficácia do meio à produção do resultado, este não ocorre por circunstâncias acidentais. Ex.: sujeito que pretende desfechar um tiro de revólver contra a vítima, mas a arma não funciona. Nesse caso, há tentativa. b. Impropriedade relativa do objetivo: quando uma circunstância acidental do próprio objeto neutraliza a eficácia do meio. Ex.: a cigarreira da vitima desvia o projétil ou ainda quando o objeto presente na fase inicial da conduta, ausenta-se no instante do ataque. Ex.: a vítima sai do leito segundos antes de o agente atirar. Para ser crime impossível, a ineficácia e impropriedade devem ser absolutas. Desistência voluntária: dispondo de vários projéteis, dispara somente um, e desiste. Arrependimento eficaz: ministra o veneno na comida da vítima e depois lhe ministra o antídoto. Responde apenas pelos ferimentos que restarem na vítima como lesão corporal, ou seja, afastando a tentativa de homicídio. Art. 121, caput. Quando não estiverem presentes nenhuma circunstância privilegiadora ou qualificadora. ❶ Qualificadoras – aparecem no CP a partir do artigo 121. Tem parâmetros de pena autônoma e maior que o tipo simples. Se acolhidas pelo conselho de sentença, são utilizadas como patamar para fixação da pena base. ❷ Agravantes – só aparecem na parte geral do código, não tem um quantum determinado de aumento e na dosimetria da pena aparecem na segunda fase. Art. 61. Ex.: reincidência, motivo fútil, contra ascendentes, descendentes, etc. ❸ Atenuantes – só aparecem na parte geral do código, não tem um quantum determinado de diminuição e na dosimetria aparecem na segunda fase. Ex.: motivo de relevante valor moral e social. Art. 65. ❹ Majorantes – aparecem na parte especial e geral do CP, aparecem em formato de fração. Ex.: aumento de 1/3. ❺ Minorantes – aparecem na parte geral e especial do CP, em formato de fração. Ex.: diminuição de 1/3. Ex.: tentativa Art. 121 § 1º. Se o agente comente o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3. ❶ Motivo de relevante valor social: A causa que levou o sujeito a matar foi beneficiar a coletividade. Ex.: Matar um bandido perigoso. ❷ Motivo de relevante valor moral: O motivo protege interesse particular de ordem moral do autor. Ex.: Matar o estuprador da filha. ❸ Sob Domínio de Violenta Emoção, logo em Seguida a Injusta Provocação da Vítima: Requisitos cumulativos: a) Emoção violenta; b) Injusta provocação da vítima; c) Sucessão imediata entre a provocação e a reação. Emoção → Estado súbito e passageiro de instabilidade psíquica. Deve ser violenta, intensa, absorvente- verdadeiro choque emocional. Art. 15, CP p e n a- b as e 2º f as e 3ª f as e Artigo 121 § 2º. As qualificadoras resultam de: a) motivos determinantes (incs. I,II, VI e VII); b) meios empregados (inc. III); c) modos ou formas (IV); d) conexão com outro crime (inc. V). § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crimeVI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. Pena - reclusão, de doze a trinta anos. MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA OU OUTRO MOTIVO TORPE Motivo Torpe → significa o motivo moralmente reprovável, adjeto, desprezível, que demonstra depravação espiritual. A paga e a promessa de recompensa, são um exemplo de motivo torpe. O código penal usa uma fórmula exemplificativa. Ex.: matar para receber herança, ódio de classe, vaidade. A recompensa pode ser dinheiro, casamento, emprego etc, ou nem ter sido ainda determinada. • Tanto o pagador quanto o receptor da recompensa respondem pelo crime qualificado? Não. Porque o contratante pode estar com motivação diversa, visto que não está recebendo para matar. Pode, por exemplo, ter um motivo de valor social. Apenas quem recebe a recompensa responde pela qualificadora. MOTIVO FÚTIL É o motivo insignificante. Apresenta desproporção entre o crime e a sua causa. Motivo frívolo, leviano. Motivo fútil é ≠ de ausência de motivo. Esta pode ser considerada motivo torpe. No fútil tem motivo, mas ele é insignificante. Ex.: matar porque a vítima recusa um cigarro, a vítima riu do agente, uma fechada no trânsito. “O motivo fútil e o motivo torpe são circunstâncias agravantes que determinam maior gravidade da culpabilidade. Figuram, também, como circunstâncias qualificadoras do delito de homicídio (art. 121, § 2.º, I e II, CP). Motivo fútil é aquele insignificante, flagrantemente desproporcional ou inadequado se cotejado com a ação ou a omissão do agente. Torpe é o motivo abjeto, indigno e desprezível, que repugna ao mais elementar sentimento ético." (PRADO, Luiz Regis et al. Curso de Direito Penal). EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, ASFIXIA, TORTURA OU OUTRO MEIO INSIDIOSO OU CRUEL OU DE QUE POSSA RESULTAR PERIGO COMUM a) Homicídio cometido com emprego de meio insidioso: veneno. b) Homicídio cometido com emprego de meio cruel: asfixia, tortura, fogo, explosivo. c) Homicídio cometido com emprego de meio de que possa resultar perigo comum: fogo (incêndio), explosivo (grande quantidade). Explosivo É qualquer corpo capaz de se transformar rapidamente em gás a temperatura elevada. Provocando detonação que não atinge só a vítima, mas também pode atingir outros. Ex.: atos terroristas Também pode causar perigo comum. Veneno Deve ser ministrado insidiosamente, ou seja, sem que a vítima saiba que o está ingerindo. Se assim não for não incide a qualificadora do venefício, podendo qualificar-se por emprego de meio cruel. É toda a substância mineral, vegetal ou animal que introduzida no organismo é capaz de mediante ação química, bioquímica ou mecânica, lesar a saúde ou destruir a vida. Fogo É meio cruel se for utilizado só no corpo da vítima. Constitui meio que causa perigo comum se houver possibilidade de atingir outras pessoas, como no incêndio. Asfixia É o impedimento da função respiratória e consequente ausência de oxigênio no sangue. Exemplos de asfixia: ESGANADURA: constrição do pescoço com as mãos do agente. ENFORCAMENTO: constrição do pescoço pelo peso do próprio corpo. ESTRANGULAMENTO: constrição do pescoço com fios, arame, gravata, corda. SOTERRAMENTO: submersão em meio sólido AFOGAMENTO: submersão em meio liquido CONFINAMENTO: preso em local que não penetre ar SUFOCAÇÃO: provocada pela presença de um corpo estranho nas vias aéreas TORTURA É a inflição de mal desnecessário para causar a vítima dor, angústia, amargura e sofrimento. É necessário distinguir o dolo para não confundir-se o “homicídio qualificado pelo emprego de tortura” e o “crime de tortura” (Lei 9.455). No primeiro o dolo é de matar, utilizando como meio, a tortura. No segundo o dolo é de apenas torturar sem levar a vítima à morte. Art. 1º. Constitui crime de tortura: I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; c) em razão de discriminação racial ou religiosa; II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Pena - reclusão, de dois a oito anos. Situações que podem ocorrer: a) Preterdolo: Dolo na tortura. Culpa na morte. Responde pelo crime de tortura com a pena aumentada pelo resultado morte § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. b) Dolo na morte: Direto ou eventual. Responde por homicídio qualificado pela tortura. Durante a tortura o agente decide matar a vítima: Dolos distintos e, portanto, concurso material entre homicídio (simples) e tortura. À TRAIÇÃO, EMBOSCADA OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO OU OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DAVÍTIMA São circunstâncias que levam a prática do crime com maior segurança para o agente, que se vale da boa fé ou da falta de prevenção da vítima para praticar o crime. » Traição: É a quebra de confiança depositada pela vítima no agente, que dela se aproveita para matá-la, o crime for cometido mediante ataque súbito e sorrateiro, atingindo a vítima descuidada e confiante. Física: ex.: matar pelas costas. Moral: ex.: Atrair a vítima a um abismo. » Emboscada: É o ato de esperar oculto a vítima para atacá-la. Tocaia; esconder-se para aguardar a passagem da vítima despreparada. » Dissimulação: É o emprego de recurso que distrai a atenção da vítima do ataque pelo agente. Ex.: disfarce, surpresa, dissimulação da borda de um poço. É necessário que que este “outro recurso” tenha a mesma natureza das qualificadoras anteriormente descritas. PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO, OCULTAÇÃO, IMPUNIDADE OUVANTAGEM DE OUTRO CRIME Essa qualificadora exige um vínculo com um outro crime, uma conexão teleológica ou consequencial. Assegurar a execução de ouro crime: existe uma conexão teleológica. O que qualifica o crime é a finalidade pela qual ele foi praticado. Exemplo: matar a empregada para sequestrar a criança. Assegurar a ocultação: o sujeito visa impedir a descoberta de um crime, existe uma conexão consequencial. Ex.: mata o perito que vai descobrir uma apropriação indébita. O crime ainda não é conhecido e o agente mata para que este não venha a ser descoberto. Assegurar a impunidade: Nesse caso o crime já é conhecido, embora sua autoria não o seja. Ex.: mata a testemunha que pode lhe identificar como autor de um roubo. Assegurar a vantagem: O propósito do agente é garantir a fruição de qualquer vantagem patrimonial ou não, resultantes de outro crime. Ex.: matar o parceiro de estelionato para ficar com todo o produto do crime. Não é necessário que a vantagem seja patrimonial, podendo ser moral. - Se o homicídio for cometido para assegurar a prática de uma contravenção? Não se aplica a qualificadora. Pode ele responder pela qualificadora de motivo fútil ou torpe conforme o caso. - Se o crime conexo for impossível? Aplica-se a qualificadora pela culpabilidade do sujeito que na sua subjetividade praticou dois crimes. - Não é necessário que o delito que o agente pretende assegurar a execução chegue a ser executado. Pune-sea censurabilidade da conduta, sem importar a realização da intenção do agente. Basta que haja tal intenção. - Não é preciso que o outro crime tenha sido ou venha a ser praticado pelo próprio agente do homicídio, podendo ser por terceiro. - Em todos os exemplos dados o agente responde pelos dois crimes em concurso material (homicídio qualificado + o crime conexo). É POSSÍVEL HOMICÍDIO PRIVILEGIADO/QUALIFICADO? Sim. Os autores são unânimes. Entretanto, por decorrência lógica as qualificadoras devem ser de natureza objetiva, pois as privilegiadoras são de natureza subjetiva. Exemplos: a) Praticado por relevante valor moral com emprego de veneno, b) Cometido por violenta emoção com esganadura, c) Eutanásia por asfixia, d) Não poderá ser relevante valor moral e motivo fútil ou relevante valor social e motivo torpe. Inciso VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminina. Critérios biológico, legal e psicológico para definição do sexo. § 2º-A. Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar LEI 11.340 - Art. 5º. Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher § 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto: II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340. VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Constituição Federal Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. Art. 121 § 4º. Parte final. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. Art. 121 § 6º. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. Art. 121. §3º. Se o homicídio é culposo: pena – detenção, de 1 a 3 anos. Culpa → “é a conduta voluntária (ação ou omissão) que produz um resultado antijurídico não querido, mas previsível, ou excepcionalmente previsto, de tal modo que podia, com a devida atenção, ser evitado.” Maggiore. Elementos do tipo culposo do homicídio: ❶ Conduta humana voluntária de fazer ou não fazer; ❷ Inobservância de cuidado objetivo manifestado por imprudência, negligência ou imperícia; ❸ Previsibilidade objetiva da morte; ❹ Ausência de previsão subjetiva; ❺ Exigibilidade da previsão subjetiva nas condições concretas pessoais do agente (culpabilidade); ❻ Resultado morte involuntário; ❼ Tipicidade. A falta de cuidado pode se manifestar através de: Imprudência: É a pratica de um ato perigoso, é uma atitude em que o agente atua com precipitação, sem cautelas. Ex.: limpar ou manusear armas de fogo carregadas em público, dirigir em alta velocidade. Negligência: É a inercia psíquica, a indiferença do agente que podendo evitar o resultado não o faz, ele deixa de fazer algo imposto pela ordem jurídica. Ex.: deixar remédios ao alcance de crianças, deixar arma municiada perto de um doente mental, não fazer manutenção no veículo. Imperícia: É a falta de aptidão para o exercício de arte, ofício ou profissão, seria a incapacidade, a falta de conhecimentos técnicos no exercício de arte, ofício ou profissão. Ex.: o químico, o eletricista, o médico, o engenheiro. Espécies de culpa no homicídio: Culpa Inconsciente: Não há previsão do resultado. É a culpa “comum”. Culpa Consciente: O resultado é previsto, mas não querido. O agente confia na sua não ocorrência. Diferença entre culpa consciente e dolo eventual: Naquela o agente, embora prevendo o resultado, não o deseja, e confia na sua habilidade para que, mesmo prosseguindo na ação, o resultado não se verifique. Neste o agente prevê o resultado e, ainda que não o deseje, mostra-se indiferente à sua ocorrência, assumindo o risco de produzi-lo. Art.121, §4º. No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. I) Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício. Ex.: Motorista profissional, dirigindo veículo em serviço, mata transeunte deixando de observar regra de trânsito; Erro médico, quando o médico sabe a técnica e não a observa. OBS: Não se confunde com Imperícia, que indica inabilidade de ordem profissional, incapacidade. II) Omissão de socorro à vítima. Ex.: Se o sujeito, após deixar a arma ao alcance da vítima, deixa de lhe prestar assistência, vindo esta a falecer, não responde ele por dois crimes (homicídio culposo + omissão de socorro), mas sim por homicídio culposo qualificado pela omissão de socorro. III) Não procurar diminuir as consequências do seu comportamento. Ex.: Não obstante ter sido a vítima socorrida por terceiros, o sujeito que causou o evento, se nega a transportar a vítima ao hospital. IV) Fuga para evitar prisão em flagrante. Necessita-se do elemento subjetivo de “para evitar prisão em flagrante”. Se o sujeito foge, por exemplo, para fins de evitar agressões ou linchamento das pessoas que presenciaram o delito, não se caracteriza a qualificadora. Perdão judicial no homicídio culposo §5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. É o instituto pelo qual o juiz,não obstante a prática delituosa por um sujeito culpado, não lhe aplica a pena, levando em conta determinadas circunstâncias. Ex.: causar a morte de um filho, da esposa. A natureza jurídica da sentença que concede o perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade conforme Súmula 18 do STJ: “A sentença concessiva de perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório”. Homicídio culposo no trânsito – Lei 9.503/97 Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros § 3o Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Comum = pode ser praticado por qualquer pessoa; Material = exige um resultado material; Simples = só atinge uma objetividade jurídica; De dano = exige a efetiva lesão ao bem jurídico tutelado; Instantâneo = se consuma em um determinado momento, com a morte; Unisubjetivo = pode ser praticado por um só agente. Homicídio simples = reclusão de 6 a 20 anos Homicídio qualificado = reclusão de 12 a 30 anos Homicídio culposo = detenção de 1 a 3 anos (cabe SCP) É de ação penal pública incondicionada.
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