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Descrevendo Regio˜es no Plano Cartesiano e no Espac¸o Euclidiano Americo Cunha De´bora Mondaini Ricardo Sa´ Earp Departamento de Matema´tica Pontif´ıcia Universidade Cato´lica do Rio de Janeiro 1 Regio˜es no Plano Nos exemplos a seguir desejamos descrever regio˜es como unio˜es de regio˜es, onde cada uma destas sera´ descrita em um dos dois formatos padro˜es: “Tipo I”: R = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ a ≤ x ≤ b e f(x) ≤ y ≤ g(x)} , ou “Tipo II”: R = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ c ≤ y ≤ d e h(y) ≤ x ≤ j(y)} , explicitando o intervalo [a, b] ou [c, d] e as func¸o˜es f e g ou h e j. Exemplo 1.1 Considere a regia˜o do plano definida por R1 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ x2 ≤ y ≤ 1− x2} . Para descrever R1 como uma regia˜o de “Tipo I”, tomaremos f(x) = x 2 e g(x) = 1−x2. Os gra´ficos dessas func¸o˜es se intersectam nos pontos do plano cujas abscissas satisfazem a equac¸a˜o x2 = 1− x2, i.e., x = √ 2 2 ou x = − √ 2 2 . Assim, temos que R1 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ − √2 2 ≤ x ≤ √ 2 2 e x2 ≤ y ≤ 1− x2 } . Um esboc¸o da regia˜o R1 pode ser visto na Figura 1. A fronteira de R1 e´ a unia˜o das seguintes curvas: C1 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ y = 1− x2 e − √2 2 ≤ x ≤ √ 2 2 } , C2 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ y = x2 e − √2 2 ≤ x ≤ √ 2 2 } . 1 − √ 2 2 √ 2 2 1 2 1 x y Figura 1: Esboc¸o da regia˜o R1. Vamos agora descrever R1 como uma regia˜o de “Tipo II”. Para isso, sera´ neces- sa´rio escrever as curvas de sua fronteira atrave´s de equac¸o˜es da forma x = h(y): y = x2 ⇔ x = ±√y y = 1− x2 ⇔ x = ± √ 1− y . Devemos dividir R1 em duas sub-regio˜es para poder descreveˆ-la no formato de- sejado, como indicado na Figura 2. x y R′′1 R′1 Figura 2: Divisa˜o horizontal da regia˜o R1. Enta˜o R1 = R ′ 1 ∪R′′1, onde R′1 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ 0 ≤ y ≤ 1 2 e −√y ≤ x ≤ √y } , R′′1 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ 1 2 ≤ y ≤ 1 e − √ 1− y ≤ x ≤ √ 1− y } . Exemplo 1.2 Agora vejamos a regia˜o R2 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ |x| ≤ y ≤ 1− x2} . Observe que a regia˜o R2 esta´ definida por duas inequac¸o˜es. Nessas inequac¸o˜es, a varia´vel y e´ limitada inferiormente por |x| e superiormente por 1− x2. Assim, para descreveˆ-la como uma regia˜o de “Tipo I”, tomaremos f(x) = |x| e g(x) = 1−x2. Os limites do intervalo [a, b] sa˜o determinados pelas abscissas dos pontos de intersec¸a˜o das curvas y = |x| e y = 1− x2, i.e., pelos valores de x que satisfazem |x| = 1− x2. 2 Se x ≥ 0, a u´ltima equac¸a˜o equivale a x2+x−1 = 0, a qual possui duas soluc¸o˜es: x1 = √ 5− 1 2 e x2 = −√5− 1 2 . Sendo x na˜o negativo, a u´nica soluc¸a˜o va´lida e´ x1. Se x < 0, a equac¸a˜o de interesse se torna x2 − x− 1 = 0, cujas soluc¸o˜es sa˜o: x3 = 1 + √ 5 2 e x4 = 1−√5 2 . Como x e´ negativo, a u´nica soluc¸a˜o va´lida e´ x4. Logo, a regia˜o R2 (esboc¸ada na Figura 3) pode ser escrita como R2 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ 1−√5 2 ≤ x ≤ √ 5− 1 2 e |x| ≤ y ≤ 1− x2 } . 1−√5 2 √ 5−1 2 1 x y Figura 3: Esboc¸o da regia˜o R2. A fronteira de R2 e´ a unia˜o das seguintes curvas: C1 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ y = 1− x2 e 1−√5 2 ≤ x ≤ √ 5− 1 2 } , C2 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ y = |x| e 1−√5 2 ≤ x ≤ √ 5− 1 2 } . Podemos ainda descrever a regia˜o R2 como uma regia˜o de “Tipo II”. Para isto, e´ importante saber expressar sua fronteira atrave´s de equac¸o˜es do tipo x = h(y). Observe que: y = x ⇔ x = y y = −x ⇔ x = −y y = 1− x2 ⇔ x = ± √ 1− y . Verifique que R2 = R ′ 2 ∪R′′2 (Figura 4), onde 3 R′2 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ 0 ≤ y ≤ √5− 1 2 e − y ≤ x ≤ y } , R′′2 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ √5− 1 2 ≤ y ≤ 1 e − √ 1− y ≤ x ≤ √ 1− y } . x y R′′2 R′2 Figura 4: Divisa˜o horizontal da regia˜o R2 Exemplo 1.3 Considere agora a seguinte regia˜o do plano: R3 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ − 1 ≤ y ≤ 1 e √1− y2 ≤ x ≤√2− y2} . Observe que R3 ja´ esta´ descrita como uma regia˜o do “Tipo II” (pois y varia entre duas constantes e x varia entre duas func¸o˜es de y). Um esboc¸o desta regia˜o e´ apresentado na Figura 5 1 −1 1 √ 2 x y Figura 5: Esboc¸o da regia˜o R3. A fronteira de R3 e´ a unia˜o das seguintes curvas: C1 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ y = 1 e 0 ≤ x ≤ 1} , 4 C2 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ y = −1 e 0 ≤ x ≤ 1} , C3 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ x = √1− y2 e − 1 ≤ y ≤ 1} , C4 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ x = √2− y2 e − 1 ≤ y ≤ 1} . Para descrever R3 como uma regia˜o de “Tipo I”, vamos estudar sua fronteira (lembrando que agora queremos expressa´-la atrave´s de equac¸o˜es da forma y = f(x)): x = √ 1− y2 ⇔ y = ± √ 1− x2 x = √ 2− y2 ⇔ y = ± √ 2− x2 . Este exemplo e´ um pouco mais complicado do que os que vimos ate´ agora, pois sera´ necessa´rio dividir R3 em treˆs sub-regio˜es: R ′ 3 ∪R′′3 ∪R′′′3 (Figura 6), onde R′3 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ 0 ≤ x ≤ 1 e − 1 ≤ y ≤ −√1− x2} , R′′3 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ 0 ≤ x ≤ 1 e √1− x2 ≤ y ≤ 1} , R′′′3 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ 1 ≤ x ≤ √2 e −√2− x2 ≤ y ≤ √2− x2} . x y R′3 R′′3 R′′′3 Figura 6: Divisa˜o vertical da regia˜o R3. Vamos agora considerar um exerc´ıcio interessante: descrever a regia˜o R3 como unia˜o de regio˜es escritas na forma {(r, θ) | α ≤ θ ≤ β e f(θ) ≤ r ≤ g(θ)} (ou seja, descrever R3 em coordenadas polares). Lembrando que a relac¸a˜o entre as coordenadas cartesianas e polares e´ dada por x = r cos(θ) e y = r sin(θ), temos que a equac¸a˜o da reta y = 1 em coordenadas polares e´ r = 1/ sin(θ). Analogamente, y = −1 e´ reescrita como r = −1/ sin(θ). Logo, verifique que R3 e´ dada como unia˜o das seguintes sub-regio˜es:{ (r, θ) ∣∣ − pi 2 ≤ θ ≤ −pi 4 e 1 ≤ r ≤ − 1 sin(θ) } , 5 { (r, θ) ∣∣ − pi 4 ≤ θ ≤ pi 4 e 1 ≤ r ≤ √ 2 } ,{ (r, θ) ∣∣ pi 4 ≤ θ ≤ pi 2 e 1 ≤ r ≤ 1 sin(θ) } . Exemplo 1.4 Considere a seguinte regia˜o do plano: R4 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ − ln(x+ 1) ≤ y ≤ ln(x) e 0 < x ≤ 3} . O limite inferior para a varia´vel x e´ a abscissa do ponto de intersec¸a˜o entre as curvas y = − ln(x+1) e y = ln(x), ou seja, a soluc¸a˜o da equac¸a˜o − ln(x+1) = ln(x): − ln(x+ 1) = ln(x) ⇔ ln ( 1 x+ 1 ) = ln(x) ⇔ 1 x+ 1 = x ⇔ x2 + x− 1 = 0 ⇔ x = −1± √ 5 2 . Como x > 0, consideraremos apenas a soluc¸a˜o positiva da equac¸a˜o acima. Logo, R4 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ √5− 1 2 ≤ x ≤ 3 e − ln(x+ 1) ≤ y ≤ ln(x) } . Um esboc¸o desta regia˜o e´ dado pela Figura 7. √ 5−1 2 3 ln 3 − ln 4 ln √ 5−1 2 x y Figura 7: Esboc¸o da regia˜o R4. 6 A fronteira de R4 e´ a unia˜o das seguintes curvas: C1 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ y = ln(x) e √5− 1 2 ≤ x ≤ 3 } , C2 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ y = − ln(x+ 1) e √5− 1 2 ≤ x ≤ 3 } , C3 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ x = 3 e − ln(4) ≤ y ≤ ln(3)} , Para descreveˆ-la como uma regia˜o de “Tipo II”, devemos expressar suas fronteiras atrave´s de equac¸o˜es da forma x = h(y): y = ln(x) ⇔ x = ey y = − ln(x+ 1) ⇔ y = ln ( 1 x+ 1 ) ⇔ ey = 1 x+ 1 ⇔ x = 1 ey − 1 Para encontrar os extremos do intervalo [c, d], basta procurar pelas ordenadas dos pontos de intersec¸a˜o das curvas y = − ln(x+ 1) e y = ln(x) com a reta vertical x = 3. Logo, c = − ln(4) e d = ln(3). Entretanto, sera´ ainda necessa´rio dividir horizontalmente a regia˜o R4 em duas sub-regio˜es, como ilustrado na Figura 8. x y R′′4 R′4 Figura 8: Divisa˜o horizontal da regia˜o R4. E enta˜o R4 = R ′ 4 ∪R′′4, onde R′4 = (x, y) ∈ R2 ∣∣ − ln(4) ≤ y ≤ ln ( −1 +√5 2 ) e 1 ey − 1 ≤ x ≤ 3 , R′′4 = (x, y) ∈ R2 ∣∣ ln ( −1 +√5 2 ) ≤ y ≤ ln(3) e ey ≤ x ≤ 3 . 7 Exerc´ıcio 1.1 Calcule os centro´ides das regio˜es planas estudadas nos Exemplos 1.1 a 1.4. Exerc´ıcio 1.2 Seja R = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ x2 ≤ y ≤ √1− x2}. Esboce esta regia˜o e calcule seu centro´ide. Exerc´ıcio 1.3 Seja R = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ − 1 ≤ x ≤ 1 e √1− x2 ≤ y ≤ √2− x2}. Descreva esta regia˜o em coordenadas polares e calcule seu centro´ide. 2 Regio˜es no Espac¸o Nos exemplos a seguir desejamos descrever regio˜es do espac¸o no formato padra˜o U = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ F (x, y) ≤ z ≤ G(x, y) e (x, y) ∈ R} , explicitando a regia˜o R e as func¸o˜es F e G. Exemplo 2.1 Considere a regia˜o U1 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ √x2 + y2 ≤ z ≤√1− x2 − y2} . Nesse exemplo temos que F (x, y) = √ x2 + y2 e G(x, y) = √ 1− x2 − y2. Os gra´- ficos dessas func¸o˜es se intersectam ao longo de uma curva no espac¸o, cuja represen- tac¸a˜o cartesianae´ dada pelas equac¸o˜es z = √ x2 + y2 e z = √ 1− x2 − y2. Ao eli- minarmos a varia´vel z das equac¸o˜es anteriores, obtemos √ x2 + y2 = √ 1− x2 − y2, a equac¸a˜o que define a fronteira da projec¸a˜o ortogonal de U no plano xy. A u´ltima equac¸a˜o equivale a x2 + y2 = 1/2. Logo, a projec¸a˜o ortogonal U no plano xy e´ um disco centrado na origem de raio √ 2/2. Assim, temos que U1 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ √x2 + y2 ≤ z ≤√1− x2 − y2 e (x, y) ∈ R1} , onde R1 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ − √2 2 ≤ x ≤ √ 2 2 e − √ 1 2 − x2 ≤ y ≤ √ 1 2 − x2 } . A fronteira de U1 e´ a unia˜o das seguintes superf´ıcies: S1 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ z = √x2 + y2 , x2 + y2 ≤ 1 2 } , S2 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ z = √1− x2 − y2 , x2 + y2 ≤ 1 2 } . Um esboc¸o da regia˜o U1 pode ser visto na Figura 9. 8 − √ 2 2 √ 2 2 y z x Figura 9: Esboc¸o da regia˜o U1. Em coordenadas cartesianas, o volume do so´lido U1 e´ dado por: Vol(U1) = ∫ √2 2 x=− √ 2 2 ∫ √ 1 2 −x2 y=− √ 1 2 −x2 (√ 1− x2 − y2 − √ x2 + y2 ) dy dx . Esta e´ uma integral muito dif´ıcil de ser calculada, mas podemos simplificar nossa tarefa se usarmos o fato de que a regia˜o de integrac¸a˜o, R1, e´ um c´ırculo centrado na origem de raio √ 2/2. Em coordenadas polares, o volume do so´lido U1 e´ dado por: Vol(U1) = ∫ 2pi θ=0 ∫ √2 2 r=0 (√ 1− r2 − r ) rdr dθ = pi(2−√2) 3 . Como exerc´ıcio, calcule o volume do seguinte so´lido: U˜1 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ √x2 + z2 ≤ y ≤ √1− x2 − z2} . Exemplo 2.2 Observe a regia˜o U2 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ x2 + y2 ≤ 1 e − 2 ≤ z ≤ 7− y} , que corresponde ao so´lido contido no cilindro x2 + y2 ≤ 1, delimitado pelos planos z = −2 e z = 7− y (veja Figura 10). A projec¸a˜o ortogonal de U2 no plano xy e´ obviamente um c´ırculo centrado na origem de raio 1. Logo, no formato padra˜o, esta regia˜o e´ descrita como U2 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ − 2 ≤ z ≤ 7− y e (x, y) ∈ R2} , onde R2 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ − 1 ≤ x ≤ 1 e −√1− x2 ≤ y ≤ √1− x2} . 9 −2 y z x Figura 10: Esboc¸o da regia˜o U2. A fronteira de U2 e´ a unia˜o das seguintes superf´ıcies: S1 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ z = −2 e x2 + y2 ≤ 1} , S2 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ z = 7− y e x2 + y2 ≤ 1} , S3 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ x2 + y2 = 1 e − 2 ≤ z ≤ 7− y} . O volume do so´lido U2 e´ dado por: Vol(U2) = ∫ 1 x=−1 ∫ √1−x2 y=−√1−x2 ( 7− y − (−2)) dy dx = 9pi . Assim como no exemplo anterior, tambe´m seria conveniente aqui usar coordena- das polares para descrever a regia˜o de integrac¸a˜o, R2. O volume de U2 seria enta˜o dado por: Vol(U2) = ∫ 2pi θ=0 ∫ 1 r=0 ( 9− r sin(θ)) rdr dθ = 9pi . Exemplo 2.3 Considere as regio˜es U ′3 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ x2 + y2 + z2 4 ≤ 1 } , e U ′′3 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ 4 3 ( x2 + y2 ) ≤ z2} . 10 − √ 3 2 √ 3 2 y z x Figura 11: Esboc¸o da regia˜o U3. Seja U3 = U ′ 3 ∩ U ′′3 ∩ {z ≥ 0}. Na Figura 11 vemos um esboc¸o desta regia˜o. Como z ≥ 0, para encontrar a equac¸a˜o da curva no espac¸o onde o elipso´ide U ′3 e o cone U ′′3 se interceptam, basta igualar a parte de cima do elipso´ide a` parte de cima do cone: 2 √ 1− x2 − y2 = 2 √ 3 3 √ x2 + y2 . A projec¸a˜o ortogonal de U3 no plano xy e´ obtida simplificando-se a equac¸a˜o acima: x2 + y2 = 3/4 (um c´ırculo centrado na origem, de raio √ 3/2). Logo, des- crevemos a regia˜o U3 da seguinte forma: U3 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ 2√3 3 √ x2 + y2 ≤ z ≤ 2 √ 1− x2 − y2 e (x, y) ∈ R3 } , onde R3 = { (x, y) ∈ R2 ∣∣ − √3 2 ≤ x ≤ √ 3 2 e − √ 3 4 − x2 ≤ y ≤ √ 3 4 − x2 } . A fronteira de U3 e´ a unia˜o das seguintes superf´ıcies: S1 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ z = 2√3 3 √ x2 + y2 , x2 + y2 ≤ 3 4 } , S2 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ z = 2√1− x2 − y2 , x2 + y2 ≤ 3 4 } , O volume do so´lido U3 e´ dado por: Vol(U3) = ∫ √3 2 x=− √ 3 2 ∫ √ 3 4 −x2 y=− √ 3 4 −x2 ( 2 √ 1− x2 − y2 − 2 √ 3 3 √ x2 + y2 ) dy dx = 2pi 3 . 11 Usando coordenadas polares, o ca´lculo da integral acima e´ bem mais simples: Vol(U3) = ∫ 2pi θ=0 ∫ √3 2 r=0 ( 2 √ 1− r2 − 2 √ 3 3 r ) rdr dθ = 2pi 3 . Exemplo 2.4 Considere U4 a regia˜o do espac¸o delimitada pelos planos y = 0, z = 0 e y+ z = 5 e pelo cilindro sobre a curva z = 4−|x|. Um esboc¸o de U4 pode ser visto na Figura 12. 4 4 5 y z x Figura 12: Esboc¸o da regia˜o U4. A maneira mais fa´cil de descrever esta regia˜o e´ no seguinte formato: U4 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ F (x, z) ≤ y ≤ G(x, z) e (x, z) ∈ R} , onde R e´ uma regia˜o do plano xz. A projec¸a˜o ortogonal de U4 no plano xz e´ a regia˜o delimitada pelas retas z = 4−x, z = 4 + x e z = 0. Logo, U4 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ 0 ≤ y ≤ 5− z e (x, y) ∈ R4} , onde R4 = { (x, z) ∈ R2 ∣∣ 0 ≤ z ≤ 4 e − 4 + z ≤ x ≤ 4− z} . A fronteira de U4 e´ a unia˜o das seguintes superf´ıcies: S1 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ z = 0 , −4 ≤ x ≤ 4 , 0 ≤ y ≤ 5} , S2 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ y = 0 , 0 ≤ z ≤ 4− |x|} , 12 S3 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ z = 4− |x| , −4 ≤ x ≤ 4 , 0 ≤ y ≤ 5− z} , S4 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ y = 5− z , 0 ≤ z ≤ 4− |x|} . O volume do so´lido U4 e´ dado por: Vol(U4) = ∫ 4 z=0 ∫ 4−z x=−4+z (5− z) dx dz = 176 3 . Como exerc´ıcio, calcule ∫∫ R4 xz dx dz . Exerc´ıcio 2.1 Seja R = { (y, z) ∈ R2 ∣∣ |y| ≤ z ≤ 1− y2} . Considere a regia˜o U ⊂ R3, obtida girando-se R em torno do eixo z. Descreva U usando desigualdades. Exerc´ıcio 2.2 Seja U a regia˜o do espac¸o delimitada pelo parabolo´ide z = x2 + y2 e pelo plano z = y + 2. a) Escreva U usando desigualdades. b) Explicite R, regia˜o do plano xy, obtida pela projec¸a˜o ortogonal de U nesse plano. Exerc´ıcio 2.3 Considere a seguinte regia˜o U = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ x2 + y2 ≥ 1 + z2, x2 + y2 + z2 ≤ 5 e z ≥ 0} . Descreva essa regia˜o como a unia˜o de duas regio˜es U1 e U2 escritas no formato padra˜o. Exerc´ıcio 2.4 Esboce as regio˜es do espac¸o a seguir e determine suas respectivas projec¸o˜es no plano xy. a) U1 = { (x, y, z) ∈ R3 ∣∣ x2 + y2 + z2 ≤ 4 e z ≥√x2 + y2} b) U2 = U1 ∩ {z ≥ 1} c) U3 = U2 ∩ {x ≥ 0 e y ≥ 0} 13
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