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Questão 1 Sobre os sintomas depressivos e ansiosos no contexto da atenção primária: A. Os pacientes nas unidades de atenção primária que apresentam sofrimento emocional e sintomas depressivos e ansiosos geralmente apresentam queixas somáticas inexplicáveis. B. A apresentação dos sintomas depressivos e ansioso é a mesma daquela encontrada em unidades especializadas em saúde mental, o que facilita o reconhecimento destes quadros pelo especialista. C. O tratamento dos quadros depressivos e ansiosos é baseado no uso de antidepressivos, visto que estes apresentam menor potencial de desenvolvimento de dependência em relação aos benzodiazepínicos. D. A automedicação é uma complicação comum associada a queixas médicas inexplicáveis, devendo ser evitada através de uma avaliação médica minuciosa, a solicitação de todos os exames laboratoriais e de imagem necessários para que o paciente se conscientize de que não tem qualquer doença. E. A utilização de medicações sintomáticas como vitaminas, antipiréticos e benzodiazepínicos estão indicadas, pensando nos benefícios do efeito placebo para estes casos. Feedback: As síndromes ansiosas e depressivas podem vir acompanhados de diversos sintomas físicos, tais como cansaço, astenia, fadiga, palpitações, dores, dispneia, sudorese de extremidades, entre outros. Podem se apresentar de forma difusa e pouco definidos e não se verificam alterações anatomopatológicas que os justifiquem. Muitas vezes, não são valorizados pelos profissionais e os portadores são denominados pejorativamente de “poliqueixosos”. Questão 2 Sobre a abordagem da síndrome depressiva na atenção primária: A. Apesar da alta prevalência de transtorno depressivo na atenção primária, causas secundárias de sintomas depressivos, como patologias orgânicas e uso de medicamentos devem ser excluídas. Deve-se estar atento a uma história de mania que fale a favor de depressão bipolar. B. Independente da origem dos sintomas depressivos, a base medicamentosa do tratamento é sempre a mesma, cabendo à diferenciação dos quadros ao médico especialista (psiquiatra). C. Quadros depressivos leves devem ser tratados com doses mais baixas da medicação e por período mais curto de tempo. D. Na depressão moderada a grave as estratégias não medicamentosas são pouco efetivas e devem ser reservadas para casos de não adesão a medicação ou complicações associadas. E. Diante de casos refratários, a equipe de atenção básica deve manter a conduta em curso e solicitar o apoio do matriciador. Feedback: Para a realização do diagnóstico da depressão bipolar deve-se estar atento a alguns critérios, como: ter tido um episódio prévio de pelo menos uma semana de duração com três ou mais dos seguintes sintomas - estado de ânimo elevado, expansivo ou irritado; aumento de atividade, inquietude, “aceleração”; grandiosidade, sobrevaloração de si mesmo; perda das inibições sociais habituais de acordo com as normas culturais; falar em excesso; redução da necessidade de sono; comportamento imprudente. Questão 3 Sobre a prevenção do suicídio na atenção primária: A. Apesar de 80 a 100% dos casos de suicídio consumado apresentarem um transtorno mental, uma proporção importante destes pacientes vai a óbito sem terem recebido cuidados em saúde mental, sendo o reconhecimento e o tratamento precoce dos transtornos mentais na atenção primária constituem uma importante estratégia de prevenção de suicídio. B. A investigação da ideação suicida é bastante complexa e deve ser conduzida somente na presença de um profissional de saúde mental, a fim de não elevar o risco de suicídio. C. A presença de uma doença crônica são fatores de risco distais, isto é, que não podem ser trabalhados na prevenção do risco de suicídio. D. A avaliação de um profissional de saúde mental deve ser solicitada sempre diante da presença de um transtorno mental precipitante. E. Após o encaminhamento para o cuidado especializado, o paciente só deve ser reavaliado pela equipe de saúde da família após a remissão total do risco de suicídio. Feedback: CORRETA. As equipes de atenção primária podem atuar na prevenção do suicídio, por meio do contato precoce e continuado com as pessoas em situação de risco. Para tanto, é preciso considerar os sinais que prenunciam o suicídio: ideação suicida, intenção suicida, comportamento suicida, tentativa de suicídio e risco de suicídio. Para mais informações, acesse o “Guia prático de matriciamento em saúde mental” disponível no link: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_matriciamento_saudemental.pdf Questão 4 Sobre as intervenções psicossociais avançadas: A. A terapia interpessoal e a terapia de solução de problemas são indicadas em caso de depressão. B. Identificar e dividir o problema em pequenas partes manejáveis é uma característica da terapia interpessoal. C. Eleger como foco de trabalho os conflitos de relacionamento apresentados pelo paciente é uma característica da terapia de solução de problemas. D. A terapia interpessoal ocorre nas seguintes etapas: inicial, intermediária, avançada e final. E. A terapia de solução de problemas ocorre em três etapas: inicial, intermediária e final. Sua resposta está correta. Feedback: Ambas as intervenções podem ser usadas no cuidado de pessoas com sofrimento emocional e em estado depressivo leve. A escolha da modalidade a ser utilizada dependerá da característica da problemática do paciente. A terapia interpessoal é indicada se a problemática central apresentada pelo paciente envolver muitos conflitos de relacionamento e a terapia de solução de problemas é indicada se o problema puder ser identificado e dividido em pequenas partes manejáveis, e desde que seja possível estabelecer metas objetivas e realistas. Questão 5 Sobre o uso do Projeto Terapêutico Singular (PTS) no cuidado aos Transtornos Mentais Comuns (TMC): A. O paciente deve participar da elaboração do PTS, um profissional deve ficar responsável pela gestão do caso e vários profissionais podem executar as ações e metas traçadas. B. O paciente deve participar da elaboração do PTS, um profissional deve ficar responsável pela gestão do caso e executar as ações e metas traçadas. C. O paciente deve participar da elaboração do PTS, vários profissionais devem ficar responsáveis pela gestão do caso e executar as ações e metas traçadas. D. O paciente deve participar da elaboração do PTS, vários profissionais devem ficar responsáveis pela gestão do caso, mas apenas um deve executar as ações e metas traçadas. E. O paciente não deve participar da elaboração do PTS, um profissional deve ficar responsável pela gestão do caso e vários profissionais podem executar as ações e metas traçadas. Feedback: O PTS é um plano de cuidado que deve considerar a singularidade do paciente, por isso, deve ser desenvolvido pela equipe de saúde junto e com a participação do usuário. No PTS define-se o “cardápio” de ações de cuidado a serem executadas, incluindo tanto o tratamento farmacológico, quanto as estratégias psicossociais. Para acompanhar a condução dessas ações, apenas um profissional de referência deve assumir a gestão do cuidado. Porém, eleger um profissional responsável pelo andamento do caso, não exclui a necessidade de designar outros profissionais que fiquem responsáveis por cada uma das ações do PTS. Ou seja, além do profissional responsável por gerir o PTS, outros precisam ‘tocar’ as ações adiante.