Prévia do material em texto
Universidade Federal do Rio Grande do Norte Prof. Dr. Ádley Antonini Neves de Lima TECNOLOGIA FARMACÊUTICA Centro de Ciências da Saúde CCS Departamento de Farmácia DFAR Sistemas de Liberação Modificada de Fármacos Introdução Liberação modificada As Formas Farmacêuticas de Liberação Modificada são sistemas especialmente desenvolvidos para possibilitar um melhor aproveitamento do fármaco pelo organismo. Permitem: Otimização da distribuição do fármaco pelo organismo; Evitam flutuações indesejáveis na concentração; Melhor biodisponibilidade; Alteração de perfil farmacocinético (velocidade de liberação, local e duração da ação, redução de efeitos colaterais). Conceitos Liberação imediata x Liberação modificada Liberação Imediata: formulações nas quais a liberação do fármaco ocorre imediatamente após a administração, não havendo, portanto, qualquer controle da liberação. São formulações convencionais. Liberação Modificada: são formulações capazes de modular a liberação do fármaco que veiculam, que pode ser: 1. Liberação retardada: a liberação do fármaco ocorre em algum momento, após decorrido certo período de tempo da administração; 2. Liberação prolongada: a liberação do fármaco se mantém por um período de tempo mais prolongado após a administração, reduzindo, assim, a freqüência de administração. Introdução Liberação modificada Desenvolvimento de Novos fármacos: ↑ Custo Crescente interesse pela pesquisa em novos sistemas capazes de veicular mais eficientemente fármacos já consagrados na terapêutica. Introdução Formas Farmacêuticas Convencionais Administração repetidamente (esquecimento, adaptação de dose, não adesão). Não mantém os níveis sanguíneos dentro da janela terapêutica por tempo prolongado. Aumento da dose inicial pode atingir a dose tóxica. Introdução Formas Farmacêuticas de Liberação Modificada Ação sustentada do fármaco em um ritmo pré-determinado através da manutenção de um nível sanguíneo relativamente constante e efetivo no organismo. Minimização de efeitos indesejados. Colocação espacial. Introdução Comprimidos e Revestimentos Liberação Modificada: C o n c e n tr a ç ã o d e f á rm a c o n o p la s m a [ ] tempo CMT CME Medicamento convencional Sistema de Liberação Controlada de Fármaco Introdução Sistema de Liberação Modificada Vantagens: • Manutenção dos níveis sanguíneos do fármaco (fármacos com tempo de meia-vida curto); • Redução dos efeitos colaterais sistêmicos e toxicidade (evita picos sanguíneos do fármaco na corrente sanguínea); • Melhora adesão do paciente ao tratamento (fármacos de meia-vida curta: administrar várias doses ao longo do dia→ Simplifica o esquema posológico). Desvantagens: • Produção - processos e equipamentos mais caros → Custo inicial maior; • Menor flexibilidade para ajustes individuais da dose; • Impossibilidade da interrupção imediata da ação terapêutica. Sistemas de Liberação Modificada Versatilidade Núcleo de fármaco revestido Pellets de omeprazol revestidos Comprimidos e Revestimentos http://www.accompacting.com/html/caleva/spheronizers.html http://www.accompacting.com/html/caleva/spheronizers.html Sistemas de Liberação Modificada Versatilidade Comprimidos e Revestimentos Microgrânulos ou pellets: Sistemas baseados no revestimento de partículas ou grânulos que permitem uma dissolução controlada do fármaco. Forma farmacêutica pode ser comprimido ou cápsula. http://www.pharmaceutical-technology.com/contractors/drug_delivery/eurand/eurand1.html http://www.pharmaceutical-technology.com/contractors/drug_delivery/eurand/eurand1.html Sistemas de Liberação Modificada Sistema [FÁRMACO] FÁRMACO Sistema de Absorção Área Alvo Liberação Eliminação/ metabolismo Eliminação Metabolismo KL Ka Ke absorção EFEITO FARMACOLÓGICO MEDICAMENTOS Liberação imediata KL>>>Ka SISTEMAS DE LIBERAÇÃO MODIFICADA KL<<<Ka FÁRMACOS : ALTA/BAIXA SOLUBILIDADE ALTA/BAIXA PERMEABILIDADE ALTA/BAIXA Ke Sistemas de Liberação Modificada ESTRUTURAÇÃO DE FORMAS DE LIBERAÇÃO MODIFICADA SISTEMAS RESERVATÓRIOS (Barreira) Fármaco encapsulado (barreira) Polímeros Lipídios SISTEMAS MATRICIAIS Fármaco disperso em uma matriz utilizam matrizes do tipo hidrofílicas (derivados da celulose), lipofílicas (ceras) ou plásticas (PVC, PEG). Sistemas de Liberação Modificada Matriz Camada de difusão Camada de esgotamento Meio de LiberaçãoA B C concentração de fármaco CA >>>CB>>CC=Cs Fa Fb Fc F liberado no meio Sistemas de Liberação Modificada SISTEMAS MATRICIAIS Velocidade de dissolução e de difusão do fármaco na matriz dC/dt = D A (Cs –C) h EQUAÇÃO DE Noyes-Whitney concentração de fármaco CA >>>CB>>CC=Cs dC/dt velocidade de dissolução das partículas D Coeficiente de difusão do fármaco no meio A Área de superfície efetiva das partículas h Espessura da camada difusional (Cs - C) gradiente de concentração Tamanho de partículas grau de cristalinidade Distância Solubilidade Viscosidade do meio/poros na matriz Barreira semi-permeável Difusão após intumescimento Erosão/desestruturação da barreira Ruptura da barreira Sistemas de Liberação Modificada SISTEMAS RESERVATÓRIO 16 Comprimidos matriciais Fármaco dissolvido Fármaco sólido Matriz polimérica SISTEMA MATRICIAL Sistemas de Liberação Modificada 17 Comprimidos matriciais Sistemas de Liberação Modificada 18 Comprimidos matriciais Matriz polimérica Erodível intacta Fármaco DISSOLUÇÃO DEGRADAÇÃO Sistemas de Liberação Modificada Comprimidos matriciais Sistemas de Liberação Modificada 20 Comprimidos multicamadas Sistemas de Liberação Modificada É uma bomba osmótica oral, revestida por um núcleo comprimido e um revestimento semipermeável com um orifício de 0,4 mm de diâmetro para a saída do fármaco. A velocidade de liberação pode ser controlada mudando-se a área superficial, a espessura ou a natureza da membrana e/ou mudando-se o diâmetro do orifício de liberação. Sistemas Osmóticos (Sistemas Oros) Sistemas de Liberação Modificada Adesivos Transdérmicos São sistemas destinados à aplicação tópica nos quais o fármaco, incluído numa matriz tem sua liberação controlada por uma membrana de natureza polimérica e microporosa (copolímero de etileno- acetato de vinila, nitrato de celulose, acetato de celulose, etc). Sistemas de Liberação Modificada 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Elementos de um Sistema Transdérmico • (1) Membrana exterior (fibras celulósicas de poliéster, filmes de polietileno); • (2) Reservatório do fármaco (matriz, suspensão, microcélulas); • (3) Dispositivo de controle (microporosa, macroporosa, semipermeável); • (4) Adesivo de pressão (borracha de grau médico, silicones de grau médico); • (5) Película descartável (silicones, filmes) Sistemas de Liberação Modificada 24 Estrutura e composição Sistemas de Liberação Modificada Sistemas Transdérmicos 25 Estudo da permeação cutânea de fármacos Penetração de fármacos na pele Respostas o Fluxo do fármaco e coeficiente de difusão o Via e grau de penetração o Etapas limitantes e veículo ideal o agentes promotores de permeação Métodos o In vitro • Pele dissecada • Membranas artificiais o In vivo • Animais Sistemas de Liberação Modificada 26 Dispositivos de estudo da permeação cutâneas de fármacos R e c e p to r Dispositivo de agitação Membrana D o a d o r Membrana Doador Receptor Dispositivo de agitação Sistemas de Liberação Modificada 27 Penetração de fármacos na pele ABSORÇÃO FármacoFármaco[ Veículo-Fármaco ] veias subcutâneas Difusão de fármacos através de barreiras dtS dM J . 1ª Lei de Fick J = Fluxo M = Quantidade de matéria S = Barreira de determinada superfície t= unidade de tempo D = Coeficiente de difusão do fármaco C1 = concentração no compartimento doador C2 = concentração no compartimentoreceptor h = espessura da membrana (barreira biológica) dC/dx = gradiente de concentração dx dC DJ h CCD J )( 21 Sistemas de Liberação Modificada 28 Penetração de fármacos na pele ABSORÇÃO FármacoFármaco[ Veículo-Fármaco ] veias subcutâneas Difusão de fármacos através de barreiras 2ª Lei de Fick J = Fluxo D = Coeficiente de difusão do fármaco S = área de aplicação K= Coeficiente de partição o/a Cd = gradiente de concentração h = espessura da membrana (barreira biológica) P = permeabilidade h DSKCd J h DK P Sistemas de Liberação Modificada 29 Sistema de liberação ocular (OCUSERT®) Sistemas de Liberação Modificada Sistemas Oculares IMPLANTE SURODEX Oculex Pharmaceuticals, Inc., Sunnyvale, CA) Sistemas de Liberação Modificada Sistemas Oculares Quimicamente inertes; Não-carcinogênicos; Hipoalergênicos; Mecanicamente estáveis; Não causar resposta inflamatória. Sistemas de Liberação Modificada Sistemas de Bombas Implantáveis Dispositivos intra-uterinos A duração dos DIU variam de 18 meses (PROGESTASERT®) a 10 anos (DIU Ci) em geral tem duração de utilização de 5 anos. Anéis vaginais Contraceptivo de copolímeros de etileno-acetato de vinila contendo progesterona e estrogenos. Coloca-se por 3 semanas e retira-se durante a 4ª semana. Sistemas de Liberação Modificada Sistemas de Bombas Implantáveis Sistemas de Liberação Modificada Implantes Subcutâneos São sistemas nos quais o fármaco é depositado no tecido subcutâneo por intermédio de uma pequena cirurgia, formando-se um depósito. A matriz pode ser de silicone ou, ainda, de polímeros biodegradáveis. Estes sistemas atuam por longos períodos de tempo. Sistemas de Liberação Modificada Implantes Subcutâneos Sistemas de Liberação Modificada Lipossomas São pequenas vesículas de formato esférico, constituídas por duplas camadas de moléculas de fosfolipídeos, de grande potencial para a veiculação de fármacos, pois são capazes de veicular o fármaco até o local desejado, maximizando a ação terapêutica e minimizando a toxicidade.