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FARMACOS NA SAUDE MENTAL Farmácia Municipal Araguari - REMUME Benzodiazepínicos bromazepam 3 mg comprimido bromazepam 6 mg comprimido clonazepam 2,5 mg/ml gotas clonazepam 2mg comprimido diazepam 10 mg comprimido Antipsicóticos/neurolépticos Clorpromazina comprimidos de 25 e 100 mg (antipsicótico clássico) Clorpromazina 4% gotas (antipsicótico clássico) Haloperidol 2mg/mL gotas Haloperidol comprimidos 5 mg Haloperidol decanoato 50 mg/mL solução injetável Farmácia Municipal Araguari - REMUME acido valpróico 250 mg comprimido acido valproico 500mg comprimido acido valproico xarope 50mg/ml fr 100 ml carbamazepina 2% xarope carbamazepina 200 mg comprimido fenitoina 100 mg comprimido fenobarbital 100 mg comprimido fenobarbital 4% gotas Benzodiazepínicos Benzodiazepínicos BENZODIAZEPINICOS (BDZ) Classicamente usados para tratar ansiedade e distúrbios do sono Disponíveis desde a década de 60 Brasil → 3ª classe de fármacos mais prescritos ( 4% da população) Seu consumo dobra a cada 5 anos Uso se deve a menor tolerância ao estresse, introdução de novos fármacos, pressão da indústria farmacêutica, prescrição médica inadequada Contexto de automedicação e uso abusivo BENZODIAZEPINICOS (BDZ) 1965 BENZODIAZEPINICOS (BDZ) BENZODIAZEPINICOS (BDZ) Mecanismo de ação Mediado por sua interação com os sítios receptores GABA - A → potencializam a ação do gaba levando a hiperpolarização das células e diminuição da frequência dos disparos neuronais. BENZODIAZEPINICOS (BDZ) Farmacocinética Um grande número de Bdz pode ser sintetizado a partir de modificações em seis locais, mantendo-se a estrutura básica. são drogas lipossolúveis ampla absorção pelo trato gastrointestinal ampla taxa de ligação a proteínas metabolismo hepático Tabela de Equivalência BENZODIAZEPINICOS (BDZ) Efeitos Farmacológicos - Hipnótico – Sedativos - Relaxantes Musculares - Anticonvulsivantes - Estabilizadores do Humor (?) - Ansiolíticos BENZODIAZEPÍNICOS Indicações Ansiedade Aguda Situacional; Insônia; Transtorno do Pânico; Transtorno de Ansiedade Generalizada; Tratamento das Complicações da Abstinência de Álcool Outros Usos Relaxante Muscular Tétano Espasticidade decorrente de doenças Neuromusculares Pré-Anestésico e em procedimentos de endoscopia Benzodiazepínicos Os usos aprovados pela ANVISA são: 1. Tratamento do distúrbio de ansiedade, no qual os sintomas podem incluir de forma variável: ansiedade, tensão, medo, apreensão, intranquilidade, dificuldades de concentração, irritabilidade, insônia e/ou hiperatividade neurovegetativa, resultando em manifestações somáticas variadas. 2. Tratamento dos transtornos de ansiedade associados a outras manifestações como a abstinência ao álcool, e tratamento do transtorno do pânico, com ou sem agorafobia, cuja principal característica é a crise de pânico não esperada, um ataque repentino de apreensão intensa, medo ou terror. BENZODIAZEPINICOS (BDZ) Apresentam diferentes tempos de meia vida - irá interferir na escolha do bdz dependendo do fenótipo da insônia. Reduzem a latência do início do sono e o número de episódios de despertar, aumentando a duração total do sono. Curta duração → dificuldade em adormecer Ação intermédia→ manutenção do sono Longa ação → ansiedade diurna Outros medicamentos para tratar insônia -Hemitartarato de zolpidem Derivado da imidazopiridina. Ação sobre os receptores GABA Ação principal é a indução do sono, sem alterar sua estrutura Não causa dependência ou abstinência. Zopiclona Ação principal, a manutenção do sono durante a noite, mas também tem propriedades ansiolíticas, anticonvulsivantes e relaxantes musculares. Não altera a estrutura do sono Dependência e abstinência menor do que os benzodiazepínicos. Promove gosto amargo na boca, o que reduz a adesão ao tratamento. Melatonina A melatonina não induz o sono, mas ajuda a sincronizar essa função, uma vez que sua ação hormonal está diretamente relacionada ao controle do relógio biológico e do metabolismo. Geralmente esse medicamento é indicado para o tratamento de insônia leve e moderada em idosos. BENZODIAZEPÍNICOS Efeitos colaterais Sonolência – é o mais comum, ocorrendo em 10% dos pacientes risco em dirigir automóveis e operar em máquinas perigosas Redução da atenção Tontura – menos de 1% dos pacientes Ataxia – menos de 2% Depressão respiratória – quando associa-se benzodiazepínico a álcool Fraqueza, náusea, vômitos, visão borrada e mal estar epigástricos, reações alérgicas – raros Amnésia anterógrada – particularmente com fármacos de alta potência Aumento da agressividade – efeito paradoxal Agravante da respiração - em paciente com doença pulmonar e apnéia do sono BENZODIAZEPÍNICOS Tolerância Dependencia BENZODIAZEPÍNICOS Considerações Cuidado ao dirigir veículos ou operar máquinas → comprometimento da atenção e da velocidade dos reflexos Evitar o uso concomitante com álcool ou outras substâncias de abuso - Retirada da gradual para evitar síndrome de abstinência BENZODIAZEPÍNICOS Antagonista dos BDZ Flumazenil - Utilizado como antídoto para intoxicação por BZs; - Retorno da anestesia geral, com BDZ como adjuvante. BENZODIAZEPÍNICOS Manejo da dependência/ abstinência dos BZD - Tratamento farmacológico → redução gradual da dose (dias a semanas, dependendo da dose e duração do uso continuado); Substituição do BZD de meia-vida curta por outro de meia-vida longa (ex. diazepam); Outros: propranolol, clonidina, carbamazepina; Cuidado com antidepressivos e neurolépticos durante abstinência a BZD: diminuição do limiar convulsivo. BENZODIAZEPÍNICOS O desenvolvimento da dependência de BZDs relaciona-se: Tempo de uso Fatores individuais (predisposição genética, dependência de outras drogas e álcool, características de personalidade). Quanto maior o tempo de uso, maior o risco de desenvolvimento de tolerância – que é um fenômeno natural da exposição continuada ao uso da substância – e sintomas de abstinência durante a retirada. Assim, o desejável é que o uso do BZDs seja feito durante um período menor possível. Isto requer um diagnóstico correto do quadro psicopatológico e que os profissionais não usem os BZDs em situações onde os mesmos não estejam recomendados. BENZODIAZEPÍNICOS Interações Medicamentosas Aumentam os efeitos sedativos dos antipsicóticos, antidepressivos, anti-histamínicos e hipnoanalgésicos; Potencializam os efeitos do álcool; Cimetidina, eritromicina, claritromicina, ritonavir, itroconazol, cetoconazol e grape fruit são inibidores de CYP3A4, reduzindo o metabolismo dos BDZ. Síndrome de Abstinência Estabilizadores de Humor Devido aos limites de eficácia e tolerabilidade dos atuais estabilizadores do humor, a terapia combinada constitui a regra, e a monoterapia a exceção. Medicamentos Lítio Anticonvulsivantes – ácido valpróico – carbamazepina - novos anticonvulsivantes (?): • lamotrigina • topiramato • gabapentina Antipsicóticos – clássicos (haloperidol) – atípicos (clozapina, risperidona, olanzapina) Lítio Mecanismo de ação Teorias Efeitos sobre neurotransmissores: NA, ACh, 5-HT efeitos complexos e variáveis Sistema endócrino neuropeptídeos Sensibilização comportamental Ritmos biológicos Vias de transdução de sinal Litio Farmacocinética - absorção oral é completa (6-8 h) - pico de níveisplasmáticos: 0,5 - 2 h - distribui-se na água corpórea total - não se liga a proteínas plasmáticas - excretado inalterado na urina (t½~20 h) em duas etapas: - metade da dose oral eliminada em 12 h - restante captado pelas células em 1 ou 2 semanas Litio Principais efeitos colaterais polidipsia (sede excessiva) 35,5% poliuria (excessiva sec. urina) 30,4% alteração de memória 28,2% tremor 26,6%; ganho de peso 18,9% sonolência/cansaço 12,4% diarreia 8,6% Litio tremor coreoatetose (movimentos involuntários da pupila) hiperatividade motora afasia (perda da expressão pela fala, escrita) disartria (dificuldade na articulação das palavras) ataxia (falta de coordenação de movimentos voluntários) * maioria desses efeitos são raros - qualquer sintoma novo é considerado como possível indicação de toxicidade ao Li Litio Índice Terapêutico Muito Estreito precaução: monitorização dos níveis séricos Intoxicação / Superdosagem Pode ser decorrente: superdosagem deliberada (suicídio) perda de sódio ou fluídos (desidratação) excreção renal (doença renal, Na, interação de drogas) volume sensibilidade (idoso / orgânica) Sintomas neurológicos: • progridem de confusão e deterioração motora para coma e morte Litio Sintomas de intoxicação e superdosagem • Sinais iniciais - fala pastosa - sonolência - fraqueza muscular - tremor ou contração muscular - disartria - vômitos e diarréia - ataxia - confusão - movimentos distônicos • Sinais tardios - prejuízo de consciência - fasciculação - ataques de aumento do tonus muscular com hiperextensão de braços e pernas Litio Usos Clínicos Tratamento transtorno bipolar ou controle da fase de mania potencializar os efeitos de antidepressivos no transtorno unipolar latência: 10-14 dias para efeito terapêutico 20-40% dos pacientes bipolares não respondem Li sozinho é muitas vezes insuficiente para manter o paciente eutímico associação com anticonvulsivantes tem-se mostrado eficaz, embora os anticonvulsivantes possam ser utilizados também como tratamento único Antipsicóticos Antipsicóticos típicos Haloperidol, clorpromazina Antipsicóticos atípicos Quetiapina, closapina Mecanismo de ação Antagonistas - serotoninérgicos 5-HT2A - dopaminérgicos D1 e D2 - colinérgicos muscarínicos - adrenérgicos alfa1 e alfa2 - histaminérgico H1 Antipsicóticos Usos clínicos esquizofrenia episódios de mania, estados mistos maníacodepressivos, depressões psicóticas comportamento de violência impulsiva distúrbios de comportamento em doenças de Alzheimer, Parkinson, psicoses orgânicas Sintomas extrapiramidais - SEP Distônias agudas - nas primeiras 48 horas movimentos espasmódicos da musculatura do pescoço, boca, língua Parkinsonismo - desenvolvimento gradual - tremor de extremidades, hipertonia, rigidez muscular Acatisia - inquietação psicomotora, desejo incontrolável de movimentar-se e sensação interna de tensão 4 - Discinesia tardia - após o uso crônico Ação dos antagonistas D2 na vi Distonia aguda Síndrome Neuroléptica Maligna Ocorre em 0, 5-1, 0% dos pacientes parece uma forma grave de Parkinsonismo com catatonia, tremores e instabilidade do sistema autonômico (alterações na PA e FC) em casos graves diminui a sudorese e provoca febre alta mortalidade de 10% dos casos tratamento: anticolinérgicos de ação central Fármacos Anticonvulsivantes Ácido Valpróico/Valproato de sódio Mecanismo de ação Altera a condutância ao Na e Ca2+ Atua sobre os receptores GABAA Inibição da GABA transaminase Principais Efeitos adversos Náusea, tremor(dose dependente) perda de cabelo, ganho de peso, má-formação fetal Forma farmacêutica c revestimento entérico e junto com alimentos (↓queixas GI) Forma farmacêutica de liberação imediata e ER (valproato) Fármacos Anticonvulsivantes Ácido Valpróico/Valproato de sódio Forte ligação às proteínas plasmáticas Interação medicamentosa: fenobarbital, fenitoína, carbamazepina, lamotrigina, felbamato, rifampicina Principais usos Monoterapia e terapia adjunta de pacientes com mais de 10 anos de idade e com qualquer forma de epilepsia. Tratamento de transtorno bipolar profilaxia da enxaqueca (migrânea) Ministério da Saúde, Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Epilepsia, 2018 Fármacos Anticonvulsivantes Carbamazepina Mecanismo de ação Altera a condutância ao Na+(preferencialmente) K+ Principais Efeitos adversos Sedação (apenas doses), ataxia, visão embaçada (pode durar menos de 1 hora), retenção hídrica Potente indutor enzimático: interação medicamentosa: fenitoína, contraceptivos orais, varfarina, corticóides, vitamina D Aproximadamente 1 mês p obtenção conc. Plasmática estável Fármacos Anticonvulsivantes Carbamazepina Administração após as refeições auxilia o paciente a tolerar doses diárias mais altas (melhora a biodisponibilidade) Se preparação de liberação simples, dividir em no mínimo 2 tomadas/dia Disponível apenas na forma oral. Existe formas de liberação prolongada Pacientes idosos com doses maiores podem apresentar ataxia e instabilidade Fármacos Anticonvulsivantes Carbamazepina Principais usos Monoterapia ou terapia adjuvante de crises focais, com ou sem generalização secundária. Crises TCG em pacientes com mais de um ano de idade Neuralgia do trigêmeo Controle da mania em pacientes com transtorno bipolar Ministério da Saúde, Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Epilepsia, 2018 Stahl, SM. Psicofarmacologia | Bases Neurocientíficas e Aplicações Práticas
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