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BRAINSTORMING ● Valter, 81 anos, QD → emagrecimento extremo - Chance de neoplasia pela idade e perda de peso ● Perdeu mais de 15 Kg nos últimos 3 meses → Síndrome consumptiva* - Definição: perda de peso, não intencional, de 5-10% do peso basal - Não é um diagnóstico ● Se comunica bem, porém apresenta momentos de desorientação - Provável perda de eletrólitos e água - Mais comum desorientação por desidratação nos idosos - Desorientação - Pode ser de tempo e espaço - É diferente do delirium ● Se alimentava normalmente, alterando os hábitos nos últimos 2 meses, tornando- se caquético e frágil - Idosos perdem as papilas gustativas, diminuindo o paladar e o prazer na alimentação - Relação com o afastamento da filha - Definição de caquexia: perda ponderal muscular e adiposa, causada por inflamação crônica - A perda de gordura não é necessária, podendo ser apenas perda muscular ● Paciente possui funcionária que prepara os alimentos - Pode haver a disponibilidade de alimentos, porém o paciente não consome (falta de apetite, por exemplo) ● História → sempre teve boa saúde, não fuma e nem ingere bebidas alcoólicas - Fora a idade, não há hábitos de vida considerados fatores de risco ● Atualmente apresenta alteração do funcionamento digestivo → dor abdominal, flatulência, alterações dos hábitos e aparência das fezes - Sintomas similares a síndromes disabsortivas - Alteração pode ser em relação a cor, frequência, consistência, presença de restos patológicos, sangue e etc ● Exame físico geral → sinais de perda ponderal importante, P 77 bpm, PA 140/80 mmHg, FR 20 rpm, TAx 36,2ºC, sem demais alterações - Quais são os sinais de perda ponderal? - Avaliar medicamentos em uso e provável hipertensão - Dor pode aumentar a PA ● Exames laboratoriais (menos de 6 meses) → hemograma sem anormalidades, glicose 96 mg/dL, creatinina 1,4 mg/dL, K+ 4,2 mEq/L, lipidograma dentro da normalidade e urina I normal - Creatinina VR 1,3 - K+ VR 3,5 - Glicose VR 99 - Observar ureia → se estiver alta, pode causar desorientação ● Protocolo dos 9 D’s - Fluxograma para investigação de desnutrição ● Grupo etário comum para maior fragilidade ● Exames solicitados: RX tórax, USG abdominal, EDA, colonoscopia e exame de fezes. ● Diagnóstico diferencial - Neoplasia - Aids - Desnutrição - Distúrbio psiquiátrico - Distúrbio metabólico - Hipertireoidismo - DM 1 - Síndrome da má absorção - Síndrome do idoso frágil - Sarcopenia PERGUNTAS 1. Definições, fisiopatologia, manifestação clínica e medidas terapêuticas A. Caquexia A caquexia é um estado que envolve a perda substancial de massa corporal básica devido à inflamação sistêmica crônica. As condições que acarretam caquexia nos países em desenvolvimento tendem a ser crônicas e indolentes, como câncer e doença pulmonar crônica. Estas condições são relativamente fáceis de se detectar por causa do aspecto desnutrido do paciente. O diagnóstico baseia-se no desgaste de gordura e músculos, resultante de deficiência calórica prolongada e/ ou inflamação. No câncer, é mais frequentemente em pacientes com tumores sólidos (é a mais comum manifestação do câncer avançado em pacientes com tumores gástricos, do pâncreas, de pulmão, de próstata e de colon, com a exceção de tumores de mama. O grau de manifestação da síndrome varia entre pacientes com o mesmo tipo histológico e estágio de progressão tumoral, não apresentando associação evidente com o tamanho da massa do tumor, ou a localização. Etiofisiopatologia É complexa e não há absoluto consenso sobre os fatores que deflagram e mantêm o quadro. Fatores secretados pelo tumor em crescimento estão aparentemente implicados na mobilização de ácidos graxos e proteínas A própria definição da síndrome enfatiza o papel da inflamação crônica, em paralelo à resposta de estresse neuroendócrino. As citocinas têm papel de grande importância na patogênese da caquexia. O TNFa, as IL-1 e IL-6 e as prostaglandinas, cuja concentração está alterada na caquexia, induzem diversos dos sintomas relacionados à síndrome. Há evidências de que a concentração dessas citocinas está associada com a progressão tumoral. Aspectos Metabólicos A complexidade da síndrome é bem ilustrada pela miríade de reflexos da caquexia sobre o metabolismo energético. As alterações descritas no metabolismo de carboidratos incluem maior taxa de neoglicogênese, a partir de alanina (proveniente da musculatura esquelética), glicerol (cuja disponibilidade no fígado resulta do incremento da lipólise no tecido adiposo periférico) e de lactato, produzido pelo tumor em grandes quantidades. O glicogênio hepático é degradado, havendo massiva liberação de glicose pelo órgão. A intolerância à glicose é sintoma frequente (presente em 37% de todos os pacientes de câncer) e foi a primeira anomalia metabólica associada à caquexia. A resistência à insulina é também comum e pode ser pelo menos parcialmente revertida pela administração de insulina exógena. O TNF-alfa tem papel na etiologia da resistência à insulina na caquexia. Os efeitos da síndrome sobre o metabolismo proteico são o alvo mais frequente dos estudos sobre a caquexia, posto que a degradação da musculatura constitui um dos sintomas mais particulares da doença. A astenia ou fraqueza estão entre as queixas mais comuns dos pacientes. No jejum prolongado, mecanismos regulatórios impedem a degradação extensa da massa magra, preservando o nitrogênio corporal. Na vigência da caquexia, quando a ingestão de nitrogênio já está reduzida em razão da anorexia, tais mecanismos falham, permitindo a proteólise, inclusive da musculatura cardíaca e lisa. O “turnover” protéico total do organismo está aumentado na maioria dos pacientes com câncer avançado, mas é observado também naqueles com massa tumoral diminuta. O custo energético desse desequilíbrio pode chegar a 100 kcal/dia. Alterações na taxa de degradação de proteína são, contudo, de difícil avaliação in vivo. Estudos sugerem que há ativação de sistema ATP-dependente, mediado pela ubiquitina, e insensível a alterações na concentração celular de cálcio, bem como independente de mecanismos lisossomais de degradação. Ocorre, concomitantemente, inibição do transporte de aminoácidos para o músculo esquelético. Os principais aminoácidos liberados pela musculatura do indivíduo ou animal caquético são a alanina e a glutamina. A alanina servirá à gliconeogênese hepática, enquanto a glutamina é, em na maior parte, utilizada pelo tumor, em processos energéticos e biossintéticos. Os aminoácidos essenciais (leucina, isoleucina e valina) têm concentração plasmática aumentada, bem como taxa de “turnover” alterada na caquexia. Entre eles, a leucina, que representa sozinha cerca de 8% da proteína corporal total, é mais oxidada como resultado da caquexia. A valina e a leucina são ativamente requisitadas pelo tumor em progressão. Dessa maneira, há aumento do fluxo desses aminoácidos da musculatura esquelética para o tumor, que pode ser suprimido pela utilização de agonistas para receptores adrenérgicos do tipo β2. Em adição à marcada degradação proteica, o conteúdo de DNA da fibra muscular também é reduzido, o que induz à fragmentação, e consequentemente, à apoptose. Diversos estudos que investigam o papel do TNF α na mediação dos efeitos da síndrome sobre a musculatura. A resposta apoptótica, por exemplo, pode ser mimetizada pela citocina. Embora muitos estudos tenham logrado demonstrar associações entre o TNF α e o aumento da proteólise, os resultados são alvo de controvérsia e admite-se que o efeito não seja direto, mas fruto da interação com outros mediadores. Dessa forma, propõe-se que fatores secretados pelo próprio tumor, como o PMF (protein mobilizing factor), isolado a partir da urina de pacientes e animais portadores de tumor, possam tomar parte da resposta, em adição ao TNFα. Outras alterações descritas abrangem hipoalbuminemia e incrementona concentração plasmática de fibrinogênio, refletindo alteração na taxa de síntese das duas proteínas no fígado do organismo hospedeiro. Essas mudanças na função do fígado estão ligadas à priorização diferencial da síntese proteica, típica da resposta de proteínas de fase aguda verificadas no trauma, inflamação e infecção grave. Assim, a resposta de fase aguda desencadeada pela presença do tumor, gera aumento da proteína C reativa e do fibrinogênio. A primeira está intimamente correlacionada à dimensão da perda de peso, anorexia, reincidência do tumor e redução da sobrevida. Estudos indicam a participação inequívoca da inflamação característica da caquexia na deflagração dos sintomas metabólicos: o TNF alfa e a IL-6 apresentam efeitos contundentes sobre o processo de síntese protéica no músculo, pela mediação na transcrição e ativação de fatores de transcrição, como o “nuclear factor kappa B- NFкB”, MyoD, além de outras vias, como por exemplo a do mTOR (que estaria inibida na caquexia). Há ainda relatos de aumento da concentração de miostatina (importante regulador negativo da massa muscular) em pacientes caquéticos. Dessa forma, alterações promovidas pela caquexia cuja incidência é detectada em um desses compartimentos, geram indubitavelmente efeitos diretos ou indiretos sobre os demais processos metabólicos do organismo. Pode-se então afirmar que modificações no metabolismo lipídico, embora não tão abrangentemente estudadas até o momento, impliquem em alterações nos mais variados níveis metabólicos e fisiológicos no organismo portador de tumor. A gordura (na forma de triacilglicerol) constitui 90% das reservas energéticas de um indivíduo adulto e é dramaticamente afetada pela síndrome da caquexia. Tanto em pacientes como em animais portadores de tumor há acentuada perda de massa gorda, que pode atingir 85% em pacientes que perderam 30% do peso inicial. A concentração plasmática de glicerol, indicativa de lipólise no tecido adiposo periférico, está aumentada na vigência do quadro, e relata-se aumento do “turnover” de ácidos graxos e glicerol em pacientes com câncer caquéticos, comparados aos que não desenvolvem a síndrome. Os ácidos graxos liberados, principalmente se poliinsaturados, podem promover o crescimento tumoral pela inativação da proteína ativadora da GTPase ,e ainda, a apoptose de adipócitos. Entretanto, diversos estudos apontam para pequena participação da lipólise na perda de massa gorda, atribuindo-a, principalmente, à redução na lipogênese. Até hoje, o turnover de ácidos graxos no tecido adiposo é pouco conhecido em pacientes caquéticos. Fica claro, entretanto, que há redução na deposição lipídica, mediada pela redução na expressão/atividade da enzima lípase de lipoproteínas e pela redução na concentração de insulina. A enzima lipase hormônio-sensível, por sua vez, apresenta atividade Essas alterações determinam o agravamento do déficit energético na caquexia e contribuem para a proteólise no músculo esquelético. A síntese e a secreção de lipoproteína de densidade muito baixa está comprometida no órgão, em virtude da redução na expressão de duas importantes proteínas necessárias para a montagem da partícula, a ApoB e a MTP (microsomal triglyceride transfer protein). Quadro clínico O sintoma mais notável é a perda de peso acentuada e rápida. Afeta grande parte dos pacientes com CA avançado (60% dos CA de pulmão e 80% do sist. Digestório - já no momento do diagnóstico). Não existe terapia conhecida que a reverta. As manifestações clínicas da síndrome incluem anorexia (perda de peso 46%), alterações no paladar (perda de apetite 53%), astenia, fadiga (+freq. 74%), exacerbada perda de peso involuntária (massa gorda e magra), perda da imunocompetência, perda de habilidades motoras e físicas, apatia, desequilíbrio iônico, anemia, náuseas, e grandes alterações no metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídios. A perda de peso e de apetite são normalmente os primeiros sintomas percebidos pelo paciente. Pacientes caquéticos perdem massa gorda e magra de forma similar. Contudo, as recentes tentativas de definição da síndrome consideram que a caquexia está associada à espoliação de massa magra, em concomitância ou não, à perda de massa gorda. DIAGRAMA Sintomas Clínicos: - Exacerbada perda de peso involuntária (massa magra) - Anorexia, alterações no paladar, vômito, saciedade precoce, má absorção Intestinal - Alteração no perfil hormonal plasmático - Disfunção hipotalâmica - Astenia, fadiga, perda de habilidades motoras e físicas, apatia - Perda da imunocompetência - Caos metabólico - Desequilíbrio iônico Para diagnóstico diferencial lembrar do protocolo dos 9 D´s. Questão 4. Os critérios diagnósticos estabelecidos em acordo pelo grupo internacional proponente da definição incluem perda involuntária de peso superior a 5%, ou 2% (em indivíduos já abaixo dos valores esperados de peso, segundo o índice de massa corporal – IMC < 20kg/m2) ou presença de sarcopenia. O mesmo grupo propõe a classificação da síndrome, segundo a gravidade, em pré- caquexia, caquexia e caquexia refratária (Figura 1). Figura 1: Estágios da caquexia. Estágios da caquexia associada ao câncer. Adaptado de Fearon et al. 2011. O primeiro estágio é definido como aquele no qual, o paciente apresenta perda de peso igual ou superior a 5%, anorexia e alterações metabólicas; para inclusão do paciente no segundo estágio, considera-se perda de peso igual ou superior a 5%, ou de 2%, com IMC < 20kg/m2, ou sarcopenia acompanhada de perda de peso corporal equivalente ou superior a 2%. Referem ainda presença frequente de redução da ingestão e de inflamação sistêmica. Finalmente, o terceiro estágio (caquexia refratária) inclui os pacientes com diferentes graus de caquexia, mas nos quais há intenso catabolismo e que não respondem ao tratamento anti-câncer. Ainda nesse estágio, pacientes com baixo escore de desempenho e sobrevida esperada inferior a três meses devem ser incluídos. Os parâmetros para determinar a inclusão do paciente em cada um dos estágios abrangem a determinação da concentração de proteína C-reativa no soro, avaliação da anorexia e fatores correlatos (redução do apetite, alterações na percepção gustativa e olfativa, motilidade gastrointestinal reduzida, constipação, dor, entre outros), metabólitos indicadores de catabolismo, massa e força muscular (dinamometria dos membros superiores), bem como manifestações psicossociais. Os autores alertam para possíveis variações decorrentes da especificidade da população analisada, como por exemplo, idade, sexo, etnicidade). Essa classificação garante que o paciente receba o tratamento mais adequado às suas necessidades. As perspectivas futuras envolvem a determinação de marcadores, por exemplo, a utilização de citocinas ou de balanço das mesmas e ainda, a determinação precoce da suscetibilidade à caquexia por determinação da presença de polimorfismos de genes, como por exemplo relacionados à sarcopenia e às citocinas. Diagnóstico e exames complementares: ANAMNESE + EF + EXAMES é suficiente para apontar o diagnóstico em torno de 75% dos casos. Se apontar etiologia específica a pesquisa laboratorial deve seguir a especificidade. Senão, basear a pesquisa laboratorial em 2 fases: presença ou não de inflamação e avaliação nutricional global. Após avaliação destes testes de "triagem", direciona-se para a pesquisa etiológica específica. Os exames podem incluir hemograma completo, bioquímica, enzimas hepáticas, função renal, atividade inflamatória, albumina sérica, urina e radiografia de tórax e, por vezes, ECG. Pacientes com anorexia nervosa e/ou caquexia podem apresentar exames de laboratório sinalizando hipotireoidismo subclínico* como defesa do organismo, e que este não deve ser tratado. *Definido como uma elevação da TSH e concentrações de hormônios tireoidianos dentro da faixa de referência e, na maioria das vezes, é assintomático.Exames como TC podem ser necessários, porém, quando indicados sem suspeita específica, apresentam baixo poder diagnóstico. Exames de imagem do trato digestivo têm alto poder diagnóstico somente quando acompanhados de sinais e sintomas ou positividade nos testes simples de triagem. Na avaliação nutricional global, inclui-se a pesquisa do grau de perda de massa magra e gordurosa, micronutrientes e suas repercussões sistêmicas. São eles: - Albumina sérica: é a proteína corpórea mais utilizada para avaliação de desnutrição, podendo-se medir também a préalbumina e a transferrina; - Excreção de creatinina urinária de 24 horas: dosagem indireta da excreção da creatinina muscular esquelética - Balanço nitrogenado corpóreo e/ou excreção urinária de nitrogênio: balanço entre aporte de nitrogênio oral, parenteral ou enteral e perdas urinárias, fecais ou de outras fontes intestinais (drenos, fístulas); - Metabolismo basal = taxa de metabolismo basal (TMB) x fator estressor x fator de atividade ou pela dosagem de calorimetria indireta; - Calorimetria indireta: técnica de consumo de 02 e produção de CO2 (medidas de consumo de energia) para calcular o gasto de energia de repouso e quociente respiratório. Um litro de O2 consumido corresponde a 3,9 kcal (16,32 kj); 1L de CO2 produzido gera 1,1 kcal (4 kj). A calorimetria indireta mede com precisão o gasto de energia diária; - Bioimpedância ou impedância bioelétrica: por meio de corrente fraca e posicionando-se eletrodos no dorso das mãos e dos pés, quantifica-se o teor de massa magra, gordura e água corpórea; - RMN: por meio de campo magnético, dosa-se o teor de gordura e a musculatura corpórea, é o método mais utilizado durante a fase de recuperação para monitorar a restauração de massa magra versus massa e gordura; - Dosagem de vitaminas e sais minerais: pesquisa de micronutrientes como ferro, zinco, vitaminas (B12, B6) e ácido fólico. - Dosagem indireta de vitamina K pelo tempo de protrombina (fatores K-dependentes), hemograma (carência de ácido fólico, B12, ferro), índice de segmentação neutrofílica (B12); - Função imunológica: contagem de linfócitos (pode estar diminuída) e testes cutâneos comuns, como BCG e outros. A DEP pode proporcionar atrofia das estruturas linfóides do timo com diminuição linfocitária sangüínea e consequente queda de imunidade mediada por linfócitos T23. Para diagnóstico, avaliação e seguimento de emagrecimento e DEP, preconizam os exames bioquímicos de albumina, pré-albumina, transferrina, contagem total de linfócitos séricos e da dosagem de balanço nitrogenado, peso e análise de bioimpedância (para diferenciar do edema). Tratamento O tratamento do El e a correção da desnutrição/caquexia são multifatoriais e necessitam de estratégia integrada multidisciplinar. Objetivam a maior recuperação possível da função fisiológica adaptada com capacitação física, melhora da função muscular e orgânica e competência imunológica. Requerem um tempo muito maior que o tempo de instalação do processo e está baseado, na prática, em 3 pontos: 1 Definir metas significativas e possíveis: peso, composição corpórea, força, desempenho e status, apetite e qualidade de vida específicos individualmente para cada paciente. 2 Definir medidas de tratamento (multidisciplinar): nutrição, medicação, exercício (dentista, assistência social, fisioterapia, fonaudiologia, enfermagem, médico). 3 Para perdas de peso causadas por doença específica, seguir a terapia prescrita no tratamento da causa de base. Orientar os pacientes a consumir suplementos entre as refeições, em vez de junto com as refeições, pode ajudar a atenuar a supressão do apetite e facilitar o aumento da ingestão oral. Os fármacos orexígenos, anabólicos e anticitocina estão sendo investigados com essa indicação. Em pacientes selecionados, o antidepressivo mirtazapina produz aumentos significativos do peso corporal, da massa gordurosa e da concentração de leptina. Síndrome consumptiva CONCEITO: Configura-se como um estado complexo de interação entre anorexia, perda de massa gorda e magra, distúrbios psicológicos e piora acentuada da qualidade de vida. CARACTERÍSTICAS: Perda de peso involuntária maior que 10% do peso total associada a diarréia, fraqueza ou febre maior que 38°C Febre maior que 38oC de mais de 30 dias de duração Diarréia: mais de duas evacuações por dia durante mais de 30 dias Além disso, pode-se encontrar aplasia muscular grave com degeneração dispersa das miofibras com evidências ocasionais de miosite. Em geral, acompanha-se de aumento da morbidade e da mortalidade e, maior susceptibilidade a infecções oportunistas e tumores. EPIDEMIOLOGIA: 80% de pacientes com câncer avançado cursam com a "Síndrome Consumptiva Crônica" Em relação a AIDS, aponta-se que, nos EUA, em 10% dos casos é tida como a condição inicial definidora do diagnóstico. CAUSAS: I. Perda de peso com ingestão alimentar elevada: ● Diabetes mellitus ● Hipertiroidismo ● Síndromes de má absorção (neoplasias, etc.) II. Doenças associadas com metabolismo acelerado ● Feocromocitoma (tumor de medula supra-renal) ● Insuficiência cardíaca congestiva ● Infecções crônicas ● Doenças inflamatórias crônicas ● Hipertiroidismo ● Neoplasias III. Doenças associadas com perdas anormais de elementos nutritivos ● Diabetes mellitus (glicosúria) ● Fístulas do tubo gastrointestinal ● Síndromes de má absorção ● Neoplasias ● Doenças febris ● Tuberculose ● AIDS IV. Doenças primariamente associadas à anorexia ou ingestão alimentar diminuída ● Neoplasias ● Mudanças de padrão alimentar ● Anemias Síndromes paraneoplásicas ● AIDS ● Tuberculose ● Infecções crônicas ● Algumas endocrinopatias (Doença de Addison, hipogonadismo) GRUPOS ACOMETIDOS I. Pacientes geriátricos ● Depressão ● Sitofobia ● Demência ● Maus cuidados II. Pacientes com depressão III. Pacientes com doenças sistêmicas ● Cardiovasculares ● Pulmonares ● Infecciosas ● Metabólicas IV. Pacientes no uso de medicamentos: ● Seus efeitos secundários (adversos) podem levar à síndrome (ex: quimioterápicos) V. Pacientes febris ● Cada °C adicional temperatura aumenta consumo em 7% Infecções ● Neoplasias ● AVES ● Doenças metabólicas VI. Pacientes neoplásicos VII. Pacientes com AIDS FISIOPATOLOGIA: Divide-se a base fisiopatológica da perda de peso em três categorias: diminuição da ingestão de alimentos, metabolismo acelerado ou aumento da perda de energia. Ocorre diminuição da ingesta calórica e aumento do metabolismo com perda de calorias, envolvendo a produção de citocinas, liberação de fatores proteolíticos e lipolíticos e alteração no metabolismo intermediário Caquexia; Elemento fundamental dentro da síndrome consumptiva, multifatorial mediado por TNF-a. Pode estar relacionada a fatores mecânicos, como obstruções ao trato gastrintestinal, falhas abortivas, intervenções cirúrgicas lesivas ou tratamento químico ou radioterápico, os quais podem induzir náuseas, vômitos, estomatites e diarréia, culminando com a perda de peso característica. A regulação do apetite sofre alterações com o envelhecimento (“anorexia fisiológica da idade”), há aumento da circulação de colecistocinina, por exemplo, que associada à diminuição do metabolismo basal pode levar à perda de peso importante. A maioria dos homens atinge o máximo de peso corporal ao redor dos 40 anos e as mulheres aos 50 anos. Classifica-se perda de peso em dois grandes grupos: 1) Perda de peso involuntária com aumento ou diminuição do apetite 2) Perda de peso voluntária Perda de peso involuntária com aumento do apetite + Gasto energético/ perda de calorias tanto por fezes como urina - fazendo com que o balanço energético seja negativo - COMUM EM - hipertireoidismo, diabetes mellitus (DM) descompensado, síndrome de má absorção, feocromocitoma, aumento importante de atividade física. ● No hipertireoidismo,a perda de peso está associada com aumento do gasto energético basal e com o déficit na absorção intestinal devido ao aumento da motilidade gastrointestinal. Em idosos com hipertireoidismo, também pode ocorrer a associação desta doença com anorexia. ● No diabetes mellitus descompensado, principalmente no DM tipo 1, a causa da perda de peso está associada à deficiência de insulina (hormônio anabólico) e à hiperglicemia com glicosúria (diurese osmótica), causando depleção de líquido extra e intracelular (desidratação). ● No feocromocitoma a atividade adrenérgica exacerbada aumenta a taxa de metabolismo basal. ● Outra causa não orgânica deste tipo de perda de peso é a baixa condição econômica, que pode resultar em dificuldades para comprar alimentos adequados para a manutenção do equilíbrio calórico. Perda de peso involuntária com diminuição do apetite Doenças psiquiátricas como depressão, fase maníaca do distúrbio bipolar, distúrbio de personalidade e paranóia, uso crônico de drogas, doenças como câncer, endocrinopatias, doenças crônicas, doença pulmonar obstrutiva crônica e doenças gastrointestinais. ● A perda de peso devido ao câncer (caquexia) ○ ocasionalmente pode ser a única manifestação de tumores ocultos. ○ primeira manifestação ou manifestação tardia do tumor ● Nos pacientes com vírus da imunodeficiência humana (HIV) positivos ou soro- reagentes ○ perda de peso é sintoma relativamente comum ○ ao contrário dos cânceres ■ associada primariamente à diminuição da ingestão calórica ■ gasto energético é igual ao paciente sem a doença ■ Perda de peso súbita ● relacionada à infecção secundária ■ perda gradual ● relacionada à redução de ingesta calórica ● Endocrinopatias ○ insuficiência adrenal ■ pode cursar com anorexia, náusea e perda de peso, assim como a hipercalcemia ■ alguns pacientes com hipertireoidismo ● geralmente idoso ○ diabetes mellitus ■ pode ocorrer a perda de apetite como sintoma da gastroparesia ■ Má absorção intestinal por neuropatia intestinal e insuficiência renal. ■ Diabético tipo 1 ● pode também apresentar doença de Addison associada ● Nas doenças cardiopulmonares ○ perda de peso relaciona-se à insuficiência cardíaca (caquexia cardíaca) ou à doença pulmonar obstrutiva crônica ■ Pode ser ocultada por edema concomitante ● Doenças neurológicas ○ acidente vascular cerebral, demências, esclerose múltipla, Parkinson ■ associadas com alteração de motilidade gastrintestinal bem como disfagia, alteração do olfato, paladar (disgeusia), constipação, disfunção esfincteriana e falta de apetite. ○ A doença de Parkinson relaciona-se com anorexia e aumento do gasto energético. ● Uremia ○ induz anorexia, náusea e vômito, assim como perda de proteína pela urina, por exemplo, na síndrome nefrótica, ■ resulta em balanço negativo calórico ● Pacientes em situações de isolamento social ○ tendem a apresentar diminuição do apetite ○ ato de comer ○ dificuldade em comprar e preparar os alimentos INVESTIGAÇÃO QUESTÃO 4 ● Hemograma ● VHS ● Urina 1 ● Glicemia de jejum ● Screening bioquímico, eletrólitos ● Perfil tireoidiano ● Sorologias anti HIV, hepatite, fator reumatoide, sífilis ● Parasitológico de fezes ● PPD ● Estudos radiológicos, ultrassonografias, tomografias e ressonância magnética (com indicação adequada) B. Síndrome do idoso frágil (avaliar perspectiva biopsicossocial) Conceito: Síndrome biológica de diminuição da capacidade de reserva homeostática do organismo e da resistência aos estressores, resultando em declínios cumulativos em múltiplos sistemas fisiológicos, causando vulnerabilidade e desfechos clínicos adversos. Associada à incapacidade, a comorbidades e envelhecimento. FISIOPATOLOGIA - SARCOPENIA •Perda de massa e força musculares. • Atrofia das fibras musculares rápidas (tipo lla) e substituição por tecido adiposo e fibrótico. •Redução da síntese proteica •Redução da força e eficiência musculares • Tem grande impacto na capacidade funcional de um indivíduo. A diminuição da força muscular e da tolerância ao exercício leva à diminuição da capacidade para as atividades diárias e, consequentemente, ao aumento da dependência. ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICAS O envelhecimento tem sido associado a um aumento crônico dos níveis circulantes de marcadores inflamatórios, incluindo citocinas pró inflamatórias e anti-inflamatórias, antagonistas de citocinas e proteínas de fase aguda: ● + TNF-a: melhor indicador de mortalidade em idosos ● + IL-6 ● +Proteína C-reativa ALTERAÇÕES NEUROENDÓCRINAS ● - Testosterona ● - Estrogênio ● - Hormônio luteinizante ● - DHEA (dehidroepiandrosterona): participa da produção de hormônios sexuais ● - GH: Uma proteína e um hormônio peptídeo sintetizado e secretado pela glândula hipófise anterior (adenoipófise). Este hormônio estimula o crescimento e a reprodução celular. ● - IGF-1: proteína produzida no fígado em resposta ao hormônio de crescimento (GH), com papel importante no crescimento, desenvolvimento da musculatura, diminui os níveis de glicose no sangue, reduz os níveis de gordura corporal altera a oxidação lipídica e aumenta a síntese de proteínas. ● + Cortisol CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 1 ou 2 critérios: alto risco para desenvolver fragilidade; 3 ou mais critérios: idoso frágil - Perda de peso não intencional: maior que 4,5kg ou superior a 5% do peso corporal no último ano. - Diminuição da força de preensão palmar, medida com dinamômetro e ajustada para gênero e IMC: Tabela ABAIXO. - Diminuição da velocidade de marcha em segundos - Exaustão/queixas: "Eu sinto que faço todas as minhas atividades com muito esforço" e/ou "não consigo continuar minhas atividades". Se houver pelo menos uma das queixas por 3 semanas ou mais, considera-se positivo esse critério. - Baixo nível de atividade física, medida pelo dispêndio semanal de energia em quilocalorias (com base no autorrelato das atividades e exercícios físicos específicos realizados) e ajustado segundo o gênero. EXAMES COMPLEMENTARES Até o momento, não existem exames específicos para o diagnóstico de fragilidade. Podem estar alterados: Albumina; Colesterol; PCR; Pré-albumina; TG; Dímero-D; Transferrina; IGF-1; Fibrinogênio; Ceruloplasmina; GH; SNP; Folato; Insulina (jejum); Mutação DNA mitocondrial; Zinco e vitaminas; IL-6. O diagnóstico diferencial é feito descartando-se doenças consumptivas, terminais e na possibilidade da identificação de componentes suficientes para preencher a síndrome da fragilidade: Doenças malignas, Distúrbios Nutricionais, Doenças psiquiátricas (depressão), Infecções crônicas, Doenças gastrointestinais, Doenças neurológicas, Doenças endócrinas (hipertireoidismo), Doenças renais, Doenças cardiovasculares, Efeito colateral de medicamentos. PREVENÇÃO Estimular dieta adequada, com quantidades suficientes de energia, proteínas, vitaminas e minerais. Estimular a prática de exercício físico regular. Monitorar periodicamente estado cognitivo, humor, funcionalidade, equilíbrio e marcha. Prevenir infecções. Antecipar possíveis situações de estresse, ex: cirúrgicas eletivas. TRATAMENTO Quando a fragilidade já está instalada, as medidas citadas servem para diminuir a velocidade de progressão do quadro e, em teoria, poderiam até revertê-lo. Na prática, no entanto, observa-se apenas melhora na funcionalidade e, algumas vezes, em ganho de força, principalmente com a prática de exercício físico regular e aporte nutricional adequado. • Quanto aos tratamentos farmacológicos, ainda não se dispõe de nenhuma droga que realmente seja benéfica. A reposição hormonal, sem atividade física, não resulta em melhora de força ou de funcionalidade. Além disso, os efeitos colaterais tornam seu uso quase proibitivo a essa população. C. Sarcopenia SARCOPENIA: O processo de sarcopenia, compreendida como redução da massa muscular, é resultante dasalterações neuroendócrinas do envelhecimento, responsável por modificações da composição corporal, com diminuição da massa muscular, massa óssea, água corporal total e aumento da gordura. A síndrome sarcopenia é caracterizada pela presença de alterações da massa e da função muscular (força e desempenho muscular), que está estritamente relacionada com o "fenótipo da fragilidade". No modelo proposto, os critérios de operacionalização do diagnóstico de sarcopenia incluem a presença de três ou mais dos critérios do fenótipo da fragilidade (emagrecimento significativo não intencional, fatigabilidade, fraqueza, baixo nível de atividade física e lentificação da marcha) e os critérios baseados na medida quantitativa da massa muscular, associada a medidas de função muscular, como a força de preensão palmar e a velocidade da marcha. A lentificação da marcha é um dos principais determinantes da sarcopenia/dinapenia, definida como velocidade de marcha menor ou igual a 0,8 m/s. Outro bom indicador de sarcopenia é o perímetro da panturrilha menor ou igual a 31 cm. Outros preditores de sarcopenia são a perda significativa de peso não intencional ou baixo índice de massa corporal (IMC < 22 kg/m2). 2. Quais são os sinais da perda ponderal importante DEFINIÇÕES - A perda modesta de peso pode se dever a oscilações habituais no peso corporal ou ao processo fisiológico natural de envelhecimento. - Considera-se involuntária e significativa a perda de 5% ou mais do peso corporal em seis a 12 meses, o que deve suscitar a busca por uma doença subjacente. - A perda de peso inexplicável, recente e progressiva, em pessoa previamente hígida, embora potencialmente grave em qualquer idade, é mais preocupante quando ocorre acima de 40 anos de idade - Maior prevalência de neoplasias e de fatores psicossociais e funcionais mais frequentes nessa faixa etária, especialmente em idosos. - Constitui fator de risco independente para aumento na morbidade e mortalidade, particularmente em idosos, nos quais está correlacionada com: - Morte prematura - Risco mais alto de incapacidade - Aumento nas admissões hospitalares e no tempo de internação - Deficiências nutricionais específicas - Úlceras de decúbito - Fraturas do quadril - Menos capacidade de recuperação de ferimentos - Predispõe a infecções e aumento na mortalidade em pacientes submetidos a cirurgias eletivas - Prejudica a resposta à terapia medicamentosa ATENDIMENTO ● Anamnese - Primeiramente, deve-se avaliar se realmente houve a perda de peso e sua magnitude - Detalhar - Hábito alimentar e dietas recentes - Digestão - Hábito intestinal - Micção - Sinais de sangramento - Lesões de pele - Alterações na fonação - Tosse - Dispneia - Dor torácica - Palpitações - Febre - Dor - Sintomas neurológicos e emocionais - Deficiência na cicatrização de feridas - Comorbidades conhecidas - Doenças prévias - História ocupacional e social - Uso de medicamentos, álcool, tabaco e drogas ilícitas - Sintomas inespecíficos - Calafrio - Sudorese - Fadiga - Fraqueza muscular - Fatores de risco para infecção - HIV - Imunossupressão ● Exame físico Cálculo de IMC Circunferência abdominal Medida da prega subcutânea Sinais de desnutrição proteico-energética → áreas mais comumente afetadas a. Cabelos b. Olhos c. Lábios/cavidade oral d. Pele. Deve ser dada ênfase também ao exame do abdômen e do sistema músculo-esquelético e neurológico Atentar para linfadenomegalias, alterações mamárias ou da tireoide e estigmas de doença sistêmica, como icterícia, aranhas vasculares, eritema palmar, ginecomastia e circulação colateral no abdômen em hepatopatias crônicas 3. Características para o diagnóstico diferencial em relação à caquexia, incluindo os exames complementares A. Neoplasia B. Aids C. Desnutrição D. Distúrbio psiquiátrico [depressão e anorexia] E. Distúrbio metabólico [hipertireoidismo e DM 1] F. Síndrome da má absorção 4. Protocolo dos 9 D’s Durante investigação etiológica de síndrome consumptiva, é necessário perguntar ao paciente sobre seu apetite, atividade física, como é o padrão da perda de peso (flutuante ou estável), por quanto tempo vem perdendo peso e se a perda é voluntária ou involuntária. Como auxílio no raciocínio diagnóstico para síndrome consumptiva, Robbins publicou regra mnemônica que consiste em nove "D"s de causas de perda de peso nesta população: Dentição, Disgeusia, Disfagia, Diarréia, Doenças crônicas, Depressão, Demência, Disfunção de órgãos, Drogas. Outra regra mnemônica para lembrar-se dos diagnósticos diferenciais para perda de peso é: MEALS ON WHEELS M: Medicações. E: emocional (problemas emocionais). A: anorexia tardia/alcoolismo. L: late-life paranoia (paranoia de incidência tardia). S: swallowing disorders (distúrbio da deglutição). O: oral factors (fatores orais, como dentição em mau estado). N: no money (sem dinheiro). W: wondering and other dementia-related behaviors (esquecimento e outros comportamentos relacionados com demência). H: hipertireoidismo, hipotireoidismo, hiperparatireoidismo, hipoadrenalismo. E: enteric problems (problemas entéricos, má absorção). E: eating problems (distúrbios alimentares, incapacidade de alimentar-se sozinho). L: low salt, low cholesterol diets (dietas com restrição de sal e colesterol). S: social problems, gallstones (problemas sociais: isolamento, incapacidade de obter alimentos favoritos, colecistopatia calculosa). Em caso de suspeita de desnutrição, a avaliação formal deverá se iniciar com a Miniavaliação Nutricional, a Ferramenta de Avaliação Universal de Desnutrição, ou o Questionário do Apetite Nutricional Simplificado. A Miniavaliação Nutricional inclui questões sobre apetite, horários de refeições, frequências de refeições e paladar. Sua sensibilidade e especificidade são > 75% para futura perda de peso de 5% de peso corporal em idosos. Quadro abaixo: 5. Minti Imagem em Doenças Disabsortivas listas de diagnóstico diferencial. Cinco regras, bem aprendidas, simplificam o problema: ■Regra 1: dilatação do lúmen do intestino delgado significa obstrução ou disfunção do músculo do intestino delgado ■Regra 2: espessamento das pregas do intestino delgado significa infiltração da submucosa ■Regra 3: espessamento reto, uniforme e regular significa infiltração por líquido (edema ou sangue) ■Regra 4: espessamento nodular, irregular e com distorção significa infiltração por células ou material não líquido ■Regra 5: O diagnóstico específico exige correlação do padrão do intestino delgado com os dados clínicos. Doença celíaca do adulto Os achados radiográficos clássicos são: ■Dilatação do intestino delgado ■Pregas normais ou mais finas ■Redução do número de pregas por polegada (2,5 cm) no jejuno ■Aumento do número de pregas por polegada (2,5 cm) no íleo (≥ 5). ● Os achados são mais bem mostrados por enteróclise (com exame contrastado baritado). ● Em TC pode ser observada a distensão de alças do intestino delgado, com aumento do volume de líquido intraintestinal. Deficiência de lactase Deficiência de lactase secundária ocorre no alcoolismo, doença de Crohn e uso de fármacos como neomicina. ● A lactose não digerida no intestino delgado provoca aumento do líquido intraluminal e dilatação do intestino delgado, com pregas normais. Enterite por radiação Grandes doses de radiação são dadas aos órgãos adjacentes. Intestino muito sensível. - Segmentos longos dele podem ser envolvidos, com espessamento das pregas e da parede intestinal. - O peristaltismo é prejudicado. - Fibrose progressiva leva à estenose crônica, geralmente envolvendo segmentos longos. - O intestino pode ser dobrado e obstruído por aderências. - Também podemformar fístulas para a vagina ou outros órgãos. ● TC mostra espessamento da parede e aumento da densidade do mesentério, além de fixação das alças intestinais. Doença de Whipple ● Enteróclise mostra o espessamento irregular das pregas, mais proeminente no jejuno. Os nódulos minúsculos (1 mm), como grãos de areia, espalhados de maneira difusa sobre a mucosa ou em pequenos grupos representam um forte indício da doença. É comum o aumento do líquido luminal. ● A TC revela pregas espessadas, especialmente no jejuno, sem dilatação significativa. É característica a existência de nódulos de baixa densidade ou com densidade de gordura no mesentério. Enterite da AIDS - Infecções oportunistas - Cryptosporidium e Isospora belli (protozoários) ● exames com bário mostram pregas espessadas e acentuado aumento do líquido - Citomegalovírus ● exames com bário mostram pregas espessadas, separação das alças intestinais, úlceras e fístulas - Mycobacterium avium-intracellulare ● exames com bário mostram pregas nodulares espessadas com padrão de grãos de areia na mucosa ● A TC mostra linfadenopatia retroperitoneal e mesentérica e lesões focais no fígado e no baço Doença de Crohn As principais características radiográficas da doença de Crohn são: ■Erosões aftosas ■Ulcerações profundas confluentes ■Pregas espessadas e distorcidas ■Fibrose com espessamento das paredes, contratura e estenose ■Envolvimento do mesentério ■Envolvimento assimétrico tanto no sentido longitudinal como em torno do lúmen ■Áreas salteadas de intestino normal entre os segmentos afetados pela doença ■Formação de fístulas e trajetos fistulosos. ● Enterografia por TC e RM são utilizadas para determinar a atividade da doença e para a pesquisa e diagnóstico de suas complicações Enterocolite por Yersinia - As alterações radiográficas são mais pronunciadas nos 20 cm distais do íleo. - Os achados incluem ● úlceras aftosas, nódulos de até 1 cm de tamanho ● espessamento da parede e das pregas, as quais se mostram apagadas com o aumento do edema. ● Durante a fase de resolução, pode aparecer hiperplasia linfóide nodular. Campylobacter fetus jejuni - clínica e radiograficamente similar à infecção por Y. enterocolitica BRAINSTORMING PERGUNTAS 1. Definições, fisiopatologia, manifestação clínica e medidas terapêuticas Aspectos Metabólicos 2. Quais são os sinais da perda ponderal importante DEFINIÇÕES ATENDIMENTO 3. Características para o diagnóstico diferencial em relação à caquexia, incluindo os exames complementares 4. Protocolo dos 9 D’s 5. Minti
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