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EDEMA AGUDO PULMONAR Tipos: 1. EAP Cardiogênico: a. Elevação da pressão capilar pulmonar (PCP) >18 mmHg → leva a um aumento da permeabilidade, que causa extravasamento da proteína do meio capilar para o meio intersticial que carrega líquido com si. 2. EAP não Cardiogênico: a. Pressão capilar normal (<18 mmHg) ou elevada; b. Aumento da permeabilidade capilar. · Ambas levam a um aumento da filtração transcapilar → É onde o sistema linfático atua para filtrar esse excesso. Etiologia: 1. EAP Cardiogênico: · Disfunção do ventrículo esquerdo (VE) → VE com batimentos fracos, retém sangue nesse VE, que depois fica represado no átrio esquerdo (AE), em sequência veia pulmonar e os capilares pulmonares, aumentando a pressão e causando EAP; · Obstrução à passagem de sangue do VE para a aorta → É uma obstrução hipertensiva. Um exemplo de obstrução grave seria a estenose da valva aórtica → não deixa passar a devida quantidade de sangue do VE para a aorta, aumentando a pressão do VE, consequentemente do AE, das veia pulmonar e dos capilares pulmonares, causando extravasamento de sangue nos alvéolos e causando o EAP; · Obstrução à passagem de sangue do AE para o VE → Pela estenose da valva mitral → não deixa passar sangue do AE para o VE, esse sangue fica retido no átrio o que aumenta a pressão dele e consequentemente da veia pulmonar e nos capilares pulmonares causando EAP. · Hipertensão renovascular → Causa um EAP muito rápido. 2. EAP não Cardiogênico: · Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SARA) → uma pneumonia viral, paciente séptico com pulmão de SARA, pancreatite, etc. → Aumento da permeabilidade dos capilares alveolares. · Edema pulmonar de grandes altitudes (escalador de montanhas); · Edema pulmonar de reexpansão → após a drenagem de um hemotórax, ou após um derrame pleural; · Intoxicação por opióides e salicilatos; · TEP (agudo e crônico) → aumento da permeabilidade. Quadro clínico: · FR, FC e PA aumentada: · OBS: PA elevada → pode ser EAP hipertensivo; PA normal ou baixa → pode ser EAP cardiogênico · Crepitações inspiratórias e expiratórias progressivas (da base para o ápice); · Sibilos (edema da parede brônquica) → ocorrem por causa do edema da parede brônquica; · Alteração do nível de consciência → por causa da circulação sanguínea diminuída; · Dispneia intensa, paciente refere sensação de afogamento a ar ambiente, tosse (se houver secreção espumosa rosada significa que há lesão capilar) Diagnóstico: · História clínica e exame físico; · Exames complementares: · ECG (SCA, arritmias, SVE); · Radiografia de tórax (progressão do edema) → não ajuda a diferenciar etiologia, mas é interessante solicitar para analisar a progressão do edema. · ECO transtorácico (para definir principalmente etiologias cardíacas) → ajuda a definir se é cardiogênico, hipertensivo ou nenhum dos dois (por exemplo, ECO normal, PA normal e ele tá séptico, provavelmente é SARA). · pró-BNP (ajuda a identificar se a dispneia está mais associada ao contexto pulmonar ou cardíaco). OBS: BNP = Peptídeo natriurético tipo B.Um BNP <100 pg/ml torna o diagnóstico de IC improvável (valor preditivo negativo >90%), enquanto BNP > 500 pg/ml indica que IC seja provável (valor preditivo positivo >90%). Tratamento: · M → Avaliação das vias aéreas e monitorização; · O → Dar oxigênio ao paciente e/ou VNI (pode ser CPAP); · V → Acesso venoso; · Sentar o paciente (ajuda na respiração do pct); · Terapia diurética imediata: · Paciente refere a não utilização prévia de diuréticos: geralmente se faz 0,5 a 1mg por Kg (dá em volta de 40 mg); · Se o paciente já usa diuréticos: mesma dose ou até 2,5x a dose equivalente (exemplo: pct já utiliza 80 mg de furosemida você vai dar inicialmente 80 mg EV) · Monitoramento da diurese do pct; · Paciente irá apresentar um alívio imediato após terapia com diurético. · Terapia vasodilatadora precoce (de preferência com drogas IV): · Nitroprussiato ou Nitroglicerina · Nitroprussiato → vasodilatador arterial muito potente (indicada para pcts hipertensos com PA altíssimas); · Nitroglicerina (Tridil) → vasodilatação arterial boa e uma vasodilatação venosa razoável (muito boa em pcts que apresentem SCA); · Tratamento em pct sem hipotensão (PAS >90 mmHg) e Hipoperfusão tecidual: · Furosemida → 0,5-1 mg/Kg EV em bolo. Atua como venodilatador nos primeiros 15’’ e na diurese após os primeiros 30’’ com pico de ação de 2h. Pode ser repetida após 20 min. · Nitroglicerina (NTG - Tridil) → 10-20 mcg/min até 200 mcg/min em bomba de infusão contínua (BIC). Titular a cada 3-5 minutos até alívio de congestão. · Nitroprussiato → 0,3 mcg/Kg/min até 5 mcg/Kg/min em BIC. · Nitrato sublingual → se PA > 140 mmHg administrar um comprimido de dinitrato ou mononitrato. · Tratamento em pct hipotenso (PAS<90 mmHg) e/ou hipoperfusão tecidual: · 5-8% dos pacientes que se apresentam com IC descompensada; · Noradrenalina → 0,02-1 mcg/Kg/min em BIC · Inotrópicos → dobutamina 2-20 mcg/kg/min em BIC. · E A MORFINA? · Dados duvidosos na utilização de morfina no tto de EAP; · É uma medicação interessante por causa da sua ação vasodilatadora venosa, alívio de dispneia e alivia dor; · Porém também pode deprimir a ventilação do pct, possui interação medicamentosa (exemplo com o clopidogrel). · Utilização em casos EXCEPCIONAIS.
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