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PCR RECONHECER RESPONSIVIDADE + PULSO Reconhecer que o paciente está em PCR, é um dos passos mais importantes. Identificar é o primeiro passo, visto que a PCR pode representar o auge da gravidade dentro de alguma doença. A parada cardiorrespiratória é considerada a gravidade máxima dentro de uma entidade. O reconhecimento dela é importante para que possa aplicar a conduta correta. Existem dois passos para reconhecimento: 1. Paciente não responsivo: ideal que o paciente seja “sacodido” pelo ombro e chamar por ele, perguntando se pode te ouvir. Caso ele não esteja responsivo, passar para o passo seguinte. 2. Ausência de pulso central por 5 a 10s: carotídeo (mais fácil por estar exposto) e femoral. Os pulsos periféricos (como radial e pedioso) podem não ser sentidos, inclusive, por conta de uma hipotensão. Segundo a AHA, o tempo de 5 a 10 segundos dá ao médico uma confiabilidade maior para atestar a presença/ausência de pulso do paciente sem perder prognóstico ou ter desfecho duro (morte). Na ausência de pulso, pedir o carrinho de parada e iniciar compressões. Em teoria, é dito que o exame de palpação do pulso deve ser ipsilateral ao paciente, mas na prática isso não tem muito valor, especialmente no contexto hospitalar. CONDUTAS INICIAIS SOLICITAR CARRINHO DE PARADA O carrinho de parada é a grande estrela, é a ferramenta que pode salvar o paciente diante de um ritmo chocavel. A análise do ritmo deve ser realizada tão logo o carrinho chegar; deve ser prioridade, independente do procedimento que esteja sendo feito naquele momento. Enquanto o carrinho não chega, as compressões torácicas devem ser iniciadas. COMPRESSÕES TORÁCICAS Assim que identificada a PCR, o examinador deve se posicionar a um nível em que o paciente esteja na altura do seu joelho, podendo fazer uso de uma escada para isso. Para que a compressão seja efetiva, deve seguir três condutas: Posicione o corpo perpendicular a vítima (90º), mantendo os braços em extensão. Os cotovelos não devem ser flexionados, o que altera é o peso do corpo; Profundidade de 5cm permitindo o retorno completo do tórax após cada compressão. Comprima a uma velocidade de 100 a 120 compressões/min. “Stayin’ alive”. Posição das Mãos: A mão dominante deve estar na frente e a não dominante entrelaça nela, suspendendo-a e expondo a região hipotenar. A região hipotenar da mão deve estar no esterno, na altura da linha mamilar do paciente. Atentar para não comprimir a região epigástrica. Importante lembrar que a massagem cardíaca é muito importante, visto que a mão do médico vai assumir função de coração. Quanto mais tempo sem massagear, menos fluxo cerebral o paciente terá. Durante esse tempo, o material de acesso e intubação já devem ser preparados. ~emergencias clinicas~ Intubado x Nao Intubado Não Intubado: até que ele esteja, deve fazer 30 compressões e parar para que seja feito 2 ventilações com o ambu (30:2). A intubação deve ser feita tão rápida quanto for possível -> Obrigatório! Não é necessária a indução (sedação, analgesia e bloqueio) Intubado: deve ser feita a compressão por cerca de 2min. De forma independente, o paciente deve ser ventilado a cada 6 segundos. Ou seja, quem está comprimindo deve fazer 100-120/min durante 2 minutos; e quem estiver ventilando faz a ventilação a cada 6s durante 2 minutos. Após 2 minutos de compressão (100 a 120/min), deve-se analisar o ritmo do paciente. ABRIR VIAS AÉREAS E INICIAR VENTILAÇÃO COM DISPOSITIVO BOLSA-MÁSCARA Realize 2 ventilações a cada 30 compressões. Certifique-se que o tórax do paciente está expandindo adequadamente; Ao final do 5º ciclo 30:2, verifique o pulso e pratique revezamento das compressões x ventilações. ACESSO ADMINISTRAÇÃO DE DROGAS Acesso intravenoso Acesso intraósseo Enquanto faz as compressões e intubação, solicita que um acesso seja feito no paciente. Preferencialmente acesso venoso, mas na impossibilidade pode ser feito um intraósseo. No intraósseo é possível administrar volume, hemoconcentrados e drogas também. CHEGADA DO CARRINHO DE PARADA O mais importante é a análise de ritmo + desfibrilação precoce, visto que com o choque (se ritmo chocavel) o paciente tem 35% a mais de chance de voltar em comparação com os ritmos não chocáveis. Quando o carrinho de para chega, a prioridade é checar o ritmo do paciente. Ainda que as compressões não tenham completado o ciclo inteiro. Se ritmo chocavel = chocar o paciente imediatamente! Após o choque, volta a comprimir e ventilar por cerca de 2 minutos até identificar se conseguiu reverter. Se desfibrilador monofásico: 360 J Se desfibrilador bifásico: 200 J Todo paciente em PCR deve ter seu ritmo analisado a cada 2 minutos. 1. Posicione as pás do desfibrilador: região infraclavicular direita e ictus a esquerda 2. Tipo do desfibrilador 3. Situações especiais: 3.1 Marca-Passo: afasta as pás ou inverte suas posições 3.2 Peludos: tricotomizar 3.3 Molhado: enxugar tórax (atentar para pacientes vítimas de afogamento) RITMOS DE PARADA O importante não é saber qual o padrão do choque e sim se é chocavel ou não. RITMOS CHOCÁVEIS Fibrilacao Ventricular (FV) Ausência de ondas que representam atividade cardíaca correta QRS sinusoidais Ausência de pulso no exame físico O ECG vai ser completamente anárquico. Como se o ventrículo estivesse tremendo -> tremor da linha de base. Traçado tremido é compatível com FV. Taquicardia Ventricular (TV) QRS costuma ser mais organizado. Lembrando que existem 2 tipos de TV: com pulso (paciente responde) e sem pulso (paciente não responde). Ou seja, TV sem pulso é o mesmo ritmo que TV com pulso monomórfica, porém o paciente não tem pulso. Nesse caso, o ritmo de interesse é TV sem pulso. Tanto para TV sem pulso, quanto para FV a conduta é o choque (200J bifásico / 360J monofásico). RITMOS NÃO CHOCÁVEIS Assistolia Linha de base eletrocardiográfica isoelétrica (reta) em todos os planos eletrocardiográficos. Na presença desse ritmo é necessário fazer o protocolo CA-GA-DA: CA: checar se o cabo está conectado. Pode marcar que está em assistolia não porque o paciente não tem atividade elétrica e sim porque o cabo não está encaixado; GA: ganho do aparelho. Se o paciente tiver uma atividade residual e o ganho do aparelho estiver baixo, não vai captar atividade elétrica, sendo necessário aumentar o ganho para captar. Ganho precisa ser proporcional; DA: derivação -> trocar as pás de posição. AESP AESP (atividade elétrica sem pulso): presença de atividade eletrocardiográfica organizada (ondas P, QRS e T) na ausência de pulso. A grande maioria dos AESPs acontecem com QRS alargado (sofrido) e o paciente com bradicardia (20 a 40 bpm). Dificilmente será visto QRS estreito e FC > 40 bpm em AESP. Obs: paciente com marcapasso não deixa de ter QRS e seu ritmo oferece uma FC garantida. Em Síntese ⮿ AESP e assistolia = não chocáveis FV e TC = chocáveis CAUSAS DE RITMOS NÃO CHOCÁVEIS Diante dos ritmos de AESP e assistolia é preciso pensar nas causas reversíveis, visto que não é possível chocar. Intoxicações: sonda nasogástrica quando voltar a circulação espontânea e fazer lavagem gástrica, carvão ativado ou determinado antídoto para o tóxico utilizado - Opiáceos = naloxone - BZDs = flumazenil Tamponamento Cardíaco (tríade de Beck = hipofonese de bulhas, turgência jugular e hipotensão): causa de PCR, normalmente, traumática. Geralmente é preciso esperar o paciente voltar a circulação espontânea para fazer um ECO e pericardiocentese guiada na janela xifoide TEP: fibrinolíticos IAM: fibrinolíticos Hipovolemia: expansão volêmica (soro) Hipoxia: intubação orotraqueal Hipercalemia:bicarbonato (joga K+ de fora para dentro da célula), solução polarizante (insulina + glicose = quando a insulina capta a glicose e joga para dentro da célula o K+ vai junto, diminuindo o K+ sérico). Importante lembrar que a hipocalemia também pode causar PCR, mas é mais raro. A hipercalemia é muito mais frequente, especialmente em renais crônicos Hipotermia: ringer lactato aquecido e manta térmica. Atentar para os casos de afogamento em que o centro termorregulatório pode estar afetado, sendo necessário aquecimento Acidose sanguínea: geralmente presente em renais crônicos que estão há muito tempo sem dialisar, podendo parar por acidose metabólica grave. Faz bicarbonato para tentar alcalinizar o sangue e, assim que o paciente voltar, faz diálise Pneumotórax: drenar tórax Obs: não deve passar acesso central pela subclávia esquerda devido ao risco de pneumotórax. Isso acontece porque a hemicúpula diafragmática direita é mais elevada que a esquerda devido a presença do fígado, aumentando a chance de atingir o pulmão. DROGAS USADAS NA PCR As drogas possíveis para serem utilizadas em uma PCR são a adrenalina e a amiodarona. Adrenalina: dose –> 1mg a cada 3 – 5 minutos. Amiodarona: dose –> 300 mg (1ª dose) e 150mg (2ª dose). A adrenalina é usada a cada 3 a 5 minutos. Cada ciclo dura 2 minutos, ou seja, se fizer adrenalina a cada 4 minutos, isso vai corresponder a um ciclo sim (com adrenalina) e um ciclo não (sem adrenalina). Utilizada em todo e qualquer ritmo de PCR. Na teoria, a adrenalina é utilizada após o primeiro choque na segunda checagem de ritmo, no ritmo chocavel, pelo ACLS. Entretanto, na prática se preconiza que a adrenalina seja administrada desde o início tanto para chocáveis, quanto para não chocáveis. A amiodarona só utilizada em PCR de ritmos chocáveis. Entra no esquema no ciclo após o que foi administrada a adrenalina. Só deve ser aplicada 2x durante a PCR (após a primeira e a segunda dose de adrenalina). Adrenalina (1mg) ---> Amiodarona (300mg) ---> Adrenalina (1mg) ---> Amiodarona (150mg) ---> Adrenalina (1mg) ---> nada ---> Adrenalina (1mg). As drogas não devem ser diluídas. Administrar em bolus com flush (soro em seringa de 20ml) e elevar o membro do paciente.
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