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Anatomia patológica – Pulmão ➢ Traqueia > brônquios principais direito e esquerdo > bronquíolos (diferente dos brônquios pela ausência de cartilagem e glândulas) > bronquíolos terminais > bronquíolos respiratórios > ductos alveolares > sacos alveolares > alvéolos ➢ Composição da parede alveolar > • Células do endotélio • Membrana basal do endotélio • Interstício pulmonar • Células dos alvéolos > pneumócitos tipo I (achatados), II (arredondados) • Lâmina basal dos pneumócitos ➢ De modo grosso, as doenças que acometem o pulmão podem ser divididas em: • As que afetam as vias aéreas • As que afetam o interstício • As que afetam o sistema vascular pulmonar ATELECTASIA A Atelectasia, também chamada colapso pulmonar, refere-se a perda de volume pulmonar decorrente de uma expansão inadequada dos espaços aéreos; assim, o sangue que foi mal oxigenado devido à essa má expansão passa para as veias pulmonares, gerando um desequilíbrio entre perfusão e oxigenação e hipoxia. As atelectasias podem ser classificadas em três: • Atelectasia por reabsorção > esse tipo de atelectasia ocorre devido à alguma obstrução que impede que o ar chegue nas vias aéreas distais. Como não chega um novo ar, e há uma obstrução, o ar que ficou aprisionado vai sendo reabsorvido rapidamente até chegar ao colapso do alvéolo. Esse tipo de atelectasia ocorre comumente em pós operatórios devido a tampões mucosos ou mucopurulentos; também ocorre na aspiração de corpos estranhos, na asma brônquica, bronquite crônica, ou devido a um tumor intrabrônquico; alterações da parede alveolar como edemas também podem causar esse tipo de atelectasia • Atelectasia por compressão > esse tipo ocorre devido a uma pressão direta no parênquima pulmonar; ela ocorre muitas vezes pelo acumulo de sangue, fluidos ou ar na cavidade pleural; um exemplo é quando há pneumotórax; em casos de aumento cardíaco ou de outras vísceras • Atelectasia por contração > essa também é chamada de atelectasia por cicatrização e caracteriza-se por uma dificuldade na expansão pulmonar devido a fibrose localizada ou difusa no pulmão ou na pleura, dificultando a expansão pulmonar - A taxa e a extensão do colapso são modificados pela ventilação colateral feita através dos poros intralveolares e pelas comunicações bronquíolos alveolares > entretanto, essas duas estruturas são pouco desenvolvidas nos primeiros meses de vida de modo que a atelectasia é mais frequente em lactentes - A causas da atelectasia em recém-nascidos são baseadas no desequilíbrio entre a força de retração do pulmão e expansão da caixa torácica; - O desenvolvimento da atelectasia está associada com vários efeitos como diminuição da complacência, prejuízos na oxigenação, aumento da resistência vascular pulmonar e desenvolvimento de lesão pulmonar; a persistência pode estar relacionada com maior tempo de ventilação mecânica, hipoxemia e infecção broncopulmonar com consequente maior incidência de displasia broncopulmonar A atelectasia = colapso do alvéolo = aspecto compactado Um exemplo de patologia em que há atelectasia é na Sindrome do Desconforto Respiratório do RN: https://slideplayer.com.br/slide/14167373/ EDEMA O edema caracteriza-se pelo acúmulo de fluidos no espaço intersticial; quando esse acúmulo ocorre nas cavidades corporais ele vai ser denominado de efusões ou também derrames cavitários, esses podem ocorrer, a titulo de exemplo, no pericárdio (derrame pericárdico ou hidropericárdio), na cavidade pleural (derrame pleural ou hidrotórax) ou ainda na cavidade peritoneal (ascite). Quando esse edema é mais grave, e ocorre por quase todo o corpo, ele vai ser denominado de Anasarca. • Fluido pobre em proteínas > transudato • Fluido rico em proteínas > exsudato ➢ Os edemas podem ser causados por perturbações hemodinâmicas (edema pulmonar hemodinâmico ou cardiogênico) ou ainda por aumentos diretos da permeabilidade dos capilares devido à lesões microvasculares ➢ Os fatores que influenciam essa movimentação do fluido para o interstício, nas perturbações hemodinâmicas, de maneira a causar o edema é o aumento da pressão hidrostática ou a redução da pressão coloidosmótica; grande parte desse excesso de fluido é drenado pelo ducto torácico, mas se esse fluido for excessivo há a formação do edema ➢ Geralmente, quando há diminuição da pressão osmótica plasmática é devido à perda de albumina, isso é comum nas síndromes nefróticas, aonde o glomérulo torna-se muito permeável a albumina e essa é eliminada na urina; essa diminuição da pressão gerada pela perda de albumina gera edema ➢ Quando a origem do edema está relacionada com o aumento da permeabilidade capilar, esse fluido é um exsudato rico em proteínas ➢ Outra forma de um edema ser gerado é por meio da obstrução linfática > isso ocorre nos linfedemas que geralmente são gerados por uma obstrução localizada causada por uma condição inflamatória ou neoplásica https://slideplayer.com.br/slide/14167373/ Edema pulmonar: O edema pulmonar é observado com frequência no quadro de insuficiência ventricular esquerda, na insuficiência renal, na síndrome de desconforto respiratório agudo e em desordens inflamatórias e infecções do pulmão. Esse tipo de edema pode causar morte por interferir na função ventilatória normal; impedir a difusão do oxigênio além do fluido do edema alveolar criar um ambiente favorável para infecções O edema pulmonar pode ter duas causas diferentes > 1- Desbalanço das forças que regem as trocas de fluidos intravascular e intersticial (edema pulmonar hemodinâmico) 2- Por ruptura da membrana alveolocapilar > consequente inundação do alvéolo (edema pulmonar causado por lesão microvascular) Independente dessas causas, a sequencia de acumulo de líquido ocorre da seguinte forma: 1- Aumento do fluxo de líquido dos capilares para o interstício > aqui ainda não há um aumento do volume intersticial pulmonar devido a compensação pela drenagem linfática 2- Aqui a capacidade de regulação da drenagem acaba e começa a haver um desequilíbrio e consequente acumulo de líquido, isso se inicia nos bronquíolos terminais preferencialmente aonde a tensão intersticial é menor 3- Vai havendo um maior aumento > os septos interalveolares distendem > inundação dos alvéolos • Assim, o edema se instala quando o fluxo de liquido para o interstício supera seu retorno e sua drenagem linfática • Na síndrome da Angustia Respiratória do Adulto (SARA) há a forma mais grave de edema pulmonar, que ocorre devido a lesão da membrana alveolocapilar > com essa lesão há o vazamento de fluidos e proteínas inicialmente para o espaço intersticial mas podendo evoluir para os alvéolos OS SEPTOS INTERALVEOLARES ESTÃO COM CAPILARES REPLETOS DE HEMÁCIAS (CONGESTOS) E OS ESPAÇOS ALVEOLARES COM MATERIAL RÓSEO E HOMOGÊNEO (LÍQUIDO DE EDEMA). OBSERVE OS MACRÓFAGOS (SETA), ESPARSAMENTE DISTRIBUIDOS, E ESCUROS, DEVIDO AO ACÚMULO DE HEMOSSIDERINA. OBSERVE OS SEPTOS INTERALVEOLARES COM CAPILARES CONGESTOS E OS ESPAÇOS ALVEOLARES REPLETOS DE MATERIAL AMORFO, RÓSEO E HOMOGÊNEO (LÍQUIDO DE EDEMA), ASSOCIADO COM MACRÓFAGOS, COM GRÂNULOS ACASTANHADOS ESCUROS (HEMOSSIDERINA), E HEMÁCIAS SARA – SINDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA É definida como uma insuficiência respiratória que ocorre dentro de uma semana após uma lesão clínica; existem várias causas para o desenvolvimento da SARA, de modo que ela está associada a doenças pulmonares primárias e distúrbios inflamatórios sistêmicos graves como a septicemia, os gatilhos mais frequentes para seu desenvolvimento são as pneumonias, septicemia, aspiração, trauma, entre outros. Não se deve confundir a SARA com a síndrome da angústia respiratória do recém-nascido, essa última é gerada por uma deficiência desurfactante em decorrência da prematuridade. Patogenia: ➢ Basicamente: disfunção sistêmica ou pulmonar > resposta inflamatória excessiva > aumento da permeabilidade capilar pulmonar e sistêmica > instalação de uma insuficiência respiratória água com diminuição da complacência pulmonar ➢ NA SARA a integridade da membrana alvéolo-capilar fica comprometida devido à lesões endoteliais e epiteliais ➢ A SARA origina-se a partir de uma reação inflamatória iniciada por uma variedade de mediadores pró-inflamatórios ➢ O que supostamente ocorre é que após uma agressão aguda os macrófagos pulmonares passam a sintetizar mais interleucina 8 > essa interleucina é um agente quimiotático e ativador de neutrófilos > junto com outros fatores a IL8 ativa o endotélio e ativa os neutrófilos nos capilares pulmonares > esses neutrófilos ativados liberam diversos produtos (leucotrienos, proteases e fator de ativação plaquetária) que danificam o epitélio e o endotélio alveolares > isso gera aumento da permeabilidade vascular e consequente edema, perda de surfactante e perda de expansão da unidade alveolar Imagem mostrando o epitélio remanescente, ou seja, aquilo que ainda está sobrando da lesão Essas células epiteliais descamadas se juntam com um aglomerado proteico advindo do exsudado e formam a membrana hialina que vai se depositar na parede desse alvéolo; observar também a fibrose que está ocorrendo, ela é indicativa de uma das ultimas fases da SARA ➢ Existem praticamente 3 fases na SARA > uma fase de edema (exsudativa), a fase de membrana hialina e a ultima fase que é a de fibrose pulmonar • Fase de membrana hialina > é a transição entre a fase de edema e a de fibrose; com a evolução da insuficiência vão se formando depósitos hialinos no interior dos alvéolos > esse material hialino se forma a partir da aderência de proteínas exsudadas do plasma > juntam-se a essas proteínas detritos celulares dos pneumocitos; essa fase surge como uma complicação do edema Essa seta aponta para a membrana hialina dentro do alvéolo • Fase de fibrose pulmonar > é a frase proliferativa, com depósitos de fibrina e colágeno compromete todo sistema alvéolo-capilar de trocas gasosas levando a uma grave hipoxemia e hipertensão arterial pulmonar responsáveis pela fase terminal da SARA ➢ Histologicamente o quadro se caracteriza por edema alveolar, necrose epitelial, acumulo de neutrófilos, presença de membranas hialinas e depósito de fibrina; ademais ➢ Em uma fase de tentativa de regeneração podem ser observados numerosos pneumócitos tipo II reativos > há uma hiperplasia regenerativa dessas células, é possível que coexista em um mesmo alvéolo as membranas hialinas e essas células pois essa fase de regeneração é uma fase que visa a retirada também dessa membrana ➢ Macroscopicamente o pulmão se apresenta pesado, firme, vermelhos e encharcados ANTRACOSE É uma condição que ocorre devido à inalação de micropartículas de carbono presentes no ar poluído, essas micropartículas são fagocitadas por macrófagos e em um corte histológico podem ser vistas como um pigmento negro no citoplasma.
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