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Clínica de Aves - TM

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1 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
08/02/2019 – AULA 1 
REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DE AVES INDUSTRIAIS 
 
O animal melhorado geneticamente e criado em escala industrial pode gerar dúvidas 
para identificar se o animal é um frango de corte, uma poedeira comercial ou uma ave 
destinada para a reprodução, para isso devemos analisar o animal. 
 
AVES PARA REPRODUÇÃO 
Uma ave destinada à reprodução é grande e chega a pesar cerca de 7 - 7,5 kg de peso 
vivo. Em reprodução utilizamos um macho para cada 10 galinhas. Os ovos têm um 
período de 21 dias de incubação para virar o pintinho de 1 dia. 
 
FRANGO DE CORTE 
Possuem peito e coxas avantajadas, onde o peito chega a ficar com um corte no meio 
de tão avantajado. 
 
POEDEIRA COMERCIAL 
São animais menores do que as aves de reprodução e são mais magros do que os frangos 
de corte. Além disso as poedeiras comerciais possuem cristas e barbelas bem 
desenvolvidas e escuras, indicando que essas aves já são adultas – possuem mais de 18 
ou 20 semanas de idade; enquanto que os frangos de corte são abatidos com cerca de 
40 a 45 dias – dependendo da empresa. 
A diferença da poedeira comercial com a ave de reprodução é que as poedeiras 
comerciais produzem ovos não galados. A cor da casca do ovo das poedeiras comerciais 
é da coloração das penas que essa ave possui. 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
As aves não possuem diafragma, logo não se separa cavidade torácica de abdominal, 
sendo a cavidade das aves denominada de cavidade celomática – que é a cavidade onde 
se aloja todos os órgãos das aves. 
 
 
1. SACOS AÉREOS 
As aves, diferentes dos mamíferos, possuem sacos aéreos em seu sistema respiratório, 
contabilizando 9 ao total. Esses sacos aéreos possuem a função de reduzir o peso para 
facilitar o voo. Sendo eles os sacos aéreos: 
✓ Interclavicular – comunica os pulmões com os ossos da asa, possuem apenas 1; 
 
2 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
✓ Cervicais – comunicam os pulmões com as vértebras cervicais e torácicas, possuem 
2; 
✓ Torácicos anteriores – comunicam somente com os pulmões, possuem 2; 
✓ Torácicos posteriores – comunicam somente com os pulmões, possuem 2; 
✓ Abdominais – comunicam os pulmões com os ossos das pernas, possuem 2. 
Os sacos aéreos normais são transparentes e bem finos, qualquer problema respiratório 
que as aves desenvolvam irá causar alterações nos sacos aéreos. Como se tem várias 
doenças de etiologia respiratória, precisa levar o exame para o laboratório para saber 
exatamente o que o animal tem. 
Precisa tomar muito cuidado com o volume de ar que pode ficar represado no interior 
dos sacos aéreos, principalmente em casos de anestesia inalatória, pois esse anestésico 
pode se acumular em grande quantidade nos sacos aéreos, se o anestesista não prever 
este possível problema o animal pode aprofundar a anestesia sem que o anestesista 
perceba. 
 
2. SIRINGE 
Na porção inferior da traqueia das aves, antes da ramificação dos brônquios, podemos 
encontrar a siringe. Que é um órgão fonador – responsável pela produção e emissão dos 
sons característicos das aves. 
 
3. PULMÕES 
Estruturas conectadas aos sacos aéreos, sendo rígidos e bem coaptados – aderidos; às 
costelas da ave. 
Um dos motivos para as aves terem a necessidade de sacos aéreos, é que seus pulmões 
não possuem complacência e elasticidade, sendo os sacos aéreos que possuem essa 
função de forçar os gases para dentro e para fora dos pulmões, pois possuem habilidade 
de expandir e de fazer a redução de volume durante os movimentos de expiração e de 
inspiração. 
 TROCAS GASOSAS 
Os sacos aéreos não fazem trocas gasosas, as trocas gasosas ocorrem no interior do 
pulmão, nos capilares aéreos, pois as aves não possuem alvéolos pulmonares. 
A traqueia das aves se divide em brônquios que se ramificam, no interior dos pulmões, 
em finíssimos tubos chamados de parabrônquios ou parabronquíolos de onde partem 
os capilares aéreos, que são irrigados por capilares sanguíneos permitindo as trocas 
gasosas dos capilares aéreos para o sangue e vice e versa – gases se difundem. 
Nas aves, para se ter uma agilidade maior nessas trocas gasosas, se tem o ar – gases, 
circulando em uma direção oposta da corrente circulatória, esse processo se chama de 
trocas gasosas no sistema contracorrente, sendo muito relevante, principalmente, para 
as aves migratórias, pois elas precisam de muita eficiência nessas trocas gasosas durante 
seus voos de longas distâncias. 
 MOVIMENTOS DE INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO 
As aves precisam de 2 movimentos de inspiração e de 2 movimentos de expiração. Na 
primeira inspiração o ar inalado da atmosfera vai ser direcionado principalmente para o 
saco aéreo posterior e na expiração os gases serão movimentados para os pulmões 
realizarem as trocas gasosas, e na segunda inspiração o ar que já passou pelo pulmão é 
então direcionado para os sacos aéreos anteriores, para somente na segunda expiração 
 
3 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
o ar sair do saco aéreo anterior e ser expelido para o ambiente externo, evidenciando 
que o ar permanece muito mais tempo no sistema respiratório das aves do que nas 
outras espécies de animais, sendo esse o motivo pelo qual se tem que ficar bem atento 
com os anestésicos nesses animais. 
 
4. OSSOS PNEUMÁTICOS 
São ossos ocos cheios de ar que garantem maior leveza da carcaça das aves e assim 
facilitam o voo. 
 
SISTEMA REPRODUTOR 
Os galináceos nascem com dois ovários e dois ovidutos, onde um de cada possuem 
atrofia fisiológica e só um lado se desenvolve, sendo o lada esquerdo o único que se 
desenvolve, por isso modelos anatômicos de aves sempre serão do lado esquerdo, para 
ter esse corte para mostrar os cortes do lado esquerdo da ave. 
 
 
 
ANATOMIA 
Quando se retira o osso do peito e entra na cavidade celomática, o primeiro órgão que 
se chega é o fígado. 
 
PATOLOGIAS 
1. SISTEMA RESPIRATÓRIO 
Pelos órgãos estarem todos muito próximos, problemas respiratórios normalmente 
levam a alterações no miocárdio, podendo ter depósito de fibrina em casos de animais 
com Aerosaculite e caseo. 
 PULMÃO 
Congestão pulmonar e presença de hemorragia se tem vários agentes que podem causar 
estes tipos de problema, precisando de um laboratório para investigar melhor a causa 
 
4 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
 
 
 
 SACOS AÉREOS 
Aerosaculite leva a um espessamento e a uma opacidade dos sacos aéreos. Conteúdo 
caseoso em saco aéreo mostra que tem um complicador bacteriano para que se tenha 
essa manifestação clínica nas aves. 
Essas alterações levam à grandes prejuízos para os frangos de corte, pois se o animal 
possuir qualquer problema respiratório que leve a aerosaculite terá sua carcaça 
desviada da linha de abate com posterior condenação de sua carcaça no abatedouro. 
 ESTRESSE TÉRMICO 
Estresse térmico pode levar impacto direto no sistema respiratório. 
Se houver alguma falha de equipamento que faça com que as aves tenham muito calor 
elas passam a apresentar comportamentos de estresse por calor, como: bico aberto, 
asas abertas e ofegação – taquipneia. As aves abrem o bico para ofegar – reduzem a 
temperatura corporal pela ofegação; porém a ofegação por muito tempo leva à alcalose 
respiratória, que diminui a disponibilidade de cálcio no organismo para a produção de 
ovos – da casca do ovo; fazendo com que a casca do ovo fique fina, quebradiça, mole, e 
às a ave bota ovo até sem casca. 
 
CONTENÇÃO 
O acesso venoso mais fácil de uma ave grande seria a veia lunar – veia da asa. 
1. FRANGO DE CORTE 
À campo o melhor método de contenção é pegando as asas do animal e direcionar para 
o dorso; segura as asas com uma mão só e as canelas com a outra mão, fazendo com 
que deste modo a veia fique exposta para uma segunda pessoa coletar o sangue. 
Nunca capturar a ave pressionando seu peito – polegar no dorso e os outros quatro 
dedos no peito do animal; pois para inflar e desinflar o saco aéreo a ave precisa fazer o 
movimento do tempo, logo,se a pessoa contém o animal apertando o peito em direção 
ao dorso esse animal perde a capacidade de movimentação do osso do peito 
prejudicando sua ventilação pulmonar. 
 
2. POEDEIRA COMERCIAL 
Para poedeiras comerciais se entra sozinho, não precisando de duas pessoas como para 
frangos de corte, pois se tem o apoio das gaiolas. 
Cada profissional desenvolve sua técnica, sendo uma das técnicas pegar as duas asas 
abertas do animal para trás com uma mão e com o cotovelo do mesmo braço segura o 
corpo do animal junto do seu, com a outra mão se coleta o sangue. 
 
 
5 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
15/02/2019 – AULA 2 
MEDIDAS GERAIS DE BIOSSEGURIDADE EM GRANJAS COMERCIAIS 
 
Para aves e suínos industriais devemos trabalhar com o melhoramento genético, com o 
ambiente, a nutrição e com a sanidade, que é o foco do estudo dessa matéria, devendo 
entender quais são as medidas gerais para manter a sanidade para assim conter os focos 
de infecção e evitar seu alastramento. 
A genética é altamente relevante, sendo o melhoramento genético e a seleção de 
animais muito importantes nessa área, a nutrição é um foco importante também por se 
ter diversas formulações de rações para diferentes fases da criação, onde a nutrição e a 
genética se interligam para alcançarem o máximo potencial genético. 
O manejo adequado é importante para o controle de doenças – controlar agentes 
infecciosos; para o conforto ambiental; para a programação reprodutiva – sendo 
altamente relevante já que se tem que ter multiplicação de material genético na granja; 
e também para as instalações para os animais – condições ideais de instalações, como 
temperatura, aspersor e umidade. 
A biossegurança tem como objetivo a proteção para o ser humano, a biosseguridade 
tem como objetivo a proteção para os animais. 
 
OBJETIVOS DAS MEDIDAS GERAIS DE BIOSSEGURIDADE 
A. Impedir a entrada de patógenos – dentro das granjas de criação, com desinfetantes, 
quarentena, banhos/roupas dos funcionários e automóveis, documentação. 
B. Identificar e manter os patógenos sob controle – sendo impossível impedir 
completamente a entrada desse patógenos na criação desses animais, sendo 
indispensável identificar e manter sob controle. Para identificar é necessário 
observar os sinais clínicos na granja, porém esses sinais clínicos são generalistas, 
para fechar um diagnóstico preciso é necessário colher as amostras e enviar para um 
laboratório, para assim identificar o patógeno e mantê-los sob controle com a 
limpeza à seco, lavar com água e sabão e depois passar o desinfetante, para manter 
os patógenos sob controle. A erradicação do agente só é realizada se o governo 
assim quiser, caso não queira é realizado apenas o controle. 
C. Impedir a saída de patógenos – da área interna da granja para o meio externo. 
Sendo a mesma medida utilizada para impedir a entrada de patógenos, a utilizada 
para impedir a saída de patógenos. 
 
PODER MUTIPLICADOR DA PIRÂMIDE DE PRODUÇÂO DE AVES DOMÉSTICAS 
Cada macho possui 10 fêmeas reprodutoras. As aves de elite são as aves de pedigree – 
aves de linhas puras; estas aves irão gerar 150 aves bisavós, as aves bisavós irão gerar 
6.000 aves avós, que irão dar origem à 300.000 aves matrizes, que darão origem à 
41.184.000 frangos de corte, gerando assim para o consumidor final aproximadamente 
73 mil toneladas de carne de frango. 
 
IMAGEM DO SLIDE 
 
 
 
6 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
MEDIDAS DE BIOSSEGURIDADE 
As medidas de biosseguridade são pouco acirradas nos frangos de corte, aumentando 
sua aplicação de baixo para cima na pirâmide de produção de aves domésticas, sendo 
muito aplicadas nas aves de pedigree pois um problema nessa granja acaba dando 
prejuízos muito maiores do que nas outras partes da pirâmide. 
✓ ISOLAMENTO 
Utilizam-se árvores, sendo chamada de barreira verde ou vegetal, onde a maioria é de 
eucalipto, elas estarão no local ou serão plantadas. 
Um galpão do outro tem um grande espaço entre si e os núcleos de produção também 
estão bem separados. 
✓ LOCALIZAÇÃO DA GRANJA 
São locais bem afastados para impedir ao máximo a entrada de pessoas e de patógenos. 
✓ ACESSO – ÁREA SUJA 
Compreende a região externa da granja e o acesso de saída dos galpões, o acesso é feito 
por portaria, cercas, barreira vegetal, entrada de pessoas e veículos. 
✓ ACESSO – ÁREA LIMPA 
É a área de acesso aos aviários, através da qual são feitos transportes de ração, aves e 
equipamentos. 
✓ DESINFECÇÃO 
Realizados com formóis, iodo, amônia quaternária, fenóis e cresóis, e cloro a 5ppm para 
a água dos animais. 
Se realiza a limpeza, lavagem com água e sabão e desinfecção dos ambientes logo após 
o desalojamento de animais, realizando o vazio sanitário logo em seguida. 
✓ RODOLÚVIO 
Para desinfetar as rodas dos carros que estão entrando ou saindo das granjas, para assim 
evitar a entrada ou a saída de patógenos. É muito utilizado em granjas com frango de 
corte por ser mais barato que os arcos de desinfecção. 
✓ ARCO DE DESINFECÇÃO 
São arcos de aspersão de desinfetantes nas rodas e nas laterais dos carros, sendo um 
método mais adequado para desinfetar os veículos. 
✓ PEDILÚVIO 
O pedilúvio líquido e sem esponja é o melhor método para desinfecção de sapatos, 
sendo realizado na entrada e na saída das granjas. 
✓ BANHOS E TROCAS DE ROUPAS 
Sempre tomar banho e trocar de roupa para evitar a entrada e a saída dos patógenos 
em granjas que não sejam de base – pois é um método muito caro. Além de se tomar 
banho para desinfecção para a entrada e saída das granjas, também se toma banho para 
entrar e sair dos galpões. 
Fazer a higienização da cavidade oral e da cavidade nasal com enxaguatório bucal. 
✓ QUARENTENÁRIO 
É mais utilizado na criação de suínos, colocando animais de granjas externas no 
quarentenário para depois colocar esses animais juntos com os animais da granja, para 
assim evitar a disseminação de agentes externos. 
As aves cumprem esse período de quarentena dentro do próprio galpão, na própria 
instalação, sendo criado no galpão normal, mas observando se esses animais estão 
apresentando sinais clínicos ou não. 
É recomendável que se tenha uma barreira vegetal – eucalipto. 
 
7 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
 
✓ CONTROLE DE ROEDORES 
Armazenar adequadamente a ração, em silos de ração metálicos para fazer a estocagem 
de toda essa ração – silos possuem travas antiroedores. Se tem muitos roedores vai dar 
muito alto o consumo de ração para o peso vivo de animais para o abate, pois eles 
acabam consumindo a ração dos animais. 
Armadilhas, ratoeiras e raticidas também ajudam a diminuir essa população de praga 
nas granjas devido à disseminação de doenças. As ratoeiras normalmente não são 
utilizadas e deve-se tomar cuidado com os raticidas pois o rato pode morrer próximo ao 
animal de produção e o mesmo pode morder o rato morto que está com o veneno no 
organismo. 
A armadilha é o método mais utilizado, para posicionar as armadilhas na granja é 
necessário colocar nos cantos da instalação – pois é onde eles circulam mais, no período 
do final da tarde/começo da noite. As armadilhas são imersas em um tanque com água 
para matar os roedores por afogamento. 
Não introduzir outra espécie em um criadouro para conter uma espécie de praga, pois 
não se introduz uma espécie que não se tenha a intenção de criar. 
✓ CONTROLE DE INSETOS 
Eliminar os focos de proliferação, em casos de cascudinhos – besouros que tenham 
patógenos em seu interior e de moscas – as moscas acabam depositando ovos em fezes 
úmidas (devido a chuvas), causando a presença de larvas. 
Importante principalmente para poedeiras comerciais. 
✓ DESTINO DE ANIMAIS MORTOS 
Podemos colocar em composteiras para realizar a compostagem, colocar os animais em 
fossas, valas ou realizar a incineração – que é o melhor método, porém é o mais caro, 
pois é muito caro manter um forno aceso 24 horas por dia. A compostagem é uma 
formar alternativa boa já que se vende o produto de compostagem como adubo 
orgânico– porem apenas animais que não morreram por causas infecciosas podem 
passar por essa compostagem. Animais que morreram de causas infecciosas são 
enviados para fossa e valas, e animais que morreram por alguma doença muito 
contagiosa devem ser destinadas a uma vala sanitária, que não deve ser realizada fora 
do território da granja, pois não se pode permitir a saída desses patógenos, porém deve 
ser realizada no local mais longe possível dos outros animais. 
✓ VACINAS E MÉTODOS DE VACINAÇÃO 
Basicamente para suínos se utilizam vacinas injetáveis. 
 
 
8 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
22/02/2019 – AULA 3 
VACINAS E MÉTODOS DE VACINAÇÃO 
 
O objetivo que se quer alcançar com a vacinação é de proteção contra as infecções que 
podem acometer animais industriais. Animais doentes ou imunossuprimidos não podem 
ser vacinados. 
A indústria voltou-se bastante para o desenvolvimento de vacinas cada vez mais seguras 
e eficientes, sendo da responsabilidade do Médico Veterinário essa função – 
imunologia, campo de produção e aplicação de vacinas. 
 
TIPOS DE VACINAS DISPONÍVEIS NO MERCADO 
Os tipos de vacinas disponíveis no mercado que são amplamente utilizadas até hoje são: 
vacina viva atenuada e vacina inativada. Temos também no mercado a vacina 
recombinante, porém esta não é muito utilizada devido ao seu custo elevado. 
 
1. VACINA VIVA ATENUADA 
A amostra vacinal é livre da alta patogenicidade e segura, porém a mesma continua 
viva, não sendo 100% segura, não tendo como confirmar que a patogenicidade não 
será revertida. 
Para fazer essa vacina se pega o próprio patógeno de campo ou desafio de campo – 
nome dado ao microrganismo do ambiente que tem alto grau de patogenicidade; como 
esse patógeno tem alto grau de patogenicidade se reproduz esse patógeno em um 
laboratório em meio de cultura, se faz passagens sucessivas desse patógeno de campo 
em um cultivo celular ou em ovos embrionados de galinha SPF – livres de patógenos 
específicos, servindo como meio de cultura; atenuando a patogenicidade dessa amostra 
depois de várias passagens nos meios de culturas diferentes, que não são meios 
favoráveis para sua replicação, diminuindo sua patogenicidade até chegar ao antígeno 
vivo atenuado, que teve uma drástica diminuição da sua patogenicidade. 
O sistema imunológico não identifica o patógeno como um todo, ele apenas irá 
reconhecer os epítopos antigênicos, por isso que para fazer a vacina não se pode 
destruir ou alterar esses epítopos antigênicos, precisando que estes estejam intactos, o 
patógeno vacinal é igual ao patógeno de campo, a única diferença é que o patógeno 
vacinal é menos patogênico. 
O vírus é extremamente mutagênico, sendo o epítopo antigênico a estrutura que muda 
de tempos em tempos, fazendo com que se tenha que fazer vacinas novas de tempos 
em tempos também, tendo alguns agentes que nem são possíveis realizar a vacina. 
 OVO EMBRIONADO 
Na hora em que se aspira esses patógenos cultivados em ovos embrionados de galinhas 
pode-se aspirar um pouco do meio de cultura do ovo, fazendo com que os indivíduos 
que irão tomar essas vacinas que possuam alergia ao ovo possam ter reações alérgicas. 
 PATOGENICIDADE 
Cada patógeno tem que passar por números diferentes de passagens diferentes, 
dependendo do comportamento do patógeno. 
Quando se tem uma cepa h52 indica que se teve que passar em cultivo esse patógeno 
por 52 vezes, e H120 indica que se teve que passar 120 vezes para se ter uma amostra 
vacinal, logo a cepa H120 é a de maior patogenicidade. 
 
 
9 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
 
 SEGURIDADE DA VACINA 
As vacinas não são 100% seguras, pois por inocular o agente vivo – mesmo que 
atenuado; não se pode ter certeza de que esse indivíduo não terá alguma resposta 
agressiva a esse agente, sendo casos muito esporádicos. 
Mesmo assim, é mais provável que um indivíduo se infecte com um agente de campo 
por não tomar a vacina do que ter alguma resposta agressiva pela vacinação com o 
patógeno atenuado. 
 
2. VACINA INATIVADA 
A amostra vacinal tem a presença de um ou mais vírus mortos, onde a amostra vacinal 
por si só não traz resultado algum, porque o sistema imunológico não irá montar uma 
resposta para um vírus morto, então acrescenta-se um adjuvante – potencializadores 
da resposta imunológica. 
Tentando melhorar as seguranças dessas vacinas foram criadas as vacinas inativadas, 
que se pegam o antígeno de campo com elevada patogenicidade, sendo levados para a 
inativação em laboratório. Durante a inativação em laboratório se destrói o material 
genético desse patógeno, esse patógeno é morto, ou seja, não tem mais característica 
de patógeno vivo, pois se destruiu todo o material genético dele, não podendo mais 
causar a doença no animal. 
No organismo o sistema imune consegue identificar esse patógeno porem sabe que está 
morto e não cria uma resposta, por isso, junto a essa vacina precisa se ter uma 
substância adjuvante que irá atuar de duas formar: 1. Potencializar a resposta 
imunológica, por irritação local no local da vacina com a intenção de atrair as células de 
defesa nesse local e 2. Liberação gradativa do antígeno inativado. Isso desperta uma 
reação do sistema imune boa quando se faz a aplicação das vacinas inativadas. 
 ADJUVANTES NOS GATOS 
A maioria dos indivíduos vacinais toleram os adjuvantes, porem alguns são muito 
sensíveis, como alguns gatos, pois estes possuem predisposição de formar sarcomas 
após a imunização, sendo a inativada devido ao adjuvante ser mais propenso a formar 
um sarcoma. 
A vacinação dos gatos é realizada em ponta de rabo e em ponta de orelha pois se tiver 
algum problema se consegue tirar essas partes, por isso esses animais não entram no 
calendário de vacinação anual contra a raiva, precisando analisar se tem acesso a rua, 
exames rotineiros, etc., antes de vacinar. 
 VACINAS DE GRIPE 
As vacinas de gripe são vacinas inativadas, quando se tem já um vírus incubado e se 
toma essas vacinas de gripe pode-se acabar fazendo com esse vírus seja ativado fazendo 
com que se tenha uma grande reação. 
 TABELA DE SOROCONVERSÃO 
A soroconversão ocorre quando o organismo produz anticorpos em resposta a um 
antígeno, esses anticorpos são detectáveis pelos testes sorológicos. A tabela de 
soroconversão é de acordo com a titulação de anticorpos pelo tempo após a aplicação 
da vacina. 
A aplicação da vacina viva atenuada terá uma soroconversão mais rápida e então se 
terão células de memória – anticorpos; que são linfócitos que ao entrarem em contato 
com esse agente de novo possuem resposta de memorias mais rápida, quando se aplica 
 
10 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
uma vacina inativada se tem uma soroconversão mais longa que dura por um longo 
período de tempo, tendo uma imunidade que dura por anos, logo a vacinação de frangos 
de corte não é realizada com as vacinas inativadas, já que esses frangos vivem por 
apenas cerca de 42 dias, utilizando essas vacinas em aves poedeiras ou de reprodução, 
já que essas possuem um tempo de vida de cerca de 10 a 80 semanas. 
 PROTOCOLO DE VACINAÇÃO 
Se começa o protocolo utilizando uma vacinação com uma vacina viva atenuada, pois 
esta provoca uma resposta imune mais rápida deixando os animais protegidos, e as 
inativadas servem como reforço para animais que vivem por mais tempo. 
 EXEMPLOS DE VACINAS 
A vacina V10 é uma vacina via atenuada, a antirrábica é uma vacina inativada, no Brasil 
se tem que aplicar a V10 e a antirrábica anualmente, porem a antirrábica é uma vacina 
inativada e vários estudos dizem que se tem imunização por cerca de 2 anos e meio, 
sendo o mais adequado vacinar a cada 2 anos para raiva. 
As vacinas monovalentes já são utilizadas para animais industriais, porém ainda não se 
tem para animais de companhia. 
 VACINA VIVA ATENUADA X VACINA INATIVADA 
O critério de escolha para saber qual vacina usar em determinado patógeno vai 
depender de quando o patógeno não é atenuado durante o processo para produzir a 
vacina viva atenuada, podendo-seentão realizar a inativação, porém tem patógenos que 
ao serem inativados são destruídos, inviabilizando seu uso posterior, por isso sendo mais 
viável realizar a vacina viva atenuada nesses casos. 
 
3. VACINA RECOMBINANTE 
O último tipo de vacinas que entrou no mercado são as vacinas mais modernas, 
chamadas de vacinas recombinantes. Nessas vacinas se tem antígenos de campo com 
altíssima patogenicidade, trabalhando com outro tipo de agente chamado de vetor que 
é um agente apatogenico para a espécie inoculada – ou seja, para a espécie que se 
propõem vacinar. O vetor é um microrganismo vivo, tendo material genético e seu 
epítopo, porem ele não irá causar nada de ruim no organismo do animal. 
A técnica da produção dessas vacinas recombinantes é que não se quer colocar esses 
patógenos altamente patogênicos diretamente no organismo do animal, pegando esse 
antígeno de campo e realizando todo o mapeamento do material genético dele, 
encontrando então um segmento do genoma que é responsável por fazer o epítopo do 
agente patogênico, e então joga-se esse segmento no vetor apatogênico, esse processo 
é chamado de transfecção de gene, inserindo esse material do genoma no vetor. 
Com o passar do tempo esse vetor começará a expressar essa característica do genoma 
inserido nele, produzindo esse epítopo do agente patogênico, o sistema imune olhando 
esse epítopo monta uma resposta bem forte contra esses epítopos expressos no vetor, 
porem esse vetor não consegue causar a doença clinica nos animais pois se está 
inserindo um vetor que é aparentemente como o patógeno, porém não é o patógeno. 
 EXEMPLOS DE VACINAS 
A recombitec possui um vetor que é um poxvirus aviário, logo se inocular dentro de um 
cão não dá sintoma clínico algum ou perigo algum desse agente ser patogênico, são 
vacinas altamente caras, entrando em algumas propriedades em casos mais 
esporádicos. Nas recombinantes pode-se abrir o genoma e colocar vários agentes nesse 
 
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Thaís Molina 
vetor, não sendo apenas monovalente. O ideal é que sempre se vacine em casos de real 
necessidade. 
 
MÉTODOS DE VACINAÇÃO – MASSAIS E INDIVIDUAIS 
1. MÉTODOS MASSAIS 
A vantagem é que se utiliza um tempo menor para a aplicação dessas vacinas, e também 
se utiliza menos mão de obra, sendo os métodos mais baratos, rápidos e fáceis de serem 
utilizados. A desvantagem é que há uma chance de erro grande porque não se tem a 
certeza de que todos os animais estarão vacinados. 
Para se checar a eficiência da vacinação, pegar 3 a 5% dos animais em diferentes partes 
do lote para se ter uma estimativa da imunização. 
 
2. MÉTODOS INDIVIDUAIS 
A vantagem com relação aos métodos massais é que se tem um maior controle de 
imunização, ou seja, maior controle sobre a aplicação da vacina, processo de vacinação. 
As desvantagens é que são métodos que demandam muito mais tempo, demorando 
muito mais, e são métodos mais caros por exigir mais mão de obra. 
Todo método individual é mais demorado do que o método massal, porém a aplicação 
individual não é lenta, sendo a aplicação realizada de forma rápida. 
 
MÉTODOS DE VACINAÇÃO 
1. VACINAÇÃO NO INCUBATÓRIO 
Se tem duas formas de aplicação, uma “in ovo” tendo embriões com idade de 18 a 19 
dias de incubação – os dias de incubação de um galináceo são cerca de 21 dias, logo não 
se tem problema em deixar um orifício nesse ovo já que o ovo está prestes a eclodir; e 
a outra forma de aplicação é em pintinhos de um dia – vacinação do pintinho de um dia 
é aplicada de forma subcutânea atrás do pescoço em pintinhos já eclodidos. 
 “IN OVO” – MÉTODO MASSAL 
Tem uma máquina que faz vacinação “in ovo” realizando um método massal de 
vacinação de várias centenas ou milhares de ovos, sendo o método mais moderno de 
vacinação precisando de poucos funcionários – apenas um, não machuca o pintinho pois 
apenas metade da agulha penetra no ovo, tendo que vencer a câmera de ar e 
despejando o conteúdo vacinal na gema, no albúmen – clara; ou no subcutâneo do 
pintinho. 
Os pintinhos de aves de reprodução ou poedeiras que são machos são descartados, 
sendo triturados para a produção de farinhas, por isso não se utiliza a vacinação “in ovo” 
em aves de reprodução ou poedeira, para não se desperdiçar doses vacinais. 
 PINTINHOS DE UM DIA – MÉTODO INDIVIDUAL 
Vacinação subcutânea atrás do pescoço, como é a que ocorre com a vacinação contra a 
Doença de Marek, se faz a aplicação da dose vacinal com uma dose de diluente 
avermelhada para fazer a suspensão contra a doença de Marek, e com uma dose com o 
corante azul para enxergar no subcutâneo para ver se a dose caiu no lugar certo. 
A aplicação é realizada com uma esteira em forma de carrossel que gira lentamente, 
onde o vacinador pega um pintinho dessa esteira para vacinar, e coloca o pintinho 
vacinado em um recipiente separado. 
O posicionamento da ave é em decúbito dorsal, a agulha, com sensor de presença, pega 
a parte de trás da cabeça do pintinho – no pescoço. 
 
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Thaís Molina 
A checagem de vacinação é realizada com a observação do subcutâneo da ave corado 
levemente em azul. 
A máquina apita a cada 500 aves para mudar a agulha, sendo utilizada uma agulha a 
cada 500 aves. 
 DOENÇA DE MAREK 
É uma doença imunossupressora e humoral, muito importante para as aves, sendo ela 
obrigatória na vacinação no incubatório das aves. 
 VACINAS OPCIONAIS 
As formas opcionais são a vacinação contra a doença de Gumboro e Bouba Aviária, 
sendo vacinas todas vivas atenuadas. 
 
2. VACINAÇÃO VIA ASPERSÃO OU NEBULIZAÇÃO – MÉTODO MASSAL 
Vacinação com spray, se aplica um jato pulverizante de vacina sobre a cabeça das aves, 
sendo a coccidiose uma das vacinas utilizadas, a vacina é uma vacina viva atenuada 
liberada por spray, é um método massal que precisa entrar em contato com a conjuntiva 
ocular, mucosa nasal ou mucosa oral, se utiliza o abafador por um minuto para que a 
vacina entre em contato com os pintinhos que não possuíram contato com a vacina logo 
no momento de aplicação. 
 
3. VACINAÇÃO OCULAR, NASAL OU ORAL – MÉTODO INDIVIDUAL 
Vacinação ocular, nasal ou oral é um método individual, sendo o mais comum no globo 
ocular pela praticidade. Se utiliza o diluente da vacina – vacinas vivas atenuadas por essa 
via, que tem o corante azul para checar a eficiência dessa vacina. 
Pinga-se uma gotinha no olho da ave, a mesma deglute sumindo essa gotinha do olho, 
fazendo com que a ponta da língua fique azul; na narina é a mesma coisa, se aplica na 
narina, o animal engole e a ponta da língua fica azul. 
O frasco do diluente está escrito “conteúdo 35mL para 1000 doses”, ou seja, possui um 
conteúdo para 1000 aves, em um frasco de vacina tem frascos que possuem 1000 doses 
ou 2000 doses, tendo que avaliar a proporção de 1 para 1 para realizar a aplicação da 
dosagem correta. 
 
4. VACINAÇÃO NA MEMBRANA DA ASA – MÉTODO INDIVIDUAL 
É utilizado um estilete que perfura a membrana da asa da ave, passando para o outro 
lado – tendo que perfurar até o cabo de plástico; antes de realizar essa perfuração se 
molha a ponta do estilete de metal na vacina e depois perfura a membrana da ave, 
sendo um método de vacinação individual. 
As vacinas realizadas por esse método são a Bouba Aviaria e Encefalomielite. 
Para analisar a eficiência de vacinação se observa 7 dias após a aplicação se teve a 
formação de um nódulo na membrana da asa, sendo realizada sempre na mesma asa 
(direita ou esquerda) para ser mais fácil visualizar em todas as aves de um lado só. 
 
5. VACINAÇÃO INJETÁVEL – MÉTODO INDIVIDUAL 
Vacinação injetável, se tem uma seringa que puxa automaticamente a dose certa – para 
aplicar se perfura o musculo, aperta a seringa e tira a seringa do animal. 
A vacina deve cair entre o musculo peitoral superficial e o profundo. Problemas que 
podem ocorrer por uma vacina inativada: A pessoa não ter conhecimento da anatomia 
da ave e aplicar a vacina em locais próximos ao fígado, injetando no fígado e causando 
 
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Clínica de Aves e SuínosThaís Molina 
a morte da ave, por isso sempre injetar em cima e não na parte de baixo do peito. 
Sempre injetar na parte lateral e nunca na parte medial para não acertar o nervo ciático 
– ave fica paraplégica. 
 
6. VACINAÇÃO POR PULVERIZAÇÃO – MÉTODO MASSAL 
O método de pulverização é realizado para poedeiras comerciais onde se tem um bico 
de pulverização em carrinhos, em aves criadas no chão pode-se entrar com bombas 
costeiras, se faz a vacinação nas horas mais frescas do dia. 
Coloca-se também papel de post-it nos pontos estratégicos no chão para se ter um 
controle de até onde estão chegando essas doses de vacinação no recinto. 
Para analisar a eficiência de vacinação se olha as penas das asas dessas aves para ver se 
tem uma coloração azul, e o papel de controle, onde não pode-se ter uma gota muito 
grossa – devendo ficar em suspensão no ar e não caindo sobre os animais de forma 
exagerada; e nem gotinhas muito finas – que não garantem a imunização de forma 
correta. A melhor forma seria uma leve coloração azul no animal com um papel controle 
com uma quantidade média de gotas nem muito finas e nem muito grossas. 
 
7. VACINAÇÃO VIA ÁGUA DE BEBIDA – MÉTODO MASSAL 
Se espera que as aves bebam a vacina, sendo um método massal utilizando vacinas vivas 
atenuadas. 
A água deve ser sem cloro, com corante, leite em pó desnatado na quantidade de 2g por 
litro de água sem cloro, e vacina viva atenuada. 
24 horas antes do horário previsto para a vacinação se fecha o dosador de cloro, pois o 
cloro é um potente desinfetante de água, matando o agente da vacinação, colocando 
leite em pó desnatado em seguida para neutralizar o cloro, pois muitas vezes pode-se 
ter cloro residual nessa água, e somente depois colocar a vacina e em seguida o corante. 
O cloro pode ser reaberto apenas 24 horas após a vacinação. O ideal é que seja 
consumida em exatamente uma hora, se não consumir em uma hora pode estender o 
tempo de consumo para no máximo 2 horas, se não consumir joga-se aquela vacina no 
lixo pois não possui mais seu efeito vacinal. Para fazer com que as aves se interessem 
pela água azulada com leite se faz um jejum hídrico de no máximo duas horas, tendo 
que realizar esse jejum hídrico de acordo com o clima e a região do local. 
A eficiência de vacinação é analisada pelo corante na pontinha da língua. 
 
 
 
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Thaís Molina 
01/03/2019 – AULA 4 
P1.1 – GRUPO – 3 PONTOS 
 
08/03/2019 – AULA 5 
DOENÇAS BACTERIANAS DAS AVES 
 
TÉCNICA DE NECRÓPSIA 
Se deve ter um kit básico de tesoura e pinça para realizar a necropsia desses animais, 
onde muitas vezes é realizado à campo mesmo. Primeiro se realiza o exame externo do 
animal e depois o exame interno. 
 
1. EXAME EXTERNO 
Avaliação externa do animal, analisando primeiro a cabeça, visualizando crista e 
barbelas – desenvolvimento, cor e presença de lesões; olhos – buscando aspecto de 
conjuntivite, analisar odor de secreção; narina – examinando presença de exsudato; e 
cavidade oral. Além da cabeça se faz a avaliação das penas, observando presença de 
ectoparasitas, como piolho, e mais raramente carrapato – se houver presença os índices 
zootécnicos estarão menores; também se analisa as jarretes e os pés para descartar 
qualquer evidência de inchaço ou anomalias. 
 
2. EXAME INTERNO 
Recomenda-se uso de luvas, máscara e avental, especialmente quando a suspeita for 
uma zoonose, primeiramente se coloca a ave deitada na mesa sobre seu dorso, depois 
se molha o peito para controlar as penas durante o procedimento da necropsia. Se retira 
as penas e a pele e abre a cavidade celomática, na articulação da costela rebatendo todo 
o osso do peito já vendo o fígado, que separa o conjunto do trato digestório, tirando 
desde o pró-ventrículo até a cloaca e a bursa de fabrícius – órgão linfoide. 
✓ Pescoço, Traqueia, Esôfago e Timo → Buscar lesões analisando o lúmen da traqueia, 
esôfago e de todo o trato digestivo. 
✓ Pernas → Analisa-se o nervo ciático – avaliação bilateral, tendo as características 
fino, branco, liso e simétricos, analisando para ver se tem alguma característica da 
Doença de Marek; além disso analisa-se os músculos, as articulações e os ossos da 
região. 
Depois analisa-se os ossos do peito, os sacos aéreos – estruturas membranosas muito 
finas e transparentes; se realiza a remoção do trato gastrointestinal, a remoção do 
coração – analisa o tamanho dos átrios e dos ventrículos, e do fígado – a coloração 
normal do fígado é vinho escuro, tendo bordos bem finos, quando alterado tem bordos 
arredondados, podendo então observar os pulmões. Após essas etapas se realiza a 
análise do resto do sistema gastrointestinal, na moela se tem a presença de pedras para 
ajudar a triturar os alimentos, abre-se também o intestino para explorar o conteúdo, 
pois tem quadros de coccidiose que acometem partes do intestino. 
Quando se tem alguma doença respiratória pode-se encontrar conteúdo caseoso ou 
secreções no trato respiratório. Em caso de necessidade se retira o olho para a análise, 
e além disso, tirar a calota craniana para avaliar, já que a Doença de Newcastle e outras 
afetam o sistema nervoso. As doenças raramente mostram sinais patognomônicos, não 
 
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Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
sendo possível identificar a doença apenas através da necropsia e dos sinais clínicos, 
precisando dos exames laboratoriais. 
 
PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE AVÍCOLA – PNSA 
Esse programa foi delineado pelo MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento, esse programa fornece todos os passos que devemos seguir para 
doenças extremamente importantes e infecciosas para as aves, sendo elas as: 
Micoplasmoses Aviárias – bactéria, Salmoneloses Aviárias – bactéria, Doença de 
Newcastle – vírus; e Influenza Aviária – vírus. 
Essas são as 4 principais doenças para serem monitoradas pelo PNSA, onde todas 
possuem um grau de disseminação muito alto – podendo perder o controle sobre essas 
doenças devido a esse alto grau de disseminação, podendo até mesmo perder 100% do 
plantel. Além disso se tiver um surto declarado no país, o Brasil não pode exportar carne 
para nenhum outro país do mundo. 
A única que não tem potencial zoonótico é a Micoplasmose Aviária; a Influenza Aviária 
é considera como exótica no Brasil, pois não se tem essa doença no país, as outras 3 
doenças se tem, e hoje com as medidas gerais de biosseguridade se tenta erradicar 
essas doenças sacrificando os animais contaminados e descartando esses animais 
dentro da própria granja, a destruição de carcaça escolhida seria a vala sanitária, pois se 
pode descartar vários animais ao mesmo tempo dentro do limite da própria 
propriedade. 
Por conta das medidas gerais de biosseguridade se tem poucos surtos descontrolados, 
não tendo então tantos desastres sanitários com a necessidade do sacrifício em massa 
de animais contaminados. 
 
INFLUENZA AVÍARIA 
Como pode entrar no pais: Importação de material genético e exportação de animais 
são muito bem monitorados pelo ministério da agricultura; aves migratórias albergam 
esses vírus não tendo manifestações clínicas, porem disseminando esses agentes, logo 
o ministério da agricultura coleta amostra desses animais de vida livre, de modo rápido, 
pois se manter preso eles morrem de estresse; por enquanto para influenza se tem 
resultados negativos, quando der positivo se decreta a presença do vírus no Brasil. Além 
disso aves de contrabando não se tem como monitorar, tendo também o risco de vir 
com pessoas esse vírus, sendo problemas na China e na Europa, não tendo como vetar 
a entrada dessas pessoas no país através do trânsito de pessoas. 
 
DOENÇA DE NEWCASTLE 
Quando se tem uma doença de alta patogenicidade é importante sacrificar para se 
abafar esses agentes e impedir o alastramento da mesma, pois a ave morrerá pelo curso 
normal da doença de qualquer jeito. Nos homens essa doença desenvolve conjuntivite. 
 
 
 
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MICOPLASMOSES AVIÁRIAS 
Sendo 4 tipos de micoplasmas com relevância nos planteis de aves brasileiras, a sua 
característica principal é de estar inserida no complexo respiratório das aves, tendo um 
tipo apenas que não. Os agentes envolvidos e os nomes das doenças são: 
✓ Mycoplasma gallisepticum (MG) – Causa a Doença Crônica respiratória (DCR) das 
galinhas, se for em perus o nome é Sinusite infecciosas dos Perus, e quando vem 
acompanhada de bactérias (principalmente E. coli) se chama DCR Complicada em 
galinhas e perus (leva à formação de tampão caseoso e depósito de fibrina). É a 
doença mais relevante e agressiva. 
✓ Mycoplasma Maleagridis (MM) – Aerossaculite Infecciosa dos Perus, tem como 
hospedeiro exclusivo os perus, os galináceos são refratários, sendo o único 
mycoplasma exclusivo de peru, inflamando o saco aéreo sendo uma doença do trato 
respiratório, toda doença do trato respiratório pode levar a um quadro de 
aerossaculite, sendo um prejuízo para o produtor pois se deve descartar as carcaças 
já que os sacos estão distribuídos por todo o corpo da ave, pois se tem conteúdo 
caseoso dentro. 
✓ Mycoplasma synoviae (MS) – Sinovite Infecciosa das Galinhas e Perus, causa 
alterações na circulação dos membros inferiores das aves, onde a articulação fica 
inflamada e animal tem claudicação, podendo acometer tanto os galináceos quanto 
os perus, pode haver acompanhamento brando de problemas respiratórios. 
✓ Mycoplasma iowae (MI) – Acomete galinhas e perus, sendo pouco relevante nas 
aves, apresenta quadro respiratório, mas é muito mais brando se comparada com 
as demais. 
O 1, 2 e 3 são os que mais acometem onde o PNSA aborda esses 3 casos, sendo os mais 
importantes o 1 e o 2. O 4 tem pouco grau de patogenicidade, não sendo muito 
relevante para o PNSA. A via de eliminação dessas doenças são através de secreções 
nasais e venéreas, tem via de transmissão horizontal e vertical e a porta de entrada é a 
cavidade oral, nasal e cloacal. 
 
1. TIPOS DE DOENÇAS CAUSADOS POR ESTES AGENTES 
 DOENÇA CRÔNICA RESPIRATÓRIA - DCR 
✓ Mycoplasma gallisepticum 
Sinais e lesões macroscópicas: Analisa-se o exame físico das aves, onde quando se tem 
bico aberto e pescoço esticado se mostra dificuldade respiratória, secreção respiratória 
mostra problemas do sistema respiratório, se busca placas de ração aderidas ao bico, 
pois a ração farelada gruda nessas secreções do SR. Aves com conjuntivite, onde essa 
manifestação clínica é do sistema respiratório, não permitindo que a ave fique com os 
olhos totalmente abertos – olhos semicerrados. Se tem lacrimejamento que vem com a 
conjuntivite, tendo uma secreção ocular. Depois de ver isso em uma ave tem que ir no 
galpão para ver se as aves estão espirrando, onde quando mais espaçados menos grave 
é a incidência desses espirros, tendo que analisar se é pela maravalha devido as poeiras, 
ou à algum problema respiratório; também analisa se a ave está tossindo, ela estica o 
pescoço e projeta a língua para fora, porém não faz barulho. 
 
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Aves com penas eriçadas, onde à campo se fala que está encorujado, isso significa que 
a ave está com algum problema. A temperatura da ave é de aproximadamente 41ºC, 
quando está com 42,5ºC está com febre. Inapetência, edema de face logo abaixo do 
globo ocular, podendo as vezes ser um edema de cabeça. O edema de face é 
característico de problemas respiratórios, porem essas analises ainda não são o 
suficiente para classificar a doença. 
 
 DCR COMPLICADA 
✓ Mycoplasma gallisepticum + E. coli 
Animal apresenta na necropsia tampão caseoso que oclui completamente a traqueia e 
também nos brônquios, impedindo a passagem de ar. Quando se tem tampão caseoso 
obstruindo o lúmen da traqueia e do brônquio se tem uma alteração complicada 
geralmente associada com presença de E. coli. Nos pulmões se tem uma coloração 
vermelho vivo devido presença de hiperemia e pontos de hemorragia, evidenciando a 
presença da associação dessas duas bactérias (MG e EC). Nas alas intestinais se tem uma 
espuma amarelada e sacos aéreos apresentam-se opacos e espessados evidenciando 
aerossaculite, podendo-se ter exsudato caseoso – liquefeito ou sólido, e depósito de 
fibrina. Capa grossa de fibrina cobrindo o fígado – peri-hepatite, se retira essa capa 
completamente utilizando uma pinça e analisando o fígado. O coração se tem um saco 
pericárdico com depósito de fibrina, evidenciando pericardite. Pode-se ter tanta fibrina 
que mal se consegue identificar os órgãos, podendo até mesmo perder a forma dos 
órgãos de tanta fibrina depositada. 
Também fica com o bico aberto e pescoço esticado com dificuldade respiratória, tendo 
sinais clínicos mais evidentes. 
 
 AEROSSACULITE INFECCIOSA DOS PERUS 
✓ Mycoplasma melegagridis 
Presença de secreção nasal, podendo ter ração farelada grudada na narina das aves; se 
pode ter edema de face – edema semi orbitário; olhos semicerrados devido a uma 
conjuntivite com lacrimejamento – secreção ocular, podendo grudar ração nessa porção 
abaixo do olho. 
 
 SINOVITE INFECCIOSA DAS GALINHAS E DOS PERUS 
✓ Mycoplasma synoviae 
Pode causar alterações respiratórias brandas ou ausentes, acometendo as articulações 
inferiores. A pata do animal pode ficar deformada devido a ação dessa bactéria, as 
articulações ficam com acumulo de liquido na capsula articular com bastante exsudato 
inflamatório; essas aves ficam em decúbito, apresentando inapetência, tendo um 
desempenho zootécnico comprometido. Essas aves possuem muita dor em ficar em pé 
ou ao se locomover – apresentando claudicação, por isso passam a maior parte das 
vezes deitadas com o peito no chão, com isso se forma uma lesão inflamatória na 
musculatura do peito dessas aves devido ao peso de todo o corpo em cima do peito por 
muito tempo, tendo uma secreção amarelado-esverdeado no subcutâneo que leva ao 
descarte da carcaça – sendo um prejuízo já que o peito da ave é um corte nobre. 
 
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2. EXAMES LABORATORIAIS 
Os materiais que possuem bastante carga dessas bactérias são materiais de secreção 
nasal, swab de traqueia. Se o problema for articular pode-se coletar conteúdo da cápsula 
articular para fazer a identificação do agente. 
Se coleta essa amostra que se imagina que tenha o agente agressor e se inocula o agente 
agressor nos ovos embrionados SPF. 
 CULTIVO EM OVOS EMBRIONADOS DE GALINHA SPF 
Possuem um embrião de galinha viva, sendo um ovo estéril, livre de patógenos, é 
utilizado para fazer a vacina ou então o diagnóstico da doença. 
Para diagnóstico de doença se inocula um ovo com solução salina, somente para se ter 
um resultado controle, e no outro ovo se inocula a amostra que se acha que tenha o 
agente agressor. Quando se tem o Mycoplasma na amostra causa nanismo nos 
embriões, fazendo com que o ovo fique menor do que o ovo com solução salina, o 
animal morre aproximadamente após 5 dias em que se inoculou o agente; além disso se 
para se analisar se o embrião está vivo ou morto se coloca o ovo próximo a um feixe de 
luz, quando se observa vascularização o embrião está vivo, se houver ausência de 
vascularização o animal está morto, então se abre o avo para realizar um laudo. O animal 
apresenta nanismo, edema generalizado, necrose hepática e esplenomegalia – baço 
aumentado de tamanho, sendo essas 4 características indicativas de infecção por 
Mycoplasma, tendo então que diferenciar o agente por sorologia. 
 
3. TRATAMENTO PARA O MYCOPLASMA 
Nem sempre cabe o tratamento, sendo o mais importante as disposições do PNSA sobre 
a Micoplasmose, para peru ou para galináceos, essa doença está no foco de erradicação. 
Logo, essas aves devem ser acompanhadas por monitoração sorológica para MG, MS 
e/ou MM, seguindo procedimentos epidemiológicos de amostragem e periodicidade. Se 
ocorrer qualquer uma das Micoplasmoses nessas aves deve ser realizadoo sacrifício 
sanitário dos animais e destruição dos ovos, porém, no caso de matrizes de galináceos, 
caso dê positivo para MS pode-se tratar com vacinação, tento que realizar testes 
posteriores para comprovar que se teve um controle dessas bactérias para então colocar 
esses animais novamente na produção. Poedeiras e frangos de corte não estão citados 
no PNSA, então se realiza o tratamento apenas se for cabível, porém, no geral são 
sacrificados. Esses animais infectados e sacrificados devem ser enterrados em valas 
sanitárias dentro da propriedade, porém distante do plantel. 
 
4. INCUBATÓRIO 
No incubatório depois de 21 dias de incubação se quer que nasçam os pintinhos de 1 
dia, onde ás vezes se tem ovos bicados – pipped embryos, evidenciando que esses 
pintinhos não tiveram força para eclodir o ovo e começaram a bicar o mesmo, isso se dá 
devido ao caso da transmissão vertical – reprodutora com mycoplasma passa a infecção 
para o ovo, fazendo com que o pintinho não tenha força para nascer, ás vezes o pintinho 
morre com 19 dias. Os embriões que possuem nanismo não devem ser salvos, pois 
provavelmente esse animal está doente. A maioria das vezes que se pega um ovo bicado 
ele tem mycoplasma, por isso os ovos são descartados, se o ovo bicado ficar muito 
 
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Thaís Molina 
tempo perto dos outros pode passar a infecção, por isso se retira esses ovos com 
periodicidade, esses embriões passam por um processo térmico para serem utilizados 
para a produção de alimentos de outros animais. 
 
5. CONDUTA 
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15/03/2019 – AULA 6 
SALMONELOSE AVIÁRIA 
 
ESTUDO DIRIGIDO 
 
1. Cite os nomes das salmonelas mais importantes para a saúde das aves e outras 
para a saúde do ser humano. 
Salmonella pullorum – Pulorose; Salmonella gallinarum – Tifo Aviário; e Salmonella 
enteritidis – Paratifo Aviário. As duas primeiras responsáveis por severas perdas na 
avicultura causadas pelo Tifo Aviário e Pulorose, respectivamente. A terceira devido a 
seu alto impacto em saúde pública, sendo um dos agentes principais em contaminações 
alimentares em todo o mundo. 
2. Qual a relevância das salmonelas para as aves e para a saúde pública? 
Para as Aves: Se tem uma morte abrupta atingindo aves jovens de 2 a 3 semanas de vida, 
causando grandes perdas econômicas. 
Para a Saúde Pública: A Salmonella pode ser transmitida para os seres humanos através 
de cortes de carnes ou de ovos infectados, causando uma infecção intestinal que em 
alguns casos pode levar a morte. 
3. Quais salmonelas são imóveis? 
S. Gallinarum e a S. Pullorum. Estes dois sorotipos são imóveis, tem as aves e 
principalmente galinhas e perus como hospedeiros específicos e são considerados de 
alta patogenicidade. A S. enteritidis possui flagelo, sendo móvel. 
4. Quais alimentos de origem aviária poderiam transmitir as bactérias para os 
humanos? 
Alimentos de origem animal, onde o frango costuma ser a carne mais contaminada, 
através de maionese, leite e derivados e ovos crus. 
5. Como prevenir a doença nas aves? 
Através da exclusão competitiva utilizando animais de reprodução, controle efetivo e 
contínuo de roedores, monitorar presença de slamonella na ração e na matéria prima, 
limpeza intensiva e desinfecção das instalações, normas rígidas de higiene para os 
funcionários, proibição de visitantes, eliminar contato de animais silvestres e de animais 
domésticos, SAR e imunização com vacinas 9R – vivas atenuadas e bacterinas. 
6. Cite os tipos de vacinas disponíveis no mercado. 
9R → Vacina viva atenuada contra o Tifo Aviário – Salmonella gallinarum cepa 9R. 
Bacterinas → Vacinas inativadas contra S. enteritidis. 
7. Qual a proposta do estudo do prof. Ângelo Berchieri Jr.? 
Ele não estava preocupado em produzir uma vacina, e sim em entender o metabolismo 
bacteriano. S. Pullorum, S. Gallinarum e S. Enteritidis são muito parecidas. A diferença é 
que S. Enteritidis possui flagelos e as outras duas não. Apesar de similares, o 
comportamento delas em relação às aves se difere bastante. A intenção era a de 
entender o porquê disto. Então, o propósito foi o de estudar a fisiologia bacteriana. 
8. Contra quais salmonelas a vacina imunizaria as aves? 
Para S. Enteritidis e também para S. Gallinarum e S. Pullorum. 
 
 
 
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SOROTIPOS 
Pode ser considerada uma das principais doenças de impacto econômico na avicultura 
brasileira. Se tem 3 sorotipos importantes, sendo a Pulorose – Salmonella pullorum, o 
Tifo – Salmonella gallinarum e o Paratifo – possuem potencial zoonótico, são todas as 
outras salmonelas que sejam a gallinarum e a pullorum, sendo as mais comuns as S. 
typhimurium e S. enteritidis. Pulorose e tifo são as salmonelas de maiores importâncias 
para a saúde das aves. 
Fazendo a avaliação das salmonelas se observas as características gerais que cada uma 
dessas doenças tem, porém com manifestações clínicas e com laudo de necropsia não 
se tem como saber qual é o tipo de salmonela, precisando de exames laboratoriais. 
 
1. PULOROSE AVIÁRIA – IMOVEL 
✓ Agente Etiológico: Salmonella pullorum. 
Mortalidade dos animais entre 2 a 3 semanas de idade, acometendo animais jovens, 
porem aves adultos não são refratárias, podendo também ter um quadro instalado de 
pulorose, porem sendo menos comum que aconteça. 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Mais grave do que o Tifo Aviário, a mortalidade nessas aves chega a 100%, onde o pico 
de mortalidade ocorre entre 2 a 3 semanas de idade, por isso se tem que saber as 
características gerais de cada um desses quadros de salmonelose para se dar uma 
direção para qual salmonela se dará um diagnostico principal. 
Se tem a presença de uma diarreia branco-amarelada, com penas aglutinadas ao redor 
da cloaca, com material branco na região peri-cloacal decorrente da diarreia ou então 
no ambiente; pode ocorrer também cegueira e claudicação, mas não são sinais tão 
comuns de serem observados; pode-se ter também respiração dificultada, com agonia 
respiratória e sinal de prostração, asas caídas – arrastando a ponta das asas na 
instalação, penas arrepiadas e inapetência. 
Após a morte do animal realizar a necrópsia. 
 
2. TIFO AVIÁRIO – IMOVEL 
✓ Agente Etiológico: Salmonella gallinarum. 
Frequentemente observada em aves mais velhas do plantel, porém não quer dizer que 
as aves mais jovens não possam adoecer, mas normalmente se observa quadros de tifo 
aviário em aves mais velhas. Possui um quadro de mortalidade significativa e 
progressiva. 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Prostração e queda de postura é uma característica comum das salmonelas, uma 
diferença é que nessa salmonela se tem a presença de diarreia branco-esverdeada a 
esverdeada, presença de problemas reprodutivos. A mortalidade é gradual, não ocorre 
de uma vez só, sendo gradativa, onde o produtor no final da criação pega a planilha de 
produtividade e identifica uma mortalidade alta que foi progressiva e gradual por isso 
ele nem percebeu que se morriam aves com certa frequência; a via de transmissão é 
horizontal. 
Após a morte do animal realizar a necrópsia. 
 
 
 
22 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
3. PARATIFO AVIÁRIO – FLAGELADA 
✓ Agente Etiológico: São todas as outras salmonelas que sejam a gallinarum e a 
pullorum, sendo as mais comuns as S. typhimurium e S. enteritidis. 
Essas duas salmonelas são as que participam dos quadros de toxinfecções alimentares 
dos seres humanos com diarreia agressiva causando desidratação rápida podendo o ser 
humano vir a óbito, entre os quadros de salmoneloses o paratifo aviário par as aves é o 
menos severo. A idade suscetível pode ocorrer em aves mais jovens e em aves mais 
velhas também. 
 ALIMENTOS CONTAMINADOS 
Ovos e carnes de frango. 
 ELIMINAÇÃO DAS CEPAS 
Através da elevação da temperatura dos alimentos. 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Determinam poucos sinais clínicos nos animais, não há mortalidade significativa de 
aves adultas,aves mais jovens são mais susceptíveis, ocorre a morte embrionária ou 
morte rápida de aves recém-nascidas – devido à transmissão vertical que enfraquece 
o embrião; cegueira e claudicação podem ser observados de forma mais comum 
nessas aves que já nascem com a infecção. Em aves adultas os sinais são generalistas, 
raramente se tem uma suspeita de paratifo aviário como primeira opção, ocorre 
inapetência, queda de postura e diarreia, não se tendo casos importantes de 
mortalidade, se tem um baixo rendimento zootécnico, possui ainda um grande 
impacto na saúde pública. 
 
EPIDEMIOLOGIA GERAL 
1. VIAS DE TRANSMISSÃO 
A maioria das salmonelas fazem transmissão por via horizontal e vertical, a única 
salmonela que faz apenas via de transmissão horizontal é a S. gallinarum – Tifo Aviário. 
 VERTICAL 
Transmissão da galinha para o ovo, onde o animal já pode nascer com a doença no 
organismo porque a mãe transmitiu para o ovo. 
 HORIZONTAL 
Transmissão após a eclosão, onde a transmissão pode ocorrer por contato direto 
com o animal ou através de objetos contaminados e adoeça mesmo sem ter contato 
com outro animal doente. 
 
2. VIA DE ELIMINAÇÃO 
As aves excretam as salmonelas vias fezes contaminando o ambiente, ou pode ser que 
se tenha dentro do ovo, sendo por isso importante que se elimine essa doença do 
plantel. 
 
3. PORTA DE ENTRADA 
Através do alimento de carne de frango e de ovos contaminados com salmonela. 
Normalmente se tem carne de frango com presença de salmonela, porém não 
adoecemos usualmente com quadros de salmonela pois aquecemos, onde por exemplo 
a carne de frango não é consumida crua ou mal passada, porém se tem indivíduos que 
tem o habito de lavar a carne de frango, contaminando toda a bancada da cozinha, se 
colocar algum alimento que não se cozinha ali em contato com a bactéria, pode-se ter 
 
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Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
uma contaminação cruzada dos alimentos. Quanto ao ovo, pode ser que no mercado se 
compre um ovo com salmonela, se consumir o ovo com a gema mole pode-se contrair 
a salmonela, se tem poucos quadros de salmonelose pois a quantidade presente de 
salmonela em um ovo é insuficiente para justificar o quadro de infecções em humanos, 
o grande problema é deixar o alimento em temperatura ambiente, pois vai se 
multiplicando em progressão geométrica. 
 
4. HOSPEDEIRO SUSCEPTÍVEL 
Galináceos, perus, e outras aves comerciais e de vida livre. 
 
5. NECRÓPSIA 
Nenhuma manifestação clínica é tão óbvia de salmonelose, se consegue pensar em 
salmonelose pelo laudo pós mortem na necropsia. O laudo necroscópico é realizado 
abrindo essas aves para fazer a avaliação de órgãos, se tem o mesmo laudo – mesmas 
lesões em órgãos, para todos os tipos de salmonelas. 
✓ Fígado → Congestão hepática, pontos de necrose disseminados, nódulos brancos 
amarelados, hepatomegalia – bordos do fígado aumentados/arredondados, 
degeneração hepática. 
➢ Peri-hepatite: Deposito de fibrina em sua superfície, formando uma capa de 
fibrina. 
✓ Coração → Nódulo esbranquiçados, e/ou nódulos amarelados dispersados no 
miocárdio. – Lesões compatíveis com salmonela. 
➢ Pericardite: Inflamação do pericárdio 
➢ Não necessariamente se terá alterações no fígado e no coração, podendo ter em 
apenas um desses órgãos. 
✓ Ovário → Degeneração ovariana com presença de folículos ovarianos disformes e 
com conteúdo caseoso. Diminui a produção de ovos ou até mesmo cessa essa 
produção. 
✓ Postura Intra-Abdominal → Gema derramada na cavidade celomática, a salmonela 
oclui a entrada do infundíbulo – entrada do oviduto, fazendo com que as gemas 
sejam liberadas pelo ovário e não sejam capturadas pelo infundíbulo, acarretando 
seu derramamento dentro da cavidade. – É difícil se identificar qual ave está com 
uma menor produção de ovos, identificando na verdade uma queda na produção do 
plantel. 
 
DIAGNÓSTICO GERAL DAS SALMONELOSES 
Quando se tem uma suspeita de doenças dentro do Programa Nacional de Sanidade 
Avícola, o veterinário responsável técnico da granja é obrigado a fazer a notificação da 
suspeita ao MAPA, não fazendo o diagnostico à campo pois não se tem como realizar 
esse diagnóstico à campo. No MAPA eles pegam todos os dados do veterinário e da 
granja, pegando todos os dados desse quadro de suspeita, se também acharem que é 
uma das doenças do PNSA, o MAPA envia dentro de 24 horas um médico veterinário 
oficial do MAPA para a granja com suspeita da doença. Esse médico veterinário junto 
com o responsável técnico irão avaliar o plantel, onde se tiver aves mortas irão abrir, se 
tiver animais doentes irão avaliar as manifestações clinicas, se o veterinário do MAPA 
confirmar essa suspeita ele vai manter a granja na chamada Interdição Preventiva – 
sendo preventiva pois não se tem certeza se é uma doença importante ou não – não se 
 
24 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
tem ainda um laudo que confirme, onde como se tem dúvida se deixa interditado, ou 
seja, nada pode entrar e nada pode sair dessa granja. O médico veterinário do MAPA 
coleta amostras que serão direcionadas para um laboratório credenciado ao MAPA, 
sendo laboratórios com alto grau de biosseguridade para não deixar esses patógenos 
escaparem, o laboratório irá fazer as provas para cada uma das doenças, onde para o 
quadro de salmonelose o veterinário coleta o soro sanguíneo e os órgãos das aves, 
levando ao laboratório de forma segura e esperando sair o laudo. Quando se tem um 
teste positivo o médico veterinário oficial do MAPA recebe o laudo, precisando notificar 
a instancia superior do MAPA, que precisa repassar essa informação para um órgão 
chamado de OIE – organização mundial da saúde animal, que monitora as doenças 
infeciosas mais importantes nos animais em todo o mundo, essa notificação causa uma 
queda de exportação no país. O veterinário oficial do MAPA volta para fazer a avaliação 
plantel e conduzir na maioria dos casos o sacrifício sanitário e depositar as carcaças em 
valas – desastre sanitário. 
Para fazer a identificação de salmonela se utiliza os seguintes exames em até 5 dias: 
✓ TESTE DE ELISA 
Não distingue Pulorose e Tifo. 
✓ TESTE DE SOROAGLUTINAÇÃO RÁPIDA EM PLACA 
Teste de Triagem 
Pode ser feita à campo ou no laboratório, consiste em uma placa de vidro onde cada 
quadrado é destinado a um animal, todas as aves destinadas para a reprodução 
passam por esse teste pelo menos uma vez por toda a criação, se utiliza um reagente 
e uma amostra da ave sendo o soro sanguíneo ou o sangue total, para fazer a reação 
basta colher uma gota da amostra do animal e fazer a homogeneização com um 
antígeno purificado, se der teste positivo vai formar grumos, se der teste negativo 
vai ficar uma solução homogênea e lisa, pode dar falso positivo, precisando fazer 
outros testes laboratoriais para confirmar o diagnóstico – principalmente o 
bacteriológico. 
 
 
Antígeno purificado da Salmonella pullorum. 
 
✓ BACTERIOLOGIA 
Pesquisa em baço, fígado, coração, ovário, conteúdo fecal e saco da gema. 
✓ SUABES EM CAIXAS DE TRANSPORTE 
Se tiverem aves que acabaram de chegar na granja. 
✓ PROVA DO ANTÍGENO FLAGELAR 
Checar se a bactéria possui flagelo ou não, a maioria das salmonelas possuem 
flagelos, quando positivo se tem uma salmonela paratífica, pois é uma salmonela 
 
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Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
móvel; quando negativo se tem uma Salmonella pullorum ou gallinarum, pois são 
imóveis. 
 
PREVENÇÃO E CONTROLE 
✓ EXCLUSÃO COMPETITIVA 
✓ VACINAÇÃO 
Somente para aves reprodutoras e poedeiras comerciais. 
 S. GALLINARUM 
Vacina viva atenuada. 
 S. ENTERITIDIS 
Vacina inativada. 
✓ CONDUTA DO PNSA 
Quando se tem a confirmação de salmonelose no plantel o PNSA tem a seguinte 
conduta: 
 PARA AVES AVÓS, BISAVÓS E LINHAGENS PURAS 
▪ Positivo para S. gallinarum, S. pullorum, S enteritidis, S. typhimurium: 
Sacrifício/abate dos animais e eliminação de todos os ovos. 
 MATRIZES 
▪ Positivo para S. gallinarum, S. pullorum: Idem avós. 
▪ Positivo para S. enteritidis, S. typhimurium:Realizar o tratamento. 
 
 
 
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Thaís Molina 
22/03/2019 – AULA 7 
ENFERMIDADES METABÓLICAS 
 
Síndrome Ascítica 
Síndrome da Morte Súbita 
 
Essas doenças são bem características de frango de corte, isso porque nessas doenças 
se tem uma sobrecarga do sistema cardiorrespiratório por causa da necessidade de 
oxigenação da musculatura extra. O melhoramento dos frangos de corte foi feito para 
que tenha uma grande deposição de massa muscular tanto na região do peito quanto 
das coxas e um alto desenvolvimento (prontos em mais ou menos 42 dias). Um animal 
que chega a 2,300 kg em 42 dias de peso vivo, quer dizer que esse animal ganhou massa 
muscular em um curto intervalo de tempo, o que tende a sobrecarregar o sistema 
cardiorrespiratório. 
 
PREVENÇÃO DA SÍNDROME 
Quando os pintinhos nascem não tem toda a capacidade cardiorrespiratória adquirida, 
vão ganhando conforme passam as semanas de vida. Para impedir que ocorram essas 
síndromes, é necessário nas primeiras semanas de vida desacelerar o rápido 
crescimento para dar tempo de o sistema cardiorrespiratório ficar completamente 
maduro para se ter aporte de oxigênio para os tecidos. Mesmo com prevenção não tem 
como evitar em 100% das aves, uma ou outra terá disparo, mas diminui bastante o 
prejuízo no plantel. 
✓ RESTRIÇÃO DE ILUMINAÇÃO 
Um dos mecanismos existentes para controlar essas síndromes metabólicas será a 
restrição de iluminação entre 7 e 21 dias, isso é feito pois os animais no escuro 
acham que é noite, então param de comer e dormem, sendo assim é feito a restrição 
da alimentação trabalhando com o fotoperíodo reduzido, impedindo que ganhem 
muito peso nos primeiros dias, evitando as síndromes metabólicas. Esse período 
entre 7 e 21 dias será crucial para se ter a maturação máxima o sistema 
cardiorrespiratório. 
 
Essas síndromes metabólicas não estão relacionadas com o peso final das aves e sim 
com o ganho de peso rápido na primeira semana de vida. 
 
FATORES PREDISPONENTES 
Não tem patógeno envolvido na maioria das vezes, e sim erro no manejo, onde essas 
duas doenças tem o mesmo fator predisponente: 
✓ LINHAGEM 
Pensando em um gráfico - O animal que tiver a curva de crescimento maior será o 
com maior predisposição a ter as síndromes, e não aquele com o peso final maior. 
✓ SEXO 
Machos ganham mais peso na primeira semana de vida do que as fêmeas. 
✓ ALTITUDE 
Granjas feitas em altas altitudes, pois o ar é mais rarefeito. 
 
 
 
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Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
✓ RAÇÃO 
Rações peletizadas são mais energéticas, demandando mais energia por se ter mais 
gordura. 
✓ ESTAÇÃO DO ANO 
Inverno, pois o animal come mais. 
✓ DOENÇAS RESPIRATÓRIAS 
Prejudicam as trocas gasosas. 
 
CONDIÇÕES PARA MINIMIZAR DOENÇAS METABÓLICAS NO PLANTEL 
Fêmeas, granja na praia, ração farelada, verão. 
 
CONSEQUÊNCIAS 
Aves com ascite se tem condenação total da carcaça no abatedouro, sendo um prejuízo 
total para o produtor. As aves com morte súbita morrem de repente no aviário e 
também terá prejuízo na produção por não se ter como realizar a sangria e o manejo 
adequado. 
 
SÍNDROME ASCÍTICA 
 
Característica crônica, ou seja, o animal tem tempo de lançar os mecanismos 
compensatórios. Deve-se observar do aumento da FC e da força de injeção do sangue 
para abastecer a musculatura das aves, se tem um aumento do retorno venoso e o 
sangue vai para os pulmões, aonde com o tempo levará a uma hipertensão pulmonar, 
sendo o disparador da síndrome ascética, acarretando em vários mecanismos 
compensatórios disparados e estase sanguínea das veias cavas. 
 
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA 
Penas arrepiadas, cansaço, anoréxicas, cianose de crista e barbela, ascite comprimindo 
os sacos aéreos e terá comprometimento das trocas gasosas. Cansaço e cianose de crista 
e barbela são as manifestações mais importantes, essa cianose é justificada pela 
hipertensão pulmonar e pela compressão dos sacos aéreos pelo líquido ascítico. Ao 
diagnosticar a presença de líquido ascite na cavidade celomática, é preciso pesquisar o 
erro no processo de criação e as aves serão abatidas. 
✓ MORTE 
Aves que morrem com síndrome ascítica apresentam-se em decúbito esternal – com 
o peito no chão. 
 
 
Todo frango de corte que chega no abatedouro com líquido ascítico tem a 
condenação da carcaça. 
 
 
AVALIAÇÃO NA NECRÓPSIA 
Não terá conteúdo no trato gastrointestinal devido a anorexia e prostração, a vesícula 
biliar grande e dilatada é visível pois não foram eliminados os ácidos biliares. Coração 
com AD e VD com hipertrofia e flacidez das paredes. Fígado e pulmões congestos e 
presença de liquido ascítico na cavidade celomática. 
 
28 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
✓ Trato digestório vazio; 
✓ Vesícula biliar aumentada; 
✓ Líquido ascítico em contato com o ar fica gelatinoso. 
Esse líquido pode apresentar microrganismo ao longo do tempo. 
✓ Manifestação clínica de ave doente. 
 
PREVENÇÃO 
Se corta os fatores predisponentes como o padrão de crescimento das aves, ração – a 
peletizada tem mais chances de disparar a síndrome devido ao uso de óleo para a sua 
fabricação, e isso vai demandar mais oxigênio para o metabolismo oxidativo; altitude – 
granjas que estão em altitudes elevadas tem uma saturação de oxigênio menor, com ar 
rarefeito; machos ganham mais musculaturas nas primeiras semanas de idade, 
quaisquer doenças respiratórias, sazonalidade – inverno porque comem mais. 
 
SÍNDROME DA MORTE SÚBITA 
Caráter agudo, não ficam muito tempo no mecanismo compensatório. Organismo exige 
mais nutriente e oxigênio e o sistema cardiorrespiratório responde a essa demanda de 
oxigênio elevada aumentando a FC e a força de contração para bombear mais sangue, 
essa maior pressão acomete principalmente a artéria aorta, e com isso ocorre seu 
adelgaçamento e ruptura – algumas aves tem fragilidade na parede da aorta, resultando 
na sua ruptura. Esses animais eram os maiores, porém cresceu muito rápido na primeira 
semana. 
✓ MORTE 
Durante a morte – pode durar minutos, o animal cai em decúbito dorsal com as patas 
esticadas – indicativo de morte súbita. 
 
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA 
Esses frangos são assintomáticos, não há manifestações clínicas porque é muito agudo. 
 
AVALIAÇÃO NA NECRÓPSIA 
Não há manifestações clínicas porque é muito agudo, terá resquícios de alimentos em 
papo, no pro - ventrículo, moela, sinal de alimentação, ou seja, ela não parou de se 
alimentar devido prostração, todo o trato gastrointestinal estará repleto de conteúdo. 
Vesícula biliar estará pequena e vazia porque ela estava liberando os sais biliares para a 
digestão. 
✓ Trato digestório com conteúdo; 
✓ Vesícula biliar vazia; 
✓ Ruptura da artéria aorta, tendo um coágulo de sangue próximo ao coração. 
 
Fogos de artifício: Em períodos comemorativos ocorrem as maiores perdas de frango 
de corte. 
 
 
29 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
29/03/2019 – AULA 8 
FALTA 
 
05/04/2019 – AULA 9 
DOENÇAS VIRAIS 
 
DOENÇA DE MAREK 
 
A vacinação contra a doença de Marek é realizada 100% no incubatório, sendo utilizada 
dentro do ovo ou no pintinho de 1 dia, a técnica que tem mais vantagem é a do ovo, 
pois é mais rápido, tendo uma melhor relação custo benefício, tendo um menor gasto 
com mão de obra qualificada, já que menos funcionários conseguem realizar essa 
vacinação. Essa vacina é uma vacina viva atenuada, realizada dentro do ovo em ovos 
com 18 a 19 dias de incubação, o tipo de incubatórios que fazem a eclosão de poedeiras 
não utilizam essa vacinação no ovo, porque no ovo acabariam vacinando machos e 
fêmeas, não sendo vantajoso vacinar machos, já que os mesmos são descartados. 
Mesmo as aves industriais sendo vacinadas pode-se ter algumas aves manifestando os 
sinais da doença, já que nenhum método de vacinação tem 100% de eficácia, tendo uma 
pequena porcentagem que pode não ter sido imunizada, por isso podem apresentar a 
doença. 
 
CARACTERIZAÇÃO DA DOENÇA 
Formação de tumores, sendo uma doença causada por um herpesvírus, que ocasionam 
duas manifestações clínicas das aves, uma delas sendo a formação de tumores, como 
no fígado, baço e intestino, e os tumores podem se apresentar como uma massa bem 
maciça ou como pontos dispersos com coloração branco amarelada. E apresentam 
imunossupressão, onde animais com imunossupressão quando vacinados apresentam 
falhas vacinais, onde não apresentam uma soroconversão, apresentando então doenças 
repetidas. 
 
SINAIS CLÍNICOS 
Observa-se como manifestações a claudicação unilateral, animais mancam de uma única 
pata, pois animal sente dor e tende a ficar a maior parte do tempo com o peso 
concentrado sobre a pata oposta a que tem dor. Além disso se observa uma paralisia 
unilateral de asa, que nem sempre acontece, podendo estar associado ou não à 
claudicação unilateral. 
A evolução da claudicação é a lateralização dos membros inferiores, o animal fica em 
decúbito esternal, onde uma pata fica de um lado e a outra pata fica do outro. Pode-se 
ter também uma postura de decúbito esternal com apenas uma pata estendida para 
frente, esses casos são irreversíveis, ou seja, o animal não ficará mais em estação – em 
pé. 
 
 
 
30 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
ACHADOS DE NECROPSIA 
Visualização de tumores em vários órgãos, se tem uma alteração patognômica, que é o 
espessamento unilateral do nervo ciático, que adquire coloração amarelada e aspecto 
áspero ao toque. 
▪ NERVO CIÁTICO: Quando simétricos e normais, com aspecto fino, branco e liso a ave 
não possui sinal de doença de Marek, porem quando se isola o nervo e não tem 
ambos os nervos simétricos se indica uma doença de Marek. 
▪ OLHOS: Pode levar a cegueira das aves, a campo pode-se ver que a ave está ficando 
cega quando ela foge de você e bate no comedouro, tromba nas outras aves, sendo 
um método mais fácil de observar do que olhar uma por uma, para analisar se a ave 
está ficando cega pode-se também analisar o olho desses animais, onde se tem 
pupila irregular – pupila de uma ave normal tem que ser bem redonda, além da 
presença de opacidade de íris. Pode-se ter bilateral ou unilateral, deve-se olhar o 
padrão da cor dos olhos da linhagem, já que as aves podem ter olhos claros. 
▪ FOLÍCULOS: Os folículos da pena estão inflamados, as aves que apresentam foliculite 
não possuem perda de pena a campo, sendo observado apenas em frangos de corte 
durante o abate. O folículo da pena inflama pois é nesses folículos que se tem a 
replicação do herpesvírus, esses vírus saem pela descamação, liberando para o 
ambiente e em direção à outras aves, podendo infectar o ambiente e as aves, logo a 
via de transmissão dessa doença é apenas horizontal, não tem potencial zoonótico, 
porém essa carcaça é descartada devido ao seu aspecto repugnante. Apresentam 
foliculite na coxa, no pescoço, nas asas, etc. 
▪ BAÇO: Aumentado duas vezes seu tamanho normal, tendo esplenomegalia com 
presença de tumores. 
▪ FÍGADO: Hepatomegalia, chega a ficar 7 vezes maior, com coloração vermelho 
pálido – normal vermelho escuro, e formação tumoral. 
▪ INTESTINO: Formação tumoral. 
▪ PRO-VENTRÍCULO: Presença de tumor na parede do pró-ventrículo das aves. 
 
DOENÇA DE NEWCASTLE 
AGENTE: TIPOS 
Paramyxovírus do tipo 1. 
São distintos em cinco tipos diferentes, com grau de patogenicidade distintos, onde os 
dois primeiros são os mais agressivos: 
1. VELOGÊNICO VISCEROTRÓPICO: Apresenta-se altamente patogênica, culminando 
em altos índices de mortalidade. Frequentemente são observados sintomas 
respiratórios, e lesões intestinais e respiratórias hemorrágicas. 
2. VELOGÊNICO NEUROTRÓPICO: Forma que apresenta alta mortalidade e usualmente 
são observados sinais nervosos, podendo ter sinais respiratórios também. 
3. MESOGÊNICO: Apresenta sinais respiratórios mais brandos, ocasionalmente 
sintomatologia nervosa, mas com baixa mortalidade. 
4. LENTOGÊNICA OU VACINAL: Apresenta infeções respiratórias brandas ou 
subclínicas. 
5. ENTÉRICA ASSINTOMÁTICA: Consiste usualmente de infeção entérica subclínica. 
 
31 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
 
Quando um lote está acometido pelo velogênico viscerotrópico e pelo velogênico 
neurotrópico, a mortalidade normalmente é superior a 90% do plantel, então 
normalmente não sobrevive nenhuma ave. Toda a conduta do PNSA, de necessidade de 
sacrifício sanitário com carcaças enterradas em valas vai ser utilizada para essas duas 
formas da doença. 
O que vai nos mostrar em laboratório se são amostras agressivas é o chamado IPIC – 
Índice de Patogenicidade Intracerebral, que são índices mensurados dentro dos 
laboratórios credenciados do MAPA, para mostrar qual é o grau de patogenicidade 
dessas amostras. Amostras mais patogênicas como velogênico viscerotrópico ou 
velogênico neurotrópico apresentam IPIC superior a 0,7, mostrando que são amostras 
extremamente agressivas que requerem um sacrifício sanitário e enterrar os animais em 
valas, se der inferior a 0,7 podem ser amostras mesogênicas, lentogênicas ou entéricas 
assintomáticas, que são menos agressivas, não necessitando do sacrifício sanitário 
desses animais. 
 
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA 
Se tiver a doença de Newcastle no Brasil ficamos impedidos de exportar produtos 
cárneos de aves para todos os países, sendo uma barreira sanitária econômica muito 
grande, onde essa doença tem um problema de importância econômica gravíssimos 
porque atrapalha completamente as exportações de produtos de aves do Brasil em 
direção ao mundo, e além disso as amostras mais agressivas matam mais de 90% do 
plantel. No Brasil a Doença de Newcastle não está presente, porém já esteve, por isso 
tem algumas regiões que ainda fazem essa vacinação – a influenza aviaria nunca esteve 
presente no Brasil. 
 
VIA DE TRANSMISSÃO 
Apenas horizontal, com formas de eliminação pelas secreções respiratórias – pode 
tossir, pode espirrar, pode deixar corrimento nasal em comedouro e bebedouro, 
fazendo com que outras aves entrem em contato com esses patógenos. Outra fia de 
eliminação é via fezes, onde a cor de fezes é esverdeada – verde brilhante ou verde 
musgo metálico, brilhando bastante quando se vê o reflexo com a luz. 
Pode-se ter a presença do vírus em ovos contaminados, não tendo via de transmissão 
vertical, porem os ovos saem pela cloaca, onde as aves também defecam pela cloaca, 
logo quando as aves botam ovo sujo de fezes na casca, se tem uma contaminação do 
ovo, na parte externa. 
 
ZOONOSE 
Causa doença em seres humanos também, tendo importância em saúde pública. Nos 
relatos, as pessoas que mais pegam a doença de Newcastle são as pessoas que estão 
em contato direto com as aves, ou seja, funcionários, veterinários, tratadores, quem 
circula pelas aves. A apresentação no humano é diferente das aves, os seres humanos 
não morrem, não tem alterações neurológicas, tendo relatos apenas de conjuntivite. 
 
 
32 
Clínica de Aves e Suínos 
Thaís Molina 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Várias manifestações respiratórias, como as que vimos no Mycoplamose: bico aberto, 
pescoço esticado, penas eriçadas, edema de face, conjuntivite – olhos semicerrados e 
secreção ocular. 
Além disso também se tem alterações neurológicas como paralisia muscular e 
opistótono – posição anormal causada por fortes espasmos musculares. Tendo também 
problemas intestinais, com a diarreia esverdeada. A ave fica em decúbito esternal com 
o pescoço completamente torcido, com a crista no chão, sendo devido a um problema 
neurológica, dando o nome de torcicolo. Algumas aves possuem flacidez de pescoço, 
pescoço flácido e caído, onde a musculatura do pescoço não sustenta mais a cabeça na 
sua postura normal, sendo irreversível, logo, os animais nessas condições não 
conseguem comer nem beber água, evoluindo para a morte rapidamente. As aves ainda 
podem apresentar outra alteração neurológica, colocando a nuca no dorso, ficando com 
o bico apontado para o teto, que é o olhar para as estrelas –

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