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Patologias do Sistema Nervoso Central ▪ Exame macroscópico do SNC: - Abertura de crânio e retirada do SNC até o gânglio trigeminal; - Localização das lesões pode ser: meninges, cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal; - Distribuição das lesões: simétricas, focais, multifocais, na substância branca, na substância cinzenta, etc; - Podem apresentar alterações na cor e na consistência. ▪ Coleta de amostra: para microbiologia deve ir pro gelo e para histopatologia deve ir pra lâmina; ▪ Achados incidentais: - Ossificação de meninges: metaplasia óssea – tecido conjuntivo ósseo/fibroso; - Melanose: acúmulo de melanina na superfície do cérebro, não compromete a função do órgão; ▪ Malformações do SNC: 1. Por vírus: - Vírus de Newcastle – mielosquiase; - Vírus de Akabane – hidranencefalia; - Vírus da Língua Azul – hidranencefalia, porencefalia; - DVB (diarreia viral bovina) – morte fetal, hipoplasia cerebelar, hidrocefalia, hidranencefalia, sem teratogenia; - Vírus da Panleucopenia Felina – hipoplasia cerebelar, hidranencefalia; - Vírus da Peste Suína Clássica – hipoplasia cerebelar, hipomielinogênese; 2. Anencefalia: sem cérebro; 3. Microcefalia: cérebro diminuído; 4. Amielia: sem medula ou coluna; 5. Bicéfalo/dicéfalo: duas cabeças ou dois cérebros; 6. Hipoplasia cerebelar: cérebro não desenvolveu completamente. - Causas: panleucopenia, DVB, peste suína, língua azul, Veratrum californicum (em ovinos). 7. Hidrocefalia: - Não comunicante/obstrutiva: o líquido fica retido no canal ependimário após passar pelos ventrículos laterais, terceiro e quarto ventrículos e parar no espaço subaracnóide. ▪ Causas: compressão/obstrução de aquedutos, neoplasias, abcessos, má formação, etc; - Comunicante/não obstrutiva: o líquido é produzido, mas não é drenado para o espaço subaracnóide. ▪ Causas: malformações das vilosidades da aracnoide, sequelas de meningite. 8. Hidranencefalia: caso avançado de hidrocefalia no qual o tecido nervoso é totalmente destruído. 9. Hidromielia (siringomielia): líquido no canal medular. - Hereditária: raça Wamaranner; - Traumática/compressiva: cirurgia, hérnia de disco, fibrose, tumores, etc. 10. Fissuras congênitas: - Espinha bífida (ou disrafismo espinhal): formação de abscesso (líquido cérebro-espinhal) na medula, meningocele e mielomeningocele (atravessa a medula). Pode ser oculta ou com formação de bolsa que causa herniação da medula espinhal. • Oculta: não projeta bolsa; • Meningocele: projeta bolsa revestida pelas meninges; • Mielomeningocele: projeta bolsa em que a medula está inserida. - Crânio bífido: encefalomeningocele – projeção saculiforme extensa para fora do crânio, podendo ou não ter parte do cérebro. 11. Porencefalia: presença de vacúolos com aspecto cístico, cavitações e aspecto esponjoso. - Cães e gatos: congênita; - Vírus: akabane, DBV, língua azul, etc. - Deficiência de cobre (cordeiros): baixa na enzima citromo-oxidase, a qual é fundamental para a formação de fosfolipídeos, de modo que tenha deficiência na produção da bainha de mielina. • Alterações básicas do SNC: o Degeneração neuronal: - Cromatólise central: causa – degeneração valeriana (secção do neurônio). - Necrose neuronal: causa – falta de oxigênio, hipoglicemia, intoxicação por mercúrio, etc. Aspectos – acidofilia, picnose. * Neurônio vermelho: neurônio necrótico. - Degeneração de fibras nervosas – degeneração valeriana: lesão axonal e da bainha de mielina após secção do nervo (neuroma de amputação), mas pode ser uma lesão regenerativa. - Hipomielonogênese: anomalia congênita caracterizada pela falha no desenvolvimento da mielina. Formação defeituosa da bainha de mielina. ▪ Pode afetar cães, gatos, bovinos e suínos. ▪ Causada por fatores genéticos ou adquiridos, além de vírus; ▪ Pouco comum; ▪ Fraqueza musculares, tremores generalizados, dismetria, dificuldades de manter-se em estação e de sugar o leite. ▪ Cães: raças como Samoieda, Dálmata, Weimaranner (pode ter causa genética); ▪ Bovino: suspeita genética e vírus DBV; ▪ Suíno e bovino: causa genética, manifesta tremor congênito pós- natal; ▪ Gatos: causa genética, é também chamada de distrofia neuroaxonal hereditária; ▪ Ovinos: apresenta ataxia enzoótica. - Desmielinização: perda da bainha de mielina, mantendo apenas o axônio. ▪ Vírus: cinomose, HTLV, citomegalovírus, etc. ▪ Doenças imunes: neurite – reação celular contra proteína da mielina periférica; ▪ Células T liberam citocinas (também pode causar dano direto), que ativam macrófagos que podem fagocitar ou causar dano direto à mielina. - Neuronofagia: observada quando existe morte de neurônios, junção de várias células linfocitárias; - Célula grânulo-adiposa (gitter cell): macrófagos com grande capacidade de fagocitose, observadas em casos de necrose do tecido nervoso (neurônio e células gliais). Células volumosas, pálidas e aspecto espumoso, devido às substâncias lipídicas. - Astrócitos gemistócitos: astrócitos reativos, células volumosas que possuem núcleo periférico. Estado de reatividade da célula astrocitária, devido a uma lesão (malácia/necrose) em que o tecido vai ser removido, e há uma movimentação dessas células em tentativa de reparação no tecido. Produzem neurofilamentos chamados de filamentos astrocitários gliais ácidos. - Gliose: grande quantidade de astrócitos no tecido nervoso, após a perda da atividade, formando o chamado nódulo glial (astrócitos em área de necrose tecidual). ▪ Traumatismo: ➢ Craniano: - Concussão: lesão menos grave, podendo haver o desfalecimento temporário e pouco duradouro, sem lesões associadas. ▪ Agressão encefálica difusa; ▪ Perda temporária de consciência; ▪ Geralmente sem lesões estruturais; ▪ Lesão reversível; ▪ Forças: compressão, estiramento e cisalhamento. - Contusão: lesão mais grave ▪ Lesão encefálica regional; ▪ Lesões teciduais em grau e intensidades variáveis; ▪ Perda da consciência; ▪ Contusão de golpe e contra golpe (mais severa que a de golpe); ▪ Lesões associadas: hemorragia, edema vasogênico, etc. ➢ Espinhal: - Transecção: ▪ Fratura e transecção da medula espinhal; ▪ Acontece em atropelamentos. - Compressão: ▪ Acontece em quedas, esmagamentos, etc. ▪ Transecção causada pela compressão da medula. ▪ Mielopatia Estenótica Cervical – Síndrome de Wobbler: ➢ Espondilomielopatia cervical: caracterizada por estenose do canal vertebral cervical causando trauma compressivo sobre a medula espinhal cervical. ➢ Caninos: estenose cervical – 3 a 6 anos – afeta C4, C6 e C7; Raças: dog alemão, doberman e rottweiler. ➢ Equinos: estenose cervical – 1 a 4 anos – afeta C5 e C7; instabilidade cervical (má acomodação de uma vértebra à outra) – 8 a 18 meses – afeta C3 e C5. Raças: árabe e puro sangue inglês. ▪ Doença do disco intervertebral: protusão de disco – disco formado por tecido fibroso com núcleo pulposo (material gelatinoso). ➢ Hansen tipo I: núcleo rompe e material gelatinoso extravasa (extrusão) – raças condrodistróficas; ➢ Hansen tipo II: projeção do núcleo, sem rompimento (prolapso) – raças não condrodistróficas; ➢ Material gelatinoso causa calcificação distrófica que gera tumores. ▪ Hemorragias do SNC: ➢ Epidural: abaixo da dura máter; ➢ Subdural: entre dura máter e aracnoide; ➢ Subaracnóide: espaço subaracnoide. ▪ Edema cerebral: degeneração turvidrópica. ➢ Citotóxico (tumefação celular): - Defeito na bomba de sódio e potássio; - Causas: ▪ Deficiência de vitamina B1; ▪ Hipóxia; ▪ Intoxicação por sódio, tálio, mercúrio; ▪ Excesso de amônia – hiperamonemia. ➢ Vasogênico: lesão na barreira hematoencefálica. - Causas: lesões, contusões, intoxicações (mercurial e enterotoxemia), hematomas, neoplasias, etc. - Alterações: ▪ Alterações naBHE: líquido passa para a substância branca espaço extracelular; ▪ Astrócitos podem estar edemaciados; ▪ Espaço perivascular com líquido; ▪ Neurópilo com vacúolos e mais frouxo que o normal. ➢ Hidrostático: relacionado com hidrocefalia. - Causas: hidrocefalia interna; - Mecanismo: aumento da pressão intraventricular > passagem de líquido das células ependimárias > acúmulo no interstício periventricular. Sem comprometimento da barreira hemato encefálica. ➢ Osmótico: relacionado à osmolaridade. - Tecido cerebral é relativamente hipertônico. - Hiperhidratação ou alterações no ADH: Síndrome da Liberação Inapropriada do ADH (SIADH). - Alterações: ▪ Hipotonicidade do líquido plasmático (hiponatremia/hiposmolaridade) devido a hiper-hidratação, ou por alterações na secreção de hormônio antidiurético (ADH). ▪ Aumento no gradiente de osmolaridade cerebral fazendo com que o líquido passe do vaso para o interstício cerebral. ▪ Esse edema acomete células e meio extracelular, sem lesão na BHE. - Intoxicação por sal ou síndrome da privação hídrica: ▪ Suínos e bovinos – ingestão excessiva de sal ou impedimento da ingestão de água; ▪ Patogenia: animal desenvolve quadro de hipernatremia (excesso de sódio) e as forças osmóticas induzem a saída de água do tecido nervoso para o sangue, causando desidratação cerebral. Quando o animal volta a receber água, aumenta o líquido corporal e o sangue fica hipotônico em relação ao cérebro, causando a diminuição da osmolaridade cerebral e resultando no edema cerebral. ▪ Sinais: diabulação – movimentação do globo ocular, convulsões, posição de cachorro sentado, etc. ▪ Microscopicamente: edema perivascular moderado, manguitos perivasculares de eosinófilos no córtex e nas meninges, e necrose maciça neuronal. Tecido frouxo, pálido, vacuolizado. ▪ Macroscopicamente: encéfalo mais úmido, rasgamento dos sulcos cerebrais, achatamento das circunvoluções, palidez, diminuição da profundidade dos sulcos cerebrais. Compressão do tecido cerebral no espaço craniano. ▪ Consequências: aumento da pressão intracraniana, formação de hérnias, etc. ▪ Malácias: amolecimento/necrose de liquefação. ➢ Terminologias: encefalomalácia, mielomalácia, poliomielomalácia, leucoencefalomalácia, etc. ➢ Extensão do processo: - Localizado: infarto – amolecimento da área, processo de liquefação; - Disseminado: 1. Leucoencefalomalácia equina – intoxicação por milho mofado. Pode ser causada por Fusarium moniniforme ou Fusarium proliferatum. ▪ Aspectos clínicos: incoordenação motora, ataxia, letargia, movimento de pedalagens, etc. ▪ Macroscopicamente: lesão mal conformada, amolecida, pastosas, coloração que varia de amarelo a acastanhado, ocorrendo na substância cinzenta até a substância branca. ▪ Microscopicamente: vasculite, perivasculite com neutrófilos, plasmócitos, eosinófilos, edema difuso ou perivascular, necrose com invasão de neutrófilos e macrófagos, áreas de hemorragias, presença de células grânulo-adiposas. 2. Polioencefalomalácia bovina/ovina (PEM): distúrbio no metabolismo da tiamina. ▪ Ingestão de rizomas de Samambaia (alta concentração de tiaminase – que destrói a tiamina); ▪ Aumento na excreção fecal de tiamina; ▪ Acidose lática: decréscimo do pH ruminal (aumenta a tiaminase bacteriana); ▪ Administração incorreta de cocidiostático amprolio; ▪ Administração incorreta de alguns helmínticos (tiabendazol, levamisole); ▪ Intoxicação por enxofre: ingerido em grande quantidade (pode ser pelo melaço). O enxofre é transformado em sulfeto de hidrogênio, parte é absorvida pelo rúmen, e a maior parte é transformado em gases, causando náuseas; ▪ Outras causas: intoxicação por NaCl, herpesvírus bovino tipo 5, etc. 3. Encelafomalácia focal simétrica ovina: predominantemente na região diencefálica (tálamo, hipotálamo, hipocampo, corpo estriado etc.) ▪ Causa: Clostridium perfringens D – toxina do tipo épsilon; ▪ Macroscopicamente: lesões com áreas simétricas, de coloração cinza-amarelada, aspecto amolecido e algumas áreas avermelhadas devido à edemas, necrose e presença de hemorragia; ▪ Microscopicamente: necrose tecidual e presença de células grânulo-adiposas, manguitos perivasculares linfo-plasmocitários, edema perivascular e intercelular (aspecto acidofílico), aspecto turvidrópico, gliose, etc. 4. Colienterotoxemia suína: região do tronco encefálico, produz a verotoxina e causa alterações renais e edema em vários órgãos – doença dos edemas. ▪ Causa: E. coli ▪ Macroscopicamente: lesões bilaterais em necrose e malácia, com aspecto amolecido e coloração cinza-amarelada, hiperemia e hemorragia; ▪ Microscopicamente: angiopatia – passagem de proteínas para fora do vaso causando a necrose fibrinóide, presença de linfócitos, plasmócitos e neutrófilos, células endoteliais com tumefação e degeneração. Não há destruição da camada epitelial, portanto não há risco de trombose. ▪ Encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET): grupo de enfermidades de curso progressivo e longos períodos de incubação, causando degeneração do SNC e lesão espongiforme que causa a morte. ➢ Causa: Prions (PrP celular) – proteínas normais presentes em alta concentração no tecido nervoso de mamíferos; - Funções: comunicação intraneuronal, manutenção intracelular de íons, participação na apoptose, transporte e metabolismo de zinco, proteção ao estresse oxidativo, transmissão sináptica e excitabilidade celular. ➢ Doenças priônicas: - Humanos: doença de creutzfeldt-jakob (familiar, esporádica e nova variante), kuru (variante da DCJ), doença de gerstmann-straussler- scheinker, insônia familiar fatal; - Animais: E.E.O (Scrapie) – encefalopatia espongiforme ovina, E.E. bovina, E.E. felina, E. transmissível do vison, enfermidade de debilidade crônica do veado e alce, E.E. ruminantes selvagens; - Infecção iatrogênica (DCJ iatrogênica): transmissão pode ser por ação deletéria causada por intervenção humana (transplante de córnea, leite para produzir hormônio do crescimento, material cirúrgico, etc) - Infecção pelo príon bovino (DCJ variante): ingestão do príon bovino. - DCJ familiar: mutação do gene PrPc; * PrP (proteína priônica) > 2 conformações > PrPc (normal) e PrPSc (patogênica). - PrPc: alta solubilidade, aumento da sensibilidade a proteases; - PrPSc: baixa solubilidade, aumento da resistência a proteases; mais resistente ao calor e à digestão e consegue chegar intacta ao SNC. - Patogenia: ▪ Os príons patogênicos (PrPSc) quando encontram as suas moléculas normais (PrPc) interagem com estas modificando-as para PrPSc, mudando a sua conformação; ▪ Com o passar do tempo, cada vez mais moléculas PrPc são transformadas em PrPSc; ▪ Príons patogênicos agem como agentes infecciosos, levando os príons normais a se tornarem doentes por meio de modificações conformacionais. - Scrapie (Paraplexia Enzoótica dos Ovinos): ▪ Sinais: prurido intenso, animal se coça e atrita contra objetos fixos, mudanças comportamentais, olhar fixo e assustado, polidipsia, perda de peso, mordeduras nas patas, vocalização, incoordenação, paresias, etc. A morte é inevitável. ▪ Em 1982, foi proposta a hipótese de que o Príon era uma partícula infecciosa de natureza proteica, responsável pelo Scrapie. - Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) – doença da vaca louca: ▪ Sinais: nervosismo, agressividade, pânico, salivação, tremores, hipersensibilidade, incoordenação, ataxia, marcha irregular (membros posteriores), perda de peso e diminuição na produção de leite; ▪ Incubação de 4 a 5 anos; ▪ Lesões e diagnóstico: sinais clínicos específicos + histopatologia, histoquímica e imuno-electroforese capilar. • Vacuolização de neurônios e no neuropril, com leve gliose; • Neurônios apresentando massa amiloide; • Uso de anticorpos mono e policionais para a identificaçãode depósitos de príons; • Imuno-electroforese capilar permite efetuar diagnóstico antemortem precoce de BSE no sangue; • Prova de Western Blot: no abate do animal. ▪ Inflamações do SNC: infecções transmissíveis e fatais para os humanos, como a raiva, encefalite equina, pseudo-raiva e criptococose. ➢ Terminologias: paquimeningite (dura-máter)/leptomeningite (pia-máter e aracnoide), encefalite/mielite, encefalomielite, polioencefalite/poliomielite, leucoencefalite/leucomielite, meningoencefalite, ependimite e coroidite. ➢ Porta de entrada: - Hematogênica (ex.: cinomose); - Neurogênica (migração trans-axonial, ex.: vírus da raiva, bactéria listeria); - Mucosa nasal/olfatória/ocular; - Infecções paracranial e paravertebral: sinusites, osteomielites, otites, etc. ➢ Características das inflamações do SNC: - Infecções bacterianas: inflamação purulenta (supurativa), fibrinosa e visível macroscopicamente; - Infecções víricas e alguns agentes: protozoários e metazoários – inflamação não supurativa (mononuclear); - Fungos (e algumas bactérias - mycobacterium): inflamação granulomatosa; - Agentes: fungos e parasitas – diagnóstico etiológico. 1. Enfermidades por bactérias: 1.1 Meningintes: - Paquimeningite: na dura-máter. ▪ Trauma: Actinomyces pyogenes – em casos de traumas físicos que expõem a dura-máter e são infectadas pela bactéria. Observadas principalmente em ruminantes; ▪ Mycobacterium – sempre uma infecção secundária no SNC; ▪ Injetáveis – bactéria entra através de agulhas contaminadas, e podem chegar até a medula óssea. - Leptomeningite: espaço subaracnóide, poucos dias após o nascimento, infecção neo-natal. ▪ Agentes: Streptococcus spp., Escherichia coli, Haemophilus parasuis, Streptococcus suis I e II e Pasteurelis spp. ▪ Presença de exsudato de coloração amarelada nos sulcos cerebrais, com aspecto homogêneo de leite condensado; ▪ Hiperemia ativa; ▪ Presença de células inflamatórias; 1.2 Encefalite e mielite supurada: presença de abscessos no tecido nervoso. - Erysipelothrix rhusiopathiae – suínos: causa lesão endotelial, endocardite valvular, êmbolos no SNC (abscessos); - Streptococcus/Actinomyces pyogenes – ruminantes principalmente. 1.3 Meningoencefalite: - Listeriose – Listeria monocytogenes; ▪ Meningoencefálica, aborto, septicemia em bovinos, ovinos e humanos; ▪ Patogênese: invasão da mucosa oral ou nasal > migração intra- axonal centrípeta (dentro do nervo) > infecção do gânglio trigeminal > tronco encefálico > meningoencefalite multifocal supurativa. ▪ Aspectos clínicos: depressão, pleurotótono (lateralização da cabeça), movimento circular do globo ocular, incoordenação motora; ▪ Presença de micro-abscessos: ponto amarelado de 1mm de diâmetro. ▪ Microscopicamente: presença de célular neutrófilas na meninge, e no tecido nervoso observa-se manguitos e linfócitos. - Meningoencefalite tromboembólica (METE): Haemophilus somnus (Histophilus somni – nomenclatura mais atual). ▪ Causa distúrbios reprodutivos e pneumonia em bovinos; ▪ Patogênese: invasão pela circulação pulmonar > circulação cerebral > dano endotelial de vênulas do SNC > exposição de colágeno subendotelial > trombose, infarto e vasculite > hemorragia, necrose e inflamação no tecido nervoso. ▪ Aspectos clínicos: depressão profunda, sonolência, salivação excessiva. ▪ Macroscopicamente: lesões ocorrem em todo o SNC, áreas de coloração vermelho escuro de até 3cm, deprimidas, hemorrágicas e necróticas, vasos ingurgitados, e o LCR apresenta-se com turvidez; ▪ Microscopicamente: trombose, polimorfonucleares, necrose tecidual com células granulo-adiposas, manguitos com neutrófilos, hemorragia. 1.4 Clostridioses: - Botulismo: Clostridium botulinum ▪ Patogenia: ingestão de alimentos contaminados pela bactéria ou pela toxina da bactéria > anaerobiose > germinação e produção de toxina botulínica > SNP > bloqueia a liberação de acetilcolina > paralisia flácida. ▪ Exame: tracionar a língua do animal, em caso de botulismo ela não decorre. - Tétano: Clostridium tetani ▪ Patogenia: bactéria adentra o corpo através de material perfurante e libera a neurotoxina tetanospamina > transporte axonal retrógrado para a medula espinhal e cerebral > ligação aos receptores nesses locais e bloqueio da neutrotransmissão da glicina (aminoácido que produz o relaxamento) > contração muscular. 1.4 Inflamação granulomatosa: tuberculose. - Alteração secundária; - Macroscopicamente: nódulos múltiplos e tamanhos variados, geralmente amarelados, localizados nas meninges e no tecido nervoso. - Microscopicamente: características da inflamação, presença de macrófagos, linfócitos, células gigantes e necrose de caseificação. 2. Enfermidades por vírus: - Particularidades: ▪ Alterações vasculares: presença de manguito perivascular, acúmulo de células (linfócitos e plasmócitos no espaço de Virchow Robin), proliferação de células endoteliais; ▪ Reações gliais: gliose ocorre nas áreas lesadas do parênquima, principalmente focos microgliais (nódulo glial); ▪ Alterações neuronais: degeneração/necrose de neurônios ocorre nos casos de virose por vírus altamente neutrópico; ▪ Alterações na substância branca como desmielinização por ação direta no revestimento axonal ou por lesão de oligodendrócitos; ▪ Corpúsculos de inclusão: alteração patognomônica nas encefalites virais, esses podem se formar nos neurônios e células da glia e são geralmente acidófilos intracitoplasmáticos ou intranucleares. 2.1 Raiva: Família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus. - Epizootiologia: reservatórios são carnívoros e morcegos vampiros; - Patogênese: replicação no lugar da mordedura (miócilos – células musculares esqueléticas conectadas à placa nervosa) > transporte axoplásmico retrógrado > gânglios das raízes dorsais > medula espinhal > encéfalo. - Do encéfalo esse vírus pode deslocar-se perifericamente e chegar à glândula salivar em que pode dar lugar à replicação. - Aspectos: encefalomielite não-supurativa (presença de linfócitos e não neutrófilos), principalmente polioencefalomielite. Comprometimentos dos músculos da mastigação, fúria, salivação excessiva, hipersensibilidade da retina, agressividade, paralisia, etc. - Alterações graves: pontes, hipocampos com notáveis focos gliais e manguitos perivasculares, corpúsculo de inclusão acidofílico intranuclear e intracitoplasmático (carnívoros – neurônios do hipocampo, bovinos – células de Purkinje); - Não se observa lesões macroscopicamente. 2.2 AUJESZKY (Pseudoraiva): - Etiologia: herpesvírus (Alfhaherspesvirinae); - Susceptibilidade: suínos, ruminantes, carnívoros e roedores; * Suínos adultos são os animais portadores, transmitem o vírus mas não adoecem pelo vírus. Ao contrário dos leitões, que desenvolvem a doença e não sobrevivem; - Transmissão: via respiratória, digestiva ou lesões da pele > disseminam- se via linfo-hematogênica ou nervosa; - Aspectos clínicos: prurido, feridas, etc. - Lesões: meningoencefalomielite não-purulenta, manguitos perivasculares e focos de gliose. Corpúsculos de inclusão (herpesvírus sempre produzem) intranuclear anfofílicos (acidofílico ou basofílico) em todo o tecido nervoso. Necrose neuronal focal ou disseminada, presença de glanglioneurites semelhante à da raiva. 2.3 Cinomose: enfermidade de carnívoros. - Etiologia: Família Paramyxoviridade, gênero Morbilivírus; - Vírus pantrópico, afinidade particular, tecido linfoide e epitelial; - Patogênese: penetração oral ou respiratória > linfonodos, amigdalas > disseminação na corrente sanguínea > afeta todos os sistemas para depois ocorrer a eliminação do vírus; - Lesões: polio e leucoencefalomielite não-supurativa, desmielinização, corpúsculos de inclusão anfofílico e intranuclear ou intracitoplasmático, presença de focos de gliose, manguitosperivasculares, etc. 2.4 Meningoencefalite por herpesvírus bovino-5: alterações nervosas e respiratórias. - Sinais clínicos: ataxia, incoordenação motora, movimento de pedalagem, opistótono, bruxismo, convulsões, quedas, nistagmo, tremor, andar em círculos, etc. - Macroscopicamente: áreas aleatórias de malácia, de tamanho variados, deprimidas e de coloração amarelada; - Microscopicamente: manguito perivascular, neuronofagia, corpúsculo de inclusão intranuclear anfofílico. 2.5 Encefalomielite equina: - Etiologia: Família Togaviridae (transmitido pela picada de mosquitos), gênero Alphavírus (tipo leste (brasil – mais patogênico), tipo oeste e tipo Venezuela); - Patogênese: picada do mosquito > inoculação do vírus > multiplicação no linfonodo regional > disseminação hematogênica (viremia I) > vísceras > segunda multiplicação > circulação sanguínea (viremia II). - Alterações clínicas: animal apoia a cabeça contra objetos, pedalagem, quedas, dificuldade de se levantar, paralisia, andar em círculos, dentre outras. - Macroscopicamente: hiperemia, petéquias, edema, necrose focal; - Alterações histopatológicas: leptomeningite, pólio e leucoencefalomielite com focos de gliose, manguito perivascular com linfócitos, alguns neutrófilos, etc. - Vasculite > trombose > focos de necrose. 2.6 Artrite-encefalite caprina (CAE): - Etiologia: Lentivírus; - Aspectos clínicos semelhantes aos das doenças de Visna/Maedi; - Gente isso aqui não entendi nada fiquei com preguiça a gente que lute na prova. - Lesões: substância branca da ponte e do cérebro – acúmulo perivascular de linfócitos, gliose, desmielinização, necrose e célular de Gitter. 3. Infecções micóticas e parasitárias: - Histoplasmose: Histoplasma capsulatum – zoonose que acomete principalmente cães, fungo que cresce em fezes de aves e morcegos, causando pneumonia do tipo multifocal, granulomatosa, etc. - Criptococose: Criptococcus neoformas – zoonose afeta principalmente felinos, através de inalação de esporos que causam rinite ou pneumonia > pulmão > SNC > demais órgãos; formação de exsudato rico em polissacarídeos, muco denso parecido com goma de tacacá. - Aspergilose: Aspergilus fumigatus – observada principalmente em cães e aves silvestres, causando pneumonia e aerocistite. - Toxoplasmose: ▪ Etiologia: Toxoplasma gondii ▪ Alterações no SNC: meningite e panencefalomielite (todo o SNC) não- supurativa; ▪ Reações iniciais: necrose, edema, vasculite. ▪ Reações avançadas: necrose severa, microgliose, degeneração glial e neuronal, células grânulo-adiposas, hiperplasia, etc. ▪ Valor diagnóstico: pseudocistos de toxoplasma contendo bradizoítos (não rodeados por células inflamatórias); - Mieloencefalite protozoária equina (MPE): ▪ Etiologia: Sarcocystis neurona; ▪ Transmitido aos equinos por animais como guaxinim, gambá, etc, que são os hospedeiros definitivos. Ingestão da carcaça desses animais pelo equino; ▪ Sinais clínicos: atrofias, ataxias, fraqueza muscular, etc. ▪ Lesões: intumescência medular, hemorragias múltiplas e majoritariamente coalescentes, que afetam sobretudo a região da substância cinzenta. ▪ Neoplasias: sejam elas benignas ou malignas causam compressão da massa cerebral na caixa craniana, resultando em dor, paralisias, hidrocefalia, e pode causar coma e morte. São observadas principalmente em cães. - Tumores primários: tipos celulares. • Neurônio: gangliocitoma, ganglioma meduloblastoma; • Astrócitos: astrocitoma, glioblastoma; • Oligodendrócitos: oligodendroglioma; • Células ependimárias: ependimoma; • Células meningesis: meningiomas (derivados de células aracnoides que se projetam na dura máter); • Papilomas; • Células de Schwam: Schwanoma. - Gliomas: • Difusamente infiltrativo; • Pode tornar-se maligno (grau III e IV); • Raramente metastizam; • Tumores da bainha do nervo: Schwanoma e neurofibroma (intumescência na área cervical), afetam principalmente cães e ruminantes, são bem circunscritos, encapsulados, envolvem nervos cranianos, espinhais e de outros nervos periféricos. - Tumores secundários (metastáticos): mais frequentes que os tumores primários. • Tumores mamários; • Melanoma; • Sarcomas cutâneo. Não dá mais
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