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Helena Costa Franco TREINAMENTO DE HABILIDADES 1 – ATLS → OBJETIVOS DO ATLS - Avaliação rápida e precisa - Reanimação e estabilização segundo prioridades – ABCDE - Determinação das necessidades do paciente e dos recursos disponíveis - Providenciar transferência responsável - Garantir sempre o melhor atendimento possível → CONCEITOS DO ATLS - Trate primeiro a maior ameaça à vida - Aplique o tratamento indicado mesmo sem ter um diagnóstico definitivo - História detalhada não é essencial para iniciar a avaliação do traumatizado - Não perca tempo - Não provoque lesão adicional ao paciente - XABCDE → IMPORTÂNCIA DO ATLS - Melhora comprovada no atendimento ao traumatizado após a implantação do programa - O atendimento organizado reduz a morbimortalidade por trauma - Retenção da sistematização OBSERVAÇÃO: • Sempre repetir a avaliação primária, frequentemente para identificar qualquer deterioração nas condições clinicas do paciente que requeiram intervenção adicional. ABCDE 1° MOMENTO A – Manutenção da via aérea e cuidado com a coluna cervical B – Ventilação e oxigenação C- Circulação e controle da hemorragia D- Estado neurológico E – Exposição e controle da hipotermia 2° MOMENTO - Realizar uma nova avaliação detalhada da cabeça aos pés - Colher a história do paciente → A – Manutenção da via aérea e cuidado com a coluna cervical - Imobilização → restrição da movimentação da coluna cervical (inicialmente manual – segurando a cabeça com as mãos e cuidadosamente trazendo-a para a posição em linha neutra) Helena Costa Franco - A cabeça permanece imobilizada manualmente em linha neutra até o término da imobilização mecânica 1. Vítima com a cabeça em posição neutra 2. Verificar com os dedos a altura do pescoço, compreendida entre a linha que passa pelo bordo inferior da mandíbula e a linha que passa pelo ponto onde termina o pescoço e se inicia o ombro. 3. Verificar a altura do colar cervical (tamanho), calculando a distância entre o pino de fixação da borda rígida do colar. Não inclua na medida a borda macia do mesmo 4. Escolha o colar que apresentar esta altura semelhante à aferida com seus dedos (altura do pescoço) 5. Colocação do colar - O colar só poderá ser retirado depois de afastadas as possíveis lesões. O fato de o paciente poder deambular não afasta a possibilidade de lesão cervical. → POSICIONAMENTO DO COLAR CERVICAL 1. O primeiro socorrista posiciona-se atrás da cabeça da vítima, apoiando os polegares na mandíbula e os outros dedos ao longo do crâneo a partir da occipital. 2. O segundo socorrista na lateral do paciente (do lado direito) coloca a parte posterior do colar atrás do pescoço 3. O segundo socorrista traz a parte anterior do colar para frente e posiciona na linha média. (O mento e o tórax têm que estar alinhados corretamente) 4. O segundo socorrista posiciona-se e comprime as laterais e fecha o velcro. Após isso pode retirar a fixação manual (mão do primeiro socorrista) → VIA AÉREA - Estabelecer a patência da via aérea • Verbalização = via aérea pérvia • Identificar sinais de obstrução da via aérea - Corpo estranho - Secreções - Fratura de face - Queimadura da via aérea - Reavaliar em curtos intervalos de tempo - Fatores de risco: • Inconsciência/ rebaixamento do nível de consciência • Hipotonia de língua • Corpos estranhos • Traumas de face Helena Costa Franco • Lesões penetrantes na região cervical • Fraturas de traqueia e laringe - Objetivos: - Manter sempre a via aérea pérvea - Oxigenioterapia complementar - Cuidado com a coluna cervical → MANOBRAS PARA GARANTIR A VIA AÉREA PÉRVIA - Aspirar secreções e remover corpos estranhos - Elevação do queixo e tração da mandíbula - Cânula oro ou nasofaríngea - Intubação oro ou nasofaríngea - Cricotireoideostomia - Cirúrgica → B – Ventilação e oxigenação - Expor o tórax - Inspeção, palpação, ausculta e percussão - O trauma torácico é comum em pacientes politraumatizados e pode ser uma ameaça iminente à vida, especialmente se não identificado e tratado prontamente na avaliação primária. • Verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está bem oxigenado Helena Costa Franco • Via aérea pérvia não quer dizer boa ventilação • Não há necessidade de exame complementar para identificar lesões potencialmente fatais • O oxímetro deve ser conectado ao paciente LESÕES POTENCIALMENTE FATAIS PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO - Dor no peito - “Air hunger” (dificuldade de respirar) - Taquipneia - Esforço respiratório - Taquicardia - Hipotensão - Desvio de traqueia para o lado contrário da lesão - Ausência unilateral de sons respiratórios - Elevação do hemitórax/ ausência de movimento respiratório - Turgência dos vasos do pescoço - Cianose (manifestação tardia) → TRATAMENTO - Toracocentese descompressiva • Feita no 5° espaço intercostal (pouco acima do mamilo, na linha axilar média). • Introduz um jelco calibroso (14) até perfurar a pleura PNEUMOTÓRAX ABERTO - Acontece quando se tem uma facada, tiro, lesão corto-contusa - É uma lesão de comunicação do meio externo com o meio interno em que à resistência do ar é menor que a da árvore brônquica. - Toda vez que o paciente respira, a pressão no tórax diminui e o ar passa pelo buraco e se acumula no espaço entre as pleuras, comprimindo o pulmão. → TRATAMENTO - Curativo de 3 pontos (faz uma válvula) → feito com uma malha inabsorvível, algo que não passe o ar. Fixam-se 3 pontos do curativo e deixa uma borda solta – quando o paciente inspira a pressão dentro do tórax diminui, o curativo colaba e cola no tórax fazendo com que o ar passe pela via aérea superior. Na expiração a pressão torácica aumenta, o curativo descola e o ar escapa. Helena Costa Franco HEMOTÓRAX MACIÇO - O espaço virtual entre as pleuras vai ser ocupado por sangue - Pode ser causado por traumas contusos e as vezes penetrantes - Características: • Manifestações respiratórias + sistêmicas → TRATAMENTO DEFINITIVO DAS LESÕES POTENCIALMENTE FATAIS - Toracocentese em selo d’água ou drenagem torácica TAMPONAMENTO CARDÍACO - Menos comum das lesões potencialmente fatais - Entre as membranas pericárdicas há geralmente sangue - Tríade clássica / Beck 1. Bulhas cardíacas abafadas 2. Hipotensão 3. Turgência jugular (não está uniformemente presente Helena Costa Franco → TRATAMENTO - Introduzir agulha para aspirar o sangue – posteriormente fazer o tratamento definitivo EXASANGUINAÇÃO (X) - Contenção de hemorragia externa grave, a abordagem deve ser feita antes mesmo do manejo da via aérea uma vez que epidemiologicamente, apesar da obstrução de vias aéreas ser responsável pelos óbitos em um curto período de tempo, o que mais mata no trauma são as hemorragias graves. (?) - A diferença entre o “X” e o “C” é que o X se refere a hemorragias externas (grandes hemorragias). Já o C se refere a hemorragias internas, onde deve-se investigar perdas de volume sanguíneo não visível, analisando os principais pontos de hemorragias interna no trauma (pelve, abdome e membros inferiores) → C- Circulação e controle da hemorragia - Avaliar a presença de choque hemorrágico. - O primeiro passo para tratamento do choque é reconhecer a sua presença. - Avaliar: • Nível de consciência • PA • Pulso • Perfusão • Cor da pele • Temperatura • Diurese • Avaliação das extremidades • Avaliação do abdome e da pelve - Saber déficit de base com gasometria a nível hospitalar - Começar protocolos de transfusão maciça precoce/ácido tranaxâmico nas primeiras 3hrs de trauma - Reposição volêmica dentro dos conceitos de hipotensão permissiva - Coagulopatia (excesso de volume, hemorragia não tratada e processos inflamatórios não tratados geram coagulopatias) - 2 acessos com jelco no mínimo 18G; infundir 1 litro de soluçãocristalóide no adulto, 20ml/Kg na criança Helena Costa Franco → D- Estado neurológico - Objetivo principal no tratamento de pacientes com suspeita de TCE é prevenir lesão cerebral secundária. - Mudança na escala de Glasgow: inclui o não testável (ex: se o paciente é mudo não tem como avaliar resposta verbal, então coloca não testável) Helena Costa Franco - Avaliação pupilar: deve ser sucinta e rápida • 2: ambas as pupilas não reagem ao estímulo da luz • 1: uma pupila não reage ao estímulo da luz • 0: nenhuma pupila fica sem reação ao estímulo da luz - Incorporação da pupila na escala de Glasgow - Caso a reação pupilar estiver inexistente bilateralmente ou unilateralmente, pode-se retirar pontos da EG → E – Exposição e controle da hipotermia - Durante a avaliação primária, despir completamente o paciente, geralmente cortando suas roupas para facilitar um exame e avaliação minuciosos. Helena Costa Franco - Após a conclusão da avaliação, cubra o paciente com cobertores quentes ou com um dispositivo de aquecimento externo para evitar que ele possa desenvolver hipotermia na área receptora de trauma.
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