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Morfofuncional | UC XIII | SP3 Distúrbios dos Músculos Esqueléticos - Atrofia Muscular Espinhal (AME) doença neuropática, onde temos perda de neurônios motores, que vão causar fraqueza muscular e atrofia; doença autossômica recessiva 1:6000 nascimentos temos deleção ou mutação em gene SMN1; ele codifica a proteína SMN que é a de sobrevivência do neurônio motor proteína SNM ausente → afeta a sobrevivência do neurônio motor → degeneração das células do corno anterior → atrofia muscular e hipotonia grave → Características morfológicas do paciente com AME Na AME temos fibras atrofiadas e hipertrofiadas, que tentam compensar esse defeito que está acontecendo. Diagnóstico: teste genético para ver se tem a mutação; quase nunca faz o anatomopatológico - SMN2 gene homólogo Ação e estrutura semelhante ao SMN1. A quantidade de proteína produzida por esse gene, é o que vai determinar qual é o tipo de AME → Classificação - Tipo 1: surge nos primeiros 4 meses de vida, e o óbito seria na primeira infância - Tipo 2: surge na primeira infância, e o óbito seria na segunda infância - Tipo 3: forma mais leve, surge após os 2 anos, e o óbito seria em idade adulta Quanto maior a quantidade de SMN2, MAIS LEVE vai ser a gravidade. SMN1 é a causadora da doença; a SMN2 é a que determina a gravidade ● Distrofia Muscular de Duchenne Ocorrência maior em meninos, pois está associado ao cromossomo X (gene DMD); tenho mutações no gene DMD incidência: 1:3000 nascimentos (maior que AME) Se apresenta na primeira infância com fraqueza muscular proximal, envolvendo tronco, cintura pélvica e escapular → Sinal de Gowers devido a fraqueza do tronco Gabriela de Oliveira- 5º período 1 Morfofuncional | UC XIII | SP3 Sinais: → Função da distrofina serve como âncora ligando o citoesqueleto da fibra muscular à matriz protéica extracelular; e isso tem ação de estabilizar a contração muscular, onde o excesso da força da fibra muscular, é transmitido para o tecido conjuntivo, evitando a lesão da fibra; a contração então não fica retida apenas na fibra, porque isso pode levar ao rompimento da fibra anormalidade no gene DMD (Xp21) →alteração na quantidade de distrofina → degeneração das fibras musculares → fraqueza muscular progressiva → Característica morfológica dos músculos de pacientes com distrofia muscular de Duchenne É bem diferente da AME, lá tínhamos atrofia e algumas hipertrofiadas; aqui, temos núcleos centrais (e não na periferia, como são normalmente), fibrose, fibra necrótica, etc. No início da doença, é comum termos a regeneração das fibras musculares (setas amarelas), citoplasma mais basófilo. Gabriela de Oliveira- 5º período 2 Morfofuncional | UC XIII | SP3 Adipócitos ocupam espaços onde antes tínhamos fibras musculares; e também temos fibrose R: reação aos anestésicos → hipertermia maligna ● Hipertermia maligna (canolopatias) As canolopatias são um grupo de doenças hereditárias causadas por mutações que afetam a função das proteínas do canal iônico. A hipertermia maligna é uma doença farmacogenética rara, de caráter autossômico dominante, de baixa incidência, porém potencialmente fatal, desencadeada por exposição a agentes anestésicos inalatórios halogenados e/ou succinilcolina. → Etiologia: Mutação do gene RYR1 (rianodina); quando expostos a anestésicos, permitem que saia mais cálcio do retículo endoplasmático da fibra muscular, e com isso pode levar a tétano e produção excessiva de calor. mutação no gene que codifica o receptor de rianodina → efluxo descontrolado de cálcio → tetania → aumento do metabolismo muscular = hipertermia esse efluxo leva a múltiplas contrações involuntárias sistêmicas, incontroladas → leva ao aumento do metabolismo do músculo, por isso temos aumento da temperatura (de forma sistêmica isso está acontecendo) Sobre caso clínico Dantrolene foi usado para reverter o quadro; e um relaxante muscular que faz bloqueio lento dos receptores de rianodina, é um bloqueio gradativo e não tão eficaz. Insuficiência renal aguda devido a rabdomiólise. Gabriela de Oliveira- 5º período 3 Morfofuncional | UC XIII | SP3 → Lesão muscular, é muito mais comum CPK aumentado do que TGO Por onde começar? Fraqueza muscular: toda vez que eu tiver um paciente assim, vou pensar “por que ele está fraco, pode ser por vários motivos?” Quando o estímulo chega no músculo: músculo e neurônios não conseguem conversar são células totalmente diferentes, ali então temos a placa motora que é um intermédio entre SNC /neurônio e o músculo Transmissão do estímulo: 1º neurônio → 2º neurônio → placa motora → músculo - se eu tiver o 1º neurônio bom, 2º bom, placa motora boa e músculo bom → executo movimento - se eu tenho uma fraqueza→ ou é uma doença/ problema do 1º, 2º ou placa, ou músculo A fraqueza pode ser causada por, problema/lesão em: → 1º neurônio: AVC TCE Tumor do SNC → 2º neurônio: neuropatia periférica → Placa motora miastenia gravis botulismo → Músculo miosite O 1º neurônio é o senhor dos neurônios, ele manda, não recebe ordens; o 2º recebe ordens do 1º, MAS o “sonho” do 1º é mandar, mas ele não pode, porque o 2º manda nele; então sempre que o 2º tem a oportunidade de mandar, ele faz isso de maneira aumentada e exacerbada Se o problema for no 1º → não vou ter estímulo para o 2º Se o problema for no 2º → não vou levar informação para o músculo No reflexo tendinosos, fisiologicamente falando, eu recebo um estímulo sensitivo, o estímulo sobe e quando chega na medula faz sinapse, cruza sobe e vai até o tálamo, manda mensagem para o local que é responsável pelo sentir, para entender que alguém me bateu; Além disso, de mandar o estímulo pro córtex, também fazemos um arco reflexo e mandamos um estímulo para o neurônio motor, para executar a ação do reflexo. Gabriela de Oliveira- 5º período 4 Morfofuncional | UC XIII | SP3 → se eu tiver lesão do 2º neurônio motor, uma parte da informação sobe, e uma parte vai fazer o arco-reflexo, mas o 2º neurônio está lesado → não vou ter reflexo → se for lesão do 1º neurônio, quem manda é o 2º neurônio, eu bato, mando estímulo, ele exacerba o reflexo → Em relação ao tônus se tenho lesão de 1º: tem espasticidade elástica; a princípio é necessária força para esticar o braço de um paciente com AVC, e aí ele abre bem forte e rápido após muita força se eu tenho lesão de 2º: tenho flacidez → Em relação a atrofia lesão em 1º: hipotrofia, já que o 2º ainda está levando informações para o músculo lesão em 2º: atrofia → Em relação a Babinski lesão em 1º: presente- doença no neurônio motor lesão em 2º: ausente → Em relação a miofasciculações e cãimbras lesão em 1º: ausente lesão em 2º: presente Em lesão de placa motora, tenho uma fraqueza que varia conforme o movimento ex: pede ao paciente para contar até mil, ele começa contando e chega a ficar rouco; pedir ao paciente para olhar pra cima, uma hora ele tem ptose palpebral; estender a mão Em lesão do músculo em si, tenho fraqueza e enzimas musculares aumentadas se eu tenho um paciente com fraqueza, e a CPK dele está em 1000 → não vou pensar em AVC, vou pensar em músculo... ● Dermatomiosite/ Dermatopolimiosite Doença auto-imune idiopática contra musculatura esquelética. Mais comum em mulheres. Pode estar associado com outras doenças; é comum que esses pacientes venham antes, durante ou após um quadro de neoplasia. → Clínica - fraqueza proximal; ombro, cintura escapular; fraqueza simétrica; insidioso - POUPA o olho → paciente NÃO tem fraqueza no olho - disfagia (engasgo) → musculatura estriada esquelética do esôfago estão problemática, não vai conseguir encaminhar o bolo alimentar - mialgia: por se tratar de uma doença autoimune contra o músculo - manifestações dermatológicas - heliótropo / pápulas de Gottron → PATOGNOMÔNICOS! - outros: febre, artrite e pneumonite Heliótropo: olho roxo Pápula de Gottron: descamação em dorso da mão Gabriela de Oliveira- 5º período 5 Morfofuncional | UC XIII | SP3 → Diagnóstico - dosagem de enzimas musculares; CPK (muito mais específico), TGO - eletromiografia - biópsiamuscular (padrão ouro!!!) - dosagem de anticorpos; anti Jo1, anti Mi2 e Fan (inespecífico) → Tratamento - corticóide paciente tem uma reação auto-imune, produz anticorpo contra algo do organismo dele; se eu dou corticóide em quantidade imunossupressora, eu vou imunossuprimir esse paciente, ele para de produzir tanto anticorpo, então isso reprime um pouco a doença - imunossupressor; mais forte que o corticóide ● Polimiosite Praticamente igual a dermatopolimiosite, sem sintomas dermatológicos! - NÃO ocorre lesão de pele - mínima associação com neoplasia - anticorpo: Anti-SRP ● Miosite por corpúsculo de inclusão Semelhante a polimiosite, a diferença é que é mais comum em homem idoso - mais comum em homem idoso - membros inferiores - NÃO melhora com corticóide e imunossupressores → teoricamente, na clínica, não vamos tratar ele, vamos fazer o encaminhamento, ou se a CPK estiver muito alterada eu faço internação; caso não haja uma causa específica, tipo, rabdomiólise… então eu chamo o reumatologista OBS: CPK acima de 1000 pode causar uma rabdomiólise, mas não necessariamente isso vai acontecer! Respondendo o caso clínico Principal HD: dermatomiosite, associada ou não a uma neoplasia Diagnóstico: biópsia, anticorpos, pesquisa do nódulo mamário Tratamento: corticóides Está tendo fraqueza; ptose; disfonia, dificuldade de articular as palavras; incapacidade de estender os braços No exame físico: houve estresse da musculatura. Não está relacionado com lesão de 1º e 2º neurônio motor. Não tem alteração de CPK, etc. Nesse caso, não seria necessário pedir TC de crânio HD: miastenia gravis Ptose: Gabriela de Oliveira- 5º período 6 Morfofuncional | UC XIII | SP3 ● Miastenia Gravis Doença auto-imune da placa motora, contra receptores de acetilcolina Tenho o neurônio e músculo, que se comunicam pela placa motora; Em um paciente normal tenho vesículas de ACH normal, que faz atuação nos receptores para executar ação no músculo; Na miastenia tenho anticorpos contra esses receptores de Ach, não necessariamente uma ausência de receptores. Quando Ach vai agir no receptores, ela age em poucos, não ativa tanto o músculo igual ativaria em um paciente normal, então vou ter um quadro de fraqueza; Após um estresse repetitivo, o paciente com miastenia gravis → fadiga, porque além de ter diminuição de receptores, ele tem também a diminuição de Ach que é liberada na placa; chega um momento em que não temos mais tanta Ach para atuar, diminui a liberação de Ach na fenda → Clínica - fraqueza + fatigabilidade - forma ocular → ptose/ oftalmoparesia - fraqueza generalizada; alguns pacientes evoluem para síndrome miastênica, que é quando o paciente tem fraqueza no diafragma; quando chega no PS eu posso entubar, fazer imunoglobulina ou filtrar o plasma (plasmaferese) para tirar esses anticorpos - sensibilidade é normal - pupilas normais - melhora com o repouso; parei de usar a musculatura, tenho tempo para restituir as vesículas de Ach na fenda; gelo também melhora a formação das vesículas → Diagnóstico - clínica + exame físico - eletroneuromiografia: estressa a musculatura, que tem resposta, até a hora que ela pára de responder e entra em fadiga → potencial decremental - anticorpos: anti-Achreceptor; anti-musk (mais relacionado com forma generalizada); anti-LRP4 (pouco comum, mais frequente em mulheres jovens e quadros leves) - outros: teste da anticolinesterase (edrofônio EV)- pouco comum na prática atualmente ; estou estimulando o paciente, vejo que ele apresentou fadiga, dou medicação EV que faz a Ach durar mais tempo na fenda, é como se fosse um inibidor de AchE, isso faz com que o paciente demore mais para fadigar → Tratamento - Piridostigmina; inibe AchE e com isso tenho mais Ach na fenda e isso melhora a força; caso não melhorar, posso pensar em associar um imunossupressor - Em crise miastênica: Ig ou plasmaférese na urgência Gabriela de Oliveira- 5º período 7
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