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Estrutura de Proteínas Princípios de Bioquímica Lehninger Capítulo 3, ítem 3.4 Proteínas são essenciais a vidas e participam dos vários processos enzimáticos A bactéria Escherichia coli apresenta 3 mil proteínas diferentes, já seres humanos possuem cerca de 25 mil genes, os quais codificam um número muito maior de proteínas diferentes Estrutura e função de proteínas Colágeno Anticorpo IgG1 Hemoglobina Insulina Adenilato kinase As proteínas são moléculas essenciais para a estrutura e função das células, desempenhando ampla variedade de funções biológicas A função das proteínas é totalmente dependente de sua estrutura tridimensional Enzimas são proteínas que catalizam reações químicas no metabolismo A estrutura primária de uma proteína (sequência de aa) determina como a proteína irá se enovelar em sua estrutura terciária Evidências: 1) mutações de um único aa podem alterar a função de uma proteína (ex.: anemia falciforme) 2) Proteínas de espécies diferentes e que apresentam funções similares, em geral também apresentam sequências de aa similares Entretanto, podem ocorrer variações da sequência primária de aa sem que a função da proteína seja alterada, desde que sítios importantes para a função da proteína não sejam alterados: • 20 a 30% das proteínas humanas são polimórficas dentro de uma população • Proteínas de espécies diferentes e com funções semelhantes podem ter sequências bem distintas e tamanhos variados Mas como determinar a sequência de aa de uma proteína???? Em 1953: - Watson and Crick deduziram a estrutura de dupla hélice do DNA e propuseram um modelo para sua replicação - Sanger determinou a sequência de aa das cadeias polipeptídicas da insulina Aminoácidos: componentes das proteínas ala arg asn asp cys gln glu gly his ile leu lys met phe pro ser thr trp tyr val O DNA é uma molécula informacional: cada códon (sequência de três nucleotídeos) codifica um único residuo de aminoácido na proteína. Como as proteínas são construídas phe phe val valval val tyr tyr trp ala ile ile ile ile φ ψ Os aminoácidos são unidos por ligações peptídicas com a liberação de uma molécula de água e passam a ser denominados resíduos A cadeia polipeptídica se dobra devido aos graus de liberdade da ligação e dos resíduos originando uma estrutura tridimensional funcional O método de Sanger só permite determinar o resíduo N-terminal, já que HCl 6M irá promover também a quebra das demais ligações peptídicas. Esse método permite a determinação do número de cadeias polipeptídicas presentes em uma proteína A degradação de Edman permite o sequenciamento de um peptídeo inteiro, uma vez que essa promove a marcação e a remoção apenas do resíduo N-terminal. O processo se repete até a identificação de todos os resíduos (até cerca de 50 resíduos) O primeiro passo para o sequenciamento de uma proteína grande é a quebra das pontes dissulfeto O segundo é a quebra da proteína, utilizando-se de proteases em fragmentos peptídicos menores Os fragmentos peptídicos são então separados por cromatografia ou outro método eletroforético e então submetidos ao processamento de Edman Além desse método, a sequência de proteínas pode ser deduzida por espectrometria de massa Ou através do sequenciamento do DNA Peptídeos podem ser sintetizados (até 100 resíduos) A sequência de aa de uma proteína pode ser importante para determinar a que família essa proteína pertence. Proteínas da mesma família podem apresentar os mesmo aa em uma região que é crítica para a função da proteína. O sequenciamento pode indicar a presença de domínios, que são comuns a várias proteínas, bem como sequências sinais, que podem determinar a localização celular de uma proteína ou sua meia-vida • Para se determinar o quão similares duas proteínas são, essas podem ser alinhadas através de programas de bioinformática que irão conferir um score àquele alinhamento • Esse score leva em conta se dois resíduos são idênticos ou se a alteração é conservadora e se existem gaps no alinhamento Árvore evolutiva bacteriana (o comprimento da linha é proporcional ao número de substituições de aa de uma espécie a outra) Proteína testada: GroEL, ajuda no enovelamento de proteínas Essa árvore é baseada no estudo das sequências de várias proteínas e de características genômicas A estrutura tridimensional de proteínas (Lehninger, capítulo 4) Quimiotripsina glicina • Proteínas se enovelam assumindo uma conformação estável • A conformação tridimensional é dependente de ligações dissulfeto, ligações de hidrogênio, interações hidrofóbicas e interações iônicas • ligações dissulfeto são mais comuns em proteínas a serem secretadas • As ligações não covalentes são mais comuns para estabilizar a conformação de proteínas intracelulares Conceitos gerais sobre estrutura de proteínas • Ligações de H e interações iônicas estão presentes em regiões de contato com a água. • No interior da proteína (região hidrofóbica), a presença de átomos capazes de realizar ligações de hidrogênio e iônica, porém sem o outro par, são desestabilizantes • Partes hidrofóbicas das proteínas tendem a serem mantidas em regiões internas, que não apresentam contato com a água Conceitos gerais sobre estrutura de proteínas A ligação peptídica é rígida e planar A ligação C-N peptídica é mais curta que a ligação C-N em aminas comuns • A ligação C-N é parcialmente dupla não apresentando rotação • Isso limita as possibilidades de conformações possíveis para uma cadeia polipeptídica A ligação peptídica é rígida e planar A ligação peptídica é rígida e planar Algumas conformações não são permitidas por impedimento estérico Pontes de Hidrogênio Estruturas Secundárias: Refere-se ao arranjo espacial de um determinado segmento de uma cadeia polipeptídica (os ângulos do segmento obedecem a uma certa ordem) − α-hélice: 25% dos aa de proteínas apresentam a conformação de α-hélice - As α-hélices são estabilizadas por pontes de H - aa nas posições 1 e 4 interagem (positivo com negativo ou hidrofóbico com hidrofóbico A propensão de um aa de formar α-hélice depende de sua cadeia lateral. Uma sequência de aa carregados positivamente ou negativamente não forma α-hélice, bem como aa com cadeias laterais volumosas • Prolinas desestabilizam α-hélices por seu N estar em um anel rígido e por não possuir H ligado ao N para estabeler ligação de H • Glicinas são muito flexíveis, por isso formam outros tipos de estruturas Conformação β ou folha β: é uma conformação mais extendida Conformação β ou folha β: é uma conformação mais extendida Ligações de H também são importantes para folha β Quando duas folhas β encontram-se sobrepostas, os R dos aa da superfície de contato são relativamente pequenos (alanina e glicina). Ex.: fibroína da teia de aranha A volta β é a conformação adotada por um terço dos aa de proteínas globulares, sendo que glicina e prolina são muito comuns nessas regiões de loops A volta β conecta α hélices e folhas β antiparalelas A volta β tem um ângulo de 180º e envolve 4 aa (em geral glicina ou prolina), sendo que, em geral, o aa 1 interage com o aa 4. Estrutura terciária de proteínas • Refere-se à organização espacial de aa que se encontram, às vezes, em regiões distantes na sequência polipeptídica • Ligações não covalentes, e às vezes ligações covalentes (ligações dissulfeto) medeiam a estruturação terciária da proteína A organização espacial de proteínas formadas por duas ou mais sequências polipeptídicas é chamada de estrutura quaternária Classificação de proteínas de acordo com a organização estrutural • Proteínas fibrosas: consistem de um tipo único de estrutura secundária, sendo que sua estrutura terciária é simples. Em geral provêm suporte, forma ou proteção externa para vertebrados • Proteínas globulares: contêm vários tipos deestrutura secundária. Em geral são enzimas ou proteínas regulatórias Proteínas fibrosas • Formada por elementos repetitivos de estrutura secundária • São insolúveis em água (formadas por vários aa hidrofóbicos) Proteínas fibrosas Encontrado no cabelo, unha, camada externa da pele, etc. e tem função de prover força É rica em aa hidrofóbicos (Ala, Val, Leu, Met e Phe) Pontes dissulfeto estabilizam a estrutura quaternária Colágeno: encontrado em tecido conectivo e tem função de prover força 3 α hélices O colágeno é formado principalmente por glicina, alanina, prolina e hidroxiprolina. O ácido ascórbico é responsável pela produção de hidroxiprolina, por isso sua falta causa escorbuto Fibroína: • É formada por cadeias polipeptídicas em conformação β, sendo uma estrutura flexível • Produzido por insetos e aranhas Proteínas globulares • Apresentam mais diversidade estrutural Exemplo de proteína globular: imunoglobulinas, transportadores, enzimas proteínas motoras • Mioglobina é a proteína ligadora de oxigênio no músculo. • Formado por uma única cadeia polipeptídica (153 aa) e contem um grupo heme • Formada por α-hélices e voltas β • Seu interior é formado por resíduos hidrofóbicos e a maioria dos R dos aa polares interagem com a água e estão na superfície da molécula Estrutura da deoxihemoglobina: apresenta estrutura quaternária, também contendo estrutura compacta no interior e o grupo heme O grupo heme da mioglobina se encontra no interior da molécula, protegido da água, que oxida o ferro, incapacitando-o para a ligação ao oxigênio Arranjo ou motivo: Dois tipos de estruturas secundárias em arranjo ou estruturações mais complexas (β-barril) de uma parte da cadeia polipeptídica ou da cadeia inteira Domínios proteicos: é uma parte da cadeia polipeptídica que é estável independentemente do restante. Diferentes domínios em geral têm funções independentes Troponina C (proteína ligadora de cálcio) Estruturas α e β são alternadas Estruturas α e β são segregadas em regiões diferentes Vírus da poliomielite Vírus do tabaco Desnaturação de proteínas • A perda da estrutura implica em perda de função • Causas de desnaturação: temperatura, pH, etanol ou acetona, detergentes, uréia, etc. Em determinadas situações, algumas proteínas podem ser renaturadas - O modelamento ou enovelamento de proteínas pode ocorrer através da interação (ligações de H ou interação iônica) entre aa que se encontrem próximos na sequência polipeptídica, formando estrutura secundária. Posteriormente, partes distantes da proteína se enovelariam - Outra opção: a proteína se enovelaria pelo colapso de regiões hidrofóbicas É possível que os dois processos ocorram! Enovelamento: várias proteínas precisam de chaperones para se enovelarem
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