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Atendimento em sala de parto Introdução ❖ A mortalidade infantil era muito alta principalmente em países em desenvolvimento, sendo feitos vários programas e campanhas que reduziram a mortalidade. Ex: hidratação nos casos de diarreia ❖ Conforme as condições melhoraram, as taxas de mortalidade de 5 anos diminuíram ❖ Dessa forma, precisava de medidas para melhorar taxas no período neonatal Reanimação neonatal ❖ Ao nascimento, cerca de um em cada 10 recém-nascidos precisa de ajuda para iniciar a respiração efetiva e 1 em cada 100 precisa de intubação ❖ A necessidade de procedimentos de reanimação é maior quanto menor a idade gestacional e/ou peso ao nascer. Isso porque, se o peso estiver abaixo do esperado para idade gestacional, significa que estava tendo algum atraso de crescimento intrauterino, ou alguma doença doenças fetal, ou insuficiência placentária, desnutrição da mãe, vícios na gestação. ❖ O parto cesáreo, entre 37 e 39 semanas de gestação, mesmo sem fatores de risco antenatais para asfixia, também eleva a chance de que a ventilação ao nascer seja necessária. No parto cesáreo não existe a preparação do bebê para o nascimento. ❖ O ponto crítico para o sucesso é a ventilação pulmonar adequada, fazendo com que os pulmões do recém-nascido se inflem e, com isso haja a dilatação da vasculatura pulmonar e hematose apropriada. Isso é importante porque o bebê sai de um ambiente cheio de líquido e vai para um cheio de ar ao nascimento, precisando que esse pulmão infle e dilate a vasculatura pulmonar Como melhorar a oxigenação sem dar O2? ❖ Dar O2 não fará nenhuma diferença, porque não tem uma interface gasosa, assim, precisamos ajudar o bebê a desenvolver a capacidade funcional residual antes de pensar em dar O2 ❖ Normalmente, quando se expira e o ar sai, o alvéolo não murcha totalmente, ele fica com um volume residual. O surfactante contribui para isso. Assim, o prematuro cujo a produção de surfactante está diminuída, não vai conseguir manter os alvéolos abertos. Precisa- se dar surfactante exógeno Golden minute ❖ O primeiro minuto de vida é decisivo ❖ Existem alguns pontos relevantes: História: começa pouco antes do nascimento, no início do trabalho de parto. Dados do trabalho de parto e do pré-natal Solicitar cartão da gestante-quantas consultas fez e como foram essas consultas, se teve intercorrências Identificação do pai (nome, idade, escolaridade, hábitos, profissão, crenças) Identificação da mãe Grupo sanguíneo dos genitores, passado médico, relação do casal, se a gravidez foi planejada, desejada Consanguinidade entre os pais (casos de malformações congênitas e /ou de doenças metabólicas hereditárias Anamnese materna TORSCHS TO= toxoplasmose R= rubéola S=sífilis C= Citomegalovírus H= HIV, hepatites, herpes, HTLV Larissa Cedraz ❖ Riscos aumentados: idade da mãe (tanto mais novas quanto mais velhas), tipagem sanguínea (incompatibilidade rh e ABO também, quando a mãe é – e o bebê +, quando a mãe é O e o bebê A, B ou AB), patologias prévias que podem ser descompensadas com a gestação, antecedentes gestacionais e neonatais, pré- natal (exame, intercorrências), DUM e idade gestacional estimada, intercorrências gestacionais, medicações, drogas ilícitas, álcool, tabagismo, exames, trabalho de paro e bolsa amniótica. ❖ A bolsa amniótica quando rompe, abre contato com os microorganismos do trato geniturinário, e a colonização aumenta exponencialmente, tendo risco de infecção Antecedentes obstétricos ❖ Número de gestações anteriores, partos e abortos ❖ Tipo de parto ❖ Internações e evoluções ❖ Tempo de amamentação dos filhos anteriores ❖ Dados do pré-natal: Início do acompanhamento, n° de consultas, DUM, exames gerais, sorologias virais, US obstétricos, vacinação, tratamento realizados e intercorrências ❖ Vacina anti-tetânica é BÁSICA Sala de parto ❖ Material: necessário material para manutenção da temperatura, aspiração de vias aéreas, ventilação e administração de medicações ❖ Equipe: fundamental que um profissional da equipe seja capaz de iniciara animação neonatal e estar presente em todo o parto ❖ Nascimento de um concepto de alto risco: 2 a 3 profissionais treinados e capacitados ❖ Em caso de gemelares é necessário dispor de material e equipe para cada criança 1) Manter normotermia ✓ Fonte de calor radiante ✓ Manter as portas da sala de parto e da reanimação fechadas, e, controlar a circulação de pessoas para minimizar as correntes de ar, as quais podem diminuir a temperatura ambiente, que deve ficar entre 23-26°C ✓ Dentro da barriga o bebê está aquecido e a temperatura ambiente está menor ✓ Essa manutenção influencia a circulação sanguínea 2) Avaliar o RN ✓ Estetoscópio ✓ Oxímetro de pulso: a normalidade é menor 3) Material para aspirar vias aéreas 4) Ventilar com pressão positiva ✓ Acoplar a máscara perfeitamente, vedando e indo do nariz até o queixo ✓ Máscara usada é redonda ✓ Espaço morto de 5 ml- onde passa o ar mas não possui troca gasosas 5) Intubar ✓ Lâmina reta no laringoscópio- “caça a epiglote” ✓ Tamanho da cânula- 2,5 até 4 ✓ Fixar a cânula fazendo um H ✓ Sonda específica para aspirar mecônio (primeiras fezes) ✓ Não é normal o bebê liberar fezes no âmnio, isso pode ser um sinal de sofrimento fetal (hipoxigenação por ex, ou que esse bebê é pós-termo) 6) Medicação ✓ Acesso pela veia umbilical- passa um cateter central 7) Cateterizar a veia umbilical ✓ Torneira de 3 vias, caso precise acoplar soro, medicação ✓ Pode cateterizar as artérias umbilicais? Sim. Por exemplo para evitar coleta em excesso 8) Outros Clampeamento do cordão ❖ Recomenda-se, no RN >34 semas com respiração adequada e tônus muscular em flexão ao nascimento, clampear o cordão umbilical de 1-3 minutos (tempo que passa sangue suficiente para ajudar a prevenir anemia fisiológica do RN) depois da sua extração completa da cavidade uterina. Se deixar cheio demais, o sangue vai hemolisando (aumenta-se bilirrubina indireta que ultrapassa barreira hematoencefálica, podendo gerar também um quadro neurológico), podendo fazer uma icterícia neonatal mais pronunciada Se o bebê nasce grave e precisa agir, clampeia de imediato Se o bebê nasce normal, é melhor demorar de clampear Perguntas básicas Gestação a termo? Respirando ou chorando? Bom tônus muscular? Ausência de mecônio? * não é uma pergunta básica (caso bebê tenha mecônio e outras perguntas sejam respondidas com sim: é liberado junto com a mãe) ❖ Caso uma pergunta seja NÃO, bebê deve ser levado para reanimação ✓ Calor corpo a corpo ✓ Posicionar cabeça (vias aéreas pérvias) - extensão ✓ Secar-retirar panos úmidos, usar panos aquecidos ✓ FC e respiração continuamente ✓ APGAR: hoje em dia não é determinante de conduta, apenas serve como indicativo se o atendimento da criança está sendo positivo ou negativo. Avalia a resposta do RN a reanimação, não determina ela. ✓ A cor, geralmente é um dos motivos para que o bebê não complete o score (o frio faz com que realizevasocontrição periférica, podendo gerar cianose) ✓ Ventilação é o ponto mais importante da reanimação neonatal Clampeamento do cordão ❖ Se a circulação não estiver intacta, devido a um descolamento de placenta prévio, ou rutura/ prolapso/ nó de cordão ou se o paciente possuir qualquer sinal ausente, deve- se realizar o clampeamento IMEDIATO do cordão. ❖ Levar ao berço aquecido para prevenir perda de calor ❖ A mesa de reanimação não deve ter qualquer informação Condutas ❖ Bebê com boa vitalidade, deve-se seguir junto com a mãe ❖ Caso contrário, passos iniciais a mesa-30” Calor radiante Posicionar a cabeça Aspirar líquido meconial da boca e narinas Secar e desprezar os campos Reposicionar a cabeça Avaliar o RN Tudo isso deve ser realizado no Golden minute (em 1 minuto) O boletim de apgar é dado no 1 e 5 momentos ou se nasce de 5 a 20 Avaliação simultânea após os passos iniciais ✓ 6 segundos x 10= bpm/min ✓ FC>100=adequada ✓ FC é principal parâmetro que determina indicação e eficácia de reanimação. Se a criança esta hipoxémica, a FC vai caindo. ✓ É importante determinar a FC de maneira rápida, acurada e confiável para a tomada de decisões em sala de parto ✓ Palpação do cordão umbilical, ausculta precordial e sinal de pulso pela oximetria subestimam a FC ✓ O monitor cardíaco de 3 vias atende: um em cada braço, próximo ao ombro, e um em cada perna ✓ Respiração rítmica e regular=adequada ✓ Tórax deve estar expandindo e respiração deve ter ritmo regular Exame físico sumário do RN ❖ Pode ser feito com o bebê sobre o colo da mãe- amamentação nos 30 min é importante para relação da criança e da mãe ❖ Determinar condições respiratórias cardiocirculatórias e malformações grosseiras ❖ Avaliação do coto umbilical que possui 2 artérias e 1 veia ❖ Decidir o destino do RN: AC, intermediária ou UTI Cuidados de rotina ✓ Pediatra coloca o clampe de 2 a 3 cm da barriguinha do recém-nascido. É importante a limpeza local com álcool 70%, o que será repetido após o banho e troca de fraldas. (o cordão umbilical é uma porta de entrada para o sistema sanguíneo ✓ Prevenir a doença hemorrágica do RN ✓ Importante para coagulação, pois é um cofator importante para a função de várias proteínas incluindo os fatores II, VII, IX e X, proteína C e S ✓ Mesmo que a mãe faça a suplementação de vitamina K, não consegue suprir a necessidade dos RN ✓ RN possuem microbiota intestinal imatura (essas bactérias produzem vita K). Além disso existe baixa produção de vitamina K n leite materno ✓ Deficiência de vitamina K pode levar a: 1) Deficiência precoce de vitamina k: sangramento entre 0 a 24h Mães tomaram medicamentos que alteram o metabolismo da vitamina K (anticonvulsivantes) Pode apresentar cefalohematoma e hemorragia intracraniana 2) Deficiência clássica de vitamina K- 1 a 7 dias Sangramento se apresenta no cordão umbilical 3) Deficiência tardia: 2 a 12 semanas (podendo ocorrer até os 6 meses) Pode estar correlacionada a outras questões clínicas É um quadro muito grave, hemorragia intracraniana ✓ Conjuntivite neonatal é contraída durante o nascimento, a partir do contato com secreções genitais maternas contaminadas ✓ O nitrato de prata age como antimicrobiano, usa-se a 1%. Esse conteúdo é irritante e pode gerar uma conjuntivite química. ✓ Essa profilaxia deve ser feita na primeira hora ✓ Clamídia e gonococo são os principais infectantes da conjuntivite ✓ A conjuntivite química é relatava em 10 a 100% dos neonatos submetidos aos agentes profiláticos. Se resolve espontaneamente. ✓ Usar antibiótico pode gerar seleção de flora ✓ A grande maioria dos casos de CN infecciosa é adquirida durante a passagem pelo canal do parto e reflete as ISTs ✓ Neisseria gonorrhoeae e a Chlamydia trachomatis e a transmissão é maior no parto vaginal em relação a cesárea ✓ Essa conjuntivite pode ser causada por outras bactérias e por vírus (herpes) ✓ Assegura que o RN receba o colostro, rico em fatores protetores. Contato pele a pele entre mãe e bebê ao nascimento favorece o início Informações importantes: ✓ RNs que não recebem profilaxia ao nascimento, possuem risco 80 vezes maior de desenvolver deficiência tardia de vitamina K ✓ A administração é feita por uma dose única de injeção intramuscular nas primeiras 6 horas de vida no musculo vasto lateral ✓ A dose recomendada é de 1mg para mais 1500g e 0,5 mg para os que tem peso menor que 1500 ✓ Existe a vitamina K oral que é menos eficaz. Deve ser reservada para pacientes cujo pais se recusam a usar a intramuscular. precoce da amamentação e aumenta a chance do aleitamento materno exclusivo bem-sucedido nos primeiros meses de vida. ✓ Vacinas BCG e hepatite B, que devem ser aplicadas até 12h após o nascimento ou antes do bebê ter alta da maternidade. Preferencialmente ATÉ o primeiro mês de vida. BCG Proteção contra formas graves da TB (menigingo, óssea, renal, miliar) Composta pelo bacilo de Calmette-Guérin obtido pela atenuação de uma das bactérias que causam a TB. Aplicação: braço direito, intradérmica Dose única Pode ser aplicada até 1 mês de vida Crianças não vacinadas podem receber até antes dos 5 anos de idade Contraindicações: pessoas imunodeprimidas e recém-nascidas de mães que usaram medicamentos que possam causar imunodepressão do feto durante a gestação. Prematuros, até que atinjam 2kg de peso. Cuidados: vai ocorrer reação no local e vai deixar cicatriz, não sendo necessários uso de medicamentos Aparece entre 12 a 24 semanas da vacina Se não formar a cicatriz, não revacina mais! HEPATITE B Vacina inativada, composta por proteína de superfície do vírus B purificado, portanto, não tem como causar a doença Via intramuscular Cuidados: em caso de febre, deve-se adiar a vacinação até que ocorra a melhora. Compressas frias aliviam a reação no local. Qualquer sintoma grave e/ou inesperado após a vacinação deve ser notificado ao serviço que a realizou. Efeitos e eventos adversos: dor, endurecimento, inchaço e vermelhidão Gerais: febre autolimitada
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