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Trabalho_Conclusao_Curso_Recife_Andre_Dourado

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SCIENCE OF BEER INSTITUTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO SOMMELIER DE CERVEJA 
 
 
 
 
 
ALUNO: ANDRÉ DOURADO DE BARROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE 
2018 
1 INTRODUÇÃO 
 
1.1 Contextualização 
 
Diante de um cenário cada vez mais globalizado, o mercado cervejas vem se destacando 
bastante nas últimas décadas no mundo e mais recentemente no Brasil, devido a um nicho 
específico, o das cervejas artesanais, que está proporcionando uma mudança nos produtos, no 
marketing e no comportamento do consumidor. 
No mesmo rumo tomado por países como Inglaterra, Bélgica, Alemanha e Estados 
Unidos, o Brasil vem amadurecendo no mercado das cervejas, principalmente as artesanais, 
tomando como base e se deixando influenciar fortemente pelas escolas cervejeiras dos países 
supracitados. 
 
A exemplo do que ocorreu com o vinho há alguns anos, o despertar do 
brasileiro para as cervejas ditas "especiais" vem crescendo exponencialmente 
a reboque das importações cada vez mais numerosas. Hoje, por aqui, estima-
se que já existam mais de mil rótulos importados disponíveis, e o número vem 
crescendo, literalmente a cada dia. Está em cena, ainda, a silenciosa explosão 
de microcervejarias artesanais em solo nacional, elaborando cervejas nobres, 
muitas das quais em nada são devedoras às melhores europeias 
(BELTRAMELLI, 2014, p. 120). 
 
Conforme o Instituto da Cerveja Brasil (2016) o cenário para o mercado de cervejas 
artesanais nacional é promissor e, de acordo com dados do Sebrae (2017), apesar das cervejas 
artesanais corresponderem a um percentual menor do que 1% do market share do mercado de 
consumo nacional de cervejas, há um enorme espaço para crescimento. 
Nesta conjuntura de expansão, vários estilos e subestilos de cerveja estão surgindo em 
nosso país, cada um com características específicas e trazendo uma diversidade de sabores e 
aromas que, a cada dia, vem conquistando cada vez mais os apreciadores de cerveja e 
modificando o hábito de consumo e o comportamento dos consumidores dessa bebida tão 
fantástica. 
 
1.2 Objetivo 
 
Este trabalho de conclusão do curso Sommelier de Cerveja do Science of Beer Institute tem 
como objetivo apresentar cinco subestilos cervejeiros tendo como base o guia de estilos do Beer 
Judge Certification Program (BJCP), edição 2015. Os subestilos de cerveja escolhidos pelo 
autor foram: 
• O Belgian Dubbel (26B), o Belgian Tripel (26C), e o Belgian Dark Strong Ale (26D), 
que fazem parte do estilo Trappist Ale (26); 
• O English India Pale Ale (12C), que faz parte do estilo Pale Commonwealth Beer (12), 
e; 
• O American IPA (21A), que faz parte do estilo IPA (21). 
 
A apresentação de cada subestilo foi dividida nos seguintes subtópicos: 
• História; 
• Justificativa de escolha; 
• Característica da escola pertencente; 
• Descrição; 
• Exemplos comerciais clássicos, e; 
• Serviço e harmonização. 
 
2 SUBESTILOS CERVEJEIROS 
 
2.1 Belgian Dubbel (26B), o Belgian Tripel (26C), e o Belgian Dark Strong Ale (26D) 
 
2.1.1 História 
 
Conforme Morado (2009), a cerveja tem uma relação com a religião católica bastante 
antiga, remontando ao século IX, pelo fato de que a fabricação de cervejas se tornou parte dos 
afazeres diários dos monges e padres medievais. A cerveja começou a ser produzida para fazer 
parte da dieta dos monges durante o período de jejum, pois este líquido não “quebrava” esse 
período religioso. Há registro de produção de cerveja datado no ano de 820, na Abadia de Sankt 
Screamed, na Suíça. Os próprios monges cultivavam as matérias-primas e produziam as 
cervejas e doavam o produto excedente aos andarilhos e peregrinos que passavam por esses 
locais. 
Após conturbados períodos devido ao fortalecimento da monarquia no século XVI, a 
Reforma Protestante do século XVI, a hegemonia napoleônica, e a Revolução Industrial, a vida 
monástica, apesar desses entraves e dificuldades, não teve a sua tradição completamente extinta, 
e as receitas especiais sobreviveram e continuam sendo utilizadas para produzir cervejas ainda 
hoje (MORADO, 2009). 
Morado (2009) e Beltramelli (2014) afirmam que, dentre os mosteiros sobreviventes, 
uma ordem em particular é responsável por manter essa tradição cervejeira: a ordem dos 
monges trapistas. Oficialmente esta ordem é denominada Ordem dos Cistercienses Reformados 
de Estrita Observância (Order of Cistercians of the Strict Observance – OCSO), e é uma 
congregação religiosa católica que derivada da Ordem de Císter, datada do século XII, 
seguidora da regra de São Bento “ora et labora” (orar e trabalhar). Os monges trapistas vivem 
em grande austeridade e profundo silêncio, passando toda a sua vida nos mosteiros. Além disso, 
esses monges fazem três votos: pobreza, castidade e obediência. 
De acordo com Morado (2009) o termo trapista deriva do mosteiro de Notre-Dame de 
La Trappe, na Nomandia, que foi reconstruído no final do século XIX. Atualmente, conforme 
o site da OCSO, existem 169 mosteiros trapistas espalhados pelo mundo, porém destes, apenas 
14 são produtores de cervejas trapistas e associados à International Trappist Association (ITA), 
que detêm o direito do uso exclusivo do nome “trapista” e criadores do selo específico 
informando a autenticidade dos produtos trapista. Dos 14 mosteiros cervejeiros, 8 estão na 
Holanda. 
Para uma abadia poder utilizar selo trapista nos seus produtos (além de cervejas, são 
produzidos pães, queijos, chocolates, vinhos e demais produtos), é necessário que ela atenda 
três rigorosos critérios: 
• Todos os produtos devem ser elaborados nas imediações da abadia; 
• A produção deve ser realizada sob a supervisão dos monges ou monjas, e; 
• Os lucros devem ser destinados às necessidades da comunidade monástica e para fins 
solidários dentro da Ordem Trapista, ou para projetos de desenvolvimento/reforma e 
obras de caridade. 
 
2.1.2 Justificativa 
 
A justificativa para a escolha do estilo Trappist Ale foi embasada na história e 
diversidade da escola belga, como também no gosto pessoal por cervejas com maior 
complexidade e no interesse do autor deste trabalho em aprofundar os seus conhecimentos nesta 
escola que surpreende qualquer nível de entusiasta e profissional da cerveja. 
 
 
2.1.3 Características de escola pertencente 
 
Morado (2009), e Beltramelli (2014) ressaltam que a Bélgica, devido a sua localização 
geográfica, sofreu várias invasões e ocupações por vários povos ao longo da sua história, 
principalmente durante as duas Grandes Guerras, e isso fez com que os belgas absorvessem a 
cultura de outros povos, como da França, por exemplo, que, além de dividir sua fronteira, 
compartilha também muitas de suas tradições. Essa mistura de tradições se reflete não somente 
na alimentação e estilo de vida, como também na cultura cervejeira, na qual é famosa em 
fabricar cervejas com apelo gastronômico, o que foi primordial para a resistência à adesão ao 
estilo Pilsen que ocorreu no resto do mundo (BELTRAMELLI, 2014). 
De acordo com Morado (2009), a Bélgica é conhecida como "o paraíso das cervejas" 
devido à sofisticação e à grande variedade de estilos disponíveis, sendo mundialmente 
conhecida pela sua arte de enriquecer e propor variações, combinações e inovações no mundo 
cervejeiro, além de propor várias harmonizações da bebida com diversos pratos. Outra 
característica da cultura cervejeira da Bélgica é a tradição milenar das abadias e mosteiros 
trapistas, sendo importantes símbolos de valorização e incentivo à preservação dessa cultura. 
Beltramelli (2014) complementa que, apesar da Bélgica ter um território do tamanho do 
Estado do Ceará, lá é possível encontrar mais de mil rótulos diferentes de cerveja. Pode-se dizer 
que as cervejas são tão importantes para os belgas como os vinhos são para os franceses, sendo 
a escola cervejeira belga extremamente respeitada e admirada pela preservação de suas 
tradições nopreparo das suas cervejas, com o uso comum de ervas, especiarias e frutas como o 
coentro, alcaçuz, gengibre, framboesa e cereja, além do lúpulo. Na Bélgica pode-se encontrar 
desde as cervejas mais leves, como a Witbier, como as mais complexas Dark strong ales ou as 
cervejas do tipo Lambic que são produzidas utilizando-se processos ancestrais de produção. 
 
2.1.4 Descrição do subestilo, exemplos comerciais clássicos, harmonizações e serviço 
 
Conforme o BJCP (2015, p. 104), “os estilos de cervejas trapistas são caracterizados por 
uma elevada atenuação, alta carbonatação através de uma segunda fermentação na garrafa e um 
caráter interessante (e muitas vezes agressivo) da levedura”. 
O subestilo trapista Belgian Dubbel é caracterizado no BJCP (2015) por possuir aromas 
complexos e ricamente adocicado, com notas de chocolate, caramelo e/ou tostado (não torrado 
ou queimado) proveniente do malte. No aroma também são encontradas notas de ésteres 
frutados moderados como passas, ameixas e cerejas secas, como também banana ou maçã. 
Fenóis picantes, de moderado a muito baixo, e álcoois superiores (macio, mas nunca 
quente ou solvente) também são comumente identificados nas cervejas Belgian Dubbel. Porém, 
o aroma de lúpulo condimentado, herbal ou floral é classificado como baixo a ausente. 
As cervejas pertencentes ao subestilo Belgian Dubbel possuem, na sua aparência, 
coloração âmbar escuro a cobre, profundidade avermelhada, com espuma bege de alta formação 
e retenção (densa e cremosa). No sabor, as características do aroma se repetem, apresentando 
um complexo sabor de malte (médio a médio alto) que interage com os ésteres, álcool e fenóis 
(uma mistura de passa, frutas secas, cravo e pimenta picante – esses dois últimos são opcionais). 
Apesar de ser ricamente doce no palato, há um amargor médio-baixo de curta 
persistência no retrogosto, com final moderadamente seco. Da mesma forma que no aroma, há 
um baixo sabor de lúpulo condimentado, floral e herbal (opcional e geralmente não detectado). 
Na sensação de boca, a Belgian Dubbel apresenta um corpo médio a elevado, com 
carbonatação média-alta, suave, porém com baixo calor alcóolico e nunca quente ou solvente. 
De forma geral, a Belgian Dubbel é uma ale trapista com coloração vermelha acobreada 
profunda, complexa, com sabores de malte, ésteres de frutas escuras ou secas, álcool levemente 
presente e final bastante seco. 
Como exemplos comerciais clássicos podemos citar: a Chimay Première (ABV 7%), 
considerada a cerveja mais antiga da cervejaria Chimay, localizada na Abadia Scourmont 
(Chimay, Bélgica); a La Trappe Dubbel (ABV 7%), produzida pela Cervejaria De 
Koningshoeven, na Abadia Koningshoeven em Berkel-Enschot (Holanda); a St. Bernardus 
Pater (ABV 6.0%) produzida pela Cervejaria Brouwerij St. Bernardus, na cidade de Watou 
(Bélgica); a Trappistes Rochefort 6 (ABV 7,5%), a cerveja mais antiga produzida pela Abadia 
de Notre Dame de Saint Remy, localizada em Rochefort (Bélgica); e a Westmalle Dubbel (ABV 
7,0%), produzida pela Abadia Trapista de Westmalle (Westmalle, Bélgica). 
No Brasil podemos encontrar alguns exemplares produzidos nacionalmente como a 
Wäls Dubbel (ABV 7,5%) da Cervejaria Wäls (Belo Horizonte – MG), e a Tupiniquim Dubbel 
(ABV 7,0%) da Cervejaria Tupiniquim (Porto Alegre – RS). 
De forma geral, as cervejas do subestilo Belgian Dubbel, devido a sua “robustez” e 
complexidade, harmonizam com carnes vermelhas mais intensas como pernil de carneiro 
assado ou carne suína, carnes de caça, além de sobremesas à base chocolate, como petit gateau, 
combinam bem com o seu dulçor. 
Oliver (2012), comenta que as Belgian Dubbel, devido ao seu sabor adocicado, 
combinam com a maioria dos pratos intensos, como as carnes de caça ou com carne de cordeiro, 
que apresentam notas doces, harmonizando os sabores caramelizados e frutados da cerveja. A 
temperatura adequada de serviço vai de 8 a 12°C e recomenda-se a utilização do cálice trapista, 
também chamado de goblet, ideal para cervejas mais complexas pois mantém os aromas 
concentrados. 
O nome “Dubbel”, segundo informações coletadas no site da Abadia Trapista de 
Westmalle, surgiu em 1865 quando os monges desta abadia começaram a preparar uma cerveja 
trapista escura devido ao aumento da demanda por consumo de sua cerveja simples de mesa 
que era produzida desde 1856. Em 1926, os monges cervejeiros ajustaram a receita desta cerveja 
escura dobrando a quantidade de ingredientes crus para produzir uma cerveja nova e mais forte, 
daí o nome “Dubbel”, ou seja, o dobro. Até hoje, esta receita datada de 1926 permanece como 
a base da cerveja Westmalle Dubbel. 
O Belgian Tripel, outro subestilo das ales trapistas, segundo o BJCP (2015), possui no 
aroma um complexo bouquet de notas condimentadas/apimentadas (às vezes com fenóis de 
cravo) que variam de moderada à alta, ésteres frutados em nível moderado (frutas cítricas como 
laranja, por exemplo), podendo haver um suave caráter de banana em alguns exemplares. Possui 
um baixo, mas distinto, aroma de lúpulo floral, condimentado e, algumas vezes, perfumado. 
Tanto as notas de álcool quanto de malte são suaves e de baixa intensidade, sendo, este último, 
ainda responsável por um aroma ligeiramente granulado-doce, lembrando mel. 
Na aparência, as cervejas Belgian Tripel apresentam cor amarelo profundo ao dourado 
profundo. Apesar de o BJCP (2015) definir a transparência desse subestilo como “boa” (o que 
na prática, não é um termo correto), o guia de estilos da Brewers Association (2018) afirma que 
uma leve turbidez é aceitável a baixas temperaturas, e que as Belgian Tripel tradicionais podem 
exibir uma ligeira névoa de leveduras, no entanto, a levedura não deve ser intencionalmente 
“despertada”. 
Ainda na aparência, a espuma das cervejas Belgian Tripel deve ser “branca, cremosa e 
compacta, de longa duração, que resulta num rendado belga característico na taça, à medida 
que a espuma abaixa e se esvai (BJCP, 2015, p. 107). 
No sabor, as cervejas Belgian Tripel apresentam um equilíbrio de sabores 
condimentados; frutados – frutas cítricas como laranja e limão em intensidade baixa a 
moderada; e álcool – macio, picante e de baixa intensidade; com um suave toque adocicado de 
grãos maltados, podendo-se identificar leves notas de mel. Identifica-se também fenóis 
apimentados variando de baixo a moderado, como também, na mesma intensidade, um caráter 
apimentado de lúpulo. 
As cervejas Belgian Tripel possuem também um amargor de médio a alto resultante de 
uma junção do amargor proveniente dos lúpulos e dos compostos fenólicos derivados das 
leveduras. A carbonatação é considerada alta, com final seco, e no retrogosto um moderado 
amargor com notas condimentadas e frutadas de leveduras. 
Na boca a sensação das Belgian Tripel são definidas como cervejas que possuem um 
corpo médio-leve a leve, com carbonatação alta, com baixa ou nenhuma sensação de calor do 
álcool, apesar da sua presença enganadora, com uma alta percepção de um final seco. Como 
impressões gerais podemos resumir este subestilo como sendo uma cerveja trapista um pouco 
condimentada, seca e forte, com agradável sabor de malte, amargor firme e final seco. Possuem 
uma alta drinkability apesar do seu alto nível alcoólico. 
Como exemplos comerciais clássicos, temos a Chimay Cinq Cents (ABV 8,0%), 
produzida pela cervejaria Chimay; a La Trappe Tripel (ABV 8,0%), da Cervejaria De 
Koningshoeven; a St. Bernardus Tripel (ABV 8,0%), fabricada pela Cervejaria Brouwerij St. 
Bernardus; e a Westmalle Tripel (ABV 9,5%) da Abadia Trapista de Westmalle, que, segundo 
esta abadia, é considerada como a “mãe de todas as cervejas do subestilo Belgian Tripel” devido 
ao fato de ter sido produzida no ano de 1934, tendo a sua receita sido ajustada em 1956, porém, 
permanece a mesma até os dias de hoje. 
Nacionalmente, temos alguns bons exemplares deste subestilo, como a Votus Nº 002 
(ABV8,2%) da Cervejaria Votus (Diadema – SP), a Tripel Montfort (ABV 10,0%) da 
Cervejaria Bodebrown (Curitiba / PR) e a Wals Trippel (ABV 9,0%) da Cervejaria Wäls (Belo 
Horizonte – MG). 
Conforme informações encontradas no site da Abadia Trapista de Westmalle, o nome 
“Tripel” refere-se ao fato de que os ingredientes são usados em maiores quantidades que o 
normal. Em outras palavras, esta cerveja forte contém três vezes a quantidade de ingredientes 
que foi usada na cerveja trapista original desta abadia. Com o passar do tempo, outras 
cervejarias adotaram desde então o nome “Tripel” para as suas próprias cervejas deste subestilo. 
Como harmonização, as cervejas do subestilo Belgian Tripel combinam com queijos, 
como os do tipo Emmental, Gruyère ou Gouda, além de peixes, aves, carnes de caça, e massa 
ao molho Bechamel e/ou Pesto. As Belgian Tripel funcionam bem com pratos que apresentam 
de médio a médio-alto teor de gordura (tem a capacidade de limpar o palato) e que sejam bem 
elaborados, com a adição de ervas (coentro, tomilho, manjericão, etc.) e/ou com elementos 
cítricos (laranja e limão). Dessa forma, podemos afirmar que estas são cervejas bastante 
versáteis. 
Oliver (2012) afirma que, devido ao caráter herbáceo das Belgian Tripel, elas 
harmonizam bem com aves de caça (faisão, perdiz e codorna), tornando-se ainda mais profunda 
caso haja raspas de limão-siciliano ou laranja no recheio desses pratos, devido às suas notas 
cítricas apresentadas por este subestilo de cerveja. No caso do serviço, recomenda-se que as 
Belgian Tripel sejam degustadas em temperaturas entre 8 e 14°C e, da mesma forma que as 
Belgian Dubbel, a orientação é utilizar o cálice típico das cervejas belgas. 
O último subestilo escolhido da categoria Trappist Ale do BJCP (2015) é o Belgian Dark 
Strong Ale, que possui um aroma complexo com ricas e fortes notas doce de malte que remetem 
a pão tostado e caramelo. Há também no aroma a presença de ésteres frutados no nível 
moderado-baixo à alto contendo notas de uvas passas, figos, ameixas, ameixas secas e cerejas 
secas. Os fenóis conferem uma qualidade apimentada e picante, e os álcoois com intensidade 
de baixa a moderada conferem aromas suaves, picantes e perfumados. Apesar do aroma de 
lúpulo normalmente não estar presente, é aceitável notas condimentadas, florais e ervas no nível 
muito baixo. 
Na aparência, as cervejas Belgian Dark Strong Ale apresentam coloração âmbar 
profundo a âmbar e marrom acobreado profundo, com alta formação de uma espuma densa, 
cremosa e persistente. A turbidez pode variar de límpida a pouco turva. No sabor, as notas do 
aroma se repetem, com um rico maltado no palato, amargor médio-baixo a moderado, 
equilibrados pelo álcool, com final moderadamente seco a seco, também sendo aceitável 
moderadas notas doces. Deve haver uma harmonia entre os sabores complexos: o amargor 
médio-baixo a moderado equilibrado com o álcool e balanceado com um sabor ricamente 
maltado. 
Na sensação de boca as cervejas Belgian Dark Strong Ale se mostram com um 
carbonatação alta, corpo variando de médio-baixo a médio-alto, cremosa, suave, porém com 
álcool perceptível. 
No guia do BJCP (2015) há a informação de que, às vezes, este subestilo também é 
chamado de trapista Quadrupel por algumas cervejarias. É o caso da cervejaria Koningshoeven 
(Holanda) que, em seu site, informa ter criado a primeira cerveja Quadrupel do mundo em 
1991, a La Trappe Quadrupel (ABV 10,0%). Além disso, esta cervejaria também produz a La 
Trappe Quadrupel Oak Aged (ABV 11,0%), criada em 2009, na qual há o envelhecimento da 
cerveja em barris de diferentes tipos de madeira. 
Além dos exemplares comerciais clássicos supracitados, podemos citar a Chimay Grand 
Réserve (ABV 9,0%), as Rochefort 8 (ABV 9,2%) e 10 (ABV 11,3%), a St. Bernardus Abt 12 
(10,5%), e a tão famosa, lendária e idolatrada Westvleteren 12 (ABV 10,2%). 
As ceverjas Belgian Dark Strong Ale harmonizam bem com queijos como o Gouda e/ou 
o Roquefort, carnes vermelhas e/ou de caça grelhadas/assadas, bobó de camarão, e sobremesas 
como cheese cake, creme brulee e mousse de chocolate, por exemplo. Devido ao caráter rico e 
frutado de levedura e a doçura do malte, as Belgian Dark Strong Ale caem bem com todas as 
opções supracitadas. 
De forma geral, as Belgian Dark Strong Ale possuem serviços similares aos das demais 
cervejas belgas, sendo recomendável a utilização do cálice trapista devido aos seus complexos 
e concentrados aromas. Com relação à temperatura ideal de serviço, recomenda-se que estas 
cervejas sejam servidas em temperaturas entre 10 e 14°C. 
 
2.2 English IPA (12C) 
 
2.2.1 História 
 
O subestilo English IPA, conforme o BJCP (2015) faz parte do estilo Pale 
Commonwealth Beer (12), que é composto adicionalmente pelos subestilos British Golden Ale 
(12A) e Australian Sparkling Ale (12B). O estilo Pale Commonwealth Beer, de acordo com o 
BJCP (2015) é caracterizado por possuir cervejas moderadamente fortes, com orientação 
sensorial ao lúpulo e com origens relacionadas aos países que pertenciam ao antigo império 
britânico. 
A história da cerveja English IPA tem causado bastante polêmica com relação às suas 
origens, porém, o que se sabe hoje é que esse subestilo, baseado em pesquisas históricas com 
datas e registros da época, como a pesquisa intitulada “IPA: the executive summary” do 
historiador de cervejas Martyn Cornell (2010), não foi criado unicamente para ser consumido 
pelas tropas britânicas na Índia e que a questão da elevação da quantidade de lúpulo para evitar 
que esta cerveja não se estragasse durante a viagem da Inglaterra para a Índia não era 
exclusividade deste subestilo. 
O que há comprovação, segundo Cornell (2010), é que em 1705 já haviam pale ales 
sendo preparadas e que em 1709 estas cervejas já estavam sendo vendidas em Londres. Apesar 
de na década de 1760 os cervejeiros já serem avisados que era "absolutamente necessário" 
acrescentar lúpulo extra à cerveja se ela fosse enviada para locais de climas mais quentes, não 
há evidências, conforme Cornell (2010), ligando este conselho ao fato de exportar cervejas com 
mais intensidade de lúpulo especificamente para a Índia. 
Segundo o blog Beba Melhor (2017), os processos de inserir uma quantidade maior de 
lúpulo e aumentar o teor alcoólico das cervejas que “viajavam” para a Índia não foram 
desenvolvidos para as IPA´s. Neste período já haviam cervejas, como as “october ale” que 
recebiam altas cargas de lúpulos e elevador teor alcoólico que eram produzidas nos meses de 
outubro e maturavam por longos períodos nas adegas. 
A partir de 1784 já haviam exportações desta pale ale e de outros estilos de cerveja, 
como a porter, por exemplo. Em meados de 1793, de acordo com Cornell (2010), a Bow 
Brewery, administrada por George Hodgson, tornou-se uma grande exportadora de cerveja para 
a Índia, não apenas pela qualidade dos seus produtos, mas pelo fato de os capitães dos barcos 
da British East India Company receberem descontos em suas compras de cerveja para serem 
vendidas aos europeus que residiam em Mumbai, Calcutá e Madras (atualmente Chennai). 
Conforme Brunoro (2014), quando Frederick Hodgson, neto de George Hodgson, 
assumiu a Bow Brewery, começaram a haver alguns desentendimentos com a British East India 
Company, o que levou estes a procurarem por outra cervejaria, a Allsopp, da cidade de Burton 
upon Trent (ou Burton-on-trent), que replicou a receita da pale ale que era produzida pela Bow 
Brewery. Porém, com o passar dos anos apareceram outras cervejarias que começaram a 
exportar os seus produtos para a Índia, entre elas a Cervejaria Bass que logo superou as 
exportações da Allsopp. 
Cornell (2010) e Brunoro (2014) afirmam que essas pale ales envidas para a Índia eram 
comumente chamadas de “pale ale preparada para o clima da Índia Oriental e Ocidental” e, 
eventualmente, resumida para “India pale ale”, surgindo daí osprimeiros registros desta 
nomenclatura. Corroborando com Cornell (2010) e Brunoro (2014), o Instituto da Cerveja 
Brasil (2018) reitera que o termo “East India Pale Ale” surgiu pela primeira vez num jornal da 
então colônia britânica Sidney (Austrália) no ano de 1829 e, na Inglaterra, apenas em 1835 no 
jornal Liverpoll Mercury. 
Brunoro (2014) complementa que, mesmo com o desenvolvimento dos sistemas de 
refrigeração artificial no final do século XIX, o que possibilitou a produção de cervejas na Índia, 
a revolução e popularização das cervejas tipo lagers a nível mundial, acarretou num declínio 
da produção das india pale ales, restringindo-se à produção e comercialização na Grã-Bretanha, 
que lutou para manter a tradição das cervejas ales. 
Apenas com o surgimento de movimentos pró cervejas artesanais, encabeçados pelo 
CAMRA, é que este subestilo foi resgatado e, atualmente, vem sendo massivamente produzido 
em todo o mundo. Além disso, de acordo com o Instituto da Cerveja Brasil (2018), ao longo 
dos anos, este subestilo vem sofrendo variações que ocasionaram até mesmo a criação de novos 
subestilos como o American IPA, as Specialty IPAs, a Double IPAs e, mais recentemente, a 
New England IPA. 
 
2.2.2 Justificativa 
 
A justificativa do subestilo English IPA fundamenta-se principalmente pela sua 
importância no papel de consolidação, propagação e perpetuação do estilo ale e representar a 
força e a tradição da escola britânica que luta para que as suas origens e cultura cervejeiras não 
sejam esquecidas pelas próximas gerações. 
 
2.2.3 Características de escola pertencente 
 
Desde o ano 54 a.C. o povo celta que habitava a atual Grã-Bretanha produzia e consumia 
cerveja em grande quantidade para saciar a fome e a sede de toda a família. Durante esse período 
e, posteriormente, na Idade Média, toda a produção de cerveja era tarefa das mulheres, que 
ficaram conhecidas como alewives. Com o tempo, algumas dessas mulheres cervejeiras foram 
se destacando devido à qualidade de suas cervejas e começaram a vendê-las à população, dando 
surgimento às casas especializadas em cervejas (alehouses) nas quais as pessoas se 
confraternizavam regadas a cerveja, afirma Beltramelli (2014). 
Ainda segundo o autor, as alehouses foram se transformando em public houses (pubs), 
nas quais, além de beber cerveja, as pessoas podiam se alimentar e pernoitar. Com o crescente 
sucesso dos pubs, os homens de negócio começaram a se interessar pela produção de cerveja 
dando surgimento a associações (guildas) para montarem cervejarias mais estruturadas do que 
os pubs e produzindo cervejas de maior qualidade do que as alewives. Essas guildas se tornaram 
as primeiras cervejarias comerciais de toda a história da humanidade, sendo a primeira 
inaugurada em 1342, em Londres. A partir daí a cerveja começou a ser produzida 
definitivamente pelos homens. 
O subestilo de cerveja que sobressaiu no Reino Unido nessa época foi o Porter, uma 
cerveja substanciosa e calórica - na medida certa para satisfazer as necessidades do nível 
operacional das indústrias e dos portos, de onde se originou o nome, pois os operários que 
carregavam as mercadorias nos portos eram chamados de "porters" (BELTRAMELLI, 2014). 
Apesar do sucesso das cervejas tipo Porter, devido às inovações aplicadas pelos 
cervejeiros britânicos como o desenvolvimento de estudos microbiológicos no processo de 
fermentação, e a utilização de termômetros e densímetros no processo produtivo, novos estilos 
de cerveja foram sendo desenvolvidos, dentre eles o Stout, uma versão mais alcoólica, escura e 
amarga da Porter, a Pale Ale e a English Indian Pale Ale, ambas mais claras e refrescantes que 
as duas primeiras, fato que as tornaram as preferidas dos britânicos por volta dos anos 1840 
(BELTRAMELLI, 2014). 
A supremacia das Pale Ales fez com que as cervejas tipo Lagers, que na época já tinham 
conquistado praticamente todo o mundo, chegassem no Reino Unido apenas na segunda metade 
do século XX. Porém, a Escola Britânica não resistiu à "revolução das cervejas Lagers" que 
logo viu os seus estilos tradicionais serem dominados por esse novo subestilo, mais suave, 
menos aromática e mais lucrativa, já que se tornou o "carro chefe" das grandes cervejarias 
industriais de produção em larga escala. 
Na contramão da produção industrial da cerveja, quatro admiradores cervejeiros 
britânicos - Bill Mellor, Graham Lees, Michael Hardman e Jim Makin - fundaram em 1971 
uma associação de consumidores de cerveja, a CAMRA - Campaign for Real Ale (Campanha 
pela Ale autêntica), tendo como objetivos resgatar os estilos tradicionais da cerveja britânica, 
como também proteger os tradicionais pubs. Tudo isso em nome da cultura britânica e contra 
as campanhas publicitárias e propagandas massificadas que tentavam "empurrar" suas cervejas 
industrializadas para serem consumidas pela população que, segundo o CAMRA, não deveria 
ser influenciada pelas propagandas e sim ter o direito de escolher a sua própria cerveja 
(BELTRAMELLI, 2014). 
Morado (2009) afirma que a CAMRA foi uma resposta contra as cervejas de má 
qualidade dessa época com intuito de diferenciar as cervejas tradicionais que estavam sendo 
cada vez mais ameaçadas pelas cervejarias de grande porte. 
Atualmente, a CAMRA é uma ONG independente que atua em outros países da Europa, 
sendo o membro fundador da European Beer Consumer Union (EBCU), organização formada 
em 1990 para dar voz aos consumidores de cerveja da Europa. Como também para preservar a 
diversidade e tradição da cultura cervejeira europeia, com foco nas produções locais, regionais 
e nacionais e seus respectivos estilos de cervejas. Beltramelli (2014) complementa que, graças 
às ações da CAMRA, esse resgate à tradição surtiu efeito não só entre os britânicos, mas em 
vários países por todo o mundo e hoje essa associação possui mais de 180 mil membros. 
 
2.2.4 Descrição do subestilo, exemplos comerciais clássicos, serviço e harmonizações 
 
O BJCP (2015) descreve o aroma da English IPA como lupulado, de moderado a 
moderadamente alto, com notas florais, picantes/apimentados, podendo também ser 
tipicamente cítricos a laranja natural. Devido ao dry hopping, pode-se encontrar um leve cheiro 
de grama, mas não é obrigatório. Também é opcional no aroma a presença de malte, caramelo 
ou tostado moderadamente baixo, sendo também aceitável um frutado de baixo a moderado. 
Alguns exemplares de English IPAs podem ainda apresentar, de forma opcional, notas 
sulfurosas em seus aromas. 
As cervejas do subestilo English IPA apresentam em sua aparência cores que variam do 
dourado ao âmbar profundo, porém, em sua maioria, apresentam tons mais claros. Também 
devem ser límpidas, com exceção dos exemplares não filtrados e com dry hopping que podem 
apresentar um pouco de turbidez. A espuma deve ser de formação moderada, persistente e cor 
marfim. 
No sabor das English IPAs, as notas lupuladas são classificadas como de média a alta e 
com amargor moderado, seguindo a mesma linha do aroma: floral, picante/apimentado, cítrico 
de laranja, podendo apresentar de forma leve um gosto de grama. O malte se apresenta de forma 
média-baixa a média, contendo sabor de pão e, de forma opcional, notas leves de biscoito, 
tostado como toffee e/ou caramelo. Apresenta ainda um final seco e com amargor se estendendo 
até o retrogosto, mas sem apresentar aspereza. O BJCP (2015) classifica o sabor amadeirado, 
caso haja, como inapropriado neste subestilo. 
Na boca, a English IPA apresenta uma sensação suave, um corpo médio baixo a médio, 
sem adstringência, com uma carbonatação classificada como moderada a média alta que, 
combinada com a presença de lúpulo, proporciona uma sensação de secura e, em alguns 
exemplares mais fortes, um aquecimento proveniente do álcool classificado como baixo a 
suave. Como impressões gerais o BJCP (2015, p. 43) descreve a English IPA como “uma ale 
britânicaclara, lupulada, moderadamente forte, bem atenuada com final seco e um aroma e 
sabor lupulado”. 
Como exemplares comerciais clássicos podemos citar: a Thornbridge Jaipur (ABV 
5,9%), considerada o rótulo mais vendido da Cervejaria Thornbridge, da cidade de Bakewell 
(Inglaterra), ganhadora de mais de 100 prêmios em todo o mundo, inclusive a medalha de ouro 
no World Beer Awards 2016; a Fuller´s India Pale Ale (ABV 4,8%), da Cervejaria Griffin, 
localizada no distrito de Chiswick – Londres (Inglaterra); e a Shepherd Neame India Pale Ale 
(ABV 6,1%), da Cervejaria Shepherd Neame, na cidade de Faversham (Inglaterra) que, de 
acordo com o próprio site da cervejaria, é considerada a mais antiga do Reino Unido iniciando 
as suas atividade em 1698. 
Na harmonização, as English IPAs caem bem com hambúrguer, risoto de gorgonzola, 
queijo Gouda, carnes vermelhas, frutos do mar, e comidas mexicana e indiana. Oliver (2012), 
informa que as English IPAs, devido à elevada carbonatação e teor alcoólico permitem uma 
combinação com pratos condimentados e picantes (coentro, cardamomo, curry) que se fundem 
com o seu sabor lupulado. Comidas indianas e cajun combinam perfeitamente com o amargor 
destas cervejas, como também frutos do mar fritos (camarão, lagostas, vieiras, etc.) e o 
tradicional prato britânico fish ‘n’ chips. 
A temperatura de consumo indicada vai de 4 a 7°C. No serviço, recomenda-se a 
utilização de copos tipo Pint, também chamado de Nonic, bastante comuns nos pubs ingleses. 
 
2.3 American IPA (21A) 
 
No guia de estilos do BJCP (2015), o subestilo American IPA (21A) está dentro do estilo 
IPA (21) que foi criado para categorizar, além das American IPAs, as suas derivadas 
denominadas de Specialty IPA, apenas para questões metodológicas de agrupar subestilos 
similares para fins de concursos, e não visa descaracterizar as English IPAs ou desassociar as 
relações existentes entre esses dois subestilos. 
 
2.3.1 História 
 
A American IPA é uma cerveja considerada recente no mundo cervejeiro, tendo as suas 
raízes num subestilo de mais de 300 anos, o English IPA. Conforme Carr (2014), a história da 
American IPA se inicia em torno de 30 anos atrás e coincide com a moderna revolução 
cervejeira artesanal que começou no final de década de 1970 nos Estados Unidos e vem se 
popularizando cada vez mais em todo o mundo. 
Carr (2014) complemente que, nesse período, quando essa revolução artesanal estava 
apenas começando a dar os primeiros passos, os pioneiros mestres cervejeiros artesanais 
americanos buscavam algo de novo e próprio para aplicar as suas novas ideias e inovações. Foi 
aí que eles se depararam com a English IPA, trazendo de volta a sua história, mas com uma 
versão “americanizada”. 
Ao contrário da versão britânica, mais fraca, menos lupulada e pálida que ainda estava 
disponível na Grã-Bretanha, a versão americana remontou à época em que as ales inglesas 
recebiam altas dosagens de lúpulos e tinham um maior teor alcoólico, como as que eram 
exportadas para a Índia. 
Porém, vale salientar que as American IPAs não foram feitas para envelhecer. Nesta 
versão, o frescor tornou-se fundamental, tendo sido criada para ser apreciada assim que sair da 
cervejaria, na qual, todo o glorioso cítrico, notas florais e sabor frutado das variedades de 
lúpulos americanos dominam o aroma, paladar e sensação de boca. 
No início, as American IPAs não arrebataram muitos seguidores, mas, à medida que as 
cervejas artesanais foram sendo redescobertas os seus adeptos aumentaram. Atualmente, 
praticamente todas as cervejarias artesanais dos EUA fazem uma American IPA ou derivadas e 
a sua popularidade continua inspirando diversas cervejarias em todo o mundo. 
 
2.3.2 Justificativa 
 
A justificativa pela escolha da American IPA se alicerça basicamente na preferência que 
o autor deste trabalho tem por este subestilo e na admiração que o mesmo tem pela respectiva 
escola cervejeira, a Americana, repleta de criatividade e inovação. 
 
2.3.3 Características de escola pertencente 
 
Nos Estados Unidos, de acordo com Morado (2009) e Beltramelli (2014), apesar da 
cerveja já ser produzida e consumida pelas tribos nativas antes da chegada dos colonizadores 
europeus, apenas em 1612 é que surgiu a primeira cervejaria da América do Norte, em Nova 
York, na ilha de Manhattan, pelos holandeses Adrian Block e Hans Christiansen. Outras 
cervejarias surgiram em 1683 na Pensilvânia e em 1685 na Filadélfia pelos ingleses. 
A partir daí, segundo estes autores, o mercado cervejeiro começou a crescer cada vez 
mais no país, tornando a cerveja a bebida alcoólica preferida dos colonos que, ao incorporarem 
os hábitos de consumo tanto dos holandeses quanto dos ingleses, desbancaram o consumo de 
outras bebidas, como o vinho por exemplo. Porém, na segunda metade do século XVIII, devido 
à Guerra de Independência dos Estados Unidos, esse crescimento foi interrompido pelo fato de 
os ingleses bloquearem os portos norte-americanos impedindo a entrada de vários produtos, 
entre eles os insumos utilizados na produção de cerveja. 
Beltramelli (2014), complementa que no período do pós-guerra, novas cervejarias 
surgiram ainda tendo a Escola Britânica como influenciadora, o que fez com que as cervejas 
dos tipos Porter e Real Ale fossem as mais consumidas da época. A partir de 1830, com a 
chegada dos imigrantes alemães e em 1840, com a introdução da levedura tipo Lager no país, 
as cervejas Lagers de baixa fermentação dominaram todo o território norte-americano. 
 No ano de 1876 já havia mais de duas mil cervejarias artesanais nos Estados Unidos, 
porém, estas apenas satisfaziam o público local, não havendo distribuição em larga escala. No 
início do século XX, em meados dos anos 1910, esse número de cervejarias artesanais declinou 
para 1.498 (BELTRAMELLI, 2014). 
Essa redução se deu devido ao aparecimento de cervejarias industriais, como a 
Budweiser, por exemplo, que, com intuito de tornar as cervejas mais claras e diminuir o custo 
de produção, inseriram o milho e o arroz em substituição da cevada devido à sua escassez deste 
último no mercado local. Além disso, o fato dos dois primeiros cereais serem encontrados em 
abundância na região, tornou a cerveja mais barata e acessível às classes sociais mais populares, 
causando uma desleal competição com as cervejarias artesanais que não abriam mão de utilizar 
o malte de cevada nas suas cervejas. 
Porém, o mercado cervejeiro norte-americano começou a ser duramente combatido por 
entidades como a Liga Anti-Saloon, a União das Mulheres Cristãs pela Temperança e pelo 
Partido da Proibição, todas elas patrocinadas pelas igrejas evangélicas como a Metodista, a 
Batista, a Presbiteriana e a Congregacionista – tudo em nome da moralidade, dos bons costumes 
e da estabilidade familiar. A situação piorou ainda mais no período pós Primeira Guerra 
Mundial, a partir de 1918, devido ao sentimento antigermânico que afetou os imigrantes 
alemães e seus descendentes, considerados culpados pelas mortes dos soldados norte-
americanos nos campos de batalha e, para piorar, ainda produziam bebidas alcoólicas 
(BELTRAMELLI, 2014). 
Esses fatores foram primordiais para que em 1920 entrasse em vigor a Décima Oitava 
Emenda à Constituição, também chamada de Lei Seca, proibindo a fabricação, a venda, a 
importação, a exportação e o transporte de bebidas alcoólicas em todo o país. Nesse período, 
praticamente todas as cervejarias fecharam as portas, apenas as de grande porte conseguiram 
sobreviver, pois começaram a produzir bebidas não alcoólicas à base de malte, refrigerantes e 
sorvetes. Das 1.179 cervejarias existentes na época que a Lei Seca entrou em vigor, restaram 
703 cervejarias ao final dessa lei, que foi revogada em 1933 (BELTRAMELLI, 2014). 
O ressurgimento da indústria cervejeira norte-americana foi acontecendo em ritmo 
lento, pois além do fato de que em alguns estados aindaestarem sob forte influência dos 
movimentos proibicionistas, no ano de 1939 deu-se início a Segunda Guerra Mundial, o que 
afetou principalmente as cervejarias artesanais devido à ordem que se tinha no país de racionar 
o abastecimento de alimentos, inclusive os grãos em geral - fato que forçou as grandes 
cervejeiras a utilizarem ainda mais o milho e o arroz na produção cervejeira, para 
contrabalancear a utilização da cevada (BELTRAMELLI, 2014). 
Somando-se a isso, ainda havia a pressão dos parlamentares contrários ao consumo do 
álcool que afirmavam ser um desperdício para o país a utilização de espaço físico, grãos e 
combustível pelas cervejarias ao invés de serem utilizados para os esforços de guerra. 
De acordo com Beltramelli (2014), todas essas turbulências, praticamente fizeram com 
que apenas as cervejas de grande porte, como a Anheuser-Busch, a Miller e a Coors 
sobrevivessem no mercado. E, como elas possuíam uma robusta estrutura de distribuição em 
todo o país, consequentemente as suas cervejas tipo Lager, pálidas, uniformes, insossas, 
carentes de aromas e lotadas de milho e arroz iam dominando o mercado cervejeiro e 
influenciando o paladar dos consumidores em geral, que buscavam produtos mais baratos 
abrindo mão das cervejas artesanais. 
 
Como afirma Oliver (2012, p. 417): 
 
Os consumidores eram fiéis à marca na garrafa ou lata, mas, por dentro, não 
havia nenhuma razão para a lealdade. Desde aquela época, as marcas 
massificadas mudaram muito pouco. Justiça seja feita, essas cervejas 
combinavam com a época. A cultura alimentar americana como um todo se 
tornara insípida e massificada...pão "integral" era pão branco com um pouco 
de farelo e muito corante; o café vinha em cristais solúveis; os vegetais, em 
blocos congelados; e o ketchup era o rei dos temperos. 
 
Cada vez mais o império das cervejas tipo standard american beer se consolidava e 
fortalecia, o que perdura até os dias de hoje. Porém, em 14 de outubro de 1978 ocorreu um fato 
que mais tarde iria mostrar a verdadeira face da Escola Cervejeira Norte Americana - o então 
presidente Jimmy Carter influenciou a aprovação de uma emenda pelo congresso nacional 
norte-americano que permitia a fabricação de cerveja caseira em todo o país (BELTRAMELLI, 
2014). A partir daí os homebrewers (cervejeiros caseiros) davam início a um movimento, 
inspirado nas três escolas europeias, que resgatava a cerveja artesanal de qualidade em oposição 
às cervejas industrializadas que dominavam o mercado da época. 
Não tardou muito para que surgissem também novas micro cervejarias, da mesma forma 
que algumas pequenas cervejarias, sobreviventes do período sombrio ao qual o país passou, 
ganhassem um novo fôlego antes de desaparecem por completo. Foi o caso da Anchor Brewery, 
situada até hoje em São Francisco (CA), que em 1965 já tinha sido comprada por Fritz Maytag, 
descendente de uma tradicional família possuidora de uma empresa referência no ramo de 
máquinas de lavar, a Maytag Washing Machine Company (HINDY, 2015; HAMPSON, 2016). 
Hampson (2016) afirma que a cervejaria Anchor Brewery foi a cervejaria responsável 
em introduzir aos consumidores locais alguns tipos de cerveja como as Porter, Barley wine, 
Wheat ale, e a lendária e carro chefe da empresa, a Anchor Steam, uma cerveja tipo Amber 
Larger fermentada em condições similares às cervejas tipo Ale. 
Conforme Oliver (2012, p. 71): 
 
Depois de 10 mil anos de produção de cerveja saborosa em todo o mundo, os 
cervejeiros americanos haviam, finalmente, reduzido a progenitora da 
civilização mundial a um espectro pálido, preso dentro de uma lata. Em 1974, 
restavam apenas quarenta cervejarias nos Estados Unidos, todas fabricando, 
basicamente, o mesmo produto. Alguns anos depois, quando a idade das trevas 
estava prestes a erradicar a cerveja tradicional da memória americana, houve 
um despertar na Califórnia. Estava para começar uma nova era na fabricação 
de cerveja nos Estados Unidos. 
 
Finalmente em meados da década de 1970, como complementa Oliver (2012), dava-se 
início à revolução e ao renascimento da cultura cervejeira artesanal norte-americana, graças às 
pessoas que, ao viajarem para a Europa, havia conhecido as “maravilhas da boa comida e 
resolveram resgatar essa sensibilidade perdida entre os americanos” e não aceitavam a ideia 
imposta pelas grandes cervejarias de que a cerveja era uma bebida “simples e insípida”. 
Nos anos 1980, as cervejarias artesanais se multiplicaram nos Estados Unidos e foram 
conquistando cada vez mais os consumidores devido à qualidade e variedades de suas cervejas, 
além do crescente sentimento de paixão pelo produto local encabeçado pelo lema "support your 
local brewery" (apoie sua cervejaria local) que passou a ser mais respeitado e apoiado pelos 
norte-americanos. Já em 2010, segundo a Brewers Association, existiam 1.700 
estabelecimentos com a cultura do "beba local" entre pequenas e médias cervejarias e brewpubs 
(BELTRAMELLI, 2014). 
Nesse mesmo ano, conforme Beltramelli (2014), a produção das cervejarias artesanais 
chegou a 5% de toda a produção cervejeira nacional e a cada ano esse percentual vem crescendo, 
representando o ramo de negócios que mais cresce entre os produtores de bebidas alcoólicas 
nos Estados Unidos. Para Oliver (2012), o recado das cervejarias artesanais norte-americanas 
era claro: “a cerveja saborosa estava de volta e tinha orgulho de ser americana.” 
A Escola Americana de cerveja se diferencia das tradicionais escolas europeias pelo fato 
de a palavra de ordem ser "mais" - mais lúpulo, mais malte e mais álcool. Além dessas 
características de cervejas extremas, os norte-americanos também investem em inovações e 
experimentações, misturando ingredientes inusitados, combinando estilos já existentes, criando 
novos estilos, desenvolvendo novas variedades de lúpulos e inovando nas técnicas de produção 
cervejeiras - a experimentação e a obstinação são as molas propulsoras dessa escola que cada 
vez mais se destaca e ganha mais adeptos em todo o mundo (BELTRAMELLI, 2014). 
 
 
Oliver (2012, p. 420), corroborado por Beltramelli (2014), afirma: 
 
As cervejas artesanais americanas estão voltadas para esse novo mundo de 
sabor. São inspiradas nos estilos de cervejas europeus, mas tendem a ser mais 
ousadas, ostentosas e extravagantes, como os americanos. A palavra de ordem 
da cerveja artesanal americana é mais. Mais lúpulo, mais malte, mais sabores 
caramelizados, mais sabores torrados, mais aroma, e, às vezes, mais álcool. 
Algumas delas viraram novos estilos, gerando seus próprios imitadores. 
 
Porém, de acordo com Hindy (2015), o grande desafio das cervejarias artesanais norte- 
americanas ainda é o fato de que grande parte dos consumidores atuais estarem acostumados 
com as cervejas industriais como a Budweiser, Coors e Miller, que são distribuídas em todo o 
país e possuem orçamentos massivos para investir em campanhas de marketing na qual vende-
se a ideia de que essas cervejas são melhores do que as cervejas artesanais. 
 
2.3.4 Descrição do subestilo, exemplos comerciais clássicos, serviço e harmonizações 
 
Conforme o BJCP (2015), o subestilo American IPA é descrito como tendo, no aroma, 
uma intensa fragrância de lúpulos americanos ou do Novo Mundo, com notas cítricas, florais, 
de pinho, resinosa, condimentada e de frutas tropicais. Devido ao dry hopping em alguns 
exemplares, pode-se perceber um aroma de lúpulo fresco (característica desejável, mas não 
obrigatória). Um limpo aroma maltado de baixo para médio-baixo também pode ser detectado, 
como também um frutado de levedura, porém em apenas algumas versões, sendo também 
aceitável um aroma neutro de fermentação. O aroma de álcool é aceitável, porém deve ser 
minimamente detectado. 
Na aparência, as American IPAs podem variar de dourado médio a âmbar avermelhado, 
com alta limpidez, a não ser que haja dry hopping ou o exemplar seja não filtrado, o quepode 
apresentar turbidez. A espuma pode se apresentar na cor branca a bege claro, com média 
formação e alta persistência. 
As American IPAs apresentam no sabor notas de lúpulo de médio a muito alto e, da 
mesma forma que no aroma, deve refletir as características dos lúpulos americanos ou do Novo 
Mundo, apresentando perfis cítrico, floral, de pinho, resinoso, condimentado e frutas tropicais. 
O amargor lupulado se apresenta de médio-alto a muito alto, e, no caso do malte, o sabor se 
pronuncia com intensidade de baixa a média-baixa, sendo também aceitáveis notas suaves de 
caramelo ou tostado. Da mesma forma que no aroma, um frutado de levedura em caráter baixo 
é aceitável. O final deve ser seco com baixo a nenhum dulçor residual. No retrogosto pode haver 
sabores e amargor de lúpulo, mas sem aspereza. Além disso, pode-se encontrar sabor muito 
suave de álcool nos exemplares mais potentes, e, numa minoria, notas sulfurosas podem ser 
percebidas. 
Na sensação de boca as American IPAs apresentam um corpo médio-leve a médio, 
textura macia e carbonatação média a média-alta, não apresentando adstringência áspera 
proveniente do lúpulo. Além disso, pode haver um leve aquecimento alcoólico, desde que não 
atrapalhe o balanço geral. Como impressões gerais, esse subestilo se apresenta como lupulado, 
amargo, moderadamente forte, presença de lúpulos americanos ou do Novo Mundo, com o 
balanço tendendo para o lúpulo, perfil de fermentação limpo, sustentado pelo malte, e permite 
que um mix de variedades de lúpulos se apresente na cerveja. 
As American IPAs, de uma forma geral, são mais fortes e mais lupuladas que as cervejas 
do subestilo American Pale Ale (APA), e possuem um menor caráter “britânico” de malte, 
lúpulo e levedura, ou seja, apresentam tanto no sabor quanto no aroma notas de lúpulos 
americanos e do Novo Mundo, menos ésteres derivados das leveduras, menor corpo, uma maior 
balanço tendendo ao lúpulo e, geralmente, mais alcoólica que as English IPA. 
Como exemplos comerciais clássicos podemos destacar: a Union Jack (ABV 7,0%) da 
Cervejaria Firestone Walker (Califórnia, EUA); a Liberty Ale (ABV 5,9%) da Cervejaria 
Anchor (Califórnia, EUA), que, conforme informado no site da cervejaria, essa cerveja foi 
produzida pela primeira vez em 1975 e foi a primeira American IPA elaborada após a Lei Seca 
de 1920, também sendo a primeira American single-hop ale e dry-hopped ale e considerada a 
cerveja histórica que iniciou a revolução da cerveja artesanal nos EUA; a Stone IPA (ABV 
6,9%) Cervejaria Stone (Califórnia, EUA), a Fat Head (ABV 7,5%) da Cervejaria Fat Head´s 
(Ohio, EUA) e a Centennial IPA (ABV 7,2%) da Cervejaria Founders (Michigan, EUA). 
Da mesma forma que as English IPAs, as American IPAs harmonizam bem com 
hambúrgueres, frutos do mar, comida mexicana, risotos de queijos como Gorgonzola ou 
Emmental, costelinhas de porco no Barbecue, e carnes vermelhas em geral. 
Conforme Oliver (2012), as American IPAs casam bem com comidas mexicanas pois o 
seu amargor pronunciado suaviza a ardência normalmente encontrada nesse estilo de comida, 
como também o sabor lupulado combina com dos demais condimentos utilizados nos pratos 
típicos mexicanos. Da mesma forma, este subestilo de cerveja combina com pratos indianos, 
vietnamitas e tailandeses, nos quais há um casamento entre as notas lupuladas com o equilíbrio 
de elementos doces, ácidos, salgados e condimentados dessas culinárias. No serviço, de forma 
geral, a temperatura de consumo ideal das American IPAs varia de 4 a 8°C, tendo como copo 
ideal o Pint, da mesma forma que as English IPAs. 
3 CONCLUSÃO 
 
Além dos subestilos apresentados neste trabalho, há vários outros que trazem consigo 
características singulares de suas histórias, escolas, tradição e cultura, e cada um, dentro do seu 
propósito, cumpre com os seus objetivos aos quais foram criados e/ou adaptados. Cabe a nós, 
apreciadores cervejeiros, entendermos cada vez mais esses fatores e contribuir para a expansão 
e compartilhamento desses conhecimentos, sendo multiplicadores e consolidadores desta 
cultura milenar e, principalmente, não deixando que este momento seja apenas uma moda 
passageira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Vaw2jkJZ9g4qOjmWb4K2ppGGs>. Acesso em: 17 set. 2018. 
 
SHEPHERD NEAME. Disponível em: https://www.shepherdneame.co.uk/brewery/brewery-history

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