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Doenças pulmonares ocupacionais incluem um amplo espectro de doenças respiratórias com sintomas, sinais e resultados de testes diagnósticos que frequentemente se apresentam com características semelhantes às doenças não ocupacionais. A história do paciente é fundamental para a avaliação de qualquer exposição. Deve-se incluir na anamnese perguntas sobre os contaminantes específicos envolvidos, existência de poeiras visíveis, odores químicos, dimensões e ventilação da área de trabalho e se outros colegas têm queixas semelhantes. A correlação temporal entre a exposição no trabalho e a ocorrência dos sintomas pode fornecer indícios de doença ocupacional. O paciente também precisa ser interrogado quanto a outras fontes de exposição, inclusive hobbies, características do domicílio, exposição à fumaça passiva e proximidade de áreas industriais ou de tráfego intenso. Além disso, devem- se considerar exposições em passado remoto. De acordo com as regulamentações federais da Occupational Safety and Health Administration (OSHA), os trabalhadores americanos têm o direito de conhecer os riscos potenciais dos seus locais de trabalho. Os empregadores devem fornecer informações específicas quanto aos agentes potencialmente perigosos dos produtos utilizados e treinamento para a utilização dos equipamentos de proteção pessoal e ambiental. A introdução de compostos químicos novos pode alterar o padrão de exposição. Para o médico que cuida de um paciente sob suspeita de ter doença ocupacional, uma visita ao local de trabalho pode ser muito esclarecedora. A exposição a poeiras orgânicas e inorgânicas pode causar doença pulmonar intersticial que possui um padrão restritivo e redução da capacidade de difusão gasosa. A exposição de alguns pós ou substâncias químicas pode causar asma ou DPOC ocupacional, as quais se caracterizam por obstrução das vias aeras. A determinação das alterações do volume expiratório forçado (VEF1) antes e depois de um turno de trabalho pode detectar uma resposta broncoconstritora aguda. As radiografias do tórax ajudam a detectar e monitorar a resposta pulmonar aos pós minerais, alguns metais e às poeiras orgânicas capazes de causar pneumonite de hipersensibilidade. A classificação internacional das radiografias das pneumoconioses da Organização Internacional do Trabalho (OIT), classifica as radiografias de tórax de acordo com o tipo e as dimensões das opacidades detectadas e a extensão do acometimento do parênquima pulmonar. Opacidades pequenas e arredondadas ocorrem na silicose ou na pneumoconiose do minerador de carvão, enquanto opacidades pequenas e lineares são detectadas na asbestose. Nas poeiras que causam opacidades arredondadas, o grau de acometimento nas radiografias pode ser extenso, ao mesmo tempo em que a função pulmonar pode estar pouco comprometida. Por outro lado, nas pneumoconioses que causam opacidades lineares irregulares, a radiografia pode levar à subestimação da gravidade do acometimento até que a doença esteja avançada. Em pacientes com história de exposição ao asbesto, a tomografia computadorizada convencional é mais sensível para mostrar espessamento pleural, e a tomografia computadorizada de alta resolução melhora a detecção da asbestose. Outros procedimentos úteis para a etiologia da doença incluem: - Testes cutâneos ou títulos dos anticorpos IgE específicos (para detectar hipersensibilidade imediata aos agentes capazes de provocar asma ocupacional. Exemplo: antígenos da farinha de trigo entre os trabalhadores da panificação); - Títulos dos anticorpos IgG precipitantes específicos (para agentes que podem causar pneumonite de hipersensibilidade. Exemplo: antígenos dos pombos entre os criadores de aves); - Ensaios de respostas imunes celulares específicas (teste da proliferação de linfócitos com berílio ou teste tuberculínico para profissionais de saúde). Em alguns casos, pode ser necessário realizar broncoscopia para obter biópsias transbrônquicas dos tecidos pulmonares para firmar o diagnóstico histológico (beriliose crônica). Em casos raros, pode haver necessidade de realizar cirurgia tora videoassistida, para recolher uma amostra mais significativa de tecidos pulmonares e estabelecer o diagnóstico específico da doença pulmonar. Gases hidrossolúveis como amônia ou dióxido de enxofre são absorvidos pelo líquido de revestimento das vias áreas superiores e proximais, e por isso tendem a causar respostas irritativas e broncoconstritora. Já o dióxido de nitrogênio e fosgênio, que são menos solúveis, podem ir até os bronquíolos e os alvéolos em quantidades suficientes para causar pneumonite química aguda. TAMANHO DAS PARTÍCULAS O tamanho das partículas dos contaminantes do ar também deve ser levado em consideração. As partículas > 10 a 15 μm de diâmetro não penetram além do nariz e da garganta. Já as partículas < 10 μm de diâmetro são depositadas além da laringe. As partículas com cerca de 2,5 a 10 μm (fração de grânulos grosseiros) contêm elementos terrosos como sílica, alumínio e ferro, que se depositam em quantidades relativamente grandes na árvore traqueobrônquica. A superfície que os agentes tóxicos potenciais podem ser depositados ou transportados para vias inferiores é determinada pelas partículas menores de 2,5 μm (fração de grânulos finos). Essas partículas são geradas pela queima dos combustíveis fosseis ou pelos processos industriais sob temperaturas altas, resultando em produtos da condensação dos gases, das fumaças ou dos vapores. A partículas < 0,1 μm de diâmetro (fração ultrafina) são as mais numerosas e tendem a permanecer suspensas no ar e depositar-se nos pulmões aleatoriamente à medida que entram em contato com a parede dos alvéolos. Quando se depositam, essas partículas podem entrar na circulação e serem levadas aos órgãos extrapulmonares. Não existem dados confiáveis para a incidência total ou prevalência de doenças pulmonares ocupacionais, sendo que a variação regional em ocupações e exposições é substancial. O tratamento e o prognóstico são afetados pelo conhecimento da etiologia ocupacional, e a determinação da causa pode ter implicações legais e financeiras importantes para o paciente, o qual não pode mais trabalhar em sua atividade habitual. “Asbesto” é um termo genérico para vários silicatos minerais, incluindo crisolita, amosita, antrofilita e crocidolita. É uma doença ocupacional, principalmente de profissionais que manuseiam o material, como mineração, moagem, manufatura, construção marítima e empresas construtoras (inclusive montadores de tubulações e caldeireiros). O asbesto foi muito usado na fabricação de tecidos resistentes ao fogo, no cimento e nos ladrilhos devido as suas propriedades de isolamento térmico e elétrico. Alguns casos da doença foram descritos nos indivíduos que tiveram exposição indireta. A exposição comunitária ocorreu em razão da utilização de resíduos de minas e usinas contendo asbesto em aterros sanitários, pistas de rodovias e parques de diversão. Por fim, a exposição pode ocorrer com a dispersão do asbesto presente na natureza. A confirmação do diagnóstico de mesotelioma (80% causada por asbesto) em um paciente com história de exposição ocupacional ao asbesto pode ser indenizável. EPIDEMIOLOGIA Nas nações desenvolvidas, o asbesto foi praticamente substituído por fibras minerais sintéticas como fibra de vidro e cerâmica refratária, mas ainda é utilizado em países em desenvolvimento, tornando a prevalência maior nesses países. FISIOPATOLOGIA A asbestose é uma doença fibrosante intersticial difusa dos pulmões e está ligada com a intensidade e a duração da exposição. Em geral, a exposição ocorrepor pelo menos 10 anos antes que a doença se manifeste. Os mecanismos pelos quais as fibras do asbesto induzem a fibrose parecem estar envolvido com danos oxidativos secundários à produção de espécies oxidativas de oxigênio pelos metais de transição presentes na superfície das fibras e, também, por meio das células envolvidas na fagocitose. RADIOGRAFIA A exposição pregressa é indicada especificamente por placas pleurais nas radiografias de tórax, que se caracterizam por espessamento ou calcificação ao longo da pleura parietal, principalmente nos campos pleurais inferiores, no diafragma e na borda cardíaca. Caso não haja outras anormalidades, isso indica apenas exposição, mas não disfunção pulmonar. Também pode haver derrames pleurais benignos, e o líquido costuma ser um exsudato seroso ou sanguinolento. O derrame pode aumentar lentamente ou regredir espontaneamente. A característica principal da doença na radiografia de tórax é a presença de opacidades irregulares ou lineares que em geral são primeiramente notadas em campos pulmonares inferiores. Em alguns casos, as bordas cardíacas estão indistintas ou há um aspecto de “vidro fosco” nos campos pulmonares. A TCAR pode mostrar alterações distintas de linhas curvilíneas subpleurais de 5- 10mm de comprimento paralelas à superfície pleural. A radiografia frontal de tórax mostra placas pleurais calcificadas bilaterais compatíveis com doença pleural associada ao asbesto. Nos lobos inferiores dos dois pulmões, podem ser observadas anormalidades lineares e reticulares mal definidas. A tomografia computadorizada de alta resolução do tórax no plano axial, obtida nos campos pulmonares inferiores, mostra um padrão reticular subpleural (setas pretas), que reflete a doença pulmonar fibrótica causada pela asbestose. As linhas subpleurais também presentes (pontas de setas) são características, embora não específicas, de asbestose. Também podem ser observadas placas pleurais calcificadas causadas por doença pleural associada ao asbesto (setas brancas). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS tosse seca e dispneia de esforço. No EF, estertores finos e baqueteamento digital em casos avançados. PROVAS DE FUNÇÃO PULMONAR Demonstram padrão restritivo com reduções dos volumes pulmonares e da capacidade de difusão. Pode haver obstrução leve do fluxo ventilatório (fibrose peribronquiolar). COMPLICAÇÕES Os principais efeitos da exposição ao asbesto são fibroses pulmonar e pleural, canceres do trato respiratório e mesoteliomas da pleura e do peritônio. - Câncer de pulmão: é o câncer mais comumente associado com a exposição ao asbesto. Está relacionado com um período mínimo de latência de pelo menos 15-19 anos, entre o início da exposição e o desenvolvimento da doença. Os indivíduos com exposições mais significativas tem risco maior de desenvolver câncer. Além disso, há um efeito interativo significativo com tabagismo e exposição ao asbesto, acarreta risco maior ainda. - Mesoteliomas pleurais e peritoneais: também estão associados com a exposição ao asbesto, porém não está associado ao tabagismo, ao contrário do câncer. Exposições relativamente curtas ao asbesto (≤ 1-2 anos), ocorridas até 40 anos antes, foram associadas ao desenvolvimento dos mesoteliomas. Mais de 80% dos mesoteliomas podem estar associados à exposição ao asbesto. TRATAMENTO Como não há terapia específica disponível, as medidas de suporte são as mesmas indicadas a qualquer paciente com fibrose intersticial difusa. A Sílica livre (SiO2), ou quartzo cristalino, é a causa mais importante de doença. As exposições ocupacionais são mineração, corte de pedras, jato de areia, produção de vidro e cimento, trabalho em fundições, empacotamento do pó de sílica, e extração de lavra de rochas (principalmente granito). Em geral, a fibrose causada pela exposição á sílica segue padrão dose-resposta após muitos anos de exposição. Os trabalhadores expostos maciçamente pela aplicação de jatos de areia em espaços confinados, escavação de túneis em rochas com alto teor de quartzo, ou fabricação de sabões abrasivos podem desenvolver silicose aguda com apenas 10 meses de exposição. A doença pode ser muito grave e progressiva, mesmo com a interrupção da exposição. RADIOGRAFIA Infiltração ou consolidação miliar profusa, e na TCAR há um padrão típico conhecido como “pavimentação em mosaico”. Em casos de exposição menos intensa e mais prolongada, surgem pequenas opacidades arredondadas nos lobos superiores depois de 15- 20 anos de exposição, em geral sem prejuízo associado da função pulmonar. 20% dos pacientes podem desenvolver calcificações dos linfonodos hilares, que produzem um padrão característico em “casca de ovo”. Esta imagem da tomografia computadorizada de alta resolução mostra vários nódulos pequenos compatíveis com silicose, mas também há opacidades difusas semelhantes ao vido fosco com septos intralobulares e interlobulares espessados, que formam estruturas poligonais. Esse padrão é conhecido como “pavimentação em mosaico”. Os nódulos da silicose podem ser visualizados mais claramente à TCAR. A fibrose nodular pode ser progressiva, mesmo que não haja exposição adicional, com coalescência (junção) e formação de conglomerados de massas irregulares, que podem crescer muito e, quando isso ocorre, utiliza-se a expressão fibrose maciça progressiva (FMP), que pode estar associada à disfunção respiratória com componentes restritivo e obstrutivo. A radiografia frontal de tórax em paciente com silicose mostra nódulos pouco definidos e de tamanho variável (setas) predominando em lobos superiores. Tomografia computadorizada axial de tórax em ápices pulmonares mostrando numerosos nódulos pequenos mais pronunciados no lobo superior direito. Alguns nódulos são subpleurais (setas). EVOLUÇÃO A fibrose nodular pode ser progressiva com coalescência e formação de conglomerados não segmentares de massa irregulares, podendo crescer muito, chamando-se de fibrose maciça progressiva FMP (disfunção respiratória significativa com restrição e obstrução). A lavagem pulmonar total pode proporcionar alívio sintomático e retardar a progressão. FISIOPATOLOGIA Sílica é citotóxica para os de macrófagos alveolares, e os pacientes ficam com risco mais alto de contrair infecções pulmonares que afetam essas células como defesa primaria (tuberculose, micobactérias atípicas e fungos). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Tosse produtiva, comprometimento da função pulmonar e dispneia significativa quando FMP. COMPLICAÇÕES A sílica tem propriedades imunoadjuvantes, e outra complicação em potencial são os distúrbios autoimunes do tecido conectivo, inclusive artrite reumatoide e esclerodermia. Associação com o asbesto: Alguns silicatos, incluindo talco e vermiculita, podem ser contaminados por asbesto. Fibrose pulmonar ou pleural, câncer de pulmão e mesotelioma têm sido associados à exposição crônica a poeiras de talco e vermiculita. TRATAMENTO O tratamento deve ser de suporte, Oxigenoterapia e reabilitação indicada. Pode-se fazer profilaxia de tuberculose com Isoniazida quando teste cutâneo positivo e doença ainda não estabelecida. Pelo risco elevado de tuberculose ativa, o tratamento recomendado para tuberculose latente nesses pacientes é mais prolongado. A exposição ocupacional ao pó de carvão pode causar Pneumoconiose do minerador de carvão (PMC). Ela é detectável por RX comum em 10% dos mineradores de carvão e em até 50% dos mineradores de antracito (mais rígido) que trabalham há mais de 20 anos em contato com o carvão. A prevalência é menor entre operários das minas de carvão betuminoso. A poeira de carvão pode causar bronquite crônica e DPOC, sendo que os efeitos do pó de carvão são aditivosaqueles do tabagismo. EPIDEMIOLOGIA A exposição ocupacional ao pó do carvão carrega seus riscos, mas tem enorme importância social, econômica e clínica em todos os países nos quais a mineração do carvão é uma atividade industrial importante. A prevalência da PMC é cerca de 10% de todos os mineradores de carvão e até 50% dos mineradores de antracito que trabalham há mais de 20 anos em contato com carvão. A prevalência da doença é menor entre os operários das minas de carvão betuminoso. FISIOPATOLOGIA Lesão típica é a mácula do carvão, sendo uma lesão inflamatória que consiste em coleções focais de macrófagos repletos de poeira circundando os bronquíolos respiratórios. O carvão possui tantos radicais livres que causa liberação de citocinas inflamatórias. Isso pode se estender até os alvéolos e ser acompanhado por fibrose das pequenas vias e enfisema local. Já que essas lesões têm colágeno, tendem a romper a arquitetura do pulmão. RADIOGRAFIA Com a exposição prolongada ao pó do carvão, os trabalhadores podem desenvolver opacidades arredondadas semelhantes às da silicose, presença de nódulos em geral não associada à disfunção respiratória (PMC simples). Na PMC complicada se tem o aparecimento de nódulos maiores ou iguais a 1 cm de diâmetro na radiografia, geralmente na parte superior dos pulmões. MANIFESTAÇÕES Tosse produtiva e dispneia, podendo ocorrer obstrução do fluxo aéreo com difusão de CO diminuída. COMPLICAÇÕES Assim como na silicose, pode progredir para FMP (fibrose maciça progressiva), que se caracteriza por disfunção pulmonar grave e está associada à morte prematura. TRATAMENTO Sem tratamento, deve ser oferecido suporte e reabilitação. OBS: A síndrome de Caplan, primeiramente descrita em mineradores de carvão e depois em pacientes com silicose, é a combinação de nódulos de pneumoconiose e artrite reumatoide soropositiva. A sílica tem propriedades imunoadjuvantes e costuma estar presente no pó de carvão antracítico. Metal leve com resistência elástica, boa condutividade elétrica e valioso para controlar reações nucleares. EPIDEMIOLOGIA Pneumonite aguda tóxica foi descrita em trabalhadores que tiveram alta exposição ao berílio na fabricação de lâmpadas fluorescentes na década de 1940, sendo que uma resposta de hipersensibilidade que provocou a beriliose crônica foi descrita na década de 1950. Agora, os efeitos tóxicos agudos são raros, mas a beriliose crônica permanece um problema em razão da expansão do uso de berílio e um melhor reconhecimento de sensibilização pelo desenvolvimento de um teste sanguíneo imunológico. FISIOPATOLOGIA Pode causar pneumonite aguda, mas está mais associado com uma doença inflamatória granulomatosa crônica semelhante à sarcoidose, porém, a exposição ao berílio muda a ligação dos peptídeos com as células T. A exposição ocupacional é especificamente a fabricação de ligas metálicas, cerâmicas ou eletrônicos de alta tecnologia. O que diferencia a beriliose crônica da sarcoidose é uma resposta imunológica celular específica para ao berílio (hipersensibilidade tardia). EXAMES O exame que fornece esse indício é o teste de proliferação dos linfócitos com berílio (BeLPT). Esse teste compara a proliferação in vitro dos linfócitos retirados do sangue ou do lavado broncoalveolar em presença de sais de berílio com as células sem este estímulo. Em geral, a proliferação é medida pela captação de timidina radiomarcada pelos linfócitos. As anormalidades detectadas nos exames de imagem do tórax são semelhantes às da sarcoidose (nódulos ao longo das linhas septais), exceto pelo fato de que a linfadenopatia hilar é um pouco menos comum. Assim como ocorre na sarcoidose, as provas de função pulmonar podem demonstrar déficit ventilatórios obstrutivos e/ou restritivos e redução da capacidade de difusão. Nas fases iniciais da doença, os exames de imagem do tórax e as provas de função pulmonar podem ser normais. Costuma haver necessidade de fibrobroncoscopia com biópsia pulmonar traqueobrônquica para estabelecer o diagnóstico de Beriliose cônica. Nos indivíduos sensibilizados ao berílio, a presença de granulomas não caseosos ou de infiltrados monocíticos no tecido pulmonar confirma o diagnóstico. Na biópsia pulmonar, observa-se acumulação de linfócitos T CD4+ específicos para o berílio na inflamação granulomatosa. A suscetibilidade a essa doença está diretamente relacionada com os alelos DP dos antígenos leucocitários humanos (HLA-DP), que têm uma molécula de ácido glutâmico na posição 69 da cadeia β. DIAGNÓSTICO A presença de granulomas não caseosos ou de infiltrados monocíticos no tecido pulmonar confirma o diagnóstico. Na biópsia pulmonar, observa-se acumulação de linfócitos T CD4+ específicos para o berílio na inflamação granulomatosa. A exposição à poeira contendo carbureto de tungstênio, também conhecido como “metal duro”, pode provocar pneumonite intersticial de células gigantes. O cobalto é um dos constituintes do carbureto de tungstênio e provavelmente é o agente etiológico da pneumonite intersticial e da asma ocupacional desses pacientes. As exposições mais frequentes ao carbureto de tungstênio ocorrem nas indústrias de fabricação de ferramentas e corantes, lâminas de serra e brocas de furadeira. O polimento com diamante também pode causar exposição ao pó de cobalto. Nos pacientes com doença pulmonar intersticial, o médico sempre deve investigar exposição aos vapores de metais e/ou outras poeiras.
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