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Aula 4 - Vitamina B3 (Niacina)

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Vitamina B3 – Niacina 
Histórico 
→ 1867: 
• Ácido Niacínico – foi isolado e purificado pela primeira vez 
• Foi a primeira vitamina identificada como resultado da 
busca pela cura da pelagra – doença comum na Espanha 
e Itália durante o séc. XVIII e que devastou o sul dos EUA 
no séc. XX 
 
→ Antes de 1937: 
• A pelagra foi associada a deficiência de triptofano no 
milho 
• O ácido niacínico foi designado anteriormente como 
vitamina PP (fator de prevenção da pelagra) 
Características Químicas 
• Niacina – termo genérico para denominar a niacinamida ou 
nicotinamida (amida do ácido niacínico ou nicotínico) e o 
ácido niacínico ou nicotínico (piridina-3-ácido carboxílico) 
 
• Conhecida como vitamina B3 
• É hidrossolúvel 
• Ácido nicotínico foi identificado pela primeira vez a partir da 
oxidação da nicotina 
• Única vitamina que possui um aminoácido como precursor 
• Pode ser sintetizada a partir do triptofano (aminoácido 
aromático essencial) → sua ingestão diária é obrigatória pois 
por ser essencial, não é sintetizado pelo metabolismo humano 
• 60 mg de triptofano = 1 mg de niacina → esse processo não 
é eficiente, mas ocorre, pois, uma parte desse triptofano é 
convertido biologicamente em niacina 
- Embora não seja eficiente, a ingestão de triptofano através 
da dieta é importante para o estado geral da niacina no 
corpo 
• Estrutura da pirimidina: 
 
 
 
• O anel de pirimidina pode estar presente com: 
- Substituinte 𝛽-carboxílico: 
 
 
- Amida na posição 3: 
 
• A presença desses 2 substituintes é o que compõe a atividade 
vitamínica, e qualquer estrutura diferente dessas duas 
interfere na ação como vitamina 
Absorção e Transporte 
• A niacinamida e ácido niacínico são rapidamente absorvidos 
nas mucosas do estômago e intestino delgado 
• Concentrações altas: 
- Ocorre por difusão simples 
• Concentrações fisiológicas ou normais: 
- Ocorre mediada por um transportador específico e não-
dependente de sódio, localizado no fígado e células epiteliais 
intestinais humanas 
• As coenzimas NAD+ e NADP+ sofrem hidrólise enzimática por 
NAD glicohidrolases intestinais ou proteases, sendo o ácido 
niacínico e a niacinamida absorvidos posteriormente 
• Niacinamida: 
- É a forma predominante no sangue 
- Oriunda da hidrólise das coenzimas no fígado e intestino 
delgado 
- Esses órgãos possuem uma grande quantidade de enzimas 
NAD glicohidrolases → fundamental para que ocorre a 
hidrolise enzimática que impulsiona a absorção 
Excreção 
• Existem diversos produtos de excreção 
• Urina: 
- São encontrados o óxido de N-metilniacinamida, 4-piridona, 
N-metil-4-piridona-3-carboxamida e N-metil-2-piridona-5-
carboxamida 
- A niacinamida pode ser metabolizada por outra via, onde o 
ácido niacínico vai se conjugar com a glicina formando um 
novo metabólito chamado ácido niacinúrico, encontrado na 
urina 
- A distribuição desses catabólitos na urina depende da 
quantidade e do tipo de niacina que foi absorvido, e a 
quantidade (estado metabólico) de niacina no indivíduo 
• Metabolismo geral da niacina: 
 
Funções Metabólicas 
→ Ação Coenzímica: 
• A niacina é essencial na forma das coenzimas NAD+/NADH 
+ H e NADP+/NADPH, na qual a parcela representada pela 
niacinamida funciona como: 
» Aceptor de elétrons em reações catabólicas – aquelas 
onde ocorre a transferência de átomos de hidrogênio do 
substrato íon hidreto para a niacinamida do NAD 
♥ Reação da Gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase: 
- Ocorre na fase de compensação da via glicolítica, 
onde a enzima gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase 
usa o NAD como aceptor de elétrons 
- Nesse processo ela converte o gliceraldeído-3-fosfato 
em 1,3-bifosfoglicerato para desencadear processos 
até a formação de piruvato para produzir ATP 
 
♥ Reação da Piruvato Desidrogenase: 
- É um complexo formado por 3 enzimas: 
▪ Piruvato desidrogenase 
▪ Diidrolipoil-transacetilase 
▪ Diidrolipoil-desidrogenase 
- Esse complexo promove a remoção irreversível de íons 
CO2 e CoA formando o acetil-CoA 
- O NAD ao ser reduzido, irá oxidar o FADH restaurando 
a enzima diidrolipoil-desidrogenase 
 
♥ Reação 𝛼-cetoglutarato: 
- O α-cetoglutarato é um intermediário do C. Krebs 
- É um precursor imediato do succinil-CoA 
- O Ciclo de Krebs é uma via metabólica que tem como 
objetivo oxidar as moléculas de acetil-CoA vindas da 
degradação dos carboidratos, ác. graxos e AAs 
- Esse processo tem como aceptor de elétrons o NAD 
 
♥ Reação da Acil-CoA desidrogenase: 
- Essa enzima participa da 𝛽-oxidação de ác. graxos 
- A enzima 𝛽-hidroxiacil-CoA desidrogenase usa o NAD 
como aceptor de elétrons dessa via 
 
» Doador de elétrons em reações anabólicas – as enzimas 
reduzidas da niacina são usadas por enzimas que 
catalisam a transferência simultânea de 2 elétrons 
 
♥ Reação da Ácido graxo sintase: 
- Essa enzima possui função de catalisar a síntese de 
palmitato a partir de acetil-CoA e malonil-CoA tendo 
como doador de elétrons o NADH 
- Gera longas cadeias de ácidos graxos saturados 
 
→ Síntese de NADPH: 
• Via das Pentoses Fosfato é uma via alternativa importante 
para a utilização da glicose e tem como objetivo a síntese 
de ribose-5-fosfato e de NADH 
• Esse NADH sintetizado age como agente redutor em vias 
de biossíntese (ex: síntese de ác. graxo) e na manutenção 
da integridade da membrana dos eritrócitos através da 
participação na Via da Glutationa Peroxidase que é um 
potente sistema antioxidante 
 
→ Ação Farmacológica: 
• Possui função de ser um fármaco hipolipidêmico (diminui 
os lipídios séricos) 
• Dose recomendada: 1-4 gramas/dia 
• Função principal: Diminuir o colesterol total, triglicerídeo, 
VLDL, LDL-colesterol e lipoproteína a (LP(a)) 
• Correlacionado ao aumento do HDL-colesterol (colesterol 
bom) 
• A ação hipolipidêmica do ácido niacínico: 
1. A terapia com o ácido niacínico reduz a síntese de 
triacilgliceróis hepáticos através da inibição da enzima 
diacilglicerol aciltransferase-2 (DGAT2) responsável 
por catalisar a reação final da via metabólica de 
síntese de triacilgliceróis 
- Sugere que o fígado é o alvo majoritário do fármaco 
na regulação da secreção de lipoproteínas (VLDL e 
LDL) contendo apoproteínas-B 
- O ácido niacínico aumenta a degradação intracelular 
de apo-B 
- Ou seja, a inibição dessa enzima resulta na diminuição 
da síntese de triacilgliceróis e dos teores de 
lipoproteínas contendo apo-B 
 
2. Diminuição do catabolismo da HDL-apolipoproteína AI, 
de forma geral, sem alterar a taxa de síntese da apo 
A1 
- Isso ocorre em função da diminuição da expressão 
gênica da enzima 𝛽-cadeia da adenosina trifosfato 
sintase presente na superfície de células hepáticas 
- Essa enzima possui uma função pelo catabolismo de 
moléculas de apolipoproteína AI, que é a sub-fração 
mais eficiente no transporte reverso de colesterol 
- Com isso, ocorre um aumento do HDL circulante no 
plasma 
- Sendo importante ressaltar que os teores elevados de 
HDL-apo AI circulante estão associados intimamente 
com o menor risco de doença coronariana 
- Efeitos colaterais: O uso em doses farmacológicas 
produz uma série de efeitos adversos característicos 
à hipervitaminose. Tais efeitos aliados ao 
desconhecimento da ação da niacina em nível 
molecular, bem como o aparecimento de novos 
fármacos, como as estatinas, restringiram o uso do 
ácido niacínico como fármaco 
Fontes e Recomendações 
• Amplamente distribuída em alimentos de origem vegetal e 
animal 
- Carnes, peixes, levedura de cerveja, cereais integrais, 
amêndoas, amendoins, nozes, vísceras de animais 
- Leite e ovos – são pobres em niacina, porém, ricos em 
triptofano sendo fonte indireta de niacina 
- Nas plantas (cereais) – a niacina está associada por ligação 
covalente a polissacarídeos e proteínas sendo chamado de 
niacitina 
- A niacina conjugada possui biodisponibilidadereduzida, 
tendo baixo valor nutricional 
- Milho – o pré-tratamento com hidróxido de cálcio aumenta 
a biodisponibilidade da niacina, reduzindo esse fator anti-
nutricional (procedimento usado no México e América 
Central para preparar a tortilha, um pão não fermentado) 
• Recomendações diárias: 
 
Hipovitaminose 
• A deficiência de niacina é caracterizada com sintomas de: 
- Fraqueza muscular, anorexia, indigestão e erupção cutânea 
• A forma mais grave de deficiência é a chamada pelagra – 
doença associada a pobreza e ao alcoolismo, e vai acometer 
indivíduos com uma monotonia alimentar, ou seja, alimentação 
com base em um único cereal 
- Restrita a regiões onde a pobreza absoluta é prevalente, 
como na África e Ásia 
- Sintomas – dermatite, demência e diarreia (Os 3 D’s), além 
de tremores, língua avermelhada, inchada e sensível 
- Essa doença passou a existir a partir do séc. XVIII na Europa 
a partir da introdução do milho na dieta, principalmente na 
Itália, Espanha e França 
- SNC – causa confusão, desorientação, depressão, neurite, 
apatia, com casos de perda de memória 
- Causa anormalidades digestivas – inflamação e irritação das 
mucosas da boca e TGI 
- Pode ser fatal 
- Lesões na pele são comumente observadas, principalmente 
nas áreas com maior exposição ao sol (mãos, antebraços, 
pescoço e pernas) 
• Existem síndromes idênticas a pelagra, observadas quando há 
deficiência de outros nutrientes que vão funcionar como 
cofator das enzimas da Via Metabólica de Conversão do 
triptofano até niacina 
- Como ferro, riboflavina (B2), piridoxina (B6) 
• É necessária a análise laboratorial para saber o que está 
causando as lesões exatamente, e se é a pelagra 
• Pacientes com AIDS possuem deficiência de niacina, pois existe 
uma depressão de triptofano no plasma e de NAD nos linfócitos 
• Recentemente, foram descritos casos clínicos de pelagra em 
pacientes com câncer de esôfago e alcoolismo 
- Essa síndrome carcinoide, é uma condição de aumento da 
secreção de seratonina e catecolamina por tumores 
carcinoides pode provocar pelagra pois há um desvio de 
triptofano da dieta para a síntese de seratonina em 
detrimento da síntese de niacina 
Hipervitaminose 
• É rara, mas pode acontecer quando o ácido nicotínico é usado 
como fármaco 
• Toxicidade: 1-2 g de ácido niacínico 3 vezes ao dia levando a 
hipervitaminose 
• Leva ao aumento da liberação de histamina, causando rubor 
• É prejudicial para pessoas asmáticas e com úlcera 
Análise Laboratorial 
• Avaliação do estado bioquímico de niacina no organismo: 
» Ocorre por medição da excreção urinária de nucleotídeos 
piridínicos majoritários (N1-metilniacinamida e 2-piridona) 
• A concentração plasmática de niacina e dos seus metabolitos 
é muito baixa → não é um marcador útil para monitorar o 
estado bioquímico da vitamina 
• A concentração plasmática de 2-piridona cai abaixo do limite 
de detecção quando a ingestão de niacina é muito baixa

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