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1 CIRURGIA GERAL 3 Marina Prietto RESPOSTA METABÓLICA E NUTRIÇÃO EM CIRURGIA REMIT E A RESPOSTA HORMONAL A resposta metabólica ao trauma corresponde a uma tentativa do organismo reagir à uma agressão, no intuito de fornecer glicose e água para os locais que mais necessitam. Esse processo se dá através da liberação de determinados hormônios (contra-insulínicos) e mediadores pró- inflamatórios. Pode exacerbado quando a agressão é muito intensa, como também pode ser atenuado de acordo com algumas medidas; A primeira fase da REMIT é a chamada fase catabólica ou adrenérgica-corticoide. Nela, as catecolaminas, cortisol, GH, glucagon, ACTH, ADH e aldosterona encontram-se aumentado! Na REMIT, há liberação de citocinas pró-inflamatórias, como a IL-6, que estimula a liberação de proteínas de fase aguda. RESUMINDO: Toda injuria tecidual leva a uma inflamação e uma REMIT; Esse mecanismo ocorre por algumas vias (fisiológicas e coordenadas) − Endócrino − Metabólico − Imunológica Intuito: gerar energia e aumentar o volume circulantes. OBSERVAÇÃO: Quando o trauma é muito intenso, a resposta pode ser tão exacerbada que pode provocar distúrbios orgânicos e descompensação clínica do paciente, podendo levar a insuficiência de múltiplos órgãos. Maior o trauma = maior a REMIT (podendo tornar-se algo patológico e prejudicial ao organismo) POR ISSO, meta: diminuição da REMIT; EX: Métodos cirúrgicos menos invasivos = laparoscopia, peridural; VIAS ENERGÉTICAS: − Glicogenólise: Glicose (músculo e fígado); − VIA ALTERANATIVA: Gliconeogênese: Proteínas e lipídios (não é metabolicamente vantajoso) ALTERAÇÕES NEUROENDÓCRINAS: AUMENTO: Cortisol E ACTH Primeiro a se elevar (pico em 24h e permanece até o 5º dia) Recruta a as proteínas na fase aguda e estimula a gliconeogênese AUMENTO: Catecolaminas (Epinefrina, Nora, Adrenalina...) Atuam em sinergia com o corticoide, garantindo o tônus vascular e aumentando a volemia adequada; AUMENTO: Gh Apesar de ser um hormônio naturalmente anabólico de proteínas, Ele estimula o catabolismo de lipídios e glicose AUMENTO: ADH Diminui o débito urinário para mantar a volemia elevada; 2 CIRURGIA GERAL 3 Marina Prietto AUMENTO: Aldosterona; Pelo mesmo princípio do ADH, só que nesse caso para reter eletrólitos e manter o volume intravascular (retem sódio); LOGO, no paciente na REMIT: Urina concentrada com pouco sódio (Na) e muito potássio (K); A resposta endócrino metabólica ao trauma é responsável por ativar o Sistema renina angiotensina aldosterona. Devemos lembrar também a ação da aldosterona, a qual é responsável por ativar a bomba de sódio e potássio no túbulo contorcido distal, levando à uma reabsorção de sódio e aumento da excreção de potássio. Sendo assim, o sódio reabsorvido remove a água do túbulo por um efeito osmótico. O efeito de tudo isso na urina é: diminuição do seu volume, aumento da sua densidade, diminuição da concentração de sódio (FeNa) e aumento da concentração de potássio. AUMENTO: Glucagon Hormônio fundamental para o aumento de glicose na corrente sanguínea DIMINUIÇÃO: Insulina É o principal hormônio diminuído na REMIT; Justamente pela tentativa do glucagon de aumentar o nível de glicose na corrente; DIMINUIÇÃO: T3 Costuma estar diminuído para poupar o gasto energético A conversão periférica do T3 fica diminuída; ENTRETANTO, o TSH está normal, entrando em um quadro de EUTIROIDEO DOENTE; REMIT E A RESPOSTA IMUNOLÓGICA O início da REMIT ocorre com uma fase catabólica intensa (queda de moléculas intensa); BALANÇO NITROGENADO − Proteínas = armazenamento de excretas nitrogenadas; − Na fase catabólica ocorre uma quebra intensa de proteínas, gerando um balanço nitrogenado negativo; Posteriormente: fase ANABÓLICA = Volta a formar moléculas, causando um balanço nitrogenado positivo; • AÇÃO IMUNOLÓGICA: − PRIMEIRO: Resposta inata; − POSTERIORMENTE: Resposta adaptativa; Citocinas: TNF – ALFA Primeira a ser liberada; (orquestra todas as outras CITOCINAS PRÓ INFLAMATÓRIAS) É liberada pelos macrófagos; IL – 6 Auxilia no mecanismo da febre; Pode ser utilizada para quantificar o grau da REMIT; IL – 1 Auxilia no mecanismo da febre; Promove o recrutamento das proteínas da fase aguda no fígado com o estímulo do IL – 6; 3 CIRURGIA GERAL 3 Marina Prietto PARA OCORRER UM BALANÇO IMUNOLÓGICO: Existência de citocinas anti-inflamatórias: IL – 4 e IL – 10 = promovendo o balanceamento da REMIT; Quem são as proteínas de fase aguda? Diversas moléculas que vão auxiliar e coordenar a resposta imunológica. São elas: • IL – 6 e IL – 1; • Ferritina • PCR (auxilia para medir a resposta inflamatória) SUPORTE NUTRICIONAL Objetivo: Alimentar o paciente; O adequado estado nutricional é obrigatório para realização da cirurgia e fundamental para o pós-operatório; Por isso: pré-operatório é mandatório de avaliação nutricional; Anamnese e exame físico: Fraqueza? Não consegue subir escada? Desnutrido? IMC? Perda/Ganho de peso considerável; Exames: − Albumina/ transferrina; − Pró albumina (meia vida de 3 dias = faz uma análise mais aguda da situação); − Calorimetria (medir a troca de gases do paciente e analisar o quanto ele consome de energia); ISSO TUDO PARA QUE? = Avaliar o suporte nutricional adequado! Essencial em casos de: − Desnutrição; − Perda de peso de 10% ou 15% em 6 meses; − Albumina menor que 6; − Transferrina menor que 200; Necessário o suporte nutricional, sendo necessário estabilizar para poder realizar a cirurgia; Nesses casos: DIETA IMUNOMODULADORA (rica em diversos aminoácidos como: glutamina e arginina) VIAS DE ALIMENTAÇÃO: • VIA ORAL; • VIA ENTERAL; Usar sonda enteral, não nasogástrica! Porque na nasogástrica você pode distender o paciente, podendo gerar um risco de broncoaspiração; Qual o lado positivo das vias mais fisiológicas (oral/enteral); − Trofismo de mucosa! − Gera um aumento do fluxo sanguíneo da região; − DIMINUIÇÃO de uma possível translocação bacteriana (diminui risco de infecção); 4 CIRURGIA GERAL 3 Marina Prietto • VIA PARENTERAL Alimentando diretamente na veia; Nutrientes direto na veia, como: Dextrose | Lipídios | Aminoácidos Optar por via parenteral, em casos de: − Instabilidade hemodinâmica; − 0,5 mcg/kg/m de droga vasoativa; − Inviabilidade intestinal; − Quando não pode ocorrer estimulação gástrica (fístulas); Ex: pacientes com fistulas gastrointestinal – onde existe a necessidade de redução de débito; Ex2: pacientes com fístula quilórica, da linfa, oriundo da cisterna do quilo, diminuindo o aporte de secreção do local; A via parenteral pode ser: − NPP: Nutrição Parenteral Parcial; − NPT: Nutrição Parenteral Total; Essa nutrição deve ser oferecida via um ACESSO VENOSO CENTRAL (devido elevada osmolaridade) COMPLICAÇÕES: − Complicações mecânicas do acesso venoso, como: pneumotórax e punção arterial acidental; − Infecções (atenção as fúngicas); − Hipertrigliceridemias; − Distúrbios hidroeletrolíticos;
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