Buscar

DPMEspecial - Aula 3 - Incitacao e Outros

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Material Teórico 
Direito Penal 
Militar – Parte Especial 
 
Da Aliciação, do Incitamento, da Violência contra 
Superior ou Militar de Serviço e outros 
 
Prof. Ms. Cícero Robson Coimbra Neves 
cod PMilEspCDS1901_a03 
 
 
 
 
2 
 
Aliciação para Motim ou Revolta 
 
 
 Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para a prática de qualquer dos 
crimes previstos no capítulo anterior: 
Pena - reclusão, de dois a quatro anos. 
 
 
• Objetividade jurídica: 
Disciplina e autoridade militares. 
 
• Sujeitos do delito: 
O sujeito ativo é qualquer pessoa, civil ou militar. 
O sujeito passivo, titular dos bens jurídicos aviltados 
é o Estado, pela própria Instituição Militar. 
 
• Elementos objetivos: 
Aliciar é atrair, seduzir, envolver, convencer o 
militar a praticar um dos crimes previstos no 
Capítulo que trata do Motim e da Revolta Revolta (motim, 
revolta, organização de grupo para a prática de violência etc.).. 
 
A atitude de convencimento do sujeito ativo deve recair sobre 
militar ou sobre assemelhado, que segundo nossa 
compreensão não mais existe nas forças militares. 
 
A exigência típica não recai sobre o convencimento de dois ou 
mais militares, mas apenas de um. Dessa forma, ainda que o 
sujeito ativo interaja apenas com um militar, independentemente 
da adesão posterior de outro (s), estaria caracterizado o delito. 
 
 
 
 
3 
 
• Elemento subjetivo: 
Só admite o dolo, a intenção, a vontade livre e consciente de 
cooptar alguém para a prática de delitos capitulados nos art. 
149 a 152 do CPM. 
 
• Consumação: 
O delito se consuma quando o receptor do chamamento para os 
delitos do capítulo de motim e revolta (militar) se deixa seduzir e 
concorda com o autor. 
 
Não é necessário que o militar aliciado pratique qualquer conduta, 
pois o mero acatamento do discurso que visa atrair militares para o 
ato delituoso já perturba a disciplina e consuma o presente delito. É, 
portanto, crime formal, significando a execução do motim, por 
exemplo, por parte daquele que foi aliciado o mero exaurimento do 
delito. 
 
• Tentativa: 
É discutível pela doutrina. 
Entendemos ser possível quando o autor discursa, escreve ou de 
qualquer forma envia mensagem ao militar, mas não o convence. 
 
• Crime impropriamente militar 
 
• Ação Penal: 
A ação penal deste delito é pública incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Incitamento 
 
 
 Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à 
prática de crime militar: 
Pena - reclusão, de dois a quatro anos. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou 
distribui, em lugar sujeito à administração militar, impressos, 
manuscritos ou material mimeografado, fotocopiado ou gravado, 
em que se contenha incitamento à prática dos atos previstos no 
artigo. 
 
 
• Objetividade Jurídica: 
Disciplina e autoridades militares. 
 
• Sujeitos do delito: 
O Sujeito ativo é qualquer pessoa, 
civil ou militar. 
O sujeito passivo, titular dos bens 
jurídicos aviltados, continua sendo o 
Estado, pela Instituição Militar. 
 
• Elementos objetivos: 
Incitar significa impelir, mover, instigar, estimular alguém a realizar 
alguma coisa, no caso em específico do tipo significa empurrar à 
prática que caracterize desobediência, indisciplina ou crime militar. A 
ideia é pré-existente, sendo reforçada, encorajada pelo agente. 
 
Antes da Lei n. 13.491/17, dizíamos que se o delito que se esteja 
incitando tenha a natureza comum, não resvalando em uma 
desobediência ou em uma indisciplina, o incitamento configuraria 
crime comum capitulado no art. 286 do Código Penal comum. Mas 
 
5 
essa possibilidade já era remota porque aquele que incita um militar 
à prática de ilícito penal comum, estará incitando à indisciplina, 
porquanto, em regra, os regulamentos disciplinares militares 
consideram o respeito e acatamento às leis como uma manifestação 
essencial da disciplina. Na atualidade, com a incorporação de tipos 
penais outrora comuns aos crimes militares, pode-se ter a construção 
de que o incitamento, ao recair sobre um delito tipificado na 
legislação penal comum, poderá significar instigação de um crime 
militar, sob a premissa de que os crimes da legislação penal comum 
podem ser crimes militares, o que possibilitaria a subsunção da 
conduta neste crime. Em outra linha, o próprio art. 286 do CP pode 
ser crime militar, se praticado, por exemplo, contra a ordem 
administrativa militar (art. 9º, II, “e”, CPM). 
 
O parágrafo único do tipo estudado descreve uma das formas de 
execução do incitamento, a saber, a introdução, afixação ou 
distribuição de material impresso, manuscrito ou mimeografado, 
fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à prática de 
atos de desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar, 
isso em lugar sujeito à administração militar. 
 
O elemento espacial (lugar sujeito à administração militar) é exigido 
na modalidade do parágrafo único, mas não na modalidade do caput. 
 
• Elemento subjetivo: 
Só admite o dolo, a intenção, a vontade livre e consciente. 
 
• Consumação: 
O delito se consuma com a concordância do receptor (militar) da 
mensagem que caracteriza o incitamento, a instigação para a prática 
de atitudes de indisciplina, desobediência ou de crime militar. 
 
• Tentativa: 
É possível quando o autor envia mensagem ao militar alvo e ela é 
interceptada ou não surte o efeito de excitar a idéia preexistente. 
 
6 
 
• Crime impropriamente militar 
• Ação Penal 
A ação penal deste delito é pública incondicionada. 
 
 
Apologia a Fato Criminoso ou do seu Autor 
 
 
 Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei militar considera 
crime, ou do autor do mesmo, em lugar sujeito à administração militar: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano. 
 
 
• Objetividade Jurídica: 
Disciplina e autoridade militares. 
 
• Sujeitos do delito: 
O sujeito ativo é qualquer pessoa, civil ou 
militar. 
O sujeito passivo, titular dos bens jurídicos 
aviltados é o Estado, pela própria Instituição Militar. 
 
• Elementos objetivos: 
Fazer apologia é exaltar, elogiar, enaltecer, engrandecer fato 
delituoso (conduta tipificada como crime militar), o que pode fazer 
com que seja, para alguém, exemplo ou meta a ser seguida ou 
alcançada, explicando-se, pois, a nocividade da conduta. Lembremo-
nos de que, após a Lei nº 13.491/17, todos os crimes da legislação 
penal comum podem ser considerados crimes militares, o que pode 
alargar a interpretação deste delito, como ocorreu no delito anterior. 
 
A apologia pode ainda ser de autor de delito militar, mas só haverá 
crime se o enaltecido for engrandecido pelo seu desvio de conduta. 
 
 
7 
O engrandecimento de qualquer qualidade pessoal do autor de delito, 
a solidariedade e a sua defesa não serão, por si só, delituosos. Se 
assim o fosse, o autor de um crime militar nunca mais poderia ser 
elogiado por alguma virtude pessoal ou por bem que tenha feito. 
 
O elemento espacial “em lugar sujeito à administração militar”, é 
exigido para as duas modalidades, ou seja, o enaltecimento do crime 
militar ou de seu autor, para se configurarem em delito, hão de ser 
em espaço sob a Administração Militar. Caso o façam fora desse 
limite, o delito será comum, salvo se puder ser combinado o art. 287 
com a alínea “e” do inciso II do art. 9º do CPM. 
 
• Elemento subjetivo: 
Só admite o dolo. 
• Consumação: 
O delito se consuma quando o autor promove o elogio, o 
enaltecimento, o destaque ao fato ou a seu autor. 
• Tentativa: 
Possível somente na modalidade escrita quando interceptada antes 
de chegar a seu destino. 
• Crime impropriamente militar 
• Ação Penal: 
A ação penal deste delito é pública incondicionada. 
 
Violência Contra Superior 
 
 
 Art. 157. Praticar violência contra superior: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos. 
Formas qualificadas 
§ 1º Seo superior é comandante da Unidade a que pertence o agente, 
ou oficial general: 
Pena - reclusão, de três a nove anos. 
§ 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um 
terço. 
 
8 
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da 
violência, a do crime contra a pessoa. 
§ 4º Se da violência resulta morte: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
§ 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em serviço. 
 
 
• Objetividade Jurídica: 
Autoridade militar (na pessoa do superior 
atingido) e a disciplina militar. 
 
• Sujeitos do delito: 
O sujeito ativo é o inferior hierárquico ou 
funcional. O hierárquico deve ser 
compreendido de acordo com a sobreposição na escala hierárquica 
de uma graduação (Praça) em relação a outra (Praça), entre esta 
(Praça) e um posto (Oficial) ou de um posto (Oficial) em relação ao 
outro (Oficial), presente em cada instituição militar. Por exemplo, o 
Segundo-Tenente é inferior hierárquico do Primeiro-Tenente. Não 
prevalece a antiguidade para a aferição de superioridade hierárquica. 
 
Já o superior funcional deve ser compreendido à luz do art. 24 do 
Código Penal Militar, segundo o qual o “militar que, em virtude da 
função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou graduação, 
considera-se superior, para efeito da aplicação da lei penal militar”. 
Note-se que a superioridade funcional pressupõe igualdade 
hierárquica, pois esta sempre prevalecerá. 
 
Como o tipo penal não utiliza da palavra “militar”, abre-se a sujeição 
ativa também para militar inativo, ainda que haja discordância 
doutrinária a esse respeito, como a de Célio Lobão (2004, p. 183). 
 
O sujeito passivo, titular dos bens jurídicos aviltados é o Estado (pela 
própria Instituição Militar) e, como sujeito passivo mediato, o próprio 
superior agredido. 
 
9 
 
• Elementos objetivos: 
O tipo diz praticar violência contra superior. Violência consiste na 
força física empregada, no caso, contra o corpo do superior. Trata-se 
da vis corporalis, quando o agente utiliza o próprio corpo, ou da vis 
physica, quando o agente se utiliza de um instrumento para praticar a 
violência. 
 
Não há que se falar na ocorrência do delito quando a violência é 
praticada contra coisa, como por exemplo atingir o veículo no qual se 
encontra o superior ou a ele pertencente, salvo, claro, se a ação foi 
dirigida a atingir o superior e, por exemplo, por erro, atinge-se o 
objeto. 
 
Não se configura violência contra superior o ato de cuspir sobre o 
superior (cf. LOBÃO, 2004 p. 187), conduta que poderá caracterizar 
outros delitos, como o desrespeito a superior (art. 160 do CPM) ou 
mesmo o desacato a superior (art. 298 do CPM). 
 
Não se exige o resultado lesão corporal, mas em ele ocorrendo, o 
crime poderá ingressar naquilo que a lei intitulou, equivocadamente, 
de formas qualificadas. 
 
A primeira delas, grafada no § 1º, consiste em uma forma qualificada, 
em que o superior agredido é o Comandante da Unidade Militar a 
que pertence o autor do fato. 
 
Unidade, na compreensão penal militar, deve ser entendida como a 
fração de tropa com autonomia de emprego em nível de Batalhão, no 
mínimo (ou equivalente como Regimento de Cavalaria, Grupamento 
de Bombeiros, Grupo de Artilharia etc.). 
 
Por força do art. 23 do CPM, equipara-se ao comandante, para o 
efeito da aplicação da lei penal militar, toda autoridade com função 
de direção, o que estende a compreensão acima para os Diretores 
 
10 
de Órgãos de Apoio ou de Serviços, desde que possuam autonomia 
mínima de emprego. 
 
Outro motivo para qualificar o delito, ainda no § 1º, é o fato de o 
superior atingido ser Oficial General, não se exigindo, neste caso, 
que seja comandante do agressor. Nas Forças Armadas, esse é o 
maior círculo. Os Oficiais generais, em tempo de paz e em ordem 
crescente, são: na Marinha de Guerra do Brasil o Contra-Almirante, o 
Vice-Almirante e o Almirante-de-Esquadra; no Exército Brasileiro o 
General-de-Brigada, o General-de-Divisão e o General-de-Exército; 
na Força Aérea Brasileira o Brigadeiro, o Major-Brigadeiro e o 
Tenente-Brigadeiro. Em tempo de guerra ainda há a possibilidade de 
postos superiores aos consignados: na Marinha, o Almirante; no 
Exército, o Marechal; na Aeronáutica, o Marechal-do-ar. 
 
A outra espécie das chamadas “formas qualificadas”, prevista no § 
2º, é, em verdade, uma majorante ou causa especial de aumento de 
pena. Segundo ela, a pena será aumentada de um terço se houver o 
uso de arma. A arma aqui, de se notar, pode ser própria ou 
imprópria, mas deverá ser utilizada na prática da violência, não 
bastando que o militar agressor a porte ou a utilize como objeto 
potencializador de uma grave ameaça, como ocorre no crime de 
revolta. A razão para essa majorante é simples e repousa no fato de 
que a arma aumentar o potencial ofensivo do autor em desfavor do 
ofendido, acentuando-se, pois, a reprovação da conduta. 
 
Conforme inteligência do § 3º do art. 157, a pena será afetada 
também no caso de lesão corporal resultar da violência. Em verdade 
trata-se de uma regra que objetiva o concurso formal dos crimes de 
violência contra superior e o de lesão corporal, vez que a ação atinge 
bens jurídicos diversos tutelados por dispositivos diferentes. A 
exemplo do que ocorre com o art. 153, aqui também parece haver 
uma regra própria, diversa daquela estipulada pelo art. 79 do CPM, 
impondo sempre o cúmulo material, ainda que se tratem de espécies 
 
11 
diversas, o que deflui da análise da palavra “além”, que indica soma, 
afastando-se, pois, a exasperação. 
 
A morte resultante da violência também qualifica o delito, nos termos 
do § 4º, elevando os limites, mínimo e máximo, para os mesmos 
cominados para o homicídio qualificado (art. 205, § 2º do CPM). Não 
se trata de regra de concurso de crimes, mas de qualificadora. 
Interessante notar que não se fala aqui, como aliás também no caso 
do resultado “lesão corporal”, em crime preterdoloso, cuja 
possibilidade será estudada quando da análise do art. 159 do CPM. 
Há, sim, dolo no antecedente e dolo no consequente, descrevendo, 
pois, uma progressão criminosa em que o agente, primeiro, desejou 
meramente agredir o superior e, posteriormente, decidiu dar cabo de 
sua vida. 
 
Haverá, por fim, causa especial de aumento de pena e não 
qualificadora, segundo o § 5º do artigo estudado, se o crime ocorrer 
em serviço. Serviço, aqui, deve ser entendido de forma ampla, 
segundo a qual estará em serviço o militar que esteja 
desempenhando funções em sua Instituição, ainda que em caráter 
precário sem escala de serviço mas por adesão, em face de uma 
situação repentina que o chame a atuar. Para o tipo penal, tanto faz 
estar em serviço o autor, o ofendido ou ambos, pois o fato em 
questão prejudicará o serviço em qualquer dessas hipóteses, sem 
contar a eventual presença de outros militares, o que faria a 
repercussão do evento ser maior, promovendo danos mais sensíveis 
à disciplina e à autoridade. 
 
• Elemento subjetivo: 
O tipo penal em estudo só admite o dolo. 
 
A condição de superior deve ser conhecida pelo agente ou, de outra 
forma, não haverá conformação típica subjetiva, desconstituindo-se 
esta infração, por ausência do elemento subjetivo (inciso I do Art. 47 
do CPM). 
 
12 
O mesmo art. 47 do CPM possui outra causa excludente do elemento 
subjetivo, especificamente em seu inciso II que dispõe não se 
configurar em elementar do tipo a qualidade de superior ou a de 
inferior, a de oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou a de sentinela, 
vigia, ou plantão, quando a ação é praticada em repulsa a agressão. 
 
Não há que se reconhecer também o elemento subjetivo quando o 
agressor busca atingir a pessoa e não a figura do superior. Assim, 
por exemplo, inexiste dolo de violência contra superior no ato de o 
pai, Soldado PM, agrediro filho, Aspirante a Oficial PM, com ânimo 
de correção; da mesma forma, na agressão entre cônjuges, onde, 
por motivos afetos à relação conjugal, o subordinado (marido) agride 
o superior (esposa). Obviamente, nestes casos, a conduta poderá 
configurar crime diverso. 
 
A embriaguez voluntária não afasta o elemento subjetivo do tipo em 
estudo. 
 
• Consumação: 
O delito se consuma quando o autor atinge fisicamente o superior, 
seja direta ou indiretamente. 
 
• Tentativa: 
É possível no caso em que o agente investe contra a vítima, mas 
circunstâncias alheias a sua vontade o impedem de atingi-la. 
 
• Crime propriamente militar 
 
• Ação Penal: 
A ação penal deste delito é pública incondicionada. 
 
 
 
 
 
13 
 
Violência Contra Militar de Serviço 
 
 Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, 
ou de quarto, ou contra sentinela, vigia ou plantão: 
Pena - reclusão, de três a oito anos. 
Formas qualificadas 
§ 1º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de 
um terço. 
§ 2º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da 
pena da violência, a do crime contra a pessoa. 
§ 3º Se da violência resulta morte: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
 
• Objetividade Jurídica: 
Autoridade e a disciplina militares. 
 
• Sujeitos do delito: 
O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa. 
O sujeito passivo, titular dos bens jurídicos aviltados, é o Estado, pela 
Instituição Militar, e o próprio militar, nas funções enumeradas pelo 
tipo, agredido que é vítima secundária (ofendido) ou ainda sujeito 
passivo mediato. 
 
• Elementos objetivos: 
No tipo ora estudado, qualquer pessoa pode praticar a conduta 
nuclear que, mais uma vez, refere-se à violência, sendo, portanto, 
válidas as construções consignadas no art. 157 do CPM. 
 
A conduta violenta é direcionada contra o militar de serviço, nas 
funções grafadas no tipo penal, ou seja, contra oficial de dia, de 
serviço, ou de quarto, ou contra sentinela, vigia ou plantão. 
 
14 
Por Oficial de Dia deve-se compreender o Oficial que desempenhe a 
função de gerenciamento de uma Unidade militar, mormente fora de 
horários de expediente, em que dito Oficial personifica o próprio 
Comandante da Unidade. É ele, em suma, responsável pela 
manutenção das atividades cotidianas de um quartel no que 
concerne a segurança, arranchamento, recebimento de gêneros, 
controle de acesso de pessoas à Unidade etc. 
 
Por Oficial de Serviço deve-se compreender toda e qualquer função 
do serviço da caserna conferida a Oficial, a exemplo de Oficial de 
Comunicação Social, mormente em ações cívico-sociais, o 
Comandante de Linha de Fogo em exercício de tiro, o Oficial de 
Comunicações, o Comandante de Força Patrulha (conhecido por 
CFP) no serviço de policiamento ostensivo das Polícias Militares, o 
Oficial de Área na nobre atividade de extinção de incêndios dos 
Corpos de Bombeiros Militares, o Comandante de Subunidade 
(Companhia), o Médico de Dia etc. 
 
Também consigna o tipo penal a figura, como ofendido, do Oficial de 
Quarto, que traduz-se por aquele que possui uma incumbência 
específica de vigilância, ainda que não esteja na função de Oficial de 
Dia, ou em qualquer outra função de serviço, que o caracterize como 
Oficial de Serviço. 
 
Buscou a lei tutelar algumas funções desempenhadas por Praças, 
especificamente aquelas dotadas de certa autoridade, vez que é ela 
a autoridade militar, uma faceta do escopo protetor da norma 
estudada. Assim, também haverá o delito se houver prática de 
violência contra sentinela, vigia ou plantão. 
 
Sentinela é aquele militar que guarda determinado local com ou sem 
arma, em posto fixo ou móvel. A principal sentinela é aquela alocada 
no portão de entrada das Unidades, local denominado Portão das 
Armas, o que gerou a designação dessa sentinela como Sentinela 
 
15 
das Armas. As demais sentinelas são denominadas Sentinelas 
Cobertas. 
 
Vigia exerce uma função de proteção, porém, não de um local, 
podendo ser fixo ou móvel, mas de uma situação que pode se 
desdobrar em um único ambiente ou ganhar outras locações. 
Também em função de vigilância, o Plantão compõe a segurança das 
Subunidades incorporadas a uma Unidade (não destacada e não 
independente), sem a limitação de postos, porém com a restrição às 
instalações de uma Companhia, Esquadrão, Sub-grupamento de 
Bombeiros etc. 
 
O delito em estudo, como no crime anterior, sob a rubrica equivocada 
de “formas qualificadas”, prevê uma forma qualificada, outra causa 
especial de aumento de pena e uma regra expressa para o concurso 
de crimes. Faremos breves anotações acerca das “formas 
qualificadas”, rogando ao estudioso que verifique os comentários 
apostos no art. 157. 
 
O § 1º traz a mesma majorante do § 2º do art. 157, segundo a qual a 
pena será aumentada de um terço se houver o uso de arma (própria 
ou imprópria), que deverá ser efetivamente utilizada na prática da 
violência. 
 
Qual o § 3º do art. 157, o § 2º do art. 158 dispõe que haverá 
concurso formal de crimes no caso de lesão corporal resultar da 
violência, exigindo-se também o cúmulo material de penas. 
 
Por fim, resultando a morte do ofendido em razão da violência, 
havendo dolo em ambos, prática da violência e o atingimento do 
resultado letal, o delito será, nos termos do § 3º, qualificado, com 
pena de reclusão de doze a trinta anos. 
 
 
 
 
16 
• Elemento subjetivo: 
Da mesma forma que no delito anterior, o tipo penal estudado só 
admite o dolo. 
 
A condição do militar de serviço deve ser conhecida pelo agente (art. 
47, I, CPM). 
 
A exclusão do elemento subjetivo prevista no art. 47, inciso II 
também se aplica, de forma expressa, ao tipo penal militar em 
estudo. 
 
Também aqui, a agressão que não vise a figura do militar de serviço 
(Oficial de Dia, Sentinela etc.), não preencherá a tipicidade subjetiva 
do delito, podendo haver, todavia, subsunção em outro delito. 
 
Por fim, também com muito acerto, tem se decidido que a 
embriaguez voluntária não afasta o elemento subjetivo do tipo em 
estudo. 
 
• Consumação: 
O delito se consuma quando o autor atinge fisicamente o ofendido, 
seja direta ou indiretamente, pela utilização de objetos. 
 
• Tentativa: 
É possível no caso em que o agente investe contra o ofendido, mas 
circunstâncias alheias a sua vontade o impedem de atingí-lo. 
 
• Crime impropriamente militar 
 
• Ação Penal: 
A ação penal deste delito é pública incondicionada. 
 
 
 
 
17 
 
Forma Preterdolosa dos Delitos de Violência Contra Superior 
ou Militar de Serviço 
 
Art. 159. Quando da violência resulta morte ou lesão corporal e 
as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado nem 
assumiu o risco de produzi-lo, a pena do crime contra a pessoa é 
diminuída de metade. 
 
 
• Comentários: 
Aqui se abranda o rigor da punição daquele que tinha, sim, a 
intenção de agredir, o dolo de atacar fisicamente o superior 
hierárquico ou o militar em serviço, entretanto, a apuração 
demonstra que ele, autor, não queria o resultado lesão corporal 
ou morte (dolo direto) e nem assumiu o risco de produzi-lo (dolo 
eventual). Dessa forma, como reconhecimento de que o dolo do 
agente se restringiu à investida e não ao resultado, o legislador 
concedeu a aplicação da pena do crime contra a pessoa 
diminuída pela metade. 
 
Um ponto que merece detida atenção é a definição de qual 
pena deve ser diminuída de metade, a pena do crime (homicídio 
ou lesão corporal) doloso ou culposo. 
 
Haverá, por imposição legal das figuras precedentes, o 
concurso formal com o cúmulo material de penas, ainda que de 
espécie diferentes. Ocorre que a pena do crime resultante da 
violência deverá ser diminuída da metade, sendo coerente que 
se entenda correta a redução do preceito secundário dos tipos 
dolosos.