Buscar

cuidado integral ao recem nascido e criança


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CUIDADO 
INTEGRAL AO 
RECÉM NASCIDO 
E A CRIANÇA
Aline do Amaral Zils Costa
Cuidados de enfermagem 
à criança com infecção 
respiratória
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever os tipos de infecções respiratórias em crianças.
  Identificar os fatores de risco e manifestações clínicas de infecções 
respiratórias em crianças.
  Elaborar um plano de cuidados à criança com infecções respiratórias.
Introdução
As infecções respiratórias agudas (IRAs) são as principais causas de adoe-
cimento durante a infância, especialmente em crianças menores de cinco 
anos de idade. Elas se apresentam como o principal motivo de internações 
hospitalares e impactam significativamente os indicadores de morbidade 
(doença) e mortalidade (óbito) na infância. A IRA pode atingir uma ou mais 
estruturas do sistema respiratório da criança, tendo gravidades variáveis 
de acordo com o órgão afetado e com o microrganismo que causou a 
infecção (HOCKENBERRY; WILSON, 2014).
Neste capítulo, você vai estudar os tipos de infecção respiratória 
que acometem as crianças e conhecer suas manifestações clínicas e 
os cuidados de enfermagem adequados. Além disso, você também irá 
compreender os fatores de risco associados que favorecem o processo 
patológico.
As infecções respiratórias em crianças
A infância é o período de maior vulnerabilidade biológica, o que torna as 
crianças um grupo mais susceptível a infecções, especialmente as respiratórias. 
Essa vulnerabilidade se dá pelo fato de que as células epiteliais do sistema 
respiratório da criança são mais permeáveis a substâncias prejudiciais (p. ex., 
poluição, fumaça de cigarro, etc.), as vias aéreas são mais estreitas e também 
porque as defesas contra substâncias e microrganismos ainda não estão bem 
desenvolvidas (FRAUCHES et al., 2017).
As infecções respiratórias compõem um grupo variado de doenças que 
afetam o sistema respiratório da criança. Elas são agrupadas de acordo com 
a localização, ou seja, a parte do sistema afetado. Normalmente, as infecções 
respiratórias não se restringem somente a uma estrutura anatômica, haja vista 
que o sistema respiratório é composto por órgãos contínuos, o que favorece 
a disseminação da doença (HOCKENBERRY; WILSON, 2014). O sistema 
respiratório é dividido conceitualmente em duas partes (HOCKENBERRY; 
WILSON, 2014): 
  trato respiratório superior ou vias aéreas superiores — composto 
pelo nariz externo, cavidade nasal (ou nasofaringe), faringe e estruturas 
associadas, laringe e porção superior da traqueia;
  trato respiratório inferior ou vias aéreas inferiores — composto 
pela porção inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos e pulmões.
Observe na Figura 1 a divisão do sistema respiratório em superior e inferior, 
atentando-se para cada estrutura e para a continuidade entre elas.
Cuidados de enfermagem à criança com infecção respiratória2
Figura 1. Sistema respiratório: trato respiratório superior e trato respiratório inferior.
Fonte: Vanputte, Regan e Russo (2016, p. 812).
Considerando a divisão do sistema respiratório, é possível, então, enten-
der que as diferentes infecções respiratórias se classificam em infecções 
respiratórias de vias aéreas superiores e infecções respiratórias de vias 
aéreas inferiores. 
Os principais agentes causadores das infecções respiratórias em crianças são (HO-
CKENBERRY; WILSON, 2014):
  vírus — vírus sincicial respiratório (VSR), adenovírus, parainfluenza, enterovírus não 
pólio e metapneumovírus humano;
  bactérias — estreptococo β-hemolítico do grupo B, estafilococos, Haemophilus 
influenzae, Chlamydia trachomatis, Mycoplasma e pneumococos.
3Cuidados de enfermagem à criança com infecção respiratória
No Quadro 1 estão listadas as principais infecções de vias aéreas superiores 
e inferiores, bem como o tipo de infecção e a sua descrição. 
Tipo Infecção Descrição
Infecções de 
vias aéreas 
superiores
Nasofaringite 
viral aguda
Resfriado comum
Faringite estrep-
tocócica aguda
Infecção na garganta (faringe) com a 
presença de placas esbranquiçadas
Amigdalite Inflamação e aumento no volume 
do tecido linfoide presente na 
nasofaringe e na faringe. Em ge-
ral ocorre junto com a faringite
Influenza Gripe, porém, ela não deve ser 
confundida com o resfriado comum
Otite média Embora o ouvido não faça parte do 
sistema respiratório, devido à sua 
proximidade da nasofaringe e da 
faringe, as infecções nos ouvidos 
também são consideradas infec-
ções de vias aéreas superiores
Mononucleose 
infecciosa
Infecção na garganta (faringe) 
com produção de exsudato e au-
mento no volume dos linfonodos 
na região do pescoço (cervical)
Epiglotite aguda Inflamação grave na epiglote que 
pode causar obstrução das vias aéreas
Laringotraqueo-
bronquite aguda
Popularmente conhecida como 
“tosse de cachorro”, é causada 
pela inflamação da laringe e de 
uma porção superior da traqueia, 
as quais ficam estreitadas
Laringite espas-
módica aguda
Crises de “tosse noturna” causada 
por obstrução da laringe
Quadro 1. Tipos de infecções respiratórias e suas descrições
(Continua)
Cuidados de enfermagem à criança com infecção respiratória4
Quadro 1. Tipos de infecções respiratórias e suas descrições
As infecções epiglotite aguda, laringotraqueobronquite aguda, laringite 
espasmódica aguda e traqueíte aguda também são chamadas de Síndrome 
do Crupe. Esse termo é empregado devido às características dos sintomas 
apresentados pela obstrução da região da laringe, sendo eles: rouquidão, tosse 
estridente, estridor inspiratório e desconforto respiratório.
Fatores de risco e manifestações clínicas de 
infecções respiratórias em crianças
As infecções respiratórias agudas em crianças são um sério problema de saúde 
e por isso requerem atenção. Assim como a IRA pode evoluir para a melhora 
após o tratamento adequado, ela também pode evoluir rapidamente para des-
conforto respiratório, insufi ciência respiratória, parada cardiorrespiratória e 
óbito. Os enfermeiros que atuam na assistência à criança, em todos os níveis 
de atenção (primária, secundária e terciária), devem estar atentos para poder 
Tipo Infecção Descrição
Traqueíte 
bacteriana
Infecção da porção superior da 
traqueia que pode causar 
obstrução das vias aéreas e levar 
à parada respiratória
Coqueluche Também conhecida como 
“tosse comprida”, ela afeta 
as vias aéreas superiores
Infecções de 
vias aéreas 
inferiores
Bronquite Inflamação dos tecidos da porção 
inferior da traqueia e dos brônquios
Bronquiolite Infecção que ocorre nos alvéolos e 
geralmente é causada pelo VSR
Pneumonia Infecção do tecido (parênquima) 
pulmonar
Fonte: Adaptado de Hockenberry e Wilson (2014).
(Continuação)
5Cuidados de enfermagem à criança com infecção respiratória
identifi car as manifestações clínicas das IRAs e os sinais gerais de perigo que 
evidenciam uma emergência médica.
As crianças geralmente têm uma rápida evolução dos quadros clínicos, apresentando, 
em poucas horas, piora significativa e risco de vida. Por essa razão, uma criança com 
sintomas respiratórios nunca deve ser negligenciada. 
Cada uma das IRAs tem manifestações clínicas específicas, porém, existem 
alguns sinais e sintomas que são comuns a elas, como, por exemplo, febre, 
dificuldade para se alimentar ou anorexia, vômito, diarreia, dor abdominal, 
obstrução nasal, secreção nasal, tosse, dor de garganta e meningismo (rigidez 
de nuca, fotofobia e dor de cabeça). A identificação desses sintomas, somada 
aos dados coletados na anamnese e no exame físico, faz com que o enfermeiro 
constate a ocorrência de uma IRA (HOCKENBERRY; WILSON, 2014). 
A ausculta pulmonar faz parte do exame físico da criança e é fundamental para 
identificar complicações respiratórias. É importante conhecer todos os tipos de sons 
patológicos (adventícios) e fisiológicos (murmúrios vesiculares). Em relação aos sons 
adventícios, é importante estar atento para a ocorrência de (HOCKENBERRY; WILSON, 
2014):
  estertores— som ruidoso produzido pela passagem do ar por uma região em 
que há líquido ou umidade, principalmente na inspiração; 
  sibilos — som musical (assobio) produzido pela passagem do ar pelas vias aéreas 
estreitadas;
  sibilo inspiratório audível (estridor) — som musical ouvido sem estetoscópio, 
indicando uma obstrução em via aérea superior (p.ex., epiglotite);
  sibilo expiratório audível — som musical ouvido sem estetoscópio, o qual indica 
uma obstrução em via aérea inferior (p. ex., bronquite).
Para detalhar quais são as manifestações clínicas específicas de cada uma 
das IRAs, cabe aqui relembrar que a infecção que ocorre no ouvido — a otite 
Cuidados de enfermagem à criança com infecção respiratória6
média — é classificada como infecção respiratória de vias aéreas superiores, 
mesmo que o ouvido não seja um órgão do sistema respiratório (Quadro 2). É 
importante ressaltar que, em geral, as IRAs não ocorrem isoladamente, podendo 
iniciar em determinada estrutura, por essa razão, devido à continuidade do 
sistema ou à proximidade, como no caso do ouvido, a infecção é disseminada 
(HOCKENBERRY; WILSON, 2014).
Infecção Manifestações clínicas
Nasofaringite 
viral aguda
Febre, irritabilidade, inquietação, recusa alimentar e da 
ingesta de líquidos (bem como dificuldade na amamen-
tação), espirros, secreção nasal, obstrução nasal, respi-
ração bucal, causando ressecamento de boca e faringe, 
calafrios, dores musculares e tosse em alguns casos
Faringite estrep-
tocócica aguda
Febre, mal-estar geral, dor de garganta, recusa alimen-
tar e da ingesta de líquidos (bem como dificuldade na 
amamentação), dificuldade para deglutir (disfagia), cefa-
leia, dor abdominal e aumento nos gânglios cervicais
Amigdalite Dor na garganta e dificuldade para respi-
rar e deglutir devido ao edema e ao estrei-
tamento da nasofaringe e da faringe
Influenza Febre, calafrios, ressecamento das mucosas nasal e 
faríngea, tosse seca, rouquidão, fotofobia, rubor fa-
cial, dor muscular, exaustão e falta de energia
Otite média Dor no ouvido (otalgia), febre e drenagem de secreção 
purulenta. Lactentes e crianças pequenas podem 
apresentar choro, irritabilidade e recusa alimentar, 
enquanto as crianças maiores podem relatar dificuldade 
para ouvir, presença de zunido e vertigem
Mononucleose 
infecciosa
Cefaleia, sangramento nasal (epistaxe), mal-estar geral, 
febre, calafrios, fadiga, inapetência, dor na garganta 
e aumento no volume dos linfonodos cervicais
Epiglotite aguda Geralmente a criança vai dormir bem, sem relatar qualquer 
desconforto, e acorda com queixa de dor na garganta 
e para deglutir. Devido ao edema da epiglote, a criança 
pode evoluir rapidamente para desconforto respiratório 
e cianose. Pela dificuldade de deglutir, a criança pode 
apresentar protrusão da língua e gotejamento da saliva
 Quadro 2. Infecções de vias aéreas superiores e suas manifestações clínicas 
(Continua)
7Cuidados de enfermagem à criança com infecção respiratória
 Quadro 2. Infecções de vias aéreas superiores e suas manifestações clínicas 
No Quadro 3 estão descritas as manifestações clínicas específicas das 
infecções de vias aéreas inferiores.
Infecção Manifestações clínicas
Laringotraqueo-
bronquite aguda
Tosse estridente (tosse de cachorro), febre baixa, 
hiperemia do tecido da faringe e da laringe e 
desconforto respiratório (uso da musculatura acessória, 
batimento de asa de nariz, taquipneia e ausculta 
com estridor). A criança pode evoluir para cianose e 
acidose respiratória devido à ventilação insuficiente
Laringite espas-
módica aguda
Crises de tosse causadas pela obstrução da la-
ringe, principalmente durante a noite; apesar 
disso, a criança se sente bem no dia seguinte
Traqueíte 
bacteriana
Tosse, febre alta e desconforto respiratório (uso da mus-
culatura acessória, batimento de asa de nariz, taquip-
neia e ausculta com estridor). A criança pode evoluir 
para insuficiência respiratória e parada respiratória
Coqueluche Coriza, espirros, lacrimejamento, tosse e febre baixa. 
Assim que as secreções secam, inicia a tosse seca, 
que é mais comum à noite. Os episódios de tosse 
são seguidos de inspirações curtas associadas a um 
som estridente. A criança pode ficar cianótica e po-
dem ocorrer vômitos após as crises de tosse
 Fonte: Adaptado de Hockenberry e Wilson (2014). 
(Continuação)
Cuidados de enfermagem à criança com infecção respiratória8
 Fonte: Adaptado de Hockenberry e Wilson (2014). 
Infecção Manifestações clínicas
Bronquite Em geral, ocorre após uma infecção de vias 
aéreas superiores, havendo tosse seca e 
persistente, que se torna produtiva
Bronquiolite Secreção nasal, tosse seca, febre intermitente, taquipneia, 
desconforto respiratório, cianose, letargia e apneia
Pneumonia Febre alta, tosse produtiva, ausculta com creptantes, 
estertores e diminuição dos murmúrios vesiculares, 
percussão maciça, dor torácica, retrações, batimento 
de asas de nariz, palidez ou cianose. Além disso, há 
recusa alimentar, vômito, diarreia, dor abdominal, 
irritabilidade, letargia e mal-estar geral
Quadro 3. Infecções de vias aéreas inferiores e suas manifestações clínicas
A infecção ocorre em decorrência da contaminação de um ser humano 
susceptível por um agente patogênico (p.ex., vírus, bactérias, etc.), ou seja, sem 
a presença desse agente causador, a doença não ocorre, contudo, o processo 
patogênico não depende somente dele. Existem diversos fatores de risco que 
contribuem para tornar a criança mais vulnerável ao adoecimento (PRATO 
et al., 2014).
Entre os fatores de risco para as infecções respiratórias em crianças, desta-
cam-se os aspectos biológicos, sociais, ambientais e climáticos. Esses fatores 
influenciam a ocorrência das IRAs, a repetição dos quadros infecciosos e o 
agravamento clínico. Em um contexto geral, os fatores de risco biológicos 
estão ligados ao próprio sistema respiratório da criança, que tem caracterís-
ticas específicas e ainda está em desenvolvimento, ao estado nutricional e à 
ausência do aleitamento materno e à imaturidade do sistema imunológico 
(PRATO et al., 2014).
Em relação aos fatores de risco sociais, é possível citar a idade e a escolari-
dade materna, a pobreza e as precárias condições de moradia, as aglomerações 
nos domicílios e no ambiente escolar e a dificuldade de acesso aos serviços 
de saúde. Os fatores de risco ambientais e climáticos, por outro lado, estão 
relacionados às temperaturas mais baixas no inverno, à alta umidade do ar e 
a oscilações térmicas. A exposição da criança à poluição, à fumaça de cigarro 
e à limpeza do domicílio e dos brinquedos utilizados por ela influencia e 
contribui para a ocorrência das IRAs (PRATO et al., 2014).
9Cuidados de enfermagem à criança com infecção respiratória
Plano de cuidados à criança com infecções 
respiratórias
As infecções respiratórias em crianças são um sério problema a ser enfren-
tado pelos profi ssionais de saúde, pois, por meio de uma atenção adequada, 
evitam-se as principais complicações, ou seja, uma grande quantidade de 
mortes devido a infecções respiratórias em crianças poderia ser evitada com 
a educação adequada. Por essa razão, é fundamental que o enfermeiro atue 
junto às famílias para educá-las quanto aos sinais gerais de perigo na criança 
que indicam a necessidade de atendimento médico de urgência. A seguir, 
estão listados os sinais gerais de perigo na criança, conforme o Ministério 
da Saúde (BRASIL, 2017), os quais são descritos no manual da estratégia 
Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (Aidpi).
  A criança não consegue beber ou mamar.
  A criança vomita tudo o que ingere.
  A criança teve convulsões ou apresentou movimentos corporais anor-
mais nas últimas 72 h.
  A criança está letárgica ou com o nível de consciência alterado.
  A criança apresenta um tempo de enchimento capilar maior de 2 s.
  A criança apresenta batimento de asa de nariz e/ou gemência.
Os sinais gerais de perigo sinalizam para os pais e os profissionais de saúdeque a criança não está saudável e que esta pode correr risco de vida se não for 
identificada a causa da alteração clínica e implementado o tratamento ade-
quado. Observe que, entre os sinais gerais de perigo, encontram-se batimento 
de asa de nariz e/ou gemência. Estas são as manifestações que as crianças 
com desconforto respiratório irão apresentar, sendo assim, os pais precisam 
entendê-las e buscar atendimento médico para essa criança. É preciso entender 
que o primeiro cuidado a ser planejado e implementado nos casos de a criança 
apresentar disfunção respiratória é a ação educativa dos pais para que eles 
identifiquem sinais de perigo. Investir tempo nas orientações e se certificar 
de que houve a compreensão é fundamental para salvar vidas.
Cuidados de enfermagem à criança com infecção respiratória10
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre os sinais gerais de perigo em crianças 
e sobre como avaliar corretamente esses sinais para dar o atendimento adequado ao 
caso, acesse o link a seguir e leia na íntegra o Manual Aidpi.
https://qrgo.page.link/kDPvu
Além dos sinais gerais de perigo, o enfermeiro deve educar os pais sobre 
os principais cuidados prestados às crianças com IRA, os quais estão listados 
a seguir (HOCKENBERRY; WILSON, 2014). 
  Facilitar a respiração por meio do posicionamento adequado para que 
ocorra a abertura das vias aéreas, especialmente nos lactentes. 
  Verificar a temperatura corporal e, em caso de febre, administrar o 
antitérmico conforme orientação médica, além de reduzir a temperatura 
corporal com o uso de roupas leves e banho morno. 
  Ofertar os alimentos preferidos da criança. 
  Estimular a ingesta de líquidos. 
  Administrar os medicamentos prescritos pelo médico, respeitando a 
dose, o intervalo entre as doses e a duração do tratamento, principal-
mente em se tratando de antibióticos. A descontinuidade do tratamento 
pode causar resistência bacteriana, tornando mais complicada a situação 
e o tratamento das próximas infecções respiratórias.
Uma simples medida e que auxilia na melhora do padrão respiratório, devido à flui-
dificação de secreções e ao alívio da obstrução nasal, é orientar os pais a ligarem o 
chuveiro na temperatura mais alta e deixarem o banheiro fechado por alguns minutos. 
Quando o vapor tiver criado uma “nuvem” no banheiro, deve-se então desligar o 
chuveiro e entrar com a criança, permanecendo ali por 10 a 15 min com a porta fechada. 
A respiração desse vapor auxilia na desobstrução das vias aéreas. Esse procedimento 
também é indicado para as crianças que não são colaborativas para a realização de 
inalação convencional.
11Cuidados de enfermagem à criança com infecção respiratória
Nos serviços hospitalares, os cuidados de enfermagem deverão priorizar 
(HOCKENBERRY; WILSON, 2014):
  o suporte ventilatório da criança por meio de oxigenioterapia com o 
dispositivo indicado;
  o monitoramento dos sinais vitais e outros parâmetros, como a saturação 
de oxigênio;
  a instalação de acesso venoso para a administração de medicamentos 
e fluidoterapia;
  a observação da aceitação da dieta e dos líquidos e as eliminações destes.
Considerando todos esses aspectos, o plano de cuidados à criança com 
infecção respiratória deverá ser individualizado e estar de acordo com as 
necessidades de cada criança. Além de contemplar os cuidados assistenciais, o 
enfermeiro precisa estar atento aos cuidados educativos, a fim de garantir um 
melhor cuidado domiciliar à criança para prevenir complicações e infecções 
de repetição.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual AIDPI criança: 2 meses a 5 anos. Brasília, DF: Mi-
nistério da Saúde, 2017. Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/
pdf/2017/julho/12/17-0056-Online.pdf. Acesso em: 3 jun. 2019. 
FRAUCHES, D. O. et al. Doenças respiratórias em crianças e adolescentes: um perfil 
dos atendimentos na atenção primária em Vitória/ES. Revista Brasileira de Medicina de 
Família e Comunidade, v. 12, n. 39, p. 1−11, 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5712/
rbmfc12(39)1450. Acesso em: 3 jun. 2019. 
HOCKENBERRY, M. J.; WILSON, D. Wong fundamentos de enfermagem pediátrica. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
PRATO, M. I. C. et al. Doenças respiratórias na infância: uma revisão Integrativa. Revista 
da Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras, v. 14, n. 1, p. 33−39, 2014. Disponível em: 
https://sobep.org.br/revista/images/stories/pdf-revista/vol14-n1/v14_n1_artigo_revi-
sao_1.pdf Acesso em: 3 jun. 2019. 
VANPUTTE, C. L.; REGAN, J.; RUSSO, A. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2016. 
Cuidados de enfermagem à criança com infecção respiratória12

Continue navegando