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UM OLHAR SOBRE EDUCAÇÃO ESPECIAL E NECESSIDADES EDUCACIONAIS

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14
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
PEDAGOGIA
ARLINDA APOLÔNIA MOREIRA
UM OLHAR SOBRE EDUCAÇÃO ESPECIAL E
NECESSIDADES EDUCACIONAIS
MARIANA
2020
ARLINDA APOLÔNIA MOREIRA
UM OLHAR SOBRE EDUCAÇÃO ESPECIAL E NECESSIDADES EDUCACIONAIS
Declaro que sou autor(a)[footnoteRef:1] deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. [1: Arlinda Apolônia Moreira. Pós-graduanda do curso de Educação Especial TGD pela FAVENI – Faculdade Venda Nova do Imigrante.] 
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos autorais.
RESUMO
O presente trabalho investiga e abre discussão sobre a política de inclusão que a instituição de ensino adota no que diz respeito a realidade interacional dos professores e dos alunos portadores de necessidades educacionais. É composta de pesquisa desenvolvida para o curso de especialização em Educação Especial e TGD. Para alcançar os objetivos deste trabalho, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, onde os resultados nos mostram que a inclusão escolar tem em sua base a capacitação do professor como prioridade para que se efetive a educação inclusiva no ambiente escolar. A Declaração de Salamanca (1994), foi importante para se reassumir o compromisso de realizar a inclusão de todos os alunos portadores de necessidades especiais na escola comum regular. A falta de esclarecimentos sobre direitos indica que a escola inclusiva necessita estar pronta para receber uma diversidade de alunos, e em estudos nota-se que a inclusão está em processo de construção, acontece lentamente, dia após dia. O objetivo geral do presente trabalho é apontar reflexões e conceitos em Um Olhar Sobre a Educação Especial e Necessidades Educacionais, e a inclusão desses alunos em escolas regulares. Objetivo específico é evidenciar as dificuldades encontradas por pessoas com necessidades especiais na escola, a fim de relacionar teoria e prática, justificando o devido tema pela repercussão dos últimos anos; conhecer as diversas faces da Educação Inclusiva no Brasil; compreender os conceitos de Educação Especial, Atendimento Educacional Especializado e as dificuldades que professores enfrentam no ambiente escolar inclusivo.
Palavra-chave: Inclusão. Necessidades Educacionais. Capacitação. Ambiente Escolar. Diversidade.
INTRODUÇÃO
Em 1994, após a Declaração de Salamanca, Conferência Mundial realizada na Espanha, a Educação Inclusiva começa a receber a atenção devida, na legislação que se concretizou e na implantação das práticas inclusivas. A Declaração de Salamanca expõe: “aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades” (SALAMANCA, 1994, p. 1).
Educação Especial – A Política Nacional de Educação Especial, resgata o sentido da educação especial contido na Constituição Federal de 1988, que define esta modalidade não como substitutiva da escolarização comum, mas como a oferta do Atendimento Educacional Especializado AEE - em todas as etapas, em todos os níveis e em todas as modalidades educacionais, com atendimento preferencialmente na rede pública de ensino. Lembrando que a Educação Especial é o ramo da educação voltado para o atendimento e educação de pessoas com alguma deficiência, em instituições de ensino regulares ou ambientes especializados (escolas para surdos, escolas para cegos ou escolas que atendem a pessoas com deficiência intelectual).
O público-alvo são também as crianças com transtornos globais de desenvolvimento ou com altas habilidades/ superdotação de acordo com o Art. 58 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que diz:
Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (LDB nº. 9.394/96).
Com o propósito de garantir a permanência de alunos com necessidades educacionais, quando estes são atendidos nos aspectos pedagógicos e não somente social. A educação inclusiva é uma modalidade de educação que garante o acesso ao ensino de alunos com alguma necessidade educacional.
Necessidades Educacionais Especiais – Desenvolver as capacidades de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE’s) é um grande desafio das escolas. Os professores, por estarem em contato direto com os alunos em sala de aula, são os profissionais da educação mais indicados para fazer uma observação das atividades e comportamentos revelados no cotidiano, sinalizando capacidades gerais e específicas. Esses alunos apresentam elevada capacidade ou dificuldades de aprendizagem, porém, não são, especificamente, portadores de deficiências, mas passam a ser especiais quando exigem respostas específicas adequadas.
Na Conferência Mundial sobre Educação Especial, entrou em evidência discussões relativas ao “Movimento pela Inclusão”. Na época foi elaborado um documento divulgado mundialmente: a “Declaração de Salamanca” onde foram levantados aspectos inovadores para a reforma de políticas e sistemas educacionais.
Na declaração consta:
…durante os últimos 15 ou 20 anos, tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianças que não estejam conseguindo se beneficiar com a escola, seja por que motivo for. […]. (SALAMANCA, 1994, p. 1).
O termo “necessidades educacionais especiais”, além das crianças portadoras de deficiências, passa a incluir crianças com dificuldades temporárias ou permanentes na escola, crianças que repetem os anos escolares, passa a incluir crianças que trabalhem forçadas, também as que vivem nas ruas, as que moram distantes de quaisquer escolas, as que vivem em condições de extrema pobreza ou que sejam desnutridas, as que sejam vítimas de guerra ou conflitos armados, as que sofrem de abusos contínuos físicos, emocionais e sexuais, ou as que simplesmente estão fora da escola, por qualquer motivo.
A Declaração de Salamanca faz surgir a aproximação dos dois tipos de ensino, o regular e o especial, mostrando que todos podem possuir, temporária ou permanentemente, “necessidades educacionais especiais”. Com a orientação para existir um sistema único, capaz de prover educação para todos os alunos, especial ou não.
A Escola Inclusiva enfim torna-se uma realidade, mas, segundo Mantoan (2006, p. 16) “fazer valer o direito à educação para todos não se limita a cumprir o que está na lei e aplicá-la, sumariamente às situações discriminadoras. O assunto merece um entendimento mais profundo da questão de justiça”.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), elaborados com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, definem orientação de estratégias para a educação de alunos com necessidades especiais. Dessa forma, estabeleceu material didático-pedagógico que se insere na concepção da escola inclusiva defendida na Declaração de Salamanca material este intitulado: “Adaptações Curriculares”.
A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, com estudos de autores reconhecidos da área educacional, documentos oficiais de Legislação, Decretos, Portarias (Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva), Plano Nacional de Educação – PNE e sites oficiais do Governo.
1. DESENVOLVIMENTO
Com o objetivo de eliminar as desigualdades educacionais do país, derrubando as barreiras que impediriam o acesso e a permanência naescola, o Ministério da Educação criou e enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei que lança o Plano Nacional de Educação – PNE, cuja validade seria de 10 anos, foi aprovado em 25 de junho de 2014, estabeleceu 10 diretrizes objetivas e 20 metas estruturantes garantindo o direito à educação básica de qualidade, a universalização da alfabetização e ampliação da escolaridade e das oportunidades educacionais.
A Meta 4, contendo dezenove estratégias, tratou de forma exclusiva da educação especial, conforme o texto do PNE:
Universalizar, para a população de quatro a dezessete anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados. (BRASIL, 2014. p. 55)
Na educação especial são três as categorias: dependentes, treináveis e educáveis:
Dependentes, os que atendidos somente em clínicas, pois, dependem totalmente de serviços necessários para sua total sobrevivência, não conseguem ter hábitos higiênicos, não conseguem se vestir, necessitando de um acompanhamento de 24 horas.
Treináveis, os que frequentam escolas especiais, entende-se que os mesmos conseguem se defender dos perigos, respeitar os outros, repartir, com hábitos de higiene rotineiros, precisando somente de ajuda e supervisão. O retardo é identificado nos primeiros anos de vida.
Educáveis, os que frequentam classes especiais, já possuindo vocabulário necessário para a vida diária, com a habilidade de adaptação pessoal e social, e são crianças que atingem quando adultas, a idade de desenvolvimento mental entre sete e doze anos.
De acordo com as diferenças individuais do aluno o atendimento passa a ser direcionado. Esse é o objetivo da educação especial e da educação em geral.
	O público alvo da educação especial consiste aos:
Alunos com deficiência – aqueles que podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade. São alunos que têm impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental ou sensorial, que em interação com diversas barreiras.
Alunos com transtornos globais do desenvolvimento – alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil. Também alunos que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restritas, estereotipado e repetitivo.
Alunos com altas habilidades/ superdotação – alunos que demonstram potencial elevado em qualquer área - isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse.
A escola é um dos segmentos com papel relevante no processo de inclusão, dessa forma se faz necessária a discussão sobre a inclusão de pessoas com necessidades especiais no sistema educacional brasileiro.
Entre os principais documentos internacionais orientadores da inclusão está a “Convenção da Guatemala” – Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de Deficiência de 1999, o referido documento afirma que: condena qualquer discriminação, exclusão ou restrição por causa da deficiência que impeça o exercício dos direitos das pessoas com deficiência, inclusive à educação. No seu artigo I, a Convenção define que o termo deficiência,
significa uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária causada ou agravada pelo ambiente econômico e social.
Em 2015 é instituída a Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015, Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), considerada a primeira lei específica para a inclusão, sendo destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais das pessoas com deficiência e com outras necessidades educacionais específicas, visando à sua inclusão social e cidadania.
A expressão “necessidades especiais” tornou-se bem conhecida no ambiente escolar, nos discursos oficiais e mesmo no senso comum. Surgiu da intenção de atenuar ou neutralizar e distinguir os indivíduos que apresentassem limitações físicas, motoras, sensoriais, cognitivas, linguísticas ou síndromes variadas, altas habilidades, etc.
Em uma análise, os indivíduos cegos apresentam necessidades especiais, porque necessitam do sistema braille, de livros sonoros, de ledores, de softwares com síntese de voz, de bengalas, cães-guia ou guias humanos. Os indivíduos que necessitam de muletas, cadeiras de rodas ou andadores para sua locomoção também apresentam necessidades especiais. Os surdos dependem da linguagem gestual e da experiência visual em sua comunicação. Também os que necessitam de cuidados especiais para a alimentação, o vestuário, a higiene pessoal e outros hábitos ou atividades rotineiras. Sempre haver a necessidade de desenvolver habilidades, funções e aprendizados específicos, podendo ser temporárias ou permanentes, depende da situação ou das circunstâncias.
Para Telford & Sawrey (1978), “A tendência atual é empregar termos menos estigmatizantes, mais gentis e menos carregados emocionalmente, em substituição aos mais antigos, que adquiriram conotações de desamparo e desesperança. (...)”.
A Constituição Brasileira de 1988, no Capítulo III, Da Educação, da Cultura e do Desporto, Artigo 205 prescreve: "A educação é direito de todos e dever do Estado e da família". Em seu Artigo 208, prevê: ..."o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: ..."atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino".
A redenominação de antigas categorias reflete em parte as concepções cambiantes e a maior precisão na definição e classificação, com referência a grupos de pessoas percebidas como deficientes.
É a representação de uma contraposição à arbitrariedade que impregnavam a terminologia entre pais, especialistas e demais quanto às limitações física, motora, sensorial, cognitiva, às diferentes síndromes ou ao sofrimento mental. Revelam a preocupação em explicitar por meio de palavras ou expressões dadas como corretas, as virtudes e intenções de concepções nas últimas décadas.
As manifestações de certas características ou diferenças individuais inspiraram a denominação corrente de pessoas com necessidades especiais para designar o que antes era concebido como grupos ou categorias de indivíduos excepcionais. Logo, a expressão alunos ou crianças excepcionais foi substituída por crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais e ratificada internacionalmente na Declaração de Salamanca. No Brasil, em 1986, o MEC já adotava tal designação que passou a figurar como portadores de necessidades educacionais especiais - PNEE na Política Nacional de Educação Especial (SEESP/MEC/1994), na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, Lei n. 9.394/96) e, nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação especial (MEC/2001).
Segundo o Ministério da Educação e Cultura (Brasil, 1994, p. 18), “integração é um processo dinâmico de participação das pessoas num contexto relacional, legitimando sua integração nos grupos sociais, implicando reciprocidade”.
	De acordo com Carvalho (2005),
Ao refletir sobre a abrangência do sentido e do significado do processo de Educação inclusiva, estamos considerando a diversidade de aprendizes e seu direito à equidade. Trata-se de equiparar oportunidades, garantindo-se a todos - inclusive às pessoas em situação de deficiência e aos de altas habilidades/superdotados, o direito de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. (CARVALHO, 2005).
O PNE considerapúblico alvo da Educação especial na perspectiva da Educação inclusiva, educandos com deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla), transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades.
A expressão “necessidades educacional especiais” e correlatas obteve franca adesão por parte do sistema escolar e despontou como um verdadeiro achado no sentido de alargar os horizontes da educação especial. Isso porque, além de ser considerada um eufemismo capaz de esvaziar a suposta negatividade do termo portadores de deficiências, legitima e amplia o contingente de educandos a serem contemplados pelos serviços de apoio especializado.
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais para a educação especial (SEESP/MEC/01), essa expressão pode ser utilizada para referir-se a crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada capacidade ou de suas dificuldades para aprender, associada a dificuldades de aprendizagem, não necessariamente vinculada a deficiência(s). Entende-se por um leque de manifestações, de natureza orgânica ou não, de caráter temporário ou permanente cujas consequências incidem no processo educacional.
As necessidades especiais são manifestações decorrentes de dificuldades de aprendizagem, de limitações no processo de desenvolvimento que apresenta um comprometimento do desempenho escolar, aponta dificuldades de comunicação e sinalização, de altas habilidades ou superdotação.
Na visão de Mazzota (2001), "Alunos e escolas são adjetivados de comuns ou especiais e em referência a uns e outras são definidas necessidades comuns ou especiais a partir de critérios arbitrariamente construídos por abstração, atendendo, muitas vezes, a deleites pessoais de "experts" ou, até mesmo, de espertos. Alertemo-nos, também, para os grandes equívocos que cometemos quando generalizamos nosso entendimento sobre uma situação particular (...)”.
As expressões Alunos Especiais e Escolas Especiais já foram e ainda hoje são empregadas com sentido genérico, equivocado. Todo aluno é especial e toda escola é especial, em sua configuração natural ou física e histórico-social. Entretanto, apresentam necessidades e respostas comuns e especiais ou diferenciadas na defrontação dessas duas dimensões, no meio físico e social. Termos como deficientes, incapazes, retardados, excepcionais e correlatos foram descartados, consagrando-se a expressão portadores de deficiência para referir-se a pessoas com limitações física, sensorial, mental ou múltipla.
A classificação genérica “portadores de necessidades especiais” passou a englobar essas e outras categorias. Surgem novas proposições, por exemplo, Portadores de Direitos Especiais – PODE, proposta por Frei Beto. Porém, as ressalvas e sutilezas continuam, já que o termo “portadores de” caiu na armadilha do léxico que aprisiona o sujeito ao desconforto de portar ou carregar deficiências, necessidades ou direitos.
As definições no contexto da escola – O uso desses termos nas escolas, pode gerar consequências negativas quando um aluno ou um grupo de alunos são apontados como especiais e passam a ser tratados como um problema para a escola.
Mazzotta (2001) alerta, quanto ao perigo das generalizações, dos construtos arbitrários e abstratos que resultam em práticas e entendimentos equivocados.
A terminologia ora apresentada deixa descontentes aqueles que encaram tal generalização como meras tentativas de encobrir, negar ou descaracterizar as especificidades das inúmeras deficiências. Há os que consideram a polêmica desnecessária e que serve para desviar o foco das discussões primordiais. Essas expressões e seus derivados não deveriam ser empregadas para classificar, discriminar, rotular ou incentivar a disseminação de ideias pejorativas. Quando se trata de estabelecer categorias ou classificações de seres humanos, o “bater na mesma tecla” dessa temática mostra a persistência de um movimento dinâmico de adesão e desconfiança.
Educação inclusiva e o Processo de Ensino Aprendizagem – A Educação inclusiva tem sido um caminho importante para abranger a diversidade mediante a construção de uma escola que ofereça uma proposta ao grupo, e que atenda às necessidades de cada um, com prioridade àqueles que correm risco de exclusão em termos de aprendizagem e participação na sala de aula.
	Segundo Mendes (2012),
Além de ser um direito, a Educação inclusiva é uma resposta inteligente às demandas do mundo contemporâneo. Incentiva uma pedagogia não homogeneizadora e desenvolve competências interpessoais. A sala de aula deveria espelhar a diversidade humana, não escondê-la. Claro que isso gera novas tensões e conflitos, mas também estimula as habilidades morais para a convivência democrática. O resultado final, desfocado pela miopia de alguns, é uma Educação melhor para todos. (MENDES, 2012).
A educação especial domina uma área de conhecimento como um campo de atuação profissional, de um modo geral que gera um ensino e aprendizagem que não tem sido uma ocupação do sistema de educação regular. No ensino integrado, a criança é vista como sendo portadora do problema e necessitando serem adaptadas aos demais estudantes, se uma criança com dificuldades especiais é integrada numa escola regular, ela passa a se comunicar com os demais passando a se socializar com o grupo.
Pierre Levy (1998, p. 13), diz que: o ser humano está provavelmente convergindo para a constituição de um novo meio de comunicação, de pensamento e de trabalho.
Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CEB/CNE), expõe:
Art. 1º. Para a implementação do Decreto no 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos; Art. 2º. O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem; Parágrafo Único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na Educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços. (CNB/CNE, 2009).
É dever do estado e da família, utilização de métodos e técnicas que contemplam códigos e linguagens apropriadas as situações especificas da aprendizagem nas escolas suprindo essas necessidades, a Experiência de Aprendizagem Mediada na proposta por Pierre Levy possibilita o desenvolvimento de ferramentas teórico-metodológicas capazes de produzir modificabilidade cognitiva estrutural.
As propostas pedagógicas variadas apresentadas hoje, não podem negar que a questão da educação de alunos especiais na perspectiva da educação inclusiva é uma proposta que está posta, seja pelas diretrizes e, ou documentos oficiais nacionais de educação, seja pelas próprias circunstâncias atuais da educação no Brasil.
Segundo Feuerstein (1980, p. 9), "há uma relação dinâmica constante do sujeito com o ambiente, estando ambos em movimento e interagindo com a realidade sociocultural".
O objetivo da educação é sistematizar os princípios e as diretrizes gerais da educação básica, e os direitos da família, porém devem ser do estado e da própria família, utilização de métodos e técnicas que contemplam códigos e linguagens apropriadas as situações especificas da aprendizagem.
De acordo com Feuerstein, para se produzir uma aprendizagem significativa torna-se imprescindível a dupla "mediador-mediado" que, ao desenvolver os critérios de mediação, possibilita a interaçãoe a modificabilidade, já que é somente por meio da interação do sujeito com outros sujeitos capazes de mediar informações necessárias, estando estes sujeitos integrados a um meio ambiente favorável e estimulante, que o desenvolvimento cognitivo acontece.
Considerando que o trabalho problematiza a realidade dos alunos da educação especial que frequentam as escolas na educação especial, ainda é um tema recente nas políticas educacionais. E assim, a presença desta interface nos documentos oficiais da educação especial é projetos de grandes pesquisas a serem conquistadas com o decorrer do tempo.
De acordo com Feuerstein (1994), duas são as formas de aprendizagem humana, uma delas é a experiência direta de aprendizado é a interação do organismo com o meio ambiente, a outra é a Experiência de Aprendizagem Mediada que requer a presença e a atividade de um ser humano para organizar, selecionar, interpretar e elaborar aquilo que foi experimentado. O autor diz que ocorrem mudanças que são determinantes do desenvolvimento cognitivo causando respostas diferenciadas em relação ao meio em que vive.
Uma atitude na educação especial na educação inclusiva é propiciar e aceitar exposição da nossa e a de outras culturas, para que possa se reconhecer perante aquela que ele pertence, fazendo com que crie sua própria identidade cultural e pessoal, tendo orgulho de pertencer a tal cultura e assim evitando discriminações que possam surgir, possibilitando o seu desenvolvimento. Porém, falar sobre a família como participantes do processo de ensino e aprendizagem exige aprofundar sobre a família na contemporaneidade e qual papel desempenha no ponto de vista da escola.
O estabelecimento de ensino juntamente com a família são contextos do desenvolvimento dos indivíduos com papeis complementares no processo educativo cujo significado cultural, econômico e existencial.
Diante de tais constatações este artigo procurará investigar, inicialmente, as teorias que reconhecem a presença do professor da educação especial.
Conforme Teixeira (2006), a família é fundamental na vida dos alunos. Buscou-se fundamentação teórica no levantamento das fontes de informações sobre o objeto, para definição do tema, a fim de explicar o aluno com necessidade especial e observa-se que o tópico proposto é carente de estudos, principalmente no campo educacional, sendo necessário recorrer a outras áreas para delineamento do assunto, fato que comprova a importância e a necessidade de aprofundar sobre o tema proposto na área da educação.
O conceito de inclusão envolve um jeito de pensar fundamental diferente sobre as origens da aprendizagem e as dificuldades de comportamento. Em termos formais estamos falando sobre uma mudança de ideia de defeito para um "modelo social". (MITTLER, 2003, p. 25).
	Alunos que apresentam necessidades educacionais especiais e participam da inclusão, vêm mobilizando a sociedade e toda comunidade escolar frente a este novo modelo de escola, onde todos os alunos devem estar incluídos nas salas de aulas, do ensino regular. Esse movimento faz com que a escola reflita sobre princípios desse novo paradigma, que vai desde a convivência com esses alunos em um mesmo espaço até uma mudança na organização de todo o trabalho pedagógico da escola.
4. CONCLUSÃO
	Conclui-se que a educação especial é um sistema paralelo a educação das crianças com deficiência, fora do ensino regular. Sistema, que na maioria das vezes baseiam-se na noção de que as necessidades dessas crianças não podem ser supridas nas escolas regulares.
	O movimento da educação inclusiva pressiona a sociedade e as instituições para que reconheçam a diferença de todos e acolha a todos nesta diferença. Os maiores desafios encontrados na escola ou na sociedade que não entendem o sentido da inclusão, é o de repensar as suas próprias regras, o modo de atuar, atitudes excludentes, que consideram que as diferenças existem em alguns e não em todos.
	Em suma, os objetivos da educação especial são os mesmos da educação em geral, diferenciado apenas pelo atendimento, que passa a ser de acordo com as diferenças individuais do aluno.
	Na educação especial há casos degenerativos severos, entretanto, são pessoas que, ainda que impossibilitadas da inclusão física no espaço escolar, poderão ser incluídas no espaço pedagógico e afetivo, por meio da atuação de profissionais interessados e dedicados, podendo receber um acompanhamento educacional reabilitativo em seu próprio lar, chamadas ações inclusivas além dos muros da escola.
	Existe a necessidade de considerar a deficiência como mais uma das características diferentes que os alunos possam ter, é preciso conhecer as pessoas e enxergá-las como alguém com talentos e potencialidades, desejos e dificuldades, jamais com benemerência e caridade, propiciando oportunidades de acesso para conhecer, conviver, apoiar, ensinar, acreditar. Mesmo sabendo que há resistência, medo, insegurança, inquietações frente ao desconhecido.
	Traçar prioridades na educação especial não é o caminho. Porém, metodologias de ensino específicas, além do preparo profissional, como o ensino de surdos e de cegos, por exemplo, conquistaram maior respaldo educacional. Ainda há, necessidades ainda carentes, quanto à capacitação docente, e também, quanto à metodologia e materiais de desenvolvimento.
	A educação de alunos com necessidades educacionais especiais é um trabalho multidisciplinar e requer especialistas de diversas áreas atuando junto à escola. Ressaltando que a aprendizagem transcende o campo escolar, sendo que os mesmos mecanismos que estão presentes quando o aluno aprende em sala de aula, também estão presentes no cotidiano.
	O papel do educador é educar para a vida e se torna mais permanente quando educamos indivíduos com necessidades especiais, considerando a necessidade de uma aprendizagem integradora, relacionada à vida social.
5. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Lei n° 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências. Brasília, D.F., 2014.
_______. CNE. CEB. Resolução n. 4, de 2 de outubro de 2009, que institui diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na educação básica, modalidade educação especial. Brasília: 2009.
_______. Desafios da Educação Especial, da Secretaria de Educação Especial - SEESP/MEC, 1994. BRASIL.
CARVALHO, R. E. Diversidade como paradigma de ação pedagógica na Educação. In: Revista da Educação Especial. MEC/SEESP. Out. 2005.
FEUERSTEIN, R.; KLEIN, P. S.; TANNENBAUM, A. J. Mediated learning experience (MLE): Theoretical, Psychosocial And Learning Implications. London: Freund, 1994.
FEUERSTEIN, R. Instrumental Enrichment. Baltimore, Instrumental Enrichment. Baltimore Md.: University Park Press, 1980.
MANTOAN, Maria Teresa Egler; PRIETO, Rosangela Gavioli; Inclusão Escolar: Pontos e Contrapontos. São Paulo: Summus, 2006.
MAZOTTA, Marcos J. Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas. São Paulo: Cortez, 2001.
MENDES, M. P. Educação Inclusiva e a Declaração de Salamanca: consequências ao sistema educacional brasileiro. Revista Integração, a. 10, n. 22, 2012.
MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete necessidades educacionais especiais. Dicionário Interativo da Educação Brasileira - Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em: <https://www.educabrasil.com.br/ necessidades-educacionais-especiais/>. Acesso em: 14 out. 2020.
MITTLER, PETER. Educação Inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003, p. 25.
PIERRE, L. A inteligência coletiva. Por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Loyola, 1998.
SAWREY, J. M.; TELFORD, C. W. O indivíduo excepcional. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
TEXEIRA, G. A. S. Família e escola: Considerações sobre o papel social dessas instituições na sociedade contemporânea. Mato Grosso do Sul. Artigo Acadêmico. Universidade Federal da Grande Dourados, 2006.
UNESCO. Declaração de Salamanca. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades EducativasEspeciais. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf> Acesso em: 14 out. 2020.

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