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Cirurgia de Ouvido - Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais

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Medicina Veterinária Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais Rebeca Meneses 
1 Cirurgia do Ouvido 
A otite externa é a inflamação do canal auditivo 
vertical ou horizontal ou ambos; otite média é a 
inflamação da cavidade e da membrana 
timpânica. Otite interna é uma inflamação do 
ouvido interno que normalmente causa a doença 
vestibular em cães. É quase sempre causada por 
extensão da infecção no osso petroso na otite 
média. A presbiacusia é um termo usado para 
descrever a perda auditiva relacionada com a 
idade. 
Espessamento e calcificação do canal auditivo 
indicam doença inflamatória irreversível. Uma 
resposta à dor aguda na palpação profunda do 
ouvido pode indicar infecção do ouvido médio, 
enquanto a inclinação da cabeça pode indicar dor 
intensa no ouvido do lado inferior ou otite média 
ou interna. 
 
ANATOMIA CURÚRGICA 
 
RESSECÇÃO DO CANAL AUDITIVO 
LATERAL 
Ressecção do canal auditivo lateral aumenta a 
drenagem e melhora a ventilação do canal 
auditivo. Também facilita a colocação de agentes 
tópicos dentro do canal horizontal. Ressecção do 
canal auditivo lateral é indicada em pacientes 
com hiperplasia mínima do epitélio do canal 
auditivo ou com pequenas lesões neoplásicas do 
aspecto lateral do canal vertical. 
 Não deve ser realizada em animais com 
obstrução ou estenose do canal auditivo 
horizontal ou otite média concorrente 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
1. Depilar todo o lado da face e os dois lados 
do pavilhão auricular. 
2. Lavar delicadamente o ouvido e remover 
o máximo possível os detritos. 
3. Posicionar o animal em decúbito lateral 
com a cabeça elevada em uma toalha e 
preparar o pavilhão auricular e a pele ao 
redor para cirurgia asséptica. 
4. Colocar o campo cirúrgico ao redor da 
orelha com todo o pavilhão auricular 
envolto no local da cirurgia. 
5. Posicionar-se na face ventral da cabeça do 
cão e posicionar um fórceps no canal 
auditivo vertical para determinar a sua 
extensão ventral. 
6. Marcar um local abaixo do canal auditivo 
horizontal, que é a metade do 
comprimento do canal auditivo vertical. 
7. Fazer duas incisões paralelas na pele 
lateral do canal auditivo vertical que se 
estendam desde o tragus ventralmente ao 
local marcado. 
8. Essas incisões devem corresponder a 1,5 
vez o comprimento do canal auditivo 
vertical. 
9. Ligar as incisões na pele ventralmente e, 
usando uma combinação de dissecção 
cortante e contundente, rebater o retalho 
 
 
Medicina Veterinária Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais Rebeca Meneses 
2 Cirurgia do Ouvido 
de pele dorsal, expondo a parede 
cartilaginosa lateral do canal auditivo 
vertical. 
10. Durante a dissecção, ficar o mais próximo 
possível da cartilagem do canal auditivo 
para evitar inadvertidamente danos ao 
nervo facial. 
11. Observar a glândula parótida na medida 
ventral da incisão e evitar danificá-la. 
12. Localizando-se no aspecto dorsal da 
cabeça do animal, utilizar tesouras Mayo 
para cortar o canal vertical 
13. Colocar uma lâmina da tesoura no canal 
na incisura pré-trágica ou trago helicina na 
face cranial (ou medial) do conduto 
auditivo externo e, com a tesoura em um 
ângulo de 30 graus, incisar o canal 
ventralmente ao nível do canal horizontal. 
14. Repitir o processo, começando pela 
incisura intertrágica (aspecto caudal ou 
lateral do conduto auditivo externo). 
15. Não permitir que as incisões convirjam 
para o aspecto lateral do canal, ou o 
escorredor será demasiado estreito. 
16. Certificar-se de estender as incisões até o 
início do canal horizontal, ou o escorredor 
não ficará na posição horizontal contra a 
pele. 
17. Rebater o flap cartilaginoso distalmente e 
inspecionar a abertura do canal 
horizontal; se indicado, obter culturas. 
18. Ocasionalmente, a abertura pode ser 
ampliada, fazendo dois cortes pequenos 
nos aspectos cranial e caudal. 
19. Ressecar a metade distal da aba da 
cartilagem para fazer o escorredor e 
retirar a aba da pele. 
20. O ligamento entre as abas horizontais e 
verticais geralmente funciona como uma 
dobradiça para permitir ao escorredor 
ficar na posição horizontal, mas, em 
alguns casos, marcar a cartilagem no lado 
ventral do escorredor facilita isso. 
21. Colocar suturas de monofilamento 
absorvíveis ou não absorvíveis (3-0 ou 4-0) 
a partir do tecido epitelial da pele 
22. Começar a suturar a abertura do canal 
horizontal, em seguida, suturar o 
escorredor. 
23. Por último, suturar os aspectos cranial e 
caudal da parede medial do canal auditivo 
vertical na pele. 
 
 
CANAL DE ABLAÇÃO VERTICAL DO 
OUVIDO 
 Pode ser executada quando o canal 
vertical todo está doente, mas o canal 
horizontal está normal 
 Remoção total do canal vertical pode 
resultar em menos exsudação e menos 
dor pós-operatória 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
1. Posicionar e preparar o animal como para 
a ressecção do canal auditivo lateral. 
2. Fazer uma incisão em formato de T com o 
componente horizontal paralelo e 
imediatamente abaixo da borda superior 
do trago. 
 
 
Medicina Veterinária Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais Rebeca Meneses 
3 Cirurgia do Ouvido 
3. A partir do ponto médio da incisão 
horizontal, fazer uma incisão vertical que 
se prolongue ao nível do canal horizontal. 
4. Recolher as abas da pele que refletem 
tecido conjuntivo frouxo, e expor a face 
lateral do canal vertical 
5. Continuar a incisão horizontal através da 
cartilagem ao redor do meato acústico 
externo com uma lâmina de bisturi. 
6. Retirar o máximo de tecido doente na 
superfície média do pavilhão auricular 
quanto possível, mas não danificar os 
principais ramos da grande artéria 
auricular. 
7. Usar tesoura Mayo curvadas para dissecar 
em torno das faces proximais e mediais do 
canal vertical. 
8. Durante a dissecção, ficar o mais próximo 
possível da cartilagem do canal auditivo 
para evitar inadvertidamente danos ao 
nervo facial. 
9. Libertar canal vertical inteiro de todos os 
anexos musculares e fasciais 
10. Seccionar o canal vertical ventralmente 1 
a 2 cm dorsais ao canal horizontal e enviá-
lo para exame histológico. 
11. Incisar o restante do canal vertical, cranial 
e caudal para criar abas dorsal e ventral 
12. Refletir o retalho ventral para baixo, e 
suturar a pele para um escorredor usando 
suturas de monofilamento absorvíveis ou 
não absorvível (2-0 para 4-0). 
13. Suturar a aba dorsal para a pele e fechar o 
tecido subcutâneo com um material capaz 
de absorver a sutura (2-0 ou 3-0). 
14. Em seguida, fechar a pele em formato de 
T 
 
CANAL DE ABLAÇÃO TOTAL DO OUVIDO 
A indicação de TECA é feita em animais com otite 
externa crônica que não respondem bem ao 
tratamento médico adequado, em casos de 
intensa calcificação e ossificação da cartilagem 
auricular, ou quando hiperplasia epitelial grave se 
estende para além do pavilhão auricular ou do 
canal auditivo vertical. 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
1. Posicionar o animal em decúbito lateral 
com a cabeça elevada com uma toalha. 
Preparar o pavilhão auricular e a pele 
circundante para cirurgia asséptica. 
2. Fazer uma incisão em formato de T com o 
componente horizontal paralelo e 
imediatamente abaixo da borda superior 
do trago. 
3. A partir do ponto médio da incisão 
horizontal, fazer uma incisão vertical que 
se prolongue apenas passando ao nível do 
canal horizontal 
4. Recolher as abas da pele que refletem 
tecido conjuntivo frouxo, e expor a face 
lateral do canal vertical. 
 
 
Medicina Veterinária Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais Rebeca Meneses 
4 Cirurgia do Ouvido 
5. Continuar a incisão horizontal em torno 
da abertura do canal auditivo vertical com 
uma lâmina de bisturi 
6. Usar tesoura Mayo curva para dissecar em 
torno das faces proximais e mediais do 
canal vertical. 
7. Durante a dissecção, ficar o mais próximo 
possível da cartilagem do canal auditivo 
para evitar inadvertidamente danos ao 
nervo facial. 
8. Evitar danificar os principais ramos da 
grande artéria auricular na face média do 
canal vertical. Identificaro nervo facial, 
uma vez que percorre caudoventralmente 
para o canal horizontal (recolhê-lo 
suavemente se necessário). 
9. Se o nervo facial for preso dentro do 
tecido canal horizontal calcificado, 
engrossado, dissecar cuidadosamente o 
nervo do canal horizontal. 
10. Continuar a dissecção ao nível do meato 
auditivo externo 
11. Excisar a fixação horizontal canal para o 
meato acústico externo com uma lâmina 
de bisturi, uma rugina ou tesoura de 
Mayo, mas cuidado para não danificar o 
nervo facial. 
12. Remover todo o canal auditivo e obter 
culturas profundas ao redor ou apenas 
dentro do meato acústico externo. 
13. Enviar o ouvido para exame histológico. 
14. Usar uma cureta para remover 
cuidadosamente o tecido secretor que é 
aderente à borda do meato acústico 
externo 
15. Certificar-se de remover todo o tecido 
epitelial na região, ou ocorrerá fistulização 
crônica. 
16. Realizar uma osteotomia bula lateral 
17. Lavar a área com solução salina estéril 
antes do encerramento. 
18. Fechar o tecido subcutâneo com fio 
absorvível (2-0 ou 3-0), e fechar a pele em 
formato de T (Fig. 18-12, F). 
19. Se a drenagem for desejada, usar 
dissecação romba para saída de um dreno 
de Penrose (14 a 12 polegadas de 
20. largura) ou tubo de borracha macia 
ventral da incisão em uma área 
dependente (por meio de uma incisão 
separada), ou usar a drenagem por 
aspiração fechada (p. ex., o cateter de 
borboleta, vacutainer tubular). 
21. A extremidade do dreno perto da 
cavidade timpânica pode ser protegida 
com uma única sutura de categute 
cromado (4-0 ou 5-0). 
22. Fixar a drenagem para a pele no local da 
saída. 
 
 
OSTEOTOMIA DA BULA LATERAL 
 Deve ser realizada junto coma TECA 
 
 
Medicina Veterinária Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais Rebeca Meneses 
5 Cirurgia do Ouvido 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
1. Dissecar grosseiramente o tecido a partir 
da face lateral da bula usando um 
pequeno elevador periosteal. 
2. Evitar danificar a artéria carótida externa 
e a veia maxilar, que percorrem apenas 
ventralmente a bula. 
3. Seccionar os aspectos laterais e ventral da 
bula até que o aspecto caudal do canal do 
ouvido médio seja exposto 
4. Estender a excisão óssea conforme 
necessário para visualizar completamente 
o conteúdo da cavidade timpânica, mas 
evitar dissecção cortante e curetagem da 
área rostral do canal auditivo ósseo para 
reduzir o risco de danos da veia 
retroauricular. 
5. Usar uma cureta para remover o material 
contaminado, mas evitar a curetagem na 
área rostral (dorsal) ou rostromedial da 
cavidade timpânica para não danificar os 
ossículos auditivos ou estruturas do 
ouvido interno. Irrigar suavemente a 
cavidade com solução salina para remover 
todos os detritos remanescentes. 
 
COMPLICAÇÕES 
Drenagem inadequada e otite externa 
continuada, são incomuns após a ressecção do 
ouvido lateral ou ablação do canal auditivo 
vertical. 
Paralisia do nervo facial é uma complicação rara 
da ablação do canal auditivo vertical. 
Complicações da TECA (p. ex., infecção superficial 
da ferida, paralisia do nervo facial, disfunção 
vestibular, surdez, fistulação crônica ou 
abscessos, necrose avascular da pele do pavilhão 
auricular; 
OTOHEMATOMA 
TÉCNNICAS CIRÚRGICAS 
1. Realizar uma incisão em formato de S na 
superfície côncava do ouvido e expor o 
hematoma e seu conteúdo de uma 
extremidade à outra 
 
 
Medicina Veterinária Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais Rebeca Meneses 
6 Cirurgia do Ouvido 
2. Remover o coágulo de fibrina e irrigar a 
cavidade. Colocar suturas de 3, 4 a 1cm de 
comprimento através da pele na 
superfície côncava do ouvido e da 
cartilagem subjacente. 
3. Colocar as suturas paralelas aos grandes 
vasos (verticais em vez de horizontais). 
4. Colocar um amplo número de sutura de 
modo a não deixar nenhum bolsão em 
que o líquido possa se acumular. 
5. Não ligar as ramificações da grande 
artéria auricular visível na superfície 
convexa do ouvido. 
6. Não suturar a incisão fechada; deve haver 
uma pequena abertura para permitir a 
drenagem contínua. 
7. Colocar um curativo de proteção de luz 
sobre o ouvido, e apoiar a orelha sobre a 
cabeça do animal 
8. Remover o curativo e a sutura entre 10 a 
14 dias. 
9. Aparar metade da gola da cânula para 
permitir que o tubo descanse 
confortavelmente contra a orelha 
10. Aspirar o conteúdo do hematoma 
utilizando uma agulha (calibre 14 ou 16) 
inserida no hematoma na sua margem 
mais distal. 
11. Inserir a cânula através do furo da agulha 
e suturar a orelha (a cânula é colocada no 
aspecto mais distal do hematoma, mesmo 
em animais com orelhas eretas, para 
impedir a entrada de drenagem da 
concha). 
12. Não fazer atadura ou apoiar a orelha 
sobre a parte superior da cabeça. 
13. Fazer uma incisão nos limites proximal e 
distal do hematoma. 
14. Esvaziar o hematoma de líquido e fibrina, 
e usar um fórceps mosquito ou jacaré 
para trazer o dreno na cavidade do 
hematoma. 
15. Suturar as extremidades da drenagem 
para a pele, em que se projetam a partir 
da cavidade. 
16. Colocar um curativo leve sobre o ouvido

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