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Abortamento: Causas e Tipos

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–
 
Aborto
–
O abortamento é uma síndrome hemorrágica da 
primeira metade da gravidez, definida pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS) como a 
interrupção da gravidez antes de 22 semanas ou 
com um feto até 500g ou de 16,5 cm, ou seja, 
antes de atingida a viabilidade 
 
A incidência de alterações cromossômicas em 
abortamentos esporádicos de 1o trimestre é de 
50%. Analisando abortos com cariótipo anormal, a 
síndrome de Turner (45,X0) é a alteração mais 
frequente com incidência de 19%. 
 
Abortos trissômicos são vistos para todos os 
autossomos, exceto para os cromossomos 1, 5, 11, 
12, 17 e 19. Trissomia 16, triploidia e tetraploidia 
são as anormalidades autossômicas mais comuns. 
Aproximadamente 80% das trissomias 21 
terminam em abortamento. 
 
Os mais comuns fatores de risco identificados em 
mulheres com abortamento precoce são a idade 
materna avançada e a história de perda anterior. 
A frequência de abortamentos precoces 
clinicamente reconhecidos em mulheres com 
idade de 20 a 30 anos é de 9 a 17%, aumentando 
rapidamente para 20% na idade de 35 anos, 40% 
com 40 anos e 80% com 45 anos. 
 
Qualquer doença materna grave, traumatismo ou 
intoxicação, além de inúmeras infecções, podem 
levar ao abortamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
– –
 
➢ 
O abortamento pode ser precoce ou tardio, 
conforme a idade gestacional, ou seja, até a 12ª 
semana e entre a 13ª e a 20ª semana, 
respectivamente. 
 
Os abortamentos precoces, com menos de 12 
semanas, respondem por 80% dos abortamentos 
e reconhecem uma multiplicidade maior de causas 
(Brasil, 2011). Além da etiologia, os abortamentos 
precoces e tardios também apresentam condutas 
terapêuticas diferentes. 
➢ 
O abortamento espontâneo é aquele que ocorre 
sem nenhuma intervenção externa e pode ser 
causado por doenças da mãe ou por 
anormalidades do embrião ou feto. A idade 
materna e o número de abortamento anteriores 
são os dois fatores de risco mais importantes para 
um novo abortamento. 
 
Com o avançar da idade, há declínio no número e 
na qualidade dos ovócitos, principalmente depois 
dos 35 anos. As anormalidades cromossômicas são 
as causas mais frequentes de abortamento 
espontâneo. 
 
Já o abortamento provocado refere-se à 
interrupção da gravidez causada por intervenção 
externa e intencional. 
 
➢ 
Um aborto seguro é aquele realizado por médico 
bem treinado, com os meios necessários e em 
ambiente adequado, o que implica risco 
extremamente baixo para mulher. 
 
Em contraste, o aborto inseguro é procedimento 
de risco para interromper uma gravidez 
indesejada, realizado por pessoas que não têm as 
–
 
habilidades necessárias ou em ambiente que não 
tem os padrões médicos mínimos, ou ambos. 
 
É importante que, diante de um caso de aborto 
inseguro ou provocado, do ponto de vista ético, 
não haja juízo de valor e nem julgamento, pois é 
dever de todos os profissionais de saúde acolher 
respeitosamente para não causar qualquer 
transtorno ou constrangimento. 
 
Constituem tipos clínicos de abortamento: 
 
• Ameaça de abortamento/abortamento 
evitável: gravidez complicada por 
sangramento antes de 20 semanas 
• Abortamento inevitável: o colo está 
dilatado, mas o produto da concepção não 
foi eliminado 
• Abortamento completo: todo o produto 
da concepção foi eliminado sem a 
necessidade de intervenção médica ou 
cirúrgica 
• Abortamento incompleto: alguma parte 
do produto da concepção foi eliminada, 
mas não a sua totalidade; podem estar 
retidos feto, placenta ou membranas 
• Abortamento infectado: abortamento 
(geralmente incompleto) complicado por 
infecção intrauterina 
• Abortamento retido: gravidez na qual já há 
a morte fetal (em geral por semanas) sem 
a sua expulsão 
• Abortamento habitual: 2 ou mais 
abortamentos consecutivos 
➢ 
É o abortamento no qual há chances de reversão 
do quadro, isto é, existem perspectivas no que diz 
respeito à evolução da prenhez. Dois grandes 
sintomas o caracterizam: o sangramento e a dor. 
 
O primeiro é de pequena monta e o segundo 
traduz a contratilidade do útero, que promove 
cólicas leves e é incapaz de induzir modificações 
cervicais. 
 
Hemorragia. É o elemento mais comum e costuma 
ser o 1o a revelar distúrbios na evolução da 
gravidez. De modo geral, o fluxo sanguíneo na fase 
de ameaça é menor do que na interrupção 
inevitável. Os sangramentos precoces, de longa 
duração, escuros e do tipo “borra de café” são 
considerados mais sérios. Aproximadamente 30% 
das gestações apresentam sangramento no 1o 
trimestre, e metade delas resultam em aborto. 
 
Dores. Precedem, acompanham e geralmente 
sucedem a hemorragia. São provocadas por 
metrossístoles fugazes e intermitentes. 
Contrações regulares, como as do trabalho de 
parto, espelham processo irreversível. Deve ser 
lembrado que o abortamento, muitas vezes, é 
precedido pela morte do embrião, e as perdas 
sanguíneas e as cólicas, antes de constituírem 
ameaça, anunciam interrupção inevitável. 
 
➢ 
É o abortamento não mais compatível com o 
prosseguimento da gestação. Traduz-se 
clinicamente pela dilatação da cérvice, que se 
deixa permear pelo dedo, que detecta, na maioria 
das vezes, as membranas ovulares ou o próprio 
embrião. 
 
Outra característica do abortamento inevitável é o 
sangramento profuso que compromete a 
hemodinâmica da paciente, mesmo com cérvice 
impermeável ao dedo. Há proporcionalidade entre 
as dimensões do útero e a idade gestacional 
estimada pela data da última menstruação DUM. 
 
➢ 
Aqui se expulsa o concepto e permanece a 
placenta ou restos placentários. O ovo é eliminado 
parcialmente. A sintomatologia é evidenciada por 
meio do sangramento, que é o sintoma maior; o 
útero se reduz em proporções e fica menor que o 
esperado para a idade gestacional e as dores 
assumem as características de cólicas no intento 
de expulsar o conteúdo refratário. 
 
A cérvice é dilatada, e o comprometimento do 
estado geral da paciente está na dependência do 
grau da hemorragia. É bem mais frequente após a 
oitava semana gestacional. 
 
É a forma clínica mais frequente. O diagnóstico é 
eminentemente clínico, geralmente caracterizado 
por meio da sintomatologia esboçada. 
 
–
 
 
 
➢ 
Diz-se do abortamento em que há eliminação 
integral do ovo. É uma forma clínica que segue a 
anterior, que não experimenta intervenção. A 
sintomatologia é representada pela diminuição ou 
mesmo parada do sangramento e das cólicas após 
a expulsão de ovo íntegro. 
 
 
➢ 
O conceito clássico é aquele concepto que 
permanece na cavidade uterina sem vitalidade. Os 
sinais gravídicos experimentam regressão, a 
ecografia mostra o coração inerte, diminui a altura 
do fundo uterino e míngua a circunferência 
abdominal, a turgescência mamária desaparece, 
bem como os sintomas ligados à presunção de 
gravidez. O diagnóstico é sugerido pela 
sintomatologia e confirmado pela ecografia, que 
não falha. 
 
➢ 
Embora mais escasso hoje do que alguns há duas 
décadas, o abortamento infectado continua a 
responder por fatia não desprezível da morbidade 
e mortalidade materna, principalmente nos países 
em desenvolvimento. 
 
A etiologia quase sempre resulta da tentativa de 
esvaziar o útero por meio do uso de técnicas 
inadequadas e inseguras (introdução de sondas, 
agulhas, laminárias e soluções variadas). 
 
O sangramento, em geral, não é profuso. Costuma 
se manifestar por sangue aguado, escuro, tipo 
“lavado de carne”, costumeiramente com odor 
fétido. Nas formas iniciais, em que apenas o 
endométrio e o miométrio estão comprometidos 
pelo processo infeccioso, além dos sintomas de 
abortamento incompleto, detectam-se aqueles 
outros que traduzem a infecção, principalmente a 
febre em torno de 38 ºC, dor média tipo cólicas 
intermitentes e bom estado geral, sendo o exame 
físico possível, com dor moderada à mobilização 
do colo uterino e à palpação abdominal. 
 
➢ 
O abortamento habitual ou recorrente é definido 
como a perda de duas ou mais gestações. Esse 
conceito é considerado inovador, haja vista que a 
maioria dosautores continua definindo 
abortamento habitual como a perda de três ou 
mais gestações consecutivas. 
 
A idade materna e o número de abortamentos 
anteriores são dois fatores de risco independentes 
para uma nova interrupção. A idade materna 
avançada está associada a declínio tanto no 
número como na qualidade dos oócitos 
remanescentes. A idade paterna também tem sido 
reconhecida como fator de risco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: TRATADO DE OBSTETRÍCIA – 
FEBRASGO; OBSTETRÍCIA - REZENDE

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