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EBOOK MITOS NO AGACHAMENTO

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DA PROIBIÇÃO A GENERALIZAÇÃO: 
Os 7 maiores mitos sobre Agachamento 
Bacharel em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro 
(UFRJ) e Mestre em Ciências do Desporto pela UTAD/Portugal. 
CEO e Coordenador Técnico do Studio de Treinamento Personalizado Lund 
Trainers, já atuou na preparação física de atletas de diversas modalidades, 
realizou Pesquisas Científicas e tem dado cursos e palestras em todo Brasil 
sobre como reunir Teoria e Prática no Treinamento. 
Como Personal Trainer desde 2006, tem atendido executivos, atletas e atrizes 
- como Deborah Secco, Flávia Alessandra e Juliana Paes. 
"Minha missão de vida é atingir o maior número possível de pessoas com 
prescrição de qualidade e difundir o verdadeiro conceito de Treino Baseado 
em Ciência, o #MétodoLund.”
Esse ebook foi escrito por:
‣ Personal Trainer 
‣ Mestre em Ciências do Desporto 
‣ CEO Lund Trainers 
‣ Criador do #MétodoLUND 
‣ Professor de pós gradução em 
diversas instituições 
‣ Palestrante
Rafa LuNd 
Primeiramente: a raiz de todos os mitos
Sem dúvida, agachar é um dos movimentos mais comuns da vida diária. E talvez por 
esse motivo seja um dos movimentos mais polêmicos no âmbito da Educação Física.
Por um lado, existem os profissionais que superestimam o exercício: para estes, o 
agachamento é tão completo, que não haveria necessidade de fazer mais nenhum outro 
exercício para inferiores. Dessa forma, acabam deixando de usar outras ferramentas em 
prol do objetivo do aluno.
Por outro, existem aqueles que evitam usar o agachamento na prescrição dos seus 
treinos pois têm receio que os alunos se machuquem.
Não tenho dúvida de que ambos os comportamentos estejam pautados em mitos e o 
principal deles é que todo mundo deve agachar de igual, sem levar em consideração:
Sem dúvida o Agachamento têm inúmeros benefícios, no entanto, a crença de que existe um 
padrão único para executar o movimento, acaba limitado sua eficácia e comprometendo os 
resultados dos alunos. 
A seguir, vou mostrar por que não existe apenas uma forma correta de agachar e quais são os 
principais conceitos equivocados sobre o agachamento. 
A ideia é que você consiga prescrever esse exercido da forma correta, considerando aspectos 
individuas e tire o máximo de proveito deste exercício.
• Anatomia Articular 
• Desbalanços Musculares 
• Restrições de Mobilidade 
• Objetivos 
• E assim p o r diante
3
O grande diferencial do #MétodoLund é a avaliação. 
Ao contrário do que fazem muitos profissionais, eu avalio os alunos de forma dinâmica e não 
usando aquela forma estática antiga. 
Faço isso porque a avaliação estática que era feita antigamente muitas vezes não condiz com a 
realidade de movimento. 
Isso porque, embora quase todas as pessoas apresentem algum desvio postural, se ele for 
relevante, vai se acentuar durante os movimentos básicos, que são exatamente os que eu 
avalio:
• Empurrar 
• Puxar 
• Dobradiça de quadril 
• E AGACHAR
Focando nossa atenção no agachamento, é comum as pessoas não terem um bom padrão de 
movimento por falta de mobilidade em alguma região específica, como tornozelo ou quadril e 
em alguns casos até na região torácica da coluna. 
Isso é o que eu chamo de NECESSIDADE. 
No entanto, nem tudo tem relação com encurtamentos e tecidos moles. Muitos alunos sentem 
dores e desconfortos na hora de agachar por causa de limitações ortopédicas ou variações 
anatômicas relacionadas à anatomia articular. 
4
Não, as pessoas NÃO precisam agachar da 
mesma forma!
A morfologia dos ossos é completamente diferente 
entre as pessoas. 
Nas imagens seguintes, é possível notar as 
diferenças anatômicas nos ossos do quadril, por 
exemplo.
Fig 1. Anatomia dos ossos do quadril.
Fig 2. Diferenças anatômicas nos ossos do quadril. 
Repare nas particularidades dos quadris desses dois indivíduos. As diferenças na inclinação e na 
abertura da fossa do acetábulo farão com que o encaixe do fêmur não seja igual. 
Além disso, podem haver diferenças no colo do fêmur (imagem abaixo), o que de alguma 
maneira também pode alterar o posicionamento dele na articulação. 
Esses pequenos detalhes, que NÃO podem ser 
percebidos apenas olhando o indivíduo, farão com 
que cada pessoa tenha uma maneira única de 
agachar sem desconforto, seja mudando o 
afastamento das pernas, o posicionamento dos pés 
ou ainda a projeção do tronco à frente. 
Para exemplificar: uma pessoa com hiperlordose 
poderia ter uma inclinação da pelve à frente 
(anteversão pélvica), fazendo com que o contato 
entre o fêmur e o acetábulo acontecesse 
precocemente no agachamento, prejudicando a 
amplitude do movimento. 
5
Fig 3. Diferenças anatômicas no fêmur.
Fig 4. Relação entre desvios posturais e restrição do Arco de Movimento no Quadril.
Isso sem levar em consideração uma lesão ou doença, cada vez mais comum na população em 
geral, que se chama impacto femuroacetabular ou síndrome do impacto do quadril. 
Essa síndrome é basicamente o contato precoce entre o fêmur e o acetábulo, que ocorre durante 
os movimentos de flexão, rotação interna e adução do quadril. 
Diante de um quadro de síndrome do impacto, por motivos ainda não compreendidos 
completamente, é observado uma projeção óssea formada no colo do fêmur e/ou ao longo da 
borda do acetábulo (como mostra a figura à seguir), que implica diretamente em um contato 
anormal da articulação do quadril.
Fig 5. Diferentes tipos de projeção óssea que desencadeiam a síndrome do impacto. 
Nesta introdução, utilizei apenas o exemplo da articulação dos ossos do quadril, mas podemos 
levar esse mesmo princípio de alterações anatômicas e doenças articulares para todas as 
articulações envolvidas no movimento de agachar, especialmente tornozelo e joelho. 
Embora cada articulação tenha suas particularidades, sobretudo considerando pessoas 
diferentes, com pequenos é possível fazer uma prescrição individualizada e colocar o aluno numa 
posição mais favorável, mesmo sem saber se existem alterações anatômicas. Basta ter 
conhecimento sobre as possibilidades de movimento e considerar o Feedback do aluno. 
Como existem muitas possibilidades e variações, vou me ater às questões mais comuns.
6
A recomendação clássica é que os calcanhares estejam na direção dos ombros com os pés 
ligeiramente voltados para fora (1), mas isso é apenas um referencial. Algumas pessoas se 
sentem melhor afastando um pouco mais os pés ou ainda com eles voltados mais para fora ou 
dentro. 
Na minha concepção, o mais importante é que o joelho se movimente na mesma direção dos 
pés, nem mais para dentro, nem mais para fora. Ou seja, não há necessidade de um 
posicionamento rígido - o alimento dos pés deve estar de acordo com preferencias pessoais e 
considerando o movimento do joelho.
De fato, identificar o que são LIMITAÇÕES (como alterações ortopédicas) e o que são 
NECESSIDADES (como falta de mobilidade em alguma região) é tarefa para um profissional! E 
isso sempre deve ser feito de maneira individualizada. 
Afinal, somos mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, de diferentes gêneros, peso, altura, 
morfologia óssea, flexibilidade, grau de treinamento e etc. O estranho seria se todos nós 
agachássemos exatamente igual! 
Veja, abaixo, os mitos que surgiram a partir desse pensamento.
7
Mito #1: Os pés obrigatoriamente precisam 
estar apontados para frente?
O posicionamento dos pés é um grande dilema na prescrição:
• Apontados para frente? 
• Apontados para fora? 
• Mais afastados 
• Mais juntos
Ainda dentro deste mito, existem algumas especulações. Uma delas é que há maior ação da 
musculatura adutora (parte interna da coxa) quando afastamos mais os pés e viramos a ponta 
para fora, porém, os estudos não apontam para isso. 
Pelo contrário, com os pés mais para fora parece haver uma ligeira maior ativação do glúteo (2; 
3), mas particularmente não acho que isso seja relevante. 
Obs: Aqui não estamos considerando a variação do Agachamento Sumô. 
Por isso, enquanto não existe um consenso na literaturaa respeito do afastamento dos pés no 
agachamento (4), eu procuro encontrar o posicionamento em que meu cliente se sente mais 
confortável, partindo da base citada logo acima (calcanhar na direção dos ombros e pés 
ligeiramente voltados para fora), fazendo pequenos ajustes para achar o melhor movimento.
De maneira geral, eu uso como ponto de partida o número 2 e vou fazendo pequenos ajustes 
para ver em qual posicionamento meu aluno executa melhor o movimento.
8
Mito #2: Agachamento profundo é lesivo?
Como você pôde ver até agora, existem diversas variáveis na execução do agachamento. Uma 
delas - e talvez a mais polêmica - é a amplitude de movimento. 
Nos estudos que medem a amplitude do agachamento pelo ângulo do joelho, existem 3 categorias 
principais: agachamento parcial (em torno de 40º de flexão do joelho), meio agachamento (70 a 
100º) e agachamento profundo (mais de 100º). 
No entanto, existem outras diversas categorizações de agachamento e eu prefiro usar as mais 
práticas e que podem ser visualizadas facilmente como: Parcial, Paralelo ao Solo e Profundo.
9
Paralelo Profundo
Muitos profissionais costumam afirmar que o agachamento profundo é ruim para os joelhos, e 
orientam os alunos a não ultrapassarem os 90º. 
No entanto, essa informação é disseminada sem nenhuma validação científica ou com 
entendimento limitado sobre o contexto. Por exemplo, agachar até 90º de flexão do joelho não é 
sempre igual. (vide imagem a seguir)
Fig 6. Agachar até 90º de flexão do joelho varia de acordo com os ângulos das articulações do tornozelo e do quadril. 
Logo, agachar até 90º nem sempre (ou na verdade, quase nunca) é ficar paralelo ao solo.
10
As forças de compressão do joelho são bem diferentes dependendo dos ângulos das 
articulações adjacentes (tornozelo e quadril), especialmente por um mecanismo chamado co-
contração. Isso significa que o quadríceps não é o único músculo ativado durante o agachamento 
e que a ação dos posteriores de coxa, por exemplo, diminui muito as forças de compressão da 
patela contra o fêmur. 
Exatamente por esse motivo, a maneira mais natural de agachar é projetando o tronco um pouco 
à frente. Isso aumenta a ativação da cadeia posterior, reduzindo a resultante de compressão 
fêmuro-patelar. 
Vale dizer que um artigo de revisão (com mais de 160 estudos), feita por pesquisadores alemães, 
mostrou alguns dados importantes sobre essa questão da amplitude no agachamento (5). O 
objetivo era questionar o senso comum, que acreditava que fazer o agachamento com amplitude 
máxima aumentaria o risco de lesões nas articulações do joelho e da coluna. 
De acordo com análises biomecânicas, em torno de 90º é onde parece haver maior compressão 
da patela contra o fêmur durante o agachamento, logo, limitar o movimento nessa amplitude não 
parece ser uma abordagem que protegeria a articulação. 
E além de não aumentar as forças de compressão, agachar em amplitude maior que 90º 
contribui para uma maior distribuição de carga e transferência de força reduzindo as forças 
compressivas sobre a patela. 
O estudo também analisou as sobrecargas que eram causadas nas articulações do joelho e da 
coluna quando eram alterados o peso e a amplitude de movimento no agachamento. 
A conclusão foi de que o agachamento completo não aumenta o risco de lesão nestas 
articulações, mas o excesso de carga ou técnica inapropriada, sim. 
O autor ainda encontrou evidências de que quando comparamos o agachamento profundo ao 
parcial, o risco de lesão, em longo prazo, aumenta no agachamento parcial.
Fig 7. Clássica imagem da criança fazendo o agachamento "perfeito”.
Se por um lado existem os profissionais que consideram o agachamento profundo lesivo, por 
outro, existem os que afirmam que toda pessoa tem obrigação de agachar com amplitude 
completa, visto que conseguíamos fazer isso na infância. 
Porém, algo que esquecem de levar em consideração é que ao longo da vida, muitas coisas 
mudam… Lesões, encurtamentos, inatividade física e diversos outros fatores que contribuirão 
para uma necessidade de individualização do movimento.
Manter a 
curvatura lombar
Calcanhar 
apoiado no chão
Pés na largura 
dos ombros
Quadris 
quebrando a 
paralela
Joelhos 
apontados 
para fora
Tronco ereto
Cabeça em 
posição neutra
11
Mito #3: Todos os alunos devem 
obrigatoriamente agachar profundo?
Além disso, se já sabemos que não existe uma forma padrão de agachar, isso inclui o fato de não 
existir uma amplitude padrão. 
Inclusive, em um estudo (6) publicado na JSCR, os pesquisadores buscaram avaliar as 
diferenças entre realizar o agachamento parcial (90º de flexão dos joelhos, que não chega a ficar 
paralelo ao solo) e agachamento completo (140º de flexão dos joelhos). 
Vale dizer que a carga foi equalizada de forma relativa para cada um, portanto, a carga utilizada 
no agachamento completo foi 20% menor do que no agachamento parcial. 
Em seguida, a atividade eletromiográfica (EMG) foi avaliada com peso para 10RM em cada uma 
das amplitudes do agachamento. 
Veja a imagem a seguir com a atividade do sinal de EMG. A atividade muscular foi similar com 
pequenas diferenças para o glúteo, bíceps femural, eretores da espinha e sóleo.
Fig 8. Atividade do sinal de EMG para diferentes musculaturas durante ambos os agachamentos
12
Por fim, deve-se notar que isso não deve ser usado para substituir completamente um 
agachamento completo a menos que o cliente tenha limitações permanentes. 
Quando o aluno demonstra disfunções funcionais - músculos curtos, falta de força, falta de 
controle neuromuscular, etc. - eu uso o agachamento parcial como um método TEMPORÁRIO 
para melhorar o controle e a força. 
Paralelamente, a mobilidade e a coordenação devem ser trabalhadas para eventualmente 
alcançar amplitude total. São poucos os casos de alunos que não agacham em amplitude 
completa após esse trabalho paralelo para melhorar as disfunções, mas ainda assim eles 
existem, e exatamente por isso eu lido com cada pessoa de forma individual.
Este estudo tem várias implicações, tais como:
• Isso é uma evidência adicional de que um movimento parcial é melhor do 
que nenhum agachamento. 
• Um agachamento completo exige mobilidade de diversas articulações como 
tornozelo e quadril, bem como a coordenação e força dequase todo corpo. 
• Embora a amplitude completa de movimento deva ser o objetivo final 
desejado, já que devemos treinar pessoas também para situações da vida 
(levantar da cadeira de praia, por exemplo), os clientes que não têm a 
flexibilidade ou a força para alcançá-lo se beneficiarão do agachamento 
parcial. 
• Um agachamento parcial também deve ser considerado se o cliente não 
puder realizar um agachamento completo devido a uma disfunção 
estrutural, alteração anatômica ou lesão prévia. 
• O agachamento em apenas 90° de flexão do joelho é suficiente para gerar 
contração significativa de todos os músculos dos membros inferiores. 
• Este estudo normalizou a carga para cada uma das amplitudes. Então, saiba 
que ao usar o agachamento parcial, a carga certamente será maior do que o 
agachamento completo.
13
Essa definição de que os joelhos não devem passar a linha dos pés é um tanto quanto 
ultrapassada, mas baseado em fato real de que maiores graus de flexão do joelho aumentarão a 
compressão nos mesmos, o que é verdade, mas com alguns poréns. 
Um estudo que nos ajuda a entender melhor o contexto, testou o esse mito avaliando o grau de 
compressão nos joelhos em 2 situações: (A) movimento natural e (B) restrição de projeção dos 
joelhos à frente, como mostra a imagem a seguir.
Fig 9. Posição do tronco ao restringir ou não a projeção do joelho à frente.
14
Mito #4: Os joelhos não podem passar a 
ponta dos pés?!
Nesse estudo, a condição de restrição (B) realmente gerou menor nível de compressão no joelho, 
no entanto, a cinemateca do movimento ficou alterada levando o tronco a se inclinar mais, o que 
aumenta a contribuição dos músculos da colunae quadril, aumentando o potencial de sobrecarga 
na coluna. 
Os autores concluem que o joelho é totalmente capaz de suportar as forças impostas por um 
agachamento realizado de forma natural e que restringir o movimento do joelho altera a 
cinemática do movimento e a distribuição de forças nas articulações envolvidas, transmitindo 
sobrecarga inapropriadamente para o quadril e coluna. 
Achados muito similares foram encontrados em outro estudo (9), no entanto, devemos prestar 
atenção ao seguinte ponto: quando o agachamento é bem executado, não há necessidade de se 
preocupar com os joelhos ultrapassarem a ponta dos pés, porém, o indivíduo que apresenta um 
nível reduzido de mobilidade no tornozelo, não conseguirá executar corretamente o movimento e 
consequentemente irá projetar o tronco mais à frente (10), impondo maior sobrecarga à coluna. 
Percebam que o estudo utilizou um agachamento tradicional, onde há uma projeção natural do 
tronco à frente e consequentemente coativação da musculatura da cadeia posterior (como visto 
no tópico anterior). 
Caso não haja esse movimento natural, o estresse na articulação do joelho é bem maior, como 
quando se utiliza um smith colocando os pés à frente, mantendo um ângulo de 90º no joelho e no 
quadril.
15
No mito anterior, de alguma maneira já começamos a abordar esse assunto, mostrando que 
quanto maior a inclinação do tronco à frente, maior a ação dos músculos da cadeia posterior e 
exigência da coluna. No entanto, criar pequenas adaptações pode ser necessário para 
individualizar o treinamento e em alguns casos minimizar dores. 
Além disso, existe um ponto bem importante que precisa ser tratado referente às diferenças 
antropométricas. 
Vamos tomar como exemplo o tamanho do fêmur. Uma pessoa com pernas longas e tronco curto 
fatalmente terá uma maior projeção do tronco como mostra a imagem abaixo.
Fig 11. Relação entre a proporção tronco X fêmur na forma de agachar.
16
Mito #5: É errado inclinar o tronco à frente?
Fig 12. Mulheres com praticamente a mesma altura, mas tamanhos de tronco e fêmur diferentes.
Um exemplo real vai ajudar a deixar isso mais claro. 
As duas mulheres da imagem a seguir, retirada do blog do Bret Contreas, têm praticamente a 
mesma estatura, mas nitidamente diferem quanto a proporção do tronco e fêmur.
17
https://bretcontreras.com/how-femur-length-effects-squat-mechanics/
https://bretcontreras.com/how-femur-length-effects-squat-mechanics/
Agora olhe abaixo as duas agachando e me diga: quem você acha que apresenta o melhor 
padrão?
Fig 13 e 14. Como a relação tronco X fêmur repercute no agachamento de pessoas reais. 
A loira quase não quebra a paralela e inclina bastante o tronco à frente… Isso significa que ela 
não pode agachar? Ou significa apenas que ela terá um padrão de movimento diferente da 
morena? 
Entenda: não existe verdade absoluta em termos de treinamento. Enquanto nós, profissionais, 
não olharmos para o sujeito que está na nossa frente, ao invés de buscar respostas prontas que 
sirvam igualmente para todas as pessoas, teremos uma educação física baseada em mitos, não 
em Ciência usada com bom-senso. 
Treino tem que ser individual e as características individuais sempre devem ser levadas em 
consideração no planejamento do programa de treinamento.
18
O agachamento é um exercício que pode ser usado tanto para quem busca desempenho 
atlético, como para quem quer apenas melhorar sua composição corporal, mas também pode e 
deve ser usado para prevenir e tratar lesões. 
Entendendo questões individuais e associando à biomecânica, é possível tirar o máximo de 
proveito do exercício. Treinadores e alunos devem estar atentos às questões biomecânicas (aqui 
mencionadas), bem como às diferenças e variações de agachamento e escolher aquelas que 
melhor se adaptam aos objetivos e necessidades do treinamento (12). 
Tentando trazer um pouco da minha prática, caso o aluno sinta dor no joelho por algum motivo, 
posso tentar reduzir a flexão do joelho, mas sabendo que haverá maior ação dos músculos do 
quadril e exigência da coluna, e o aluno precisa estar preparado pra isso. 
O contrário também é uma verdade e o post do grande Tony Comella ajuda bastante a entender 
essa dinâmica de adaptar o treino para a realidade do cliente:
19
Mito #6: Pessoas com problemas na coluna 
e/ou no joelho estão proibidas de agachar?
20
Vale salientar que em casos de dor ou lesão, muitas vezes precisaremos de um trabalho 
multidisciplinar, envolvendo ortopedista e fisioterapeuta. 
O grande problema é que nas áreas da saúde parece haver uma rixa entre Profissionais da 
Educação Física, Fisioterapeutas e Ortopedistas. Isso porque, nós que trabalhamos com 
movimento, achamos que o Ortopedista não entende de biomecânica, ele acha que nós não 
entendemos de lesão e assim por diante. 
Mas na verdade, quando trabalhamos em equipe, só quem sai ganhando é o cliente. 
Minha escola é a Seleção Brasileira de vôlei masculina, onde eu tive contato com brilhantes 
profissionais que faziam essa interação entre as disciplinas de maneira primorosa. 
Começar minha vida profissional com alguns dos melhores profissionais que conheço na 
Ortopedia, Fisioterapia, Preparação Física, Parte técnica e Nutrição, me faz enxergar a importância 
de cada um deles no processo! 
Então, se o problema do seu aluno for persistente, indique outros profissionais para ajudá-lo. Não 
deixe que o quadro se agrave por medo de “perder” o cliente momentaneamente, pois isso pode 
significar perdê-lo para sempre se a dor ou lesão ficar mais séria.
21
Mito #7: Quem agacha não precisa de nenhum 
outro exercício para Membros Inferiores 
A escolha dos exercícios é um ponto muito importante ao elaborar programas de treinamento. 
O agachamento pode até ser considerado um exercício que mobiliza todo membro inferior, mas 
sua ativação muscular não é igual em diferentes grupos musculares (o posterior de coxa é 
grupamento que sabidamente é menos solicitado no agachamento, especialmente em mulheres) 
e pode variar de pessoa para pessoa. 
Além disso, algumas pessoas apresentam padrão de recrutamento motor com baixa ativação de 
glúteo, situação nomeada de Amnésia Glútea por Stuart McGill. 
Diferenças individuais, tanto no que diz respeito a capacidade de ativação quanto à forma de 
agachar, podem ser o motivo de disparidade entre os estudos que avaliam ativação ou hipertrofia 
no agachamento. 
É fundamental variar o padrão para assegurar hipertrofia de todas as fibras. E isso ficou bastante 
claro no estudo da universidade de São Paulo quando os pesquisadores compararam fazer 
apenas agachamento ou variar os exercícios num programa de treinamento e acharam resultados 
melhores para o grupo que realizou diversos exercícios para membros inferiores (11). 
Por isso, sempre incluo exercícios como Agachamento Unilateral, Passada, Levantamento Terra, 
Hip Thrust e também isolados como cadeira extensora e flexora. 
Não é necessário fazer todos esses exercícios no mesmo treino! Mas é importante entender que 
exercícios são ferramentas e eu uso todas as ferramentas disponíveis em prol do objetivo do meu 
aluno.
Como você pode ver, para um único padrão de movimento existem diversos mitos envolvidos e, 
infelizmente, muitas vezes são os próprios profissionais da área que perpetuam esses mitos, seja 
por falta de informação, seja por não saberem interpretar corretamente os estudos e adaptá-los à 
realidade dos clientes. 
Não existe uma única forma perfeita de agachar, assim como não existe um único exercício que 
sirva igualmente para todas as pessoas. Precisamos de conhecimento e senso crítico para 
elaborar programas de treinamento baseados em evidência, mas não totalmente fechados a ela. 
Pesquisas servem como guia para aplicar na prática. Os verdadeiros praticantes de evidência 
baseada sintetizam os que sabemos das pesquisas e usam sua sabedoria no contexto de cada 
indivíduo para otimizar resultados. 
Nesse ebook, abordei apenas alguns dos mitosrelacionados ao agachamento. Existem muitos 
outros mitos, além de muitos outros exercícios. Por isso, resolvi criar um curso Online focado em 
nos principais padrões de movimento dos membros inferiores. 
O objetivo é saber quais são as principais variações do movimento e quando usar cada uma 
delas; identificar as falhas relevantes no movimento e como corrigí-las e ainda; aprender testes 
simples e diretos para averiguar mobilidade e função de articulações e músculos que costumam 
apresentar disfunção. 
Clique aqui e saiba mais! 
Nos vemos em breve. 
Forte abraço, 
Rafa Lund.
22
Concluindo
https://rafaellund.com.br/avaliacao/
(1) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20182386 
(2) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10188748 
(3) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19130646 
(4) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30026952 
(5) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23821469 
(6) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28538321 
(7) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14636100 
(8) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20182386 
(9) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22990570 
(10) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28301442 
(11) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24832974 
(12) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22505136
23
Referências
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20182386
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10188748
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19130646
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30026952
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23821469
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28538321
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14636100
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20182386
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22990570
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28301442
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24832974
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22505136
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