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Gabriela Rodrigues @gabirodrigsp TRAUMA ABDOMINAL MÓDULO CIRURGIA DO TRAUMA – AULA MEDCEL Não existe uma letra específica no ABCDE do exame primário para abdome – vão depender da estabilidade hemodinâmica. Sede frequente de traumas • Contusos • Penetrantes Limites anatômicos - Compartimentos: • Cavidade abdominal/retroperitônio • Cavidade pélvica Anatomicamente, o abdome superior é englobado pelo tórax inferior → traumas penetrantes na transição toracoabdominal podem ocorrer em alguma ou nas duas cavidades. Transição toracoabdominal: área abaixo dos mamilos anteriormente e pela linha infraescapular posteriormente, superior aos rebordos costais. 1ª figura: azul → flanco; pontilhado → linha axilar posterior; 2ª figura: seta preta → abdome anterior; seta laranja → transição toracoabdominal anterior; 3ª figura: seta preta → região lombar; seta laranja → transição toracoabdominal posterior. MECANISMO DO TRAUMA: CONTUSO OU FECHADO: 60% dos casos; Vísceras parenquimatosas com maior frequência (baço 25 – 45%; fígado) TRAUMA PENETRANTE: • Projeteis de arma de fogo; • Arma branca; • Fígado (30 – 40%) • Intestino delgado (30 – 50%) • Estômago (20%) • Penetrou a cavidade peritoneal = laparotomia. AVALIAÇÃO INICIAL: Exame clínico é fundamental. Abdome está no item C = choque Avaliação hemodinâmica. Paciente chocado – tem hemoperitônio? Gabriela Rodrigues @gabirodrigsp Necessidade de saber indicar laparotomia: • Lavado peritonial diagnóstico • USG FAST Medidas auxiliares: • Sonda vesical (toque retal) • Sonda gástrica Paciente está com choque hipovolêmico? Qual o foco do sangramento? • Tórax • Abdome • Pelve Resposta: laparotomia exploratória. A ventilação pode estar comprometida nos ferimentos tranfixantes do diafragma, e a drenagem do tórax pode ser necessária No exame físico: pesquisar presença de ruídos hidroaéreos, pneumoperitônio (hipertimpanismo e/ou sinal de Jobert positivo) e sinais de peritonite por meio da palpação. Sangue no meato uretral, hematoma escrotal ou equimose perineal, além de espículas ósseas no toque retal → contraindicada a sondagem vesical → fazer uretrocistografia retrógrada depois da estabilização hemodinâmica. SINAIS DESCRIÇÃO DIAGNÓSTICOS PROVÁVEIS Ballance Presença de massa dolorosa palpável no quadrante superior esquerdo do abdome. Hematoma esplênico Kehr Dor aguda no ombro por irritação do diafragma homolateral. Hematoma esplênico e/ou hepático, dependendo do lado Tríade de Sandblom Icterícia, dor abdominal e hematêmese. Hemobilia Hemorragia “em dois tempos” Sinais de instabilidade hemodinâmica algumas horas após trauma abdominal. Trauma esplênico EXAMES DIAGNÓSTICOS: Radiologia simples: RX de abdome = paciente estável (exame secundário) Raios X de exame primário = tórax AP / RX bacia Utilidade (pacientes estáveis): • Pneumoperitônio • Trajeto de projéteis Radiologia: exames contrastados • Urografia excretora; • Uretrocistografia (trauma pélvico). Gabriela Rodrigues @gabirodrigsp LAVADO PERITONEAL DIAGNÓSTICO: • Incisão infraumbilical com abertura da aponeurose e colocação de um cateter ou sonda dentro da cavidade abdominal, pela qual é infundido soro fisiológico aquecido. • Incisão supraumbilical (grávidas/trauma pélvico) • Sangue que não coagula = positivo • 10mL/kg de soro – crianças • 1000 mL – adultos • Alta sensibilidade. • Enviar material para laboratório CRITÉRIOS DE POSITIVIDADE NO LPD • Conteúdo GI – sangue não coagulável • Bactérias pelo Gram • 100.000 hemácias/mL3 – sangramentos • 500 leucócitos/m3 – peritonite • Amilase > 173 mg/dL – lesões pancreáticas Contraindicação absoluta: Laparotomia já indicada. Relativas: Cirurgia prévia, obesidade, coagulopatia e gravidez. ULTRASSONOGRAFIA Sala de trauma – USG FAST Pode ser realizada em paciente instável, pelo cirurgião, com o objetivo de pesquisar sangue na cavidade. Não é invasiva e pode ser repetida, se necessário. OBS: FAST e LPD servem para confirmar o foco de sangramento intracavitário. TOMOGRAFIA • Específico e não invasivo • Pacientes hemodinamicamente estáveis • Contraindicações: instabilidade hemodinâmica; alergia ao contraste; não colaboração do paciente; demora. • Limitações em lesões gastrointestinais. Gabriela Rodrigues @gabirodrigsp Resposta: tomografia abdominal. A tomografia é indicada para vítimas estáveis hemodinâmicamente e avalia lesões de vísceras ocas (pneumoperitônio) e/ou confirmar e classificar lesões de vísceras parenquimatosas. INDICAÇÕES DE CIRURGIA: 50 a 60% vítimas de feridas penetrantes • Formais: hipotensão • Peritonite • Evisceração • Positividade nos exames Dúvida: exame físico seriado. FERIMENTOS PENETRANTES: Do dorso e estáveis → Tomografia com triplo contraste; se não for possível, o paciente deverá ser observado por pelo menos 24h. Exploração digital: pode ser feita em ferimentos penetrantes da parede abdominal anterior e, caso a lesão ultrapasse o plano aponeurótico, está configurada a violação da cavidade peritoneal e está indicada a laparotomia. Não é adequada para ferimentos posteriores e de flancos e pode levar a lesões pleurais, se realizadas na transição toracoabdominal. PAFs tangenciais – quando o orifício de entrada dista menos de 10cm do orifício de saída → laparoscopia. Ferimento no tórax inferior → podem lesar diafragma e as vísceras abdominais → raios X – laparoscopia – toracoscopia. Estão estáveis? Avaliação clínica seriada ou tomografia com triplo contraste ou estudos para traumas orgânicos específicos. Paciente instável, eviscerados, certeza de violação da cavidade peritoneal – OPERAR! Quando a peritonite é acompanhada de instabilidade hemodinâmica, a laparoscopia deve ser evitada. TRAUMA CONTUSO: Estáveis: avaliação repetida/tomografia Instável: outra causa de choque? Não? Laparotomia. Sim? LPD/FAST – positivo = laparotomia; negativo = reavaliação. CIRURGIA DE CONTROLE DE DANOS: Repercussões clínicas de gravidade: • Hipotermia • Acidose metabólica • Coagulopatia Alta chance de óbito pela falência metabólica Damage control: controle da hemorragia Prevenção da contaminação. Indicações clássicas: • pH < 7,2 • Tax < 32ºC Gabriela Rodrigues @gabirodrigsp • Transfusões múltiplas > 10UI concentrado de hemácias - Basta apenas 1 critério para realizar a cirurgia de controle de danos. Princípios técnicos: • Acesso xifopúbico • Empacotamento dos 4 quadrantes • Acesso ao retroperitônio • Exame rápido • Realização do indispensável – evitar anastomoses, próteses, shunts. Acesso ao retroperitônio: Cattell e Mattox Garroteamento do pedículo hepático: manobra e Pringle Fechamento da parede: • A necessidade de reintervenção; • A síndrome do compartimento; • Dica – bolsa de bogotá Resposta: exame físico seriado. PRINCIPAIS MANOBRAS CIRÚRGICAS:Gabriela Rodrigues @gabirodrigsp FÍGADO: Param espontaneamente na maioria Várias manobras cirúrgicas: • Suturas, balão, tampões de peritônio • Ressecções segmentares Resposta: letra C. ESTÔMAGO, DUODENO, INTESTINO DELGADO E CÓLON: Estomago: rafias – gastrectomias 2ª porção do duodeno: exclusão duodenal – cirurgia de Vaughan. Intestino delgado: lesões até 50% do diâmetro – suturas; Diversas lesões em um mesmo sangramento – enterectomia e anastomose. LESÕES DO CÓLON: anastomose primária x colostomia Fatores determinantes: Instabilidade hemodinâmica • Tempo de lesão e peritonite Lesões do reto baixo: • Rafia • Colostomia proximal RETROPERITÔNIO: Acesso ao retroperitônio – direita: manobra de Cattell / manobra de Kocher; esquerda: Manobra de Mattox Gabriela Rodrigues @gabirodrigsp TRATAMENTO DE LESÕES URINÁRIAS: • Rim – rafias/nefrectomia total ou parcial • Outro rim: ureter – desbridamento – rafia ou anastomose duplo J • Bexiga extraperitoneal – conservador SVD • Bexiga intraperitoneal – rafia Resposta: hematoma retroperitoneal. TRATAMENTO NÃO OPERATÓRIO (TNO): Uma constatação: havia líquido livre e na laparotomia e não foi achado foco Principais indicações: trauma fechado, estabilidade hemodinâmica, vísceras sólidas (fígado, baço e rins) Reconsideração – alterações de níveis hepatimétricos, peritonite e queda de consciência. LESÕES HEPÁTICAS • Possibilidade de arteriografia • Arteriografia – diagnóstica / terapêutica • Hemobilia = arteriografia Resposta: letra A.
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