Buscar

Câncer de MAMA e de OVÁRIO

Prévia do material em texto

1 Thayná Campos Duarte 
Definido como a proliferação maligna das 
células epiteliais que margeiam os ductos ou 
lóbulos. Normalmente possui crescimento 
insidioso e localiza-se no quadrante superior 
externo ou na região central. Além disso, 
costuma ser unilateral, firme e de consistência 
endurecida. 
 Para o Brasil, estimam-se que 66.280 casos 
novos de câncer de mama, para cada ano do 
triênio 2020-2022. Esse valor corresponde 
a um risco estimado de 61,61 casos novos a 
cada 100 mil mulheres. 
 Para o Brasil, estimam-se que 66.280 casos 
novos de câncer de mama, para cada ano do 
triênio 2020-2022. Esse valor corresponde 
a um risco estimado de 61,61 casos novos a 
cada 100 mil mulheres. 
 O tipo histológico mais comum para o câncer 
de mama feminina é o carcinoma de células 
epiteliais, que se divide em lesões in situ e 
invasoras. 
 A cada ano, aproximadamente 24,2% dos 
casos novos de câncer em mulheres 
correspondem a tumores de mama. 
 Independentemente da condição 
socioeconômica do país, a incidência desse 
câncer se configura entre as primeiras 
posições das neoplasias malignas femininas. 
 Cerca de 1% de todos os casos de câncer de 
mama incidem no sexo masculino. 
 
 
 
 
 
 
o SEXO: 99% dos casos acontecem no sexo 
feminino 
o IDADE: idade superior a 40 anos. O 
acúmulo de exposições ao longo da vida e as 
próprias alterações biológicas resultantes 
do envelhecimento aumentam o risco. 
o ANTECEDENTE PESSOAL DE CA DE 
MAMA: Mulheres com história prévia de 
câncer de mama possuem risco de 50% de 
desenvolver um câncer microscópico e um 
risco de 20 a 25% de desenvolver um 
câncer clinicamente aparente na mama 
contralateral. 
o HISTÓRIA FAMILIAR: Câncer de mama 
em parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou 
filha) aumenta o risco da doença de 2,0 a 
2,5 vezes. 
o LESÕES HISTOLÓGICAS INDICADORAS 
DE RISCO: Carcinoma ductal in situ é 
precursor e Carcinoma lobular in situ é 
marcador de risco e precursor. 
o FATORES ENDÓCRINOS OU 
RELATIVOS A HISTÓRIA 
REPRODUTIVA: menarca precoce (antes 
dos 12 anos); menopausa tardia (após os 55 
anos); primeira gravidez após os 30 anos; 
nuliparidade; uso de contraceptivos orais e 
de terapia de reposição hormonal pós-
menopausa. 
o ANTECEDENTES PESSOAIS PARA 
OUTROS CA’s E RADIOTERAPIA PARA 
LINFOMA DE HODKIN: A história de 
outros tipos de tumor, principalmente de 
endométrio, ovário ou cólon, e a história de 
radioterapia mediastinal para linfoma de 
Hodgkin aumentam a probabilidade de um 
câncer de mama subsequente. 
 
 
 
 
Problema 1 – Fechamento 1 
CANCER DE MAMA 
Epidemiologia 
Fatores de risco 
Manifestações Clínicas 
 
2 Thayná Campos Duarte 
o GENÉTICA: 
 Mutação no gene BRCA 1 
É uma mutação que ocorre no braço longo do 
cromossoma 17, que codifica uma proteína que 
age como supressora tumoral. É responsável por 
40% dos casos de câncer com envolvimento 
genético. Aumenta o risco de câncer, sobretudo 
na pré-menopausa. 
- Jovens 
- Pode ter CA de ovário associado 
-CA de alto grau que não responde a estrogênio 
e progesterona 
 Mutação no gene BRCA 2 
É uma mutação que ocorre no braço longo do 
cromossoma 13. Este cromossoma também é 
inativo durante o processo de oncogênese. A 
mutação aumenta o risco de doença 
principalmente na pós-menopausa. 
 
**Indicado ooforectomia bilateral precoce pré-
menopausa para profilaxia. 
 
o OUTROS FATORES: Dietas ricas 
em gordura; uso crônico de bebida alcoólica; 
sedentarismo 
 
*O CA de mama está associado ao tempo de 
exposição a altas doses de estrogênio e 
progesterona. Alterações do ciclo menstrual, 
em que se tem a estimulação das glândulas e 
ductos que se prepara pra produzir leite e na 
ausência da fecundação as taxas hormonais 
caem, e o tecido que sofreu uma hiperplasia 
sofrerá apoptose para que ocorra atrofia. Tem-
se uma alteração de hiperplasia-atrofia expões 
o tecido a possibilidade de sofrer atipia celular 
e daí desenvolver um CA de mama. 
 
-Apresentação clássica: tumor endurecido, de 
forma variável, contornos irregulares, limites 
imprecisos e fixos. 
- Assimetria de volume de mama e edema 
linfático. 
-Abaulamentos e retrações de pele (pele de 
laranja), ulcerações da pele ou papila. 
-Descarga papilar, uniducatal, espontânea, 
intermitente. Tipo água de rocha, ou 
sanguinolenta. 
**Autoexame: Só identifica tumor na fase 
clínica (maior que 1cm). 1 vez por mês, uma 
semana após o término da mesntruação. 
História natural do CA de mama: Epitélio 
Normal  Hiperplasia Epitelial Típica  
Hiperplasia Epitelial Atípica  Carcinoma 
Intraductal ou Intralobular  Carcinoma 
Invasor 
 -- Admite-se que o carcinoma da mama passe 
por uma fase in situ, onde a membrana basal 
está preservada, evoluindo para a ruptura 
desta membrana, progredindo para a forma 
infiltrativa. O carcinoma invasor pode 
permanecer por tempo variável limitado à 
mama. A disseminação ocorre principalmente 
pela via linfática e menos frequentemente pela 
via hematogênica pura. 
A formação de novos vasos linfáticos 
peritumorais, com paredes altamente 
permeáveis, permite a penetração de células 
malignas no interior destes, dando início ao 
processo de disseminação. Tais células são 
transportadas pela linfa até o primeiro gânglio 
de drenagem da região (linfonodo sentinela) e, 
a partir deste, para as cadeias ganglionares 
regionais, comprometendo outros linfonodos 
(principalmente os da cadeia axilar). Seguindo o 
fluxo linfático, as células tumorais embolizadas 
podem ultrapassar os linfonodos regionais e 
chegar à circulação sanguínea, atingindo alvos 
mais distantes e formando implantes tumorais 
metastáticos (os órgãos mais atingidos são os 
pulmões, fígado e ossos). 
 
 
Manifestações Clinicas 
Tipos Histológicos 
 
3 Thayná Campos Duarte 
Carcinoma In Situ 
Corresponde à doença local, ou seja, à lesão 
restrita ao epitélio. Não ocorre infiltração do 
estroma. 
É a proliferação das células cancerígenas 
dentro dos ductos e lóbulos, sem invasão do 
tecido estromal. Pode ser classificado como 
lobular (quase sempre se originam dos ácinos), 
ou ductal (podem se originar tanto dos ácinos 
quanto dos ductos). 
 Carcinoma Ductal In Situ (CDIS) 
85% dos casos, geralmente detectado apenas 
por mamografia. É considerada “lesão 
precursora” do CA de mama e, na maioria das 
vezes, tem prognóstico favorável. 
Microscopicamente é caracterizado pela 
dilatação da luz dos ductos e pelo achado de 
células padrão ductal com alterações malignas 
que não invadem a membrana basal. O tipo 
celular característico é a célula grande, 
poligonal e coesa; sua disposição no interior dos 
ductos define os subtipos histológicos: 
cribiforme (proliferação celular que deixa 
espaços regulares, redondos de bordas nítidas), 
micropapilar (tufos de células que apresentam 
uma saliência em direção ao lúmen, são 
desprovidos de eixo vascular), papilar 
(semelhante ao micropapilar, mas com eixos 
fibrovasculares evidentes), sólido (suas células 
ocluem totalmente o lúmen dos ductos) e 
comedocarcinoma (pior prognóstico; 
caracterizado pela distensão dos ductos, 
anaplasia celular e necrose central que 
posteriormente sofre calcificação; 
normalmente evolui para invasão). 
 Carcinoma Lobular In Situ (CLIS) 
Não se apresenta como lesão palpável, 
normalmente não há expressão mamográfica, e 
não é visível macroscopicamente ao exame 
histopatológico. Constitui um achado 
microscópico incidental a partir de um tecido 
mamário removido cirurgicamente por outro 
motivo. É detectado mais frequentemente na 
pré-menopausa, sugerindo influência hormonal 
no desenvolvimento ou manutenção dessa lesão. 
 
- O padrão histológico é o de hiperplasia lobular 
atípica, com presença de células epiteliais 
pequenas, não coesas, dispostas no interior dos 
ácinos. 
**representa um indicador biológico de 
aumentode risco para o desenvolvimento de 
um tumor invasor, devido ao seu grande 
potencial para multicentricidade e 
bilateralidade. 
-Deve ser tratado com biópsia excisional. 
Carcinomas Infiltrantes (invasivos) 
Doença invasiva, ocorre infiltração do estroma 
mamário. Cerca de 80% são do tipo ductal 
infiltrativo; a maior parte dos tumores 
restantes é do tipo lobular infiltrativo. 
 Carcinoma Ductal Infiltrante 
(CIRROS0) 
Povoca reação estromal que produz 
diferentes formas de apresentação, 
determinando retração de pele quando há 
reação fibrótica intensa, ou abaulamentos 
quando o crescimento é tuberoso e com pouca 
fibrose. 
A reação estromal pode ser intensa resultando 
em estroma denso e firme (cirroso). Essa 
característica é responsável pela massa 
palpável de consistência pétrea ao exame 
clínico, e pela grande expressão radiológica e 
ultrassonográfica, com presença de lesão sólida 
típica dos carcinomas invasivos. O prognóstico é 
bom em casos de carcinoma ductal isolado, e 
péssimo em casos de metástases. 
*Mais comum, 80% 
 
4 Thayná Campos Duarte 
 Carcinoma Lobular Infiltrante 
 
É pouco frequente. Corresponde a 5 a 10% 
na maioria das séries. O achado típico é de 
uma área mal definida, infiltrada, espessada 
na mama, com pouca expressão mamográfica. 
Apresenta maior tendência à bilateralidade 
e multicentricidade. 
-Não se observa lesão macroscópica. 
Microscopicamente, evidenciam-se 
células pequenas e ovais, que infiltram o 
estroma na forma característica, em “fila 
indiana”. 
 
 Carcinoma Mucinoso (coloide): 
Comum em idosas. Acúmulo de mucina ao redor 
das células tumorais, aparência gelatinosa e 
bem circunscrita. Crescimento lento. 
 
 Carcinoma Tubular: 
Presença de estruturas tubulares ou 
glandulares bem formadas infiltrando o 
estroma. 
 Carcinoma Medular: 
Padrão de crescimento sincicial em 
mais de 75% do tumor; ser histologicamente 
circunscrito; estruturas glandulares e 
tubulares ausentes; células neoplásicas com 
núcleos muito pleomórficos, de alto grau (grau 
3) e nucléolos evidentes; infiltrado inflamatório 
linfoplasmático. 
 
 Carcinoma Inflamatório: 
eritema, edema, calor e endurecimento da pele, 
com o aspecto característico em “casca de 
laranja”. 
Histologicamente caracteriza-se pela invasão 
das células tumorais no sistema linfático 
regional e à distância. 
 
 Carcinoma Papilífero: 
Pós-menopausa. Região central da mama. 
Manifesta-se com derrame papilar 
sanguinolento. A ausência 
de células mioepiteliais no interior da lesão é 
característica. 
 
 
 
 Doença de Paget: 
É uma desordem do mamilo e aréola, 
caracterizada clinicamente pela aparência 
eczematoide, com a presença de erosão e 
descamação. 
- Histologicamente, caracteriza-se pela 
presença de células tumorais que acometem a 
epiderme das papilas mamárias. É obrigatória a 
distinção deste tumor com o eczema areolar. 
A destruição da papila é a principal 
característica da doença de Paget. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RASTREAMENTO: 
 
O MS e o INCA preconizam que (1) mulheres 
com idade < 50 anos não é recomendado o 
rastreamento com mamografia de alta 
resolução, apenas exame clínico das mamas 
(ECM) anual ; 
- (2) mulheres com idade entre 50 e 69 anos 
recomenda-se a MMG bienal e ECM anual; 
(3) mulheres com idade ≥ 70 anos é 
contraindicado o rastreamento com MMG. 
 
***Mulheres acima de 35 anos com fatores de 
risco elevado tais como, parentes de 1º grau 
com CA de mama antes dos 50 anos, com CA de 
mama bilateral, CA de ovário em qualquer 
idade, CA de mama masculino na família ou 
diagnóstico pessoal de malignidade nas mamas, 
é indicado ratreio anual com MMG e ECM. 
 
Avaliação Diagnóstica 
 
5 Thayná Campos Duarte 
A mamografia apresenta maior acurácia em 
mulheres mais idosas, porque, com o 
envelhecimento, o tecido fibroglandular da 
mama é substituído por gordura, que pode ser 
diferenciada mais facilmente das alterações 
teciduais. 
 
 Diagnóstico 
 
O diagnóstico do câncer de mama deve estar 
ancorado em um tripé: exame clínico, exame de 
imagem e analise histopatológica. 
 
EXAME FÍSICO: O exame físico deve avaliar 
cuidadosamente as mamas e as cadeias 
linfáticas axilares, supra e infraclaviculares 
 
 CLÍNICO: avaliar cuidadosamente as 
mamas e as cadeias linfáticas axilares, 
supra e infraclaviculares. A suspeita de 
malignidade ocorre com a presença de 
tumor endurecido, contornos irregulares, 
fixo ou pouco móvel podendo ou não estar 
associado a descargas papilares uniductal, 
espontânea, intermitente do tipo agua de 
rocha ou sanguinolenta. Em casos avançados 
podem ocorrer abaulamentos e retrações da 
pele (peau d’orange), ulcerações da pele ou 
papila e tumores exofíticos. 
 
AUTOEXAME: consiste numa prática 
padronizada, sistemática e periódica, 
normalmente 1x por mês e uma semana após o 
término da menstruação para mulheres que 
estão na menacme. Entretanto, essa técnica 
está em desuso; 
 
 PAAF: a punção aspirativa por agulha fina 
é o primeiro passo na investigação dos 
nódulos mamários, pois diferencia lesões 
císticas das lesões sólidas (os tumores 
sólidos são diagnosticados após a falha em 
aspirar líquido com a PAAF), em seguida o 
material aspirado deve ser encaminhado 
para avaliação citológica. 
 
 ULTRASSONOGRAFIA: assegura boa 
diferenciação entre nódulos sólidos e 
císticos. Alguns achados ultrassonográficos 
são sugestivos de malignidade, como 
margens irregulares, hipoecogenicidade e 
textura heterogênea, presença de sombra 
acústica posterior. Nódulo mais alto q largo. 
 
 MAMOGRAFIA: principal método de 
rastreamento do câncer de mama. A 
mamografia de alta resolução possibilita a 
identificação de lesões muito pequenas, com 
o mínimo de radiação, sem apresentar risco 
para as pacientes. Além disso, auxilia na 
caracterização dos achados clínicos e 
evidencia outros focos de tumor. As 
imagens das alterações benignas geralmente 
se resumem a calcificações grosseiras e 
nódulos com contornos regulares e nítidos; 
já as imagens sugestivas de malignidade 
incluem nódulos espiculados, sem margens 
definidas, e microcalcificações 
pleomórficas agrupadas. 
 
 RM: É útil no estudo da mama 
contralateral, na avaliação de focos 
secundários do tumor na mama ipsilateral, 
no rastreio de recidiva local do tumor e na 
avaliação de pacientes em uso de implantes 
mamários. 
 
 CINTILOGRAFIA: amplamente empregada 
para rastreamento e diagnóstico de 
metástases a distancia, sobretudo 
implantes ósseos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 Thayná Campos Duarte 
É utilizado como estratégia para 
definir prognóstico e orientar a conduta 
terapêutica. -Pode ser realizado pela 
cintilografia, RX, US e TC. O mais utilizado é o 
TNM (tumor, linfonodo e metástase). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Tumores menores que 1 cm associam-se a 
prognósticos favoráveis. Por outro lado, 
tumores menores que 2 cm se beneficiam de 
terapia sistêmica adjuvante. 
 
-os carcinomas in situ ou não invasores, e alguns 
invasores bem diferenciados mucinoso, tubular, 
medular, papilar possuem melhor prognóstico. 
 
O tratamento varia de acordo com o 
estadiamento da doença, as características 
biológicas do tumor e as condições da paciente 
(idade, se já passou ou não pela menopausa, 
doenças preexistentes e preferências). 
- Tratamento local: cirurgia e radioterapia. 
- Tratamento sistêmico: quimioterapia, 
hormonioterapia e terapia biológica. 
 Estádios I e II: 
A conduta habitual consiste de cirurgia, que 
pode ser conservadora, com retirada apenas do 
tumor ou mastectomia, com retirada da mama e 
reconstrução mamária. O tratamento 
neoadjuvante pode ser indicado na tentativa de 
se fazer um downstaging da doença e permitir 
uma cirurgia conservadora. 
Após a cirurgia, tratamento complementarcom 
radioterapia pode ser indicado em algumas 
situações. Já a reconstrução mamária deve ser 
sempre considerada nos casos de retirada da 
mama para minimizar os danos físicos e 
emocionais do tratamento. 
O tratamento sistêmico, após o tratamento 
local, será indicado de acordo com a avaliação 
de risco de a doença retornar (recorrência ou 
recidiva) e considera a idade da paciente, o 
tamanho e o tipo do tumor e se há 
comprometimento dos linfonodos axilares. 
A mensuração (medição) dos receptores 
hormonais (receptor de estrogênio e 
progesterona) do tumor, por meio do exame de 
imunohistoquímica, é fundamental para saber se 
a hormonioterapia pode ser indicada 
(tratamento de uso prolongado em forma de 
comprimidos para diminuir a produção dos 
hormônios femininos do organismo). 
Estadiamento 
Prognóstico 
Tratamento 
https://www.inca.gov.br/publicacoes/cartilhas/bem-estar-qualidade-de-vida-e-reducao-do-estresse-durante-o-tratamento
https://www.inca.gov.br/publicacoes/cartilhas/bem-estar-qualidade-de-vida-e-reducao-do-estresse-durante-o-tratamento
 
7 Thayná Campos Duarte 
 Estádio III: 
Pacientes com tumores maiores que 5cm, porém 
ainda localizados, enquadram-se no estádio III. 
Nessa situação, o tratamento sistêmico (na 
maioria das vezes, com quimioterapia) é a opção 
inicial. Após a redução do tumor promovida pela 
quimioterapia, segue-se com o tratamento local 
(cirurgia e radioterapia). 
 Estádio IV 
Nessa fase, em que já há metástase (o câncer 
se espalhou para outros órgãos) é fundamental 
buscar o equilíbrio entre o controle da doença e 
o possível aumento da sobrevida, levando-se em 
consideração os potenciais efeitos colaterais 
do tratamento. 
A atenção à qualidade de vida da paciente com 
câncer de mama deve ser preocupação dos 
profissionais de saúde ao longo de todo o 
processo terapêutico. 
o Diagnóstico precoce: objetivo de 
identificar pessoas com sinais e sintomas 
iniciais do CA de mama. A estratégia de 
diagnóstico precoce do câncer de mama 
mais aceita é formada pelo tripé: população 
alerta para os sinais e sintomas suspeitos 
de câncer; profissionais de saúde 
capacitados para avaliação dos casos 
suspeitos; e sistemas e serviços de saúde 
preparados para garantir a confirmação 
diagnóstica oportuna, com qualidade e 
garantia da integralidade da assistência em 
toda a linha de cuidado. 
o Rastreamento: é uma estratégia baseada na 
realização de testes relativamente simples 
em pessoas sadias, com o intuito de 
identificar doenças em sua fase pré-clínica 
(assintomática). 
 
 
 
 
A classificação BI-RADS (Breast Imaging 
Reporting and Data System) serve para 
fornecer uma linguagem padronizada na 
avaliação mamária, na interpretação do exame e 
na conduta orientada nas imagens de 
mamografia e ultrassonografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estratégias para rastreamento 
e diagnóstico precoce 
Classificação BIRADS 
 
8 Thayná Campos Duarte 
Os tumores malignos do ovário são os mais 
letais entre os tumores ginecológicos e 
geralmente permanecem silenciosos até que 
sejam intratáveis. Tumores que produzem 
sintomas agudos normalmente são de origem 
fisiológica. 
**A maioria dos casos novos de câncer de 
ovário se forma por células epiteliais, o 
restante por células germinativas e células 
estromais. 
 No Brasil, esperam-se 6.650 casos novos de 
câncer de ovário, para o triênio 2020-2022. 
Esse valor corresponde a um risco estimado 
de 6,18 casos novos a cada 100 mil 
mulheres. 
 O câncer de ovário é o oitavo câncer mais 
incidente entre as mulheres no mundo. 
 No Brasil, o CA de ovário representa 2% de 
todos os canceres, mas é a 8ª causa de 
morte por CA nas mulheres. 
 No momento do diagnóstico, em 75% dos 
casos a doença já se encontra em estágios 
avançados. 
 O CA ovariano é raríssimo antes dos 30 
anos, ocorrendo em menos de 1% dos casos. 
o HISTÓRIA FAMILIAR: A história familiar 
positiva eleva o risco em três a quatro 
vezes, em caso de uma ou duas parentes 
acometidas. 
o IDADE: A incidência aumenta com a idade 
e se torna máxima entre os 60 e 65 anos. 
o GENÉTICOS: Na presença de síndromes 
hereditárias, o risco de desenvolver um 
câncer de ovário pode chegar a 50%. 
 Câncer ovariano isolado: parentes de 1 
grau com mutações no gene BRCA 1 
apresentam risco aumentado em 3 a 4 
vezes. 
 
 Síndrome do CA mama-ovário 
hereditário: Representa 85% a 95% de 
todos os casos de CA ovário hereditário. 
O maior risco da relação hereditária 
está em mulheres com a incidência de 
dois ou mais casos de parentes de 1 grau 
com CA de ovário e com mutações no 
gene BRCA 1 e BRCA 2 
o MENARCA PRECOCE E MENOPAUSA 
TARDIA: 
o NULIPARIDADE: aumento de 30 a 60% 
o OUTROS: Fatores ambientais, fatores 
nutricionais, tabagismo, obesidade, 
endometriose. 
**A malignidade ovariana surge de um processo 
anômalo de regeneração da superfície epitelial 
na ovulação. Assim, fatores que promovem 
inibição da função ovariana reduzem o risco de 
câncer de ovário. 
o AMAMENTAÇÃO: A inibição da função 
ovariana pela lactação reduz o risco de CA 
de ovário. 
o USO DE ACOs: reduz o risco em até 50%. 
o OUTROS: Ooforectomia profilática, 
laqueadura tubária (diminui o fluxo 
sanguíneo ovariano e o potencial de 
migração de fatores carcinogênicos). 
Os sintomas clínicos iniciais são vagos e 
inespecíficos. Sendo eles sugestivos de doença 
de em andar superior do abdome. 
 Sensação de plenitude gástrica 
 Saciedade precoce 
 Dispepsia 
 Distensão abdominal 
 Constipação abdominal 
 Em casos tardios dor pélvica 
Sinais ao exame físico: 
 Massa ovariana palpável ao toque 
bimanual ou à palpação do abdome. 
CASOS AVANÇADOS: 
 Caquexia 
 ascite e abdome volumoso 
 dispneia 
CANCER DE OVÁRIO 
Epidemiologia 
Fatores de risco 
Fatores de Proteção 
Manifestações Clínicas 
 
 
9 Thayná Campos Duarte 
 
o Característica da massa ovariana: tamanho, 
contorno, grau de mobilidade, aderência aos 
tecidos vizinhos. 
o Presença ou não de ascite 
o O toque retal: a avaliação do grau de 
aderência da massa aos ligamentos 
uterossacros, presença de nodulações em 
fundo de saco de Douglas e da 
irressecabilidade cirúrgica em casos 
avançados de infiltração pélvica. 
o derrame pleural 
o massa umbilical (nódulo umbilical 
metastático) nódulo umbilical Irmá Maria 
José -----Esses achados são inespecíficos 
Devido à evolução insidiosa da doença, a maioria 
dos diagnósticos são feitos quando já há 
disseminação da cavidade 
 peritoneal. 
 
 CLÍNICO 
 US PÉLVICA: é o primeiro exame a ser 
solicitado para avaliação de massa anexial. 
Permite a definição das características 
morfológicas das massas ovarinas. A 
presença de componente sólido, 
proeminências superficiais, tamanho > 6 cm 
e formato irregular sugerem malignidade. 
 
 
 DOPPLERFLUXOMETRIA: avalia a 
velocidade do fluxo sanguíneo pelo tumor. A 
presença de neovascularização, 
principalmente central, com fluxo de baixa 
resistência e índice de pulsatilidade < 1,0 é 
altamente sugestiva de malignidade 
 permitem a avaliação de toda a cavidade 
abdominal, são úteis para determinar a 
extensão do câncer principalmente no pré-
operatório. 
 MARCADORES TUMORAIS: São 
substâncias sintetizadas pelo tumor ou a ele 
associadas. 
CA125 (elevado em 
80% dos casos), CEA, 
beta-hCG, AFP, CA19, 
testosterona e 
estradiol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exame Físico 
 
Avaliação Diagnóstica 
 
 
10 Thayná Campos Duarte 
 
As neoplasias malignas dos ovários são 
classificadas de acordo com a linhagem das 
células de origem. Os tumores primários podem 
ser classificados em três categorias: neoplasias 
epiteliais; neoplasias germinativas; neoplasias 
do estroma e cordões sexuais. 
 
TUMORES EPITELIAISAdenocarcinomas. Constituem 80 a 90% do 
tumores malignos ovarianos. 
--o tipo histológico seroso é o mais frequente e 
responde por 75% dos casos. 
 Tumores serosos 
- Surgem por invaginação do epitélio superficial 
do ovário e secretam líquido seroso. 
- Estas invaginações associam-se a focos de 
material estranho, denominados corpos de 
psammoma ou psamomatosos. Esses corpos 
podem corresponder a agentes irritativos que 
produzem aderências e o aprisionamento dos 
epitélios de superfície. 
- Em 80% dos casos, apresentam áreas de 
granulação calcificada que podem ser visíveis à 
radiografia. 
 
**Classificam-se em três subtipos histológicos: 
• Benignos: cistoadenoma seroso é um dos 
tumores benignos mais frequentes e pode 
malignizar. 
• Limítrofes: 10% dos tumores serosos 
ovarianos, e 50% deles incidem antes dos 40 
anos de idade. 
• Malignos: há invasão do estroma. 
Os cistoadenocarcinomas são os tumores 
malignos mais comuns (75%), com faixa 
etária mais alta. Geralmente são bilaterais e 
não ultrapassam 25 cm de diâmetro. 
O cistoadenocarcinoma papilífero é o de pior 
prognóstico, e possui importante associação 
com carcinomas infiltrantes. 
 
 Tumores mucinosos 
-São tumores císticos com cavidades 
revestidas por epitélio secretor de mucina. 
- 20% dos tumores epiteliais 
- É o tumor ovariano que atinge as maiores 
dimensões (até um metro de diâmetro), 
podendo ocupar toda a cavidade abdominal. 
- Tal epitélio pode secretar grandes 
quantidades de material mucoide ou gelatinoso, 
podendo levar ao extravasamento para a pelve 
e abdome e causar adesão das alças intestinais 
(se esse material estiver circundado por um 
material fibroso, é chamado de pseudomixoma). 
Esse fenômeno pode causar obstrução 
intestinal, sendo um indicador de malignidade. 
 
 Tumores endometrioides 
caracterizam-se por padrão adenomatoso com 
todas as possíveis variações de epitélios 
encontrados no útero. 
 
 Tumores de células claras 
são constituídos por células claras e células em 
cabeça de prego que projetam seu núcleo para 
o citoplasma apical; é o tumor de pior 
prognóstico entre os epiteliais. 
 
TUMORES DE CÉLULAS GERMINATIVAS 
 
- Representam cerca de 20% dos tumores 
ovarianos. 
- Ocorre principalmente em mulheres jovens e 
crianças. 
- São geralmente diagnosticados por massas 
abdominais palpáveis. Dor abdominal, distensão 
abdominal e sangramentos vaginais anormais. 
- O tipo histológico maligno mais comum é o 
Disgerminoma. 
Tipos Histológicos 
 
Derivam da transformação maligna do epitélio 
da superfície ovariana (celômico) o qual pode 
se diferenciar em: (1) tubário, dando origem 
aos tumores serosos; (2) epitélio endometrial, 
dando origem aos tumores endometrióide; (3) 
epitélio endocervical, intestinal ou do piloro 
gástrico dando origem aos tumores 
mucinosos; (4) epitélio endometrial durante a 
gestação originando os tumores de células 
claras; e (5) epitélio urotelial, originando os 
tumores de Brenner 
 
11 Thayná Campos Duarte 
- Os tumores de células germinativas são 
frequentemente associados a atividades 
hormonais ou enzimáticas e os marcadores 
séricos são a alfafetoproteína (AFP), a 
gonadotrofina coriônica humana (hCG) e a 
desidrogenase láctica (LDH). 
 Disgermioma 
 Teratoma Imaturo 
 Tumor do seio endodérmico ou 
carcinoma do saco vitelino 
 Carcinoma embrionário 
 Coriocarcinoma não gestacional puro do 
ovário 
 
TUMOR DE CÉLULAS DOS CORDÕES 
SEXUAIS/ESTROMA GONODAL 
 
- 5 a 8% dos tumores ovarianos. 
- Derivam do estroma 
- Devido ao fato do mesênquima gonodal 
indiferenciado poder dar origem tanto a células 
femininas (granulosa e teca) quanto masculinas 
(sertoli e leydig), os tumores podem conter 
esses tipos de células. 
-São benignos ou de baixo grau de malignidade 
- Podem produzir hormônios 
 
 Tumores da Tecagranulosa 
 Tecomas e Fibromas 
 Tumores de Sertoli-Leydig 
 Ginadroblastoma 
O estadiamento cirúrgico é também 
terapêutico. Realizado por laparotomia com 
coleta de líquido ascítico para estudo 
citológico, histerectomia total, anexectomia 
bilateral, omentectomia, linfadenectomia 
pélvica e para-aórtica e biópsias peritoneais 
múltiplas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamento cirúrgico 
 Cirurgia fundamental: corresponde à 
histerectomia total com salpingo-
ooforectomia bilateral, omentectomia 
infracólica e citorredução tumoral. A 
cirurgia será considerada ótima quando 
todo o tumor for ressecado ou quando 
permanecer tumor residual menor que 1cm. 
 
 
Estadiamento 
 
Tratamento 
 
 
12 Thayná Campos Duarte 
 
 Cirurgia conservadora: nas pacientes 
jovens que desejam manter a função 
reprodutiva a cirurgia se restringe à 
salpingooforoplastia unilateral, caso o tumor 
esteja confinado a um ovário. 
 Cirurgia citorredutora: indicada quando o 
tumor não está restrito aos ovários com o 
objetivo de deixar a menor quantidade de 
tumor residual, facilitando a ação da 
quimioterapia e atenuando os sintomas. 
 Ooforectomia profilática: pacientes de 
alto risco para neoplasia de ovário com prole 
completa podem se beneficiar da 
ooforectomia bilateral profilática após os 
35 anos. 
 
Tratamento adjuvante 
A quimioterapia (QT) adjuvante é amplamente 
empregada após o tratamento cirúrgico 
(preferencialmente 4 a 6 semanas após o 
procedimento) e a radioterapia não é utilizada 
na prática.

Continue navegando