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Habilidades e atitudes II Oxigenoterapia Consiste na administração de oxigênio para suprir uma deficiência do paciente. Visa prevenir ou tratar as manifestações clínicas da hipóxia para manter uma adequada oxigenação tecidual e atenuar o trabalho que a hipoxemia causa no sistema cardiopulmonar. Trato respiratório superior: é formado por órgãos localizados fora da caixa torácica: nariz externo, cavidade nasal, faringe, laringe e parte superior da traqueia. Trato respiratório inferior: órgãos localizados na cavidade torácica: parte inferior da traqueia, brônquios, alvéolos e pulmões. Funções do sistema respiratório · Transporte de O2; · Ventilação; → Saturação de Oxigênio: (SatO2) é a porcentagem de hemoglobina que está ligada a moléculas de oxigênio. → Fração inspirada de O2 (FiO2): É a porcentagem de oxigênio no ar inspirado. Em ar livre, ao nível do mar, temos uma FiO2 de 21%. → Geralmente a oximetria é medida nas extremidades corporais, como orelhas e ponta dos dedos; 0 a 2 meses Até 60 rpm 2 a 11 meses Até 50 rpm De 12 meses a 5 anos Até 40 rpm 6 a 8 anos Até 30 rpm Acima de 8 anos Até 20 rpm Quando a oxigenoterapia é indicada? Em qualquer idade, nos casos de 1. Traumatismos graves 2. Infarto agudo do miocárdio; 3. Angina instável; 4. Recuperação pós-anestésica; 5. Correção de hipoxemia, hipóxia e anóxia; AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA: · Taquipnéia – frez. Cardíaca acelerada; · Dispineia – falta de ar · Palidez · Cianose · Respiração laboriosa → Em crianças, a triagem intercostal e o batimento da asa do nariz são primordiais na avaliação respiratória. → Em adultos, a musculatura acessória abdominal e o musculo esternocleidomastóideo começam a trabalhar além do normal para tentar suprir a necessidade de O2 do organismo. Avaliação cardíaca: · Taquicardia – aceleração dos movimentos cardíacos; · Bradicardia – baixo movimento cardíaco, geralmente menor que 60 bpm. · Hipotensão arterial; · Paradas cardíacas e arritmias; avaliação neurológica · Inquietação/sensação de afogamento · Confusão mental pela dificuldade de oxigenação; · Sonolência; · Convulsão e coma; métodos de administração de o2 · Os dispositivos não invasivos de liberação de O2 são classificados em: 1. Sistema de baixo fluxo; 2. Sistema de alto fluxo; O que difere um do outro é a concentração de oxigênio; · O O2 é liberado de um cilindro ou de um sistema de válvulas; · Uma válvula de redução está acoplada ao cilindro para reduzir a pressão. · O fluxômetro regula o controle do oxigênio; · O umidificador serve para umedecer o oxigênio, sendo que não deve ser realizada a aplicação de O2 sem umidificar. O umidificador visa não ressecar as mucosas nasais SISTEMA DE BAIXO FLUXO · Concentração de oxigênio entre 22% com fluxo de 1 litro por minuto. Ou a 60% com fluxo de 8 litros por minuto. · Fornece uma parte da quantidade do ar inspirado, o restante é proveniente do ambiente. · Nesse sistema o ar ambiente mistura-se ao O2; · Fornece baixas concentrações de O2; · Os métodos não invasivos são: 1. Cateter intranasal: é muito desconfortável, por isso é sempre a segunda escolha; Consiste na administração de baixas a moderadas concentrações de O2 atravás de uma das narinas; É de fácil aplicação e suporta fluxos de 1 a 3 litros por minuto de O2; As vantagens são que ele é econômico e é de fácil aplicação. Ao mesmo tempo, ele é desconfortável e gera irritabilidade nos tecidos da nasofaringe; Tem uma facilidade considerável de deslocar-se e não permite a nebulização, o que estimula a produção de secreção e requer a remoção e substituição a cada período de tempo estabelecido pela instituição. 2. Cateter nasal tipo óculos: é empregado quando o paciente requer uma concentração média ou baixa de O2. - É relativamente simples e permite que o paciente converse, se alimente sem interrupção de O2; - É de plástico descartável; - É coectadoa um tubo longo e as pontas são inseridas diretamente nos vestíbulos nasais. -Fixa-se ao tubo de suprimento diretamente a um fluxômetro e a um umidificador. - Suporta fluxos de 5 a 6 litros por minuto; Para transportar um paciente, é necessário retirar a água do umidificador. 3. Máscara facial simples - Tem a vantagem de ser mais acessível e leve, podendo ser utilizada até em casa, porém não tem garantia de selamento/vedação na face. - Deve ser retirada quando o paciente precisar falar ou se alimentar. - Suporta fluxos entre 5-10 litros por minuto. 4. Máscara de reservatório: - Mascara de reinalação parcial: Permite que o O2 flua para o interior da bolsa durante a inspiração e expiração. - Permite a variação de 5-12 litros por minuto. - Pode ser utilizada em pacientes SEM nenhum problema ou alteração pulmonar/respiratória. - Máscara de não reinalação parcial: impede a reinalação por meio de uma válvula unidirecional. - permite a mesma variação de fluxo de oxigênio; - Não há reinalação de Co2 expirado. - Para que a máscara de inalação com reservatório funcione no paciente, é necessário que ao instalar, a gente “abra” as paredes, como os saquinhos de mercado, para permitir a circulação do O2. cuidados importantes: · Trocar o cateter a cada 24h ou conforme o protocolo; · Manter o umidificador sempre com água até o nível indicado. · A água do umidificador deve ser estéril; · Manter as narinas hidratadas e limpas; · Observar a coloração do paciente, presença de tosse e também a presença de secreção. · Atentar-se à possível obstrução do sistema; · Realizar o procedimento com o paciente na posição semi-fowler. Sistemas de alto fluxo · Fornecem o volume total de O2 inspirado e permite que as concentrações de O2 seja mantidas com exatidão. · Os métodos de alto fluxo não invasivos são: 1. Máscara de Venturi: É o método mais seguro e exato para liberar a concentração necessária de O2. - Suporta até 15 litros por minuto; - O O2 é liberado em um tubo estreito que aumenta a velocidade de transporte. - É um sistema fechado usado em crianças e em paciente que esteja em desmame de oxigenoterapia. Color connectors: definem a quantidade de O2 que pode ser aplicada na oxigenoterapia por máscara de Venturi. AZUL AMARELA BRANCA VERDE Fluxo O2 3 L/min. 6 L/min 8 L/min 12 L/min FiO2 24% 28% 31% 35% 2. Sistema cercado: o paciente é adaptado a um ambiente fechado com O2 controlado. - É indicado para crianças e lactentes; - Pode ser colocada a tenda, capacete ou incubadora. - Tendas de Oxigênio: permite a entrada de O2 em temperatura confortável. É indicado para crianças pequenas; - Capacete: capacete de acrílico; - O paciente recebe O2 umidificado; permite a administração contínua; - É indicado para recém-nascidos que respiram espontaneamente ou com estresse respiratório mínimo moderado. - Incubadora: é um dispositivo que permite o aquecimento e a suplementação de O2; é indicado a lactentes que necessitam de O2 e regulação térmica. Precauções: a retinopatia pode-se desenvolver em prematuros; a SPO2 e O2 deve ser monitoradas; circuitos de O2 deve ser trocados a cada 24 ou 48h. 3. Ventilação não invasiva (VNI): apoia a respiração do paciente sem a intubação ou traqueostomia. - A VNI administra uma terapia eficaz com menor risco de infecção e melhora a sobrevida em pacientes com insuficiência respiratória; Precauções: o oxigênio como qualquer medicamento, deve ser administrado em doses e tempo necessário, com base nas condições fisiológicas do paciente. - Pacientes com hipercapnia crônica podem apresentar depressão ventilatória. Hipercapnia: aumento de pressão parcial de dióxido de carbono CO2, medida em sangue arterial acima de 46 mmHg. Cuidados necessários: checar o funcionamento dos equipamentos e fontes de O2 e ar comprimido antes de realizar a instalação; - Manter a oxigenação adequada; - Monitorar a oximetria de pulso; - Avaliar mudanças no movimento respiratório – cor, frequência, retrações, presença de gemido. 4. Máscara laríngea: é um dispositivo supraglótico, que significa ficar acima da epiglote. - Não veda a traqueia, sendo assim, é indicado por pouco tempode uso, pois não evita a broncoaspiração. - Pode ser considerado como um dispositivo intermediário entre a máscara facial e o tubo traqueal, o que dispensa o uso de laringoscópio ou instrumentos especiais para sua inserção. - É introduzido “murcho” e deve ser preenchido de ar quando estiver introduzido. ATÉ AQUI TODOS OS MÉTODOS SÃO NÁO INVASIVOS POIS TRABALHAM APENAS COM OS ÓRGÃOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO SUPERIOR. Métodos invasivos: 1. Intubação endotraqueal: envolve a passagem de um tubo endotraqueal através da boca ou do nariz para dentro da traquéia. - Fornece uma via aérea permeável, quando o paciente está apresentando sofrimento respiratório não tratável por métodos simples. - Indicações do TOT (tubo orotraqueal): insuficiência respiratória; diminuição do estado de consciência; obstrução das vias aéreas; ventilação mecânica. Bolsa válvula máscara ou ambu. Desvantagens: reflexo de tosse reprimido; fechamento da glote comprometido; desconforto; depressão do reflexo de deglutição; ulceração e estenose (estreitamento ou constrição de um duto). 2. Traqueostomia: a traqueostomia é um ato cirúrgico, é uma abertura na traquéia, principal estoma (orifício) do sistema respiratório; - Pode ser temporária ou permanente; - O procedimento deve ser realizado com o posicionamento em decúbito dorsal; É indicada para: - Alívio de obstrução da via aérea; - Acesso a traqueia em casos de ventilação mecânica prolongada; - Facilitar o desmame do paciente do ventilador; Em casos de miastenia gravis a traqueostomia é indicada também; - Obstrução das vias aéreas; - Suporte ventilatório; Tipos de cânulas: - Cânula metálica – comum em pacientes que têm traqueostomia permanente. - Cânula plástica sem balão; - Cânula plástica com balão; - Cânula com válvula de fonação; → Cânula metálica – TQT: é um conjunto de duas cânulas, uma interna e outra externa; Não possui balonete e não é utilizada para ventilação mecânica. - Pode ter recurso que auxilia na fonação; é de fácil manejo após a maturação do orifício. → Cuidados: fixa-las pelas asas laterais em volta do pescoço. O espaço entre a cânula e a pele deve ser protegido com gaze, hidrocoloide, cavilon spray e etc. 3. Nebulização/inalação: é uma forma de administrar medicação para problemas respiratórios ou alérgicos. · É um processo de acrescentar umidade ou medicamentos ao ar inspirado transformando uma solução liquida (soro fisiológico + medicamentos em partícula de aerossol), que são inaladas até o aparelho respiratório. - Finalidade: · Aliviar processos inflamatórios desobstruindo as vias respiratórias e facilitando a respiração. · Umidificar as vias aéreas superiores; · Auxiliar no tratamento de patologias respiratórias; · Fluidificar secreções; · Estimular tosse e excreção; Materiais: · Bandeja · Etiqueta de identificação · Fonte de O2 ou ar comprimido · Intermediário de látex · Solução nebulizadora + diluente; · Nebulizador com máscara; · Recipiente para expectoração; · Toalhas ou lenços de papel A medicação de nebulização NUNCA é realizada em soro glicosado ou água destilada, SEMPRE deve-se realizar em soro fisiológico. Se não aparecer nevoa na nebulização, a medicação não está gaseificada, e nesse caso, não fará efeito. - Técnica: · Posicionar o cliente em posição Fowler ou semi-Fowler · Conectar o intermediário ao copinho inalador e junto á fonte de O² ou ar comprimido. · Abrir a válvula, entre 3 a 5 lts/min; · Verificar a saída da névoa e após instalar no paciente; · Oferecer o nebulizador ao paciente (solicitar/auxiliar que o ajuste na face) se consciente; • Auxiliar o paciente S/N; · Orientar que o paciente permaneça com a boca semi – aberta, inspirando profundamente durante o procedimento; - Tempo de nebulização: · 15 a 20 min se for apenas com soro fisiológico; · Até terminar a medicação, caso tenha medicação inserida; - Observações importantes: · Só deve-se interromper a nebulização caso haja reação à medicação; · Nunca utilizar o mesmo inalador para dois ou mais pacientes; · Após a nebulização, estimular o paciente a tossir para auxiliar na drenagem da secreção. → Os broquiodilatadores mais conhecidos para a nebulização são atrovent e berotec. Atrovent – ação lenta, não causa taquicardia. Geralmente usa-se 15 gotas; Berotec - ação muito rápida,causa taquicardia e geralmente usa-se 3 gotas. Letícia H. Cossa
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