Buscar

TERAPIA NUTRICIONAL NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

Prévia do material em texto

@nutribyancacarneiro 
 
 
- Insuficiência cardíaca é uma síndrome clinica complexa, na qual o coração é incapaz de bombear 
sangue de forma a atende Às necessidades metabólica tissulares, ou pode fazê-lo somente com 
elevadas pressões de enchimento. 
- Caracteriza-se pela presença de sinais e sintomas típico causados por anormalidade cardíacas 
estruturais e/ou funcionais. 
Redução do débito cardíaco e/ou elevadas pressões intracardíacas em repouso ou durante o 
estresse. 
- Insuficiência cardíaca crônica: Reflete a natureza progressiva e persistente da doença. 
- Insuficiência cardíaca aguda: Alterações rápidas ou graduais de sinais e sintomas resultando em 
necessidades de terapia urgente. 
Sintomas de IC 
1. Aumento da pressão de enchimento do ventrículo esquerdo: Síndrome de congestão pulmonar. 
→ Extravasamento do líquido para o interstício (acúmulo nos pulmões). 
2. Baixo débito cardíaco: Volume de sangue bombeado por minuto = Frequência cardíaca x Volume 
sistólico. 
→ Exaustão (fadiga) 
→ Síncope (desmaio) 
→ Choque cardiogênico (parada cardíaca) 
Aspectos fisiopatológicos 
Dano/estresse do musculo cardíaco → Alteração da função e forma do ventrículo (hipertrofia) - 
Remodelamento cardíaco → SNS ( catecolaminas); Sistema renina-angiotensina (supra-real 
aldosterona -  Na e H2O) e Ativação de citocinas (TNF-a, IL1 e IL6) → Restaurar função homeostática 
→ Dano ventricular → IC. 
- Coração 
→ Mecanismo compensatório do DC: 
(1) Aumento da força de contração; 
(2) Aumento do tamanho; 
(3) Aumento do bombardeio de sangue; 
(4) Estimulação dos rins para conservarem água e sódio. 
Manifestações clínicas 
→ Dispneia, ortopneia 
→ Edema periférico 
→ Fadiga 
→ Edema agudo de pulmão (acumulo anormal de liquido nos pulmões) 
→ Dispneia paraxística noturna (asma cardíaca) 
→ Tosse 
→ Isquemia cerebral, insuficiência vascular periférica, cianose, oligúria 
Tipos de IC 
 
1. QUANTO O LADO DO CORAÇÃO AFETADO 
(A) Insuficiência cardíaca esquerda 
Congestão pulmonar 
(B) Insuficiência cardíaca direita 
Congestão sistêmica 
(c) IC biventricular 
Congestão pulmonar e sistêmica 
TERAPIA NUTRICIONAL NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
@nutribyancacarneiro 
Classificação da IC 
- Fração de ejeção do ventrículo esquerdo 
- Gravidade dos sintomas 
- Tempo e progressão da doença (diferentes estágios) 
 
Diagnóstico da IC 
- Avaliação de sinais clínicos (dispneia, edema de tornozelo, dilatação julgular venosa); 
- Eletrocardiograma; 
- Ecocardiograma (avaliar fração de ejeção ventricular esquerda < 50%); 
- Avaliação laboratorial (eletrólitos, hemograma, função renal, função hepática, TSH e glicemia); 
- Dosagem de peptídeo natriurético do tipo B (BNP) (é um peptídeo liberado pelos miócitos 
ventriculares em resposta à sobrecarga de volume, sobrecarga de pressão e aumento da tensão 
parietal). 
Síndrome cardiorrenal 
- É uma condição caracterizada por insuficiência renal secundário a IC. O termo SCR, também é usado 
para descrever os efeitos negativos da função renal diminuída sobre o coração e a circulação. 
- SCR é uma condição em que a terapia para melhorar os sintomas congestivos da IC é limitada por 
redução da função renal. 
Intervenção nutricional na IC 
Compressão gástrica; Congestão hepática; Edema de alças intestinais (redução da absorção intestinal); 
Náuseas; Anorexia; Dispneia e fadiga; Estresse oxidativo e 
inflamação; Aumento do gasto energético em repouso -  
fatores catabólicos, resistência aos hormônios anabólicos 
(hormônio do crescimento e insulina). 
Aspectos nutricionais da IC 
CAQUEXIA CARDÍACA 
→ Redução da massa corporal magra involuntária de pelo 
menos 6% do peso seco corporal que ocorre em período 
maior que 6 meses -  20%; 
→ Alterações estruturais, circulatórias, metabólicas, 
inflamatórias e neuroendócrinas do musculo esquelético de 
pacientes com IC; 
→ Fatores incluem: desnutrição, má absorção, comprometimento de mecanismos homeostáticos 
que regulam anabolismo e catabolismo. 
Terapia na IC – Objetivos 
→ Ativar os sintomas 
→ Prevenção do agravamento da IC 
→ Atenuação do remodelamento ventricular 
→ Redução da mortalidade 
→ Modificações no estilo de vida 
→ Dieta 
→ Restrição hídrica 
→ Uso de medicações 
→ Intervenção cirúrgica (transplante cardíaco) 
Abordagem nutricional – Objetivos 
→ Fornecer energia e nutrientes necessários 
Caquexia cardíaca 
Défcit nutricional 
Alterações fisiológicas 
Insificiência cardíaca 
@nutribyancacarneiro 
→ Fornecer dieta com propriedades anti-inflamátorias e antioxidantes 
→ Preservar a composição corporal e/ou limitar os efeitos do catabolismo 
→ Identificar quadro possível de caquexia (evitar ou recuperar o estado nutricional) 
→ Evitar a sobrecarga cardíaca e renal 
→ Evitar sobrecarga de fluidos e controlar edema 
→ Manter o estado nutricional e qualidade de vida 
Anamnese clínica – Objetivos 
- Dados socioeconômicos 
- História clínica 
- Medicamentos 
▪ Estatinas: prejuízo da síntese de CoQ10 
▪ Poupadores de K 
▪ Inibidores da bomba de prótons: Redução da acides estomacal - prejuízo 
biodisponibilidade de nutrientes (uso crônico) - Ca, Fe, Vitaminas B12 e C 
- Avaliação do estado nutricional 
- Anamnese alimentar detalhada 
Anamnese clínica 
- Avaliação do estado nutricional 
I. Peso (IMC) - não distingue o edema, BIA (possível avaliar a quantidade de água), DEXA. 
II. Pregas cutâneas e perímetros (DCT, CMB) - Avaliar e acompanhar depleção. 
III. Avaliação de sinais físicos de deficiência de nutrientes e depleção de massa muscular. 
IV. Avaliação bioquímica: Hemograma e leucograma, perfil ipidico, glicêmico, função hepática, renal, 
tireoidiana, PTH e 25(OH)D, PCR-US, perfil de ferro (saturação de transferrina), albumina, transferrina 
e contagem de linfócitos (desnutrição). 
- Anamnese alimentar detalhada (variedade – poder econômico, sódio, tipo de CHO e gordura, valor 
biológico da proteína e principal fonte de consumo, aporte de micronutriente e compostos bioativos). 
 
Equação de Harris e Benedict (1919) 
- Mulheres (crianças e adultos) 
TMB (kcal/dia) = 655 + (9,6 x Peso em kg) + (1,7 x Altura em cm) - (4,7 x Idade ema anos) 
- Homens (crianças e adultos) 
TMB (kcal/dia) = 66 + (13,7 x Peso em kg) + (5 x Altura em cm) - (6,8 x Idade ema anos) 
- GET = TMB x FA (fator atividade) x FI (fator injúria) x FT (fator térmico) 
 
Estimativa das necessidades de energia - IC 
1. Não pensar na perda de peso como conduta principal 
2. Pensar na perda de peso como forma de gerir os sintomas e a tolerância ao exercício - principalmente 
no IMC de ≥ 35 kg/m² 
3. Avaliar a estabilidade e a gravidade 
4. Anamnese completa (consumo alimentar, condição socioeconômica e familiar; avaliação física e 
bioquímica) 
5. Avaliar os riscos e benefícios de se orientar a perda de peso 
6. Focar na alimentação saudável (a perda de peso vem como consequência) 
7. Acompanhar a perda 
@nutribyancacarneiro 
Recomendações - Macronutrientes e Fibra 
 
Proteínas 
15 a 20% do VCT 
Desnutrição avançada: 2 g/kg/dia 
Diminuição da função renal: 0,8 g/kg/dia 
Carboidratos 50 a 55% - Observar doenças associadas 
Lipídios 30 a 35% - Priorizar mono e polinsaturado 
Colesterol < 300 mg/dia 
Fibra 20 a 30 g/dia 
Obs.: Pode-se  % CH quando em pacientes com má ventilação. Deve-se preferir o uso de CH 
complexos, especialmente se paciente possui DM e/ou hipertrigliceridemia 
 
Recomendação de sódio 
→ < 7 g de sal = 2.800 mg de sódio 
→ Cautela em dietas com restrição grave de Na porque esta medida  palatabilidade e a 
aceitação alimentar. 
→ Recomendações nutricionais: exclusão de alimentos processados (Ex.: enlatados, conservas, 
embutidos, temperos industrializados, molhos prontos, salgadinhos, bebidas isotônicas, etc.). 
→ O uso de sal light com substitutos de Na a base K não deve ser indicado em pacientes com doença 
renal. 
→ Sal de ervas 
 
Recomendações - Micronutrientes 
 
Ca, K e Mg 
Dieta rica = Ca, K, Mg podem ser espoliados pelo uso de medicamentos 
diuréticos 
Os níveisplasmáticos devem ser controlados por meio de exames, e a 
suplementação pode ser necessária. 
 
 
Restrição 
hídrica 
Pode ser indicada, de acordo com o balanço hidroeletrolítico 
Pacientes com sintomas de hipervolemia - 1.000 a 1.500 mL/dia 
IC grave = Capacidade de eliminação de líquido prejudicada. 
Obs.: Na restrição, deve-se contar no volume total, além de todas as 
bebidas, também preparações líquido-pastosas, como mingaus, gelatinas, 
sorvetes e sopa; e alimentos com + líquidos, como as frutas abacaxi, 
melão, melancia, laranja. 
Lipídios 30 a 35% - Priorizar mono e polinsaturado 
Colesterol < 300 mg/dia 
Fibra 20 a 30 g/dia 
Obs.: Pode-se  % CH quando em pacientes com má ventilação. Deve-se preferir o uso de CH 
complexos, especialmente se o paciente possui DM e/ou hipertrigliceridemia 
 
Estratégias adicionais de tratamento nutricional 
- EFEITOS INTERESSANTES 
→ Potente antioxidante 
→ Pode melhorar a disfunção endotelial 
→ Possivelmente pode aumentar o ATP cardíaco 
- OBSERVAÇÕES 
→ Suplementação (estudos mostram benefício, mas as diretrizes não indicam) 
→ Fontes alimentares: carne, frango, peixe, sardinha, vísceras, azeite de oliva 
→ Interação medicamentosa (varfarina/dificuldade de anticoagualção) 
- SUPLEMENTO NURICIONAL 
→ Ferramenta útil para manter ou recuperar o estado nutricional 
@nutribyancacarneiro 
→ Observar casos: anorexia, paladar alterado, fadiga para mastigar, saciedade precoce e 
astite 
→ A TN enteral deve  densideade energética e  volume 
→ Vitamina D 
→ Manutenção da microbiota intestinal (bactérias patogênicas podem ganhar a circulação 
linfática e se espalhar para outro órgãos de tecidos, promovendo uma ativação 
imunoinflamatória) 
o Fibras 
o Vitaminas A, complexo B e zinco (integridade intestinal). 
 
Estratégias adicionais de tratamento nutricional 
 
Características da dieta 
Fracionamento 
5 a 6 refeições/dia 
Menor volume, menor sobrecarga cardíaca 
Consistência Líquida-pastosa - melhor mastigação, deglutição e digestão 
Obs.: Se houver dispneia e fadiga, a dieta deve fornecer pouca ou nenhuma mastigação.

Continue navegando