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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO... (10 LINHAS) MARIA DE SOUZA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da identidade nº...., expedido pelo…, inscrita no CPF sob o nº …, endereço eletrônico …, domiciliada..., residente (endereço completo), vem por seu advogado (a), infra-assinado, endereço eletrônico …, com escritório (endereço completo), vem impetrar o presente MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL pelo rito especial em face do REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO..., - nacionalidade, estado civil, profissão, portador da identidade nº…, expedido pelo …, inscrito no CPF sob nº…, endereço eletrônico…, domiciliado em ..., residente (endereço completo), art. 6º da Lei 12.016/19, baseado nos motivos e fundamentos a seguir expostos: I) TEMPESTIVIDADE A presente medida encontra-se tempestiva uma vez que a impetrante tomou ciência do ato em 11/01/2017, portanto, dentro dos 120 dias conforme preceitua o art. 23º da Lei 12.016/09. Assim, resta cristalina a tempestividade para a propositura do presente remédio constitucional. II) DOS FATOS A impetrante pertencia ao quadro de servidores públicos federais da instituição impetrada, exercendo o cargo de professora. O impetrado, aluno da instituição em tela, inconformado com a nota que lhe fora atribuída na disciplina em que a impetrante lecionava no curso de graduação, a abordou com um canivete em punho e, em meio às ameaças, exigiu que ela procedesse à modificação de sua nota. Nesse momento, a impetrante, com a intenção de repelir a iminente agressão, conseguiu desarmar e consequentemente derrubou o impetrado, que na queda, quebrou o braço. Diante do ocorrido, foi instaurado o processo administrativo disciplinar, para apurar eventual responsabilidade da impetrante e ao mesmo tempo foi denunciada por crime de lesão corporal. Quanto à esfera criminal, a impetrante foi absolvida, uma vez que restou comprovado ter agido em legítima defesa, decisão que transitou em julgado. Com relação ao processo administrativo, prosseguiu, sem a citação da impetrante, pois a comissão nomeada entendeu que a mesma já teria tomado ciência da instauração do procedimento por meio da imprensa e de outros servidores. Ao final, a Comissão apresentou relatório pugnando pela condenação da impetrante à pena de demissão. O PAD foi encaminhado ao impetrado, para a decisão final, que sob o fundamento de vinculação ao parecer emitido pela comissão, aplicou a pena de demissão à impetrante, afirmando, ainda, que a esfera administrativa é autônoma em relação à criminal. Em 11/01/2017, a impetrante foi cientificada de sua demissão, por meio de publicação em Diário Oficial, ocasião que foi afastada de suas funções. Assim sendo, a impetrante socorre ao Poder Judiciário, a fim de obter a necessária Tutela Jurisdicional. III) DOS FUNDAMENTOS No presente caso, está clara a violação dos Princípios Constitucionais do contraditório, ampla defesa e do devido processo legal, conforme estão elencados no art. 5º LV da Constituição Federal de 1988. Fica claro, a violação a impetrante a oportunidade de ser ouvida e se manifestar, para que se tenha um processo justo. No caso em tela, não houve respeito ao trâmite do processo administrativo, no que tange aos direitos fundamentais da vida, da liberdade e da propriedade. Quanto às fases do processo, do caso em tela, deixar claro que não foram respeitadas. Uma vez que, instaurado o processo administrativo, decorrente de portaria ou ato de cientificação, da outra parte, a fim que se instaure o contraditório. Portanto, ao formar o processo administrativo, é obrigatório a intimação da outra parte. Logo em seguida, vem a fase de instrução do processo administrativo, que refere-se à produção de provas, com participação do interessado. No caso em tela, quem julgou a decisão proferida, que baseado no relatório elaborado pela comissão administrativa, ou seja, um resumo do ocorrido, foi o impetrado. Deixar claro, que o processo administrativo disciplinar deve obedecer os requisitos expressos em lei. A Lei 8112/90 em seu art. 143, prevê que seja assegurado à impetrante a ampla defesa. 1ª Ementa - MANDADO DE SEGURANÇA Des(a). MYRIAM MEDEIROS DA FONSECA COSTA - Julgamento: 19/04/2017 - QUARTA CÂMARA CÍVEL Assim também entende o Dr. Alexandre de Moraes Destarte, Alexandre de Moraes [70] faz importante ressalva, concluindo que acerca das exceções impostas pela Lei, devem as mesmas serem interpretadas em concordância com a garantia dada pela Constituição à proteção de direito líquido e certo. Segue-se a explanação do autor, afirmando que: [...] sempre será cabível o mandado de segurança se as três exceções previstas não MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PÚBLICO. WRIT REPRESSIVO. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. DEMISSÃO. PRETENSÃO DE REINTEGRAÇÃO NO CARGO DE PROFESSOR DE LINGUA PORTUGUESA DO ENSINO MÉDIO. CIÊNCIA DO ATO IMPUGNADO QUE OCORREU HÁ MAIS DE CENTO E VINTE DIAS. IMPETRAÇÃO FORA DO PRAZO DECADENCIAL. SÚMULA Nº 632 DO STF. RECURSO ADMINISTRATIVO SEM EFEITO SUSPENSIVO. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 5º, I E 23 DA LEI Nº 12.016/2009 C/C 203 DO DECRETO Nº 2.479/79. IMPOSITIVO RECONHECIMENTO DA DECADÊNCIA. INDEFERIMENTO DA INICIAL, NA FORMA DO ART. 10 DA LEI Nº 12.016/2009. INTEIRO TEOR Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 19/04/2017 - Data de Publicação: 24/04/2017 http://www1.tjrj.jus.br/gedcacheweb/default.aspx?UZIP=1&GEDID=00045FB8CD8AC2C6C28E5E785813D2E72678C5062052560C forem suficientes para proteger o direito líquido e certo do impetrante. Assim, o particular não estará obrigado a exaurir a via administrativa para utilizar-se do mandado de segurança, pois esse não está condicionado ao uso prévio de todos os recursos administrativos, uma vez que ao Judiciário não se pode furtar o exame de qualquer lesão de direito. IV) DA MEDIDA LIMINAR O fumus boni juris, a fumaça do bom direito, está demonstrado em toda a fundamentaçãorealizada nesta peça, juntamente com as provas documentais, que garantem o próprio direito da impetrante a ser reintegrada de pronto a seu antigo cargo, bem como a receber seus devidos vencimentos, antes de ser demitida ilegalmente. Seguindo o raciocínio retro, a mesma matéria fora tratada no REsp nº 1199257/PE, que não só reconheceu o direito da reintegração do servidor público, como também reconheceu o direito ao recebimento dos vencimentos desde a data da demissão ilegal: “PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA.REINTEGRAÇÃO DE SERVIDOR PÚBLICO.VENCIMENTOS RETROATIVOS A PARTIR DA DATA DA DEMISSÃO ILEGAL.1.É pacífico o entendimento desta Corte no sentido de que, em se tratando de mandado de segurança objetivando reintegração de servidor público demitido ilegalmente, são devidos os vencimentos e eventuais vantagens financeiras ao impetrante, desde a data do ato impugnado. 2 Recurso especial não provido. Com relação ao periculum in mora, há de se destacar que o perigo da demora repousa na alta possibilidade da impetrante vir a sofrer consequências gravíssimas diante da sucessão de atos ilícitos praticados, que corroboraram para sua demissão descabida, devendo ser elencados; a) Ocupação do seu antigo cargo por novo servidor federal, restando na impossibilidade de sua reintegração; b) Acúmulos de prejuízos de ordem financeira, haja vista não ter conseguido se realocar no mercado de trabalho neste ínterim e ao não estar gerando renda para a sua subsistência. V - DOS PEDIDOS Diante do exposto requer: 1 - A concessão da liminar para suspender o ato demissional, reintegrando a impetrante aos quadros da Universidade Federal...; 2 - A notificação da autoridade coatora para prestar informações; 3 - Que dê ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica de direito público a que se vincula; 4 - Da intimação do Ministério Público; 5 - A procedência do pedido concedendo a segurança. ao final, para determinar a anulação do ato demissional, e a reintegração da servidora, ora impetrante, aos quadros funcionais da autarquia Federal; 6 - A condenação nas custas judiciais com fulcro Súmula 512 do STJ e 105 do STF VI - DAS PROVAS Requer a produção de provas, especialmente documental. VI - DO VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$1.000,00 (mil reais). Termos em que Pede deferimento. Local e data Advogado OAB Nº...
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