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Profa. MSc. Sandra Moretto UNIDADE II Química Orgânica e Experimental Compostos com a mesma fórmula molecular, mas diferente fórmula estrutural (FE) plana. a) Isômeros de função = mesma FM, diferente FE. Aldeído e cetona. Ex.: propanal e propanona Álcool e éter: etanol e metximetano Ácido carboxílico e éster : ácido propanoico e metanoato de etila Isomeria Plana H3C-CH2-CO2H e HCO2-CH2-CH3 H3C-CH2OH. e H3C-O-CH3 H3C-CH2-COH e H3C-CO-CH3 b) Isômeros de cadeia = mesma função, diferente cadeia carbônica (disposição dos átomos). Isomeria Plana H3C-CH=CH2 Aberta Fechada H3C-CH2-CH2-CH3 Normal H3C-CH-CH3 | CH3 Ramificada c) Isômeros de posição: mesma função, mesma cadeia, diferente posição de: Um grupo funcional Uma instauração Isomeria Plana H2C-CH2-CH3 | OH propan-1-ol H3C-CH-CH3 | OH propan-2-ol H2C=CH-CH2-CH3 But-1-eno H3C-CH=CH-CH3 But-2-eno d) Isômeros de compensação ou metameria: mesma função e cadeia heterogênea, diferente posição do heteroátomo. Isomeria Plana Heteroátomo ↓ H3C-O-CH2-CH2-CH2-CH3 Função : éter Cadeia : heterogênea metoxibutano Heteroátomo ↓ H3C-CH2-O-CH2-CH3 Função : Éter Cadeia : heterogênea etoxietano e) Tautômeros: esse tipo de isomeria só ocorre em soluções, isto é, somente na fase líquida e em compostos cuja molécula possui um elemento muito eletronegativo, como o oxigênio e o nitrogênio. Equilíbrio cetoenólico Equilíbrio aldoenólico Isomeria Plana Fonte: https://mundoeducacao.bol. uol.com.br/quimica/isomeria -dinamica-ou- tautomeria.htm Considere os nomes dos hidrocarbonetos a seguir: I. 2,2-dimetilpropano II. 3-metilpentano III. 1,2-dimetilciclopropano IV. ciclopentano V. pent-1-eno A opção que relaciona corretamente isômeros é: a) IV e V b) II e IV c) I e III d) I e IV e) II e V Interatividade Considere os nomes dos hidrocarbonetos a seguir: I. 2,2-dimetilpropano II. 3-metilpentano III. 1,2-dimetilciclopropano IV. ciclopentano V. pent-1-eno A opção que relaciona corretamente isômeros é: a) IV e V b) II e IV c) I e III d) I e IV e) II e V Resposta Isomeria espacial Isomeria geométrica ou CIS/TRANS Geométrica = diferença está na disposição espacial dos átomos ligantes comportamento químico semelhante, físico diferente. Óptica = diferença perante comportamento da molécula quando submetida à luz polarizada comportamento químico e físico semelhante! Pode ocorrer em dois casos: 1) Em compostos cíclicos Condição = com pelo menos dois átomos do ciclo com ligantes diferentes. Se os ligantes iguais estiverem do mesmo lado do plano isômero CIS. Se os ligantes iguais estiverem em lados opostos isômero TRANS. Isomeria geométrica CIS/TRANS Fonte: livro-texto. cis-1,2-dimetilciclobutano trans-1,2-dimetilciclobutano Em compostos de cadeia aberta: Condição: em compostos com ligação dupla e ligantes diferentes em cada carbono da dupla. Se os ligantes iguais estiverem do mesmo lado do plano isômero CIS. Se os ligantes iguais estiverem em lados opostos isômero TRANS. Isomeria geométrica CIS/TRANS cis- 1,2-dicloroeteno trans -1,2-dicloroeteno Fonte: livro-texto. cis-but-2-eno trans-but-2-eno Como identificar a ocorrência da isomeria geométrica ou cis/trans. 1) Primeiro passo: montar a fórmula espacial e não estrutura plana. 2) Diferenciar se a cadeia é a aberta ou fechada. 3) Se a cadeia for aberta, verificar a presença de dupla ligação entre carbonos e os ligantes de cada carbono. 4) Se a cadeia for fechada, localizar os ligantes diferentes em cada carbono da dupla. 5) Identificar a forma cis e a forma trans. Isomeria geométrica a) O 1,2-dicloro-but-1-eno Isomeria geométrica CIS/TRANS b) 2,3-dibromo-but-2-eno HC=C-CH2CH3 | | Cl Cl H3C-C=C-CH3 | | Br Br H CI CH2 CH3 CI C=C H CI CI CH2 CH3 C=C H CI CH2 CH3 CI C=C H CI CI CH2 CH3 C=C TRANS CIS TRANS CIS c) Em cadeias fechadas Isomeria geométrica Fonte: https://www.alfaconnection.pro.br/quimica/iso meria-2/isomeria-espacial/ Visão espacial Visão espacial Vista lateral Vista lateral Plano do ciclo Plano do ciclo Plano do desenho Plano do desenho Forma Z e forma E Se os ligantes de maior número atômico estiverem do mesmo lado do plano, trata-se de isômeros Z (Zusammen, palavra derivada do alemão que significa juntos). Caso os ligantes de maior número atômico estejam em lados opostos ao plano tem-se isômeros E (Entgegen, palavra derivada do alemão que significa opostos). Isomeria geométrica CIS/TRANS C(6), cloro(17), bromo(35) e hidrogênio(1) Fonte: livro-texto. Quais dos compostos a seguir apresentam isomeria CIS/TRANS ou geométrica? I. butan-2-ol II. pent-1-eno III. but-2-eno IV. 2-metil-cicloexanol V. ciclobuteno a) I e IV. b) I e V. c) II e III d) II e V e) III e IV. Interatividade Resposta Quais dos compostos a seguir apresentam isomeria CIS/TRANS ou geométrica? I. butan-2-ol II. pent-1-eno III. but-2-eno IV. 2-metil-cicloexanol V. ciclobuteno a) I e IV. b) I e V. c) II e III d) II e V e) III e IV. Isomeria óptica Isômeros ópticos se comportam de maneira diferente frente à luz polarizada. Fonte: http://docente.ifsc.edu.br/marco.aurelio/Material%20Aulas/Análises%20Qu%C3%ADmicas/ Qu%C3%ADmica%20Orgânica/Isomeria%20óptica.pdf Plano original de vibração Desvio Novo plano de vibração Cristais de quartzo assimétricos Substância dextrogira (d) (+) Substância levogira (ℓ) (-) + - Esta propriedade é uma medida do desvio da luz polarizada, isto ocorre quando, ao incidir uma luz polarizada sobre um enantiômero, este consegue desviá-la para a direita ou para a esquerda, seu correspondente tem a mesma capacidade, mas o desvio é feito para o lado oposto. Um polarímetro mede o grau de rotação óptica de uma substância. Cada substância opticamente ativa tem uma rotação específica característica. Propriedades dos enantiômeros: atividade óptica Fonte: http://coral.ufsm.br/quimica_or ganica/images/Estereoquimic a_HTSB18.pdf Ocorre em moléculas assimétricas. Isomeria óptica Para que os fármacos tenham sua plena ação farmacológica é necessário que eles interajam com um receptor, sabe-se que esta interação se dá por complementaridade, um enantiômero pode “encaixar” perfeitamente no receptor enquanto o outro enantiômero não faz o encaixe perfeito, levando à toxicidade, por exemplo. Fonte: livro-texto. Todos os carboidratos são quirais. Todos os aminoácidos proteinogênicos são quirais, com exceção do mais simples, a glicina. Têm propriedades semelhantes às das mãos (ou seja, são quirais): as proteínas, as enzimas, o RNA, o DNA, um número significativo dos princípios ativos de fármacos, de substâncias naturais etc. Moléculas quirais Fonte: http://coral.ufsm.br/quimica_organica/ images/Estereoquimica_HTSB18.pdf (+)-limoneno odor laranja (+)-limoneno odor limão (-)-carvona cominho (alcarávia) (+)-carvona hortelã Aspartamo 100x mais doce que o açúcar Aspartamo amargo Moléculas quirais Cálculo do número de isômeros opticamente ativos : 2n n = 2 , logo, 4 isômeros 2 d, 2 L n = 1, logo, 2 isômeros 1 d,1 L n = 2, logo, 4 isômeros 2 d, 2 L Fonte: livro-texto, adaptado, A nomenclatura associada aos enantiômeros foi feita por três pesquisadores: R. S. Cahn, C. K. Ingold, e V. Prelog, eles criaram uma regra sequencial (R/S) para designar a disposição espacial dos ligantes do carbono assimétrico. R vem do latim, Rectus (direita), e agrupa os ligantes em sentido horário. S, do latim Sinistre (esquerda), agrupando os ligantes em sentido anti-horário. Nomenclatura de enantiômeros Fonte: livro-texto.Como fazer? Determinar o estereocentro, isto é, determinar o carbono assimétrico e colocar os ligantes a ele em ordem de prioridade. Os ligantes são colocados em ordem de prioridade, que é dada pelo número atômico (Z) ligado diretamente ao carbono assimétrico, o de menor Z tem prioridade 4, o próximo de mais baixo Z, 3 e assim por diante. Como determinar a ordem de prioridade? I) Verificar o número atômico de cada átomo ligado ao centro estereogênico: quanto maior o número atômico, maior a prioridade; II) Se dois (ou mais) substituintes ligados diretamente ao centro estereogênico têm o mesmo número atômico, percorremos as cadeias até encontrar o primeiro ponto de diferença; Como designar a nomenclatura R e S Quanto maior o número atômico, maior a prioridade. III) Posicionar a molécula de modo que o substituinte com a menor prioridade seja colocado o mais distante do observador. IV) Ler os grupos em ordem decrescente de prioridade: Anti-horário: S Horário: R Ordem de prioridade: a>b>c>d Como designar a nomenclatura R e S Fonte: http://www2.iq.usp.br/docent e/lhc/disciplinas/qfl2340- 2013/QFL- 2340_2013_Aula_8_estereo quimica.pdf Como designar a nomenclatura R e S Fonte: http://coral.ufsm.br/quimica_organica/images/Estereoquimica_HTSB18.pdf Quando tratamos de aminoácidos, bem como de carboidratos, não costumamos usar o sistema de nomenclatura R/S mas o D/L, que segue regras diferentes. O interessante é que, todos os aminoácidos de importância biológica são do tipo L (exceto a glicina, que é aquiral). A natureza, ao invés de produzir aminoácidos de dois tipos, “resolveu fazê-los” apenas do tipo L. Os carboidratos, outra classe vital de biomolécula, são todos D (ao menos os de importância biológica). Nomenclatura de aminoácidos e carboidratos Fonte: livro-texto. Uma mistura 1:1 dos enantiômeros é chamada de mistura racêmica. Esta mistura é opticamente inativa e é muitas vezes designada como (±). Uma mistura racêmica tem (quase sempre) propriedades físicas diferentes dos correspondentes enantiômeros puros. Mistura racêmica Interatividade Sobre a molécula do (S)-ibuprofeno, é incorreto afirmar que: a) Apresenta um átomo de carbono Quiral. b) Apresenta o grupo ácido carboxílico. c) O S ibuprofeno tem seus ligantes orientados no sentido anti-horário. d) Apresenta o anel benzênico. e) Pode originar 4 isômeros diferentes, devido à presença de 2 carbonos assimétricos. Fonte: livro-texto. Resíduo arila Resíduo de ácido acético Carbono assimétrico (S)-Ibuprofeno anti-inflamatório a) Apresenta um átomo de carbono Quiral. b) Apresenta o grupo ácido carboxílico. c) O S ibuprofeno tem seus ligantes orientados no sentido anti-horário. d) Apresenta o anel benzênico. e) Pode originar 4 isômeros diferentes, devido à presença de 2 carbonos assimétricos. Resposta Fonte: livro-texto. Resíduo arila Resíduo de ácido acético Carbono assimétrico (S)-Ibuprofeno anti-inflamatório Existem diversas técnicas de identificação de compostos orgânicos, pois cada grupo funcional se apresenta de maneira característica, tornando-os suscetíveis às reações químicas que os identificarão. As mais comuns têm origem na química clássica através de ensaios qualitativos, estes dirão se um determinado composto orgânico possui determinado grupo funcional. Identificação de compostos orgânicos Cromatografia em camada delgada (CCD) Exemplo de CCD utilizada para monitorar uma reação de redução da acetofenona com borohidreto de sódio. Análises cromatográficas Fonte: http://nuquiocat.quimica.blumenau.ufsc.br/files/2016/07/Cromatografia-de-Camada-Delgada.pdf Acetofenona 1-Feniletanol NaBH4 MeOH CCD ao longo da reação CCD ao final da reação 1-Feniletanol Consumo do material de partida 1 Material de partida (acetofenona) 2 reação Eluente: Acetato de etila 20%, Hexano 80% Cromatografia em coluna Para a cromatografia como técnica instrumental, a fase estacionária é representada por colunas cromatográficas, que são cilindros preenchidos com partículas de alumina, sílica ou sílica derivatizada, porosas, cilíndricas e esféricas devidamente compactadas na coluna. Já a fase móvel pode ser uma mistura de solventes de caráter polar, apolar ou mistura de ambos para a cromatografia líquida e uma mistura de gases inertes para a cromatografia a gás. Análises cromatográficas Exemplo de identificação de compostos orgânicos Fonte: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc07/atual.pdf Fonte: http://w3.ufsm.br/larp/ media/introd_gc.pdf Análise cromatográfica – instrumentação Cromatógrafo líquido (HPLC) Cromatógrafo gasoso (CG) Apresentamos as figuras dos componentes básicos de um cromatógrafo líquido e um gasoso. Fonte: livro-texto. Controle de fluxo de gás Cilindro de gás Forno de aquecimento detector descarte registrador Injetor de amostra coluna A identificação estrutural de compostos orgânicos pode ser feita por técnicas espectrofotométricas. Algumas moléculas absorvem a radiação eletromagnética. a) Espectrofotometria nas regiões do ultravioleta (UV 180-400 nm). b) Visível (Vis 400-800 nm). c) Infravermelho (IV 4000-400cm-1). No entanto, para quantificação destes compostos, apenas as espectrofotometrias UV e Vis são utilizadas. Análises espectrofotométricas Para que ocorra esta absorção é necessário que os compostos possuam grupos cromóforos, ou seja, grupos que permitam a passagem do elétron de um nível para outro em determinados comprimentos de onda. Análises espectrofotométricas Cromóforos Sistema λ máximo Aldeído -CHO 210 280-300 Amino -NH2 195 Brometo -Br 208 Carbonila =C=O 195 270-285 Carboxila -COOH 200-210 Dissulfeto -S-S 194 255 Éster -COOR 205 Éter -O- 185 Nitro -NO2 210 Nitroso -NO 302 Tiocarbonila =C=S- 205 Tioeter -S- 194 215 Tiol -SH 195Fonte: livro-texto. Componentes de um espectrofotômetro. Análises espectrofotométricas Fonte: livro-texto. Fonte de energia Monocromador Lente Amostra Detector/registrador Luz transmitida Luz incidente A espectroscopia na região do infravermelho é uma técnica de análise de grupos funcionais presentes numa determinada estrutura química. A diferença de outras técnicas espectroscópicas se dá em dois pontos essenciais: O primeiro pelo modo como a região do espectro eletromagnético é visto, não pelo comprimento de onda (λ), mas sim pelo seu inverso, chamado de número de onda, outro ponto está relacionado à interação da radiação com os átomos e moléculas de maneira vibracional e não por transição eletrônica. Espectroscopia na região do infravermelho A análise no infravermelho utiliza o espectrofotômetro, que incide um feixe de luz infravermelho na amostra e a radiação transmitida é varrida por dispersão em uma rede de difração que é rotacionada e as bandas de absorção são detectadas e registradas em espectros de frequência (cm-1) versus intensidade das bandas. Cada grupo funcional possui uma região específica no espectro infravermelho, e para a determinação estrutural deve-se levar em consideração, em cada frequência, a massa dos átomos envolvidos na vibração, o tipo de ligação química, simples, dupla ou tripla (sp˃sp2˃sp3) e o tipo de vibração (axial ou angular). Espectroscopia na região do infravermelho Espectroscopia na região do infravermelho Fonte: livro-texto. Grupos funcionais Posição da banda em cm-1 Intensidade de absorção Alcanos 2960-2850 Média a forte Alcenos 3100-1640 Médio Alcinos 3300-2100 Médio Haletos de alquila 800-500 Forte Álcoois 3650-3400 Forte/largo Aminas 3500-3300 Médio Carbonilas 1780-1670 Forte Nitrilas 2260-2210 Médio Nitrocompostos 1540 Forte Ácido carboxílico 1710 – 1780 cm-1 Amida 1630 – 1690 cm-1 Aldeído 1690 – 1740 cm-1 Cetona 1680 – 1750 cm-1 Éster 1735– 1750 cm-1 Exemplo de identificação de composto orgânico. Espectroscopia na região do infravermelho Fonte: livro-texto. Estiramento C-H alquila Acetato de etila Estiramento C=O éster Estiramento C-O Número de onda cm-1 T ra n s m it â n c ia % Com relação às técnicas de identificação de compostos orgânicos, é incorreto afirmar que: a) A cromatografia em camada delgada é muito útil para acompanhar reações orgânicas. b) A cromatografia líquida é uma técnica de cromatografia em coluna. c) A espectrofotometria do infravermelho se baseia no processo de absorção da radiação eletromagnética das moléculas absorventes. d) Na análise de compostos por espectrofotometria do ultravioleta, é necessária a presença de grupos absorventes de radiação (cromóforos). e) Na técnica cromatográfica gasosa, a fase móvel é um gás, responsável pelo arraste das substâncias ao longo da coluna cromatográfica. Interatividade Com relação às técnicas de identificação de compostos orgânicos, é incorreto afirmar que: a) A cromatografia em camada delgada é muito útil para acompanhar reações orgânicas. b) A cromatografia líquida é uma técnica de cromatografia em coluna. c) A espectrofotometria do infravermelho se baseia no processo de absorção da radiação eletromagnética das moléculas absorventes. d) Na análise de compostos por espectrofotometria do ultravioleta, é necessária a presença de grupos absorventes de radiação (cromóforos). e) Na técnica cromatográfica gasosa, a fase móvel é um gás, responsável pelo arraste das substâncias ao longo da coluna cromatográfica. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!