Prévia do material em texto
→ Quais são as teorias/hipóteses formuladas que continuam, até os dias de hoje, a nortear as pesquisas acerca da dislexia? Cite e explique. • Teoria Fonológica A teoria fonológica reconhece os disléxicos como sujeitos que apresentam um déficit específico na representação, no armazenamento e na evocação dos sons da fala, resultado de uma representação fonológica incorreta e corrompida. Se os sons da fala não são evocados, armazenados e representados corretamente, a aprendizagem grafo fônica é comprometida. Tal teoria é embasada em estudos que demonstraram que os disléxicos possuem desempenho inferior em tarefas de consciência fonológica, segmentação e manipulação dos sons da fala. Porém, desconsidera os achados sobre déficits não linguísticos em indivíduos disléxicos. • Teoria Alofônica A teoria alofônica aponta que os disléxicos apresentam alteração na percepção da fala e não são capazes de integrar as características alofônicas em características fonêmicas, resultando em uma percepção da fala em unidades alofônicas, ao invés de fonemas, causada por uma falha no acoplamento entre predisposições fonéticas no curso do desenvolvimento perceptual. A percepção excepcional da fala seria a causa direta da dislexia, pois quando não se é capaz de perceber os fonemas, a compreensão dos princípios alfabéticos é prejudicada. Assim como a teoria fonológica, a teoria alofônica desconsidera os achados sobre déficits não linguísticos em indivíduos disléxicos, como o déficit na percepção auditiva. • Teoria do Déficit Auditivo A audição é a via sensorial que permite às crianças obterem representações fonológicas necessárias para apender a ler e escrever. Na teoria do déficit auditivo, este seria a causa direta da alteração do desenvolvimento do déficit fonológico que surge em disléxicos e das dificuldades no aprendizado da leitura e escrita. A alteração no processo auditivo pode resultar em dificuldade de processamento de elementos curtos, como consoantes, levando a dificuldades na percepção da fala, causando danos na construção das representações mentais dos estímulos de fala. Essa teoria é falha, pois nem todos os disléxicos apresentam alteração no processamento auditivo. → Prestes, M. R. D. Feitosa, M. A. G. Teorias da dislexia: sustentação com base nas alterações perceptuais auditivas. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 2016, Brasília. Laboratório de Testagem e Avaliação Psicológica – Educação Prof.ª. Ana Francisca de Oliveira Laura P. da Encarnação