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Farmacologi� d� isquemi� cardíac� Isquemia miocárdica Sintoma primário da cardiopatia isquêmica é a angina, que consiste em um desequilíbrio entre o consumo e a oferta de oxigênio na célula cardíaca. A angina é mais frequente em homens. Existem três tipos de angina: estável (decorrente de esforço físico), instável (repouso) e de prinzmetal (primária: decorrente de vasoespasmo). Fatores de risco para doença arterial coronariana Aterosclerose, diabetes, tabagismo, obesidade, sedentarismo, hipertensão e dislipidemia. Cardiomiopatia isquêmica O aumento da pré-carga e da pós carga é o principal elo entre a doença arterial coronariana e a hipertensão arterial. Os vasodilatadores reduzem a pré-carga e a pós-carga, diminuindo a tensão da parede miocárdica. Tratamento da cardiopatia isquêmica A cardiopatia isquêmica apresenta correlação com o estilo de vida, por isso, pode-se realizar, além do tratamento farmacológico, a intervenção sobre os fatores de risco. Objetivos: alívio dos sintomas, melhora da capacidade funcional, redução da isquemia miocárdica total e prevenção de infarto e morte súbita. Fármacos usados no tratamento da isquemia miocárdica 1.) Nitratos orgânicos Liberação de NO da molécula de nitrato orgânico a ser administrada. Efeito rápido devido à instabilidade, usado como ferramenta aguda para angina. Medicamentos: nitroglicerina (via sublingual), dinitrato de isossorbida (via sublingual) e mononitrato de isossorbida (via intravenosa). A via sublingual apresenta metabolismo hepático importante, aumentando a biodisponibilidade (efeito de primeira passagem). Outros: propatilnitrato, tetranitrato de eritritil e nitrato de amilo. Mecanismo de ação dos nitratos: Os nitratos promovem a vasodilatação, reduzindo a pré-carga, a pós-carga e o retorno venoso. O aumento de suprimento diminui a demanda, reduzindo o espasmo das coronárias. A tolerância ao nitrato pode se estabelecer. Ações farmacológicas dos nitratos: - sistema cardiovascular → aumento da dilatação das grandes veias, reduzindo a pré-carga, o consumo de oxigênio e aumentando o fluxo + redução do débito cardíaco vs taquicardia reflexa (não altera a pressão arterial) + dilatação arteriolar, redução da resistência periférica e redução da pressão arterial + vasodilatação cerebral (cefaléia pulsátil); - circulação coronariana → redistribuição do fluxo sanguíneo no coração, restauração da irrigação nas regiões subendocárdicas (maior compressão) e melhora da circulação colateral já existente; - outros efeitos → inibição da agregação plaquetária (aumento de GMPc), alteração farmacocinética da heparina (efeito antitrombótico) e relaxamento de músculo liso brônquico, trato biliar e trato gastrointestinal (inclusive esôfago). Usos terapêuticos: a.) Angina → uso de sublingual a cada 5 minutos até três vezes em crise ou para prevenção em casos de exercício e estresse; uso via oral para profilaxia de episódios mais frequentes; uso de via cutânea para angina noturna. b.) Angina instável (com ruptura de placa) → uso intravenoso para redução de vasoespasmo. c.) Angina de prinzmetal → redução de vasoespasmo quando administrado junto a antagonistas de cálcio. d.) Infarto do miocárdio → infusão de nitroglicerina. e.) ICC → uso em congestão pulmonar (aumento da capacitância e redução da pré-carga). f.) Emergência hipertensiva (nitroprussiato). Efeitos indesejáveis: cefaléia pulsátil, rubor, tontura, palpitação, hipotensão ortostática, erupções e distúrbios do trato gastrointestinal. Interação medicamentosa com inibidores de PDE5 (aumento de GMPc) promove hipotensão grave: sildenafil, vardenafil e tadalafil. 2.) Antagonistas do canal de cálcio Bloqueadores dos canais de cálcio promovem vasodilatação e apresentam efeitos antiarrítmicos (bloqueio da função cardíaca: força de contração e alteração de ritmo cardíaco): Mecanismos de ação dos antagonistas de canal de cálcio: Nifedipina diminui a pós-carga por promover uma vasodilatação, uma vez que age no leito vascular arterial. No coração, ocorre a diminuição da frequência de impulso por redução da frequência de disparo, diminuindo o reflexo da taquicardia (semelhante a um freio parassimpático). Além disso, a condutividade do sinoatrial para o AV estará alterada, diminuindo a força de contração. Usos terapêuticos: angina de prinzmetal, angina de esforço, angina instável, antiarrítmico (verapamil) e anti hipertensivo (diidropiridinas). Efeitos adversos: vasodilatação excessiva, hipotensão, tontura, cefaléia, rubor, disestesias e taquicardia reflexa. O uso de verapamil é contra-indicado associado a β-bloqueadores. 3.) β-bloqueadores Ações farmacológicas cardiovasculares: redução da força de contração cardíaca, da frequência cardíaca, do consumo de O2, do débito cardíaco (aumento da resistência periférica inicial e redução da resistência periférica em administração crônica), da condução atrioventricular (aumento do período refratário) e redução da despolarização espontânea ectópica. Apresenta efeito anti-hipertensivo adicional: redução de renina (bloqueio de β2 pré-sináptico), vasodilatação e redução do tônus simpático por ação central. Usos terapêuticos: isquemia miocárdica silenciosa, angina estável e instável (terapia adicional aos vasodilatadores: NO e antagonistas de cálcio), hipertensão, arritmia e ICC compensada. Outras ações farmacológicas: - pulmão → broncoconstrição e bloqueio da inibição da degranulação de mastócitos; - musculatura esquelética → redução do fluxo sanguíneo, redução da frequência cardíaca, redução de tremor, redução do metabolismo da glicose e da lipólise e aumento da concentração de potássio; - efeitos metabólicos → bloqueio da mobilização da glicose, mascaramento de sintomas de hipoglicemia e reduz a liberação de ácidos graxos, reduzindo a concentração de HDL e aumentando as concentrações de LDL e triglicerídeos. 4.) Terapia mecano farmacológica Stents intracoronário + fármacos. Terapia antiproliferativa local: redução da reestenose. Fármacos: paclitaxel e sirolimus. Stent danifica endotélio, por isso, administra-se antiagregante plaquetário (clopidogrel e ácido acetilsalicílico).
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