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Urgência odontológica x Emergência médica

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Suporte Básico de Vida
Urgência odontológica x Emergência médica: 
- ex: dor de dente (urgência odontológica) x lipotimia (emergência médica)
- uma urgência odontológica pode ser facilmente desencadeadora de uma emergência médica
Antes, durante, após:
- a situação de emergência pode acontecer antes, durante e após o procedimento odontológico
Fatores que contribuem para maior incidência de emergência nas clínicas odontológicas:
- aumento do número de idosos que procuram tratamento
- a tendência de se prolongar sessões de atendimento (condensar procedimentos em sessão única, sessões prolongadas)
- avanços na terapêutica médica
- indivíduos diabéticos, hipertensos, coronariopatas ou portadores de desordens renais ou hepáticas, entre outros, são pacientes regulares de CD
Classificação das emergências médicas:
1) complicações associadas a uma desordem no estado geral de saúde
- ex: paciente com diabetes, hipertensão
2) complicações independentes de doenças preexistentes
- ex: engasgo de paciente 
Sinal ou sintomas:
1) alteração ou perda de consciência
2) dificuldade respiratória
3) dor no peito
4) arritmias cardíacas
5) crise hipertensiva arterial
6) reações alérgicas
7) reações a superdosagem das soluções anestésicas
8) convulsões
9) intoxicação acidental aguda pela ingestão de flúor
Alteração ou perda da consciência:
1) Lipotímia e síncope
Lipotimia: mal estar passageiro, caracterizado pela sensação iminente de desmaio, sem que esse ocorra
Síncope: perda repentina e momentânea de consciência, consequente a uma súbita diminuição do fluxo sanguíneo e oxigenação cerebral, ou ainda decorrente de causas neurológicas/metabólicas
2) Hipoglicemia aguda
Hipoglicemia: distúrbio provocado pela baixa concentração de glicose no sangue que pode afetar pessoas portadoras ou não de diabetes
- administrar D-glicose via oral, líquido com muito açúcar, glicose 25% IV (ampolas de 10ml)
3) Hipotensão ortostática
Hipotensão: queda excessiva da pressão arterial (PA) quando se assume a posição ortostática. A definição consensual envolve queda de pressão sistólica >20 mmHg, queda de pressão diastólica acima de 10 mmHg ou ambas. Sintomas de turvamento, sensação de desfalecimento, tontura, confusão ou escurecimento da visão. (quando se levanta de um vez)
4) Acidente vascular encefálico
AVE: acontece quando os vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea
a) AVE isquêmico: trombo bloqueia um vaso sanguíneo, impedindo o fluxo de sangue e a chegada do oxigênio (anoxia), fazendo com que o tecido morra
b) AVE hemorrágico: ruptura do vaso sanguíneo, seja por pressão intracraniana ou outros fatores
- o CD tem papel importante no diagnóstico precoce de risco de AVE, nas panorâmicas o CD pode encontrar ateromas da artéria carótida.
Ateroma da artéria carótida:
- principal fator responsável pela ocorrência do AVE e frequentemente, pode ser observado por meio dos exames de radiologia odontológica
- desenvolve-se progressiva e silenciosamente
- amontoado de moléculas de gordura (envolto por um tecido fibroso), que forma uma verdadeira placa, uma barreira, que obstrui a luz das artérias gradativamente. Se não for identificado precocemente, um ateroma de artéria carótida pode levar a um AVE
Ateroma da artéria carótida em ambos os lados
Ateroma da artéria carótida em um só lado
Ateroma da artéria carótida no lado esquerdo
Dificuldade respiratória:
1) Síndrome da hiperventilação
- aumento da frequência respiratória. O paciente exala mais do que inala, levando a uma rápida redução no dióxido de carbono no corpo
2) Crise aguda de asma
- episódio agudos ou subagudos de piora progressiva da dispnéia, tosse, sibilos, taquipneia e opressão torácica do paciente asmatico
3) Edema pulmonar agudo
4) OVACE
Incidência das situações de emergência:
- existem poucos dados sobre a incidência das emergências médicas na clínica odontológica
- a tabela a seguir mostra a somatória de dois levantamentos epidemiológicos realizados nos EUA, envolvendo a clínica privada de 4.309 dentistas, que relataram 30.608 episódios de caráter emergencial durante o período de 10 anos
- no Brasil, uma pesquisa realizada com 498 CD, todos eles presentes em um congresso em SP, trouxe resultados com relação a incidência das emergências médicas nos consultórios odontológicos brasileiros
Recomendações básicas nas situações de emergência:
- independentemente do tipo ou gravidade da emergência ocorrida na clínica odontológica, alguns procedimentos são aplicáveis a qualquer tipo de situação. Sendo assim, recomenda-se:
1) manter a calma
2) saber quando e a quem pedir socorro
3) estar treinado para executar as manobras de Suporte Básico de Vida e Ressuscitação Cardiopulmonar
4) saber lidar com o equipamento de emergência
Emergências jurídicas:
- a responsabilização do CD poderá ocorrer no âmbito civil e no criminal
- a responsabilidade criminal possui pressupostos mais rígidos
- em casos nos quai se comprove culpa grave do profissional (nas modalidades: imprudência, imperícia ou negligencia) o profissional pode ser condenado pelos delitos de lesão corporal culposa ou mesmo por homicídio culposo
Negligência: o CD deixa de tomar uma atitude ou apresentar conduta que era esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as devidas precauções
Imprudencia: pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. O profissional não deixa de fazer algo, não é conduta omissiva como a negligência. Na imprudência, ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada.
Imperícia: é necessário contatar inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão. Um CD sem habilitação em procedimentos estéticos que realize uma operação e cause deformidade em alguém pode ser acusado de imperícia
- as emergências, por definição, são repentinas e graves. Além disso, podem ocorrer tanto em um tratamento corretivo como naqueles meramente estéticos. Assim, cabe ao CD saber lidar com elas, procurando dar o melhor de si na sua solução.
Medidas preventivas: 
· ter sempre à mão os medicamentos administrados em urgências cardiovasculares ou alérgicas, além dos equipamentos e acessórios
· atualizar-se regularmente acerca dos novos conceitos e procedimentos preconizados para as situações de emergência
· valer-se do que for possível em matéria de documentação do atendimento que prestou na situação de emergência